Aye Captain escrita por carmpuff
Notas iniciais do capítulo
AYE GUYSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
- Ei, ei - Jack Sparrow levantou as mãos. - Como assim você é minha filha?
- Eu não mentia quando disse que estava grávida, Jack. - Angelica disse, cruzando os braços.
- Acredite, eu estou tão animada com esse parentesco quanto você. - Caterina chutou o chão. - Se você era o capitão desse navio, esse deve ser o tal Pérola Negra. Tá meio acabadinho não é, papai?
- Não fale assim dele! E além do mais, eu sou o capitão.
- O navio é nosso agora, mate. - George falou. - Bobeou perdeu.
- Desfaçam o nó. - Gillian ordenou. Alguns marinheiros fizeram o que foi mandado e logo o Pérola se afastava do cais de Tortuga.
- Ô mãe - Caterina falou ao subir as escadas. - Quer que eu te deixe em algum porto aí?
- Nem tente, Caterina. - Angelica falou o “r” num loop. - Eu vou com vocês.
- Ok. Mas fique longe do meu rum. - sua filha respondeu. - Dá pra alguém jogar meu pai e os amiguinhos dele ao mar?
Um homenzinho barbudo se pôs ao lado de Jack. - Não podem nos jogar em alto mar!
- Não é alto mar ainda. - George girou os olhos. - Quem é você, agora?
- Gibbs. E você, moleque?
- George Turner.
Jack soltou uma risadinha. - Seu pai é o William Turner?
- Conhece meu pai? - os olhos de George permaneceram impassíveis. - Que bom pra você.
- Como anda a Elizabeth?
- Com as pernas.
- Vocês vão sair ou não? - Caterina girou. - Se forem permanecer, Galloway tem um lugar especial para gente do seu tipo.
- Oi. - um cara alto e esquisito acenou com o corpo reto e o braço rente ao tronco. - Meu nome é Bob.
- Olha só, Jack - Angelica disse, sorrindo. - Ele parece mais sensato que você.
- Joga eles lá embaixo.
Galloway jogou Jack no ombro e abriu a portinha com o pé. Ele e outros três homens levaram a tripulação antiga para dentro.
- Que reunião anticlimática. - Caterina comentou. Pôs a espada no ombro. - Onde ficam minhas cabines?
Virou novamente e subiu os últimos degraus até o segundo andar do navio. Abriu as portas maciças de madeira e de lá saiu uma forma minúscula que aterrissou direto no rosto de Caterina.
- UM MACACO? - ela gritou, indignada. - POR QUE DIABOS TEM UM MACACO À BORDO?
- Esse é o navio de Jack Sparrow, deve ter de tudo por aqui. - Gillian disse, ignorando o grito de “Capitão!” que viera do fundo do navio.
- DÁ PRA ALGUÉM TIRAR ESSE INFERNO DO MEU CABELO?
- Mulher escandalosa. - George resmungou. Arrancou o animal dos cabelos dela e o deixou escapar para algum canto.
- Vou entrar para checar se não tem um zoológico lá dentro. - Gillian disse. Parou na porta. - Ou um bordel.
- Mulheres avulsas serão jogadas ao mar! - falaram Angelica e Caterina. A Capitã então virou para sua tripulação:
- Todos ao convés! Desçam as velas, sigamos o vento das três horas! Quero ficar rente à costa!
- Tem um mapa? Um objetivo? - Angelica perguntou com aquele tom materno.
- Nah. - Caterina respondeu sobre o barulho dos tripulantes. - Eu tenho uma promessa a cumprir.
-x-
- Não precisava.
Caterina ergueu os olhos rapidamente de sua nova mesa. Tinha jogado toda a sujeira de seu pai para longe do centro da sala, criando uma barreira enorme de objetos estranhos e quebrados num canto.
- Fale mais alto, Turner. - ela nem levantou os olhos dessa vez.
- A promessa.
Dessa vez, ela teve que parar e olhar para cima. - Não sei do que está falando.
- Eu salvei a sua vida porque eu quis, Caterina. - George pôs as mãos sob a mesa de mogno. - Não porque você me prometeu levar de volta para a ilha.
- George - Caterina falou, demonstrando raros sinais de cansaço. - Eu lhe prometi. Uma promessa minha não é descumprida, ok? Tome isso como um favor, se te agradar mais. Mas eu vou te levar até aquela droga de ilha, quer você queira ou não. E aí eu vou me divertir vendo você apanhar da sua mãe.
Permaneceram num silêncio por um tempo, até que o homem percebeu que Caterina examinava um objeto estranho em sua mesa.
- O que é isso?
- Uma bússola, aparentemente. - ela respondeu. - Mas está tão descoordenada quanto o dono; não aponta pro norte. Fica se mexendo quando eu a seguro.
- Deixe-me tentar. - George disse, pegando ela da mesa. Começou apontando diretamente para o norte, antes de descer até uns trinta graus para o oeste. Eram as direções para a ilha.
- Minha mãe falou sobre essa bússola estranha que meu pai carrega. Parece que ela aponta para o que você quer mais.
- Como ela descobriu?
- Tenho até medo de perguntar. - ela estremeceu. - Vai lá na Gillian e fala pra ela que eu preciso dela aqui.
George deu de ombros e jogou a bússola de volta para Caterina. Sem olhar para trás, pôs as mãos nos bolsos e falou por cima do ombro: - E para onde aponta quando você segura?
- Pro bar mais próximo.
O ponteiro da se mexeu enquanto Caterina segurava; apontou direto para George e o acompanhou até depois dele ter sumido. Caterina fechou a bússola e a colocou de volta no topo de uma pilha de papéis com mais força do que precisava.
-x-
- Que foi chefinha? - Gillian perguntou. Entrou na cabine com passos firmes e seguros. - Tem uns bêbados lá embaixo, um deles sendo teu pai, que estão cantando aquela musiquinha. Estou quase enfiando minha arma lá dentro e matando todos.
- Você é tão pacifista.
- Fala rápido que nós vamos chegar lá em menos de dez minutos. - Gillian sentou no canto da mesa de Caterina.
- Tenho que achar Barbossa.
- Ele disse que ia para Tortuga alguns anos atrás, só que desapareceu do mapa. A última pessoa que o viu foi você, quando nós assaltamos o Vingança da Rainha Anne.
- Mas como sempre, minha querida e fofoqueira primeira-oficial, você sabe de rumores.
Gillian sorriu. - Dizem que o Anne foi visto no cais de Porto Filliard.
- Por que eles nunca aparecem em lugares calmos? - Caterina gemeu. - Sempre tenho que me enfiar em buracos cobertos de cobras, lama e saio de lá com outra pneumonia e com minha mãe falando espanhol irritada atrás de mim.
- Não amor, quem fala espanhol com você é você mesma.
Caterina parou ao se levantar e julgou a afirmação. Balançou a cabeça. - Detalhes. Devemos estar perto da ilha, vem.
Estavam ancorados. Gillian não tinha a menor vontade de descer do navio e ficou de olho no Pérola enquanto Caterina descia no bote com George, que praticamente tremia de antecipação.
George era o típico garoto bonzinho que, sabe-se lá porque, se meteu no meio de piratas. Sempre estava com a roupa completa, sem faltar um colete ou um elástico para prender o cabelo que passava do queixo. Caterina, no entanto, nunca se deixara enganar; Turner era calculista e muitas vezes cruel quando lhe caia.
Naquele momento, os dois não podiam ser mais diferentes. Turner estava quase limpo e seu bigodinho estava arrumado. Caterina, porém, usava o mesmo cabelo desgrenhado e selvagem de sua mãe e anéis enormes que tilintavam toda vez que ela mexia.
- Dá para parar de soar como um batalhão? - George reclamou. Caterina lhe deu a língua.
As águas claras do Caribe deixavam a mulher ver mais de dois metros abaixo do bote. A areia era clara como as nuvens ao meio-dia. George estava nem aí para a beleza imensurável do oceano, preocupado demais com a reação de sua mãe.
Desceram do bote rapidamente. Ninguém estava na praia.
- Mãe? - George chamou. - Mãe?
- Agora é quando ela pula de um coqueiro e te esgana. - Caterina disse num tom feliz. George a encarou. - Ou de um buraco na areia. Eu gosto das duas ideias.
Não houve pulos ou gritos ou abraços. Ficaram lá, procurando Elizabeth Turner por pelo menos uma hora, mas ela não apareceu. A noite virou e eles voltaram para o navio, mas Caterina não deu ordens de partirem; queria dar mais uma chance para George.
O sol nasceu novamente. Caterina desceu da cabine bocejando e imediatamente levou um grande susto.
- NAVIO INIMIGO!
Foi como uma explosão acontecesse no casco. Pessoas saíram em debandada. Alheia ao resto, Caterina puxou um telescópio do bolso e mirou. Gillian parou do seu lado, e toda a companhia chegou a uma pausa. Angelica passou pela multidão e se pôs à esquerda de sua filha.
A outra embarcação tinha ares de morte. Pessoas estavam penduradas em suas velas, ruídos estranhos saíam de suas cavidades e pendia um cheiro de formol e sal no ar. As próprias velas estavam despedaçadas.
- Aquele é o Holandês Voador? - a descrença de Gillian era óbvia. - Gente, que decadência. O capitão não tem dinheiro pra comprar velas novas?
- Duvido que mortos tenham problemas com um navio mais lento. - Caterina disse.
De repente, o navio tomou a esquerda na direção do Pérola. Os marinheiros começaram a se mexer, inquietos.
- Não façam nada. - Caterina ordenou, alto. - O Holandês Voador não nos atacará.
- O que te faz ter certeza disso? - Angelica perguntou.
- Porque nós temos uma coisa que eles quererem. - Caterina respondeu. Subitamente correu de volta para o segundo andar e berrou lá para dentro. - GEORGE!
George se levantou, olhos alertas e assombrados. Caterina não estava nem aí e o puxou para o deque, o pondo na frente do navio. Estavam agora frente a frente com o Holandês, e George pressentiu o que aconteceria.
- Se você me trocar por algo - ele ameaçou entredentes. - Farei que nem minha mãe e vou mandar você pro Fim do Mundo.
- Ia nada. - ela riu pelo nariz. - Você não viveria sem mim, Turner. Agora fique parado porque eu prezo a integridade do meu navio. E do meu estoque de vinho.
Um homem estava em pé na frente do Holandês. Tinha o mesmo rosto quadrado e definido que George, o cabelo loiro sujo e os olhos cor de mel. Tinha meio que uma crosta sobre a face e uma bandana.
- Quem são vocês? O que fizeram com Elizabeth? - o cara berrou.
- Com licença - alguém disse lá de trás. Jack Sparrow se fez aparecido atrás de Gillian. - William. Você engordou.
- Jack?
- Roubou minha revelação, velhinho. - Caterina reclamou. Capitão William Turner tornou o olhar para ela. - Sou a Capitã Caterina Sparrow. E essa coisinha aqui do meu lado é o seu filho, George Turner.
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