Aye Captain escrita por carmpuff


Capítulo 2
Turner


Notas iniciais do capítulo

AYE GUYSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS



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                - Ei, ei - Jack Sparrow levantou as mãos. - Como assim você é minha filha?

                - Eu não mentia quando disse que estava grávida, Jack. - Angelica disse, cruzando os braços.

                - Acredite, eu estou tão animada com esse parentesco quanto você. - Caterina chutou o chão. - Se você era o capitão desse navio, esse deve ser o tal Pérola Negra. Tá meio acabadinho não é, papai?

                - Não fale assim dele! E além do mais, eu sou o capitão.

                - O navio é nosso agora, mate. - George falou. - Bobeou perdeu.

                - Desfaçam o nó. - Gillian ordenou. Alguns marinheiros fizeram o que foi mandado e logo o Pérola se afastava do cais de Tortuga.

                - Ô mãe - Caterina falou ao subir as escadas. - Quer que eu te deixe em algum porto aí?

                - Nem tente, Caterina. - Angelica falou o “r” num loop. - Eu vou com vocês.

                - Ok. Mas fique longe do meu rum. - sua filha respondeu. - Dá pra alguém jogar meu pai e os amiguinhos dele ao mar?

                Um homenzinho barbudo se pôs ao lado de Jack. - Não podem nos jogar em alto mar!

                - Não é alto mar ainda. - George girou os olhos. - Quem é você, agora?

                - Gibbs. E você, moleque?

                - George Turner.

                Jack soltou uma risadinha. - Seu pai é o William Turner?

                - Conhece meu pai? - os olhos de George permaneceram impassíveis. - Que bom pra você.

                - Como anda a Elizabeth?

                - Com as pernas.

                - Vocês vão sair ou não? - Caterina girou. - Se forem permanecer, Galloway tem um lugar especial para gente do seu tipo.

                - Oi. - um cara alto e esquisito acenou com o corpo reto e o braço rente ao tronco. - Meu nome é Bob.

                - Olha só, Jack - Angelica disse, sorrindo. - Ele parece mais sensato que você.

                - Joga eles lá embaixo.

                Galloway jogou Jack no ombro e abriu a portinha com o pé. Ele e outros três homens levaram a tripulação antiga para dentro.

                - Que reunião anticlimática. - Caterina comentou. Pôs a espada no ombro. - Onde ficam minhas cabines?

                Virou novamente e subiu os últimos degraus até o segundo andar do navio. Abriu as portas maciças de madeira e de lá saiu uma forma minúscula que aterrissou direto no rosto de Caterina.

                - UM MACACO? - ela gritou, indignada. - POR QUE DIABOS TEM UM MACACO À BORDO?

                - Esse é o navio de Jack Sparrow, deve ter de tudo por aqui. - Gillian disse, ignorando o grito de “Capitão!” que viera do fundo do navio.

                - DÁ PRA ALGUÉM TIRAR ESSE INFERNO DO MEU CABELO?

                - Mulher escandalosa. - George resmungou. Arrancou o animal dos cabelos dela e o deixou escapar para algum canto.

                - Vou entrar para checar se não tem um zoológico lá dentro. - Gillian disse. Parou na porta. - Ou um bordel.

                - Mulheres avulsas serão jogadas ao mar! - falaram Angelica e Caterina. A Capitã então virou para sua tripulação:

                - Todos ao convés! Desçam as velas, sigamos o vento das três horas! Quero ficar rente à costa!

                - Tem um mapa? Um objetivo? - Angelica perguntou com aquele tom materno.

                - Nah. - Caterina respondeu sobre o barulho dos tripulantes. - Eu tenho uma promessa a cumprir.

-x-

                - Não precisava.

                Caterina ergueu os olhos rapidamente de sua nova mesa. Tinha jogado toda a sujeira de seu pai para longe do centro da sala, criando uma barreira enorme de objetos estranhos e quebrados num canto.

                - Fale mais alto, Turner. - ela nem levantou os olhos dessa vez.

                - A promessa.

                Dessa vez, ela teve que parar e olhar para cima. - Não sei do que está falando.

                - Eu salvei a sua vida porque eu quis, Caterina. - George pôs as mãos sob a mesa de mogno. - Não porque você me prometeu levar de volta para a ilha.

                - George - Caterina falou, demonstrando raros sinais de cansaço. - Eu lhe prometi. Uma promessa minha não é descumprida, ok? Tome isso como um favor, se te agradar mais. Mas eu vou te levar até aquela droga de ilha, quer você queira ou não. E aí eu vou me divertir vendo você apanhar da sua mãe.

                Permaneceram num silêncio por um tempo, até que o homem percebeu que Caterina examinava um objeto estranho em sua mesa.

                - O que é isso?

                - Uma bússola, aparentemente. - ela respondeu. - Mas está tão descoordenada quanto o dono; não aponta pro norte. Fica se mexendo quando eu a seguro.

                - Deixe-me tentar. - George disse, pegando ela da mesa. Começou apontando diretamente para o norte, antes de descer até uns trinta graus para o oeste. Eram as direções para a ilha.

                - Minha mãe falou sobre essa bússola estranha que meu pai carrega. Parece que ela aponta para o que você quer mais.

                - Como ela descobriu?

                - Tenho até medo de perguntar. - ela estremeceu. - Vai lá na Gillian e fala pra ela que eu preciso dela aqui.

                George deu de ombros e jogou a bússola de volta para Caterina. Sem olhar para trás, pôs as mãos nos bolsos e falou por cima do ombro: - E para onde aponta quando você segura?

                - Pro bar mais próximo.

                O ponteiro da se mexeu enquanto Caterina segurava; apontou direto para George e o acompanhou até depois dele ter sumido. Caterina fechou a bússola e a colocou de volta no topo de uma pilha de papéis com mais força do que precisava.

-x-

                - Que foi chefinha? - Gillian perguntou. Entrou na cabine com passos firmes e seguros. - Tem uns bêbados lá embaixo, um deles sendo teu pai, que estão cantando aquela musiquinha. Estou quase enfiando minha arma lá dentro e matando todos.

                - Você é tão pacifista.

                - Fala rápido que nós vamos chegar lá em menos de dez minutos. - Gillian sentou no canto da mesa de Caterina.

                - Tenho que achar Barbossa.

                - Ele disse que ia para Tortuga alguns anos atrás, só que desapareceu do mapa. A última pessoa que o viu foi você, quando nós assaltamos o Vingança da Rainha Anne.

                - Mas como sempre, minha querida e fofoqueira primeira-oficial, você sabe de rumores.

                Gillian sorriu. - Dizem que o Anne foi visto no cais de Porto Filliard.

                - Por que eles nunca aparecem em lugares calmos? - Caterina gemeu. - Sempre tenho que me enfiar em buracos cobertos de cobras, lama e saio de lá com outra pneumonia e com minha mãe falando espanhol irritada atrás de mim.

                - Não amor, quem fala espanhol com você é você mesma.

                Caterina parou ao se levantar e julgou a afirmação. Balançou a cabeça. - Detalhes. Devemos estar perto da ilha, vem.

                Estavam ancorados. Gillian não tinha a menor vontade de descer do navio e ficou de olho no Pérola enquanto Caterina descia no bote com George, que praticamente tremia de antecipação.

                George era o típico garoto bonzinho que, sabe-se lá porque, se meteu no meio de piratas. Sempre estava com a roupa completa, sem faltar um colete ou um elástico para prender o cabelo que passava do queixo. Caterina, no entanto, nunca se deixara enganar; Turner era calculista e muitas vezes cruel quando lhe caia.

                Naquele momento, os dois não podiam ser mais diferentes. Turner estava quase limpo e seu bigodinho estava arrumado. Caterina, porém, usava o mesmo cabelo desgrenhado e selvagem de sua mãe e anéis enormes que tilintavam toda vez que ela mexia.

                - Dá para parar de soar como um batalhão? - George reclamou. Caterina lhe deu a língua.

                As águas claras do Caribe deixavam a mulher ver mais de dois metros abaixo do bote. A areia era clara como as nuvens ao meio-dia. George estava nem aí para a beleza imensurável do oceano, preocupado demais com a reação de sua mãe.

                Desceram do bote rapidamente. Ninguém estava na praia.

                - Mãe? - George chamou. - Mãe?

                - Agora é quando ela pula de um coqueiro e te esgana. - Caterina disse num tom feliz. George a encarou. - Ou de um buraco na areia. Eu gosto das duas ideias.

                Não houve pulos ou gritos ou abraços. Ficaram lá, procurando Elizabeth Turner por pelo menos uma hora, mas ela não apareceu. A noite virou e eles voltaram para o navio, mas Caterina não deu ordens de partirem; queria dar mais uma chance para George.

                O sol nasceu novamente. Caterina desceu da cabine bocejando e imediatamente levou um grande susto.

                - NAVIO INIMIGO!

                Foi como uma explosão acontecesse no casco. Pessoas saíram em debandada. Alheia ao resto, Caterina puxou um telescópio do bolso e mirou. Gillian parou do seu lado, e toda a companhia chegou a uma pausa. Angelica passou pela multidão e se pôs à esquerda de sua filha.

                A outra embarcação tinha ares de morte. Pessoas estavam penduradas em suas velas, ruídos estranhos saíam de suas cavidades e pendia um cheiro de formol e sal no ar. As próprias velas estavam despedaçadas.

                - Aquele é o Holandês Voador? - a descrença de Gillian era óbvia. - Gente, que decadência. O capitão não tem dinheiro pra comprar velas novas?

                - Duvido que mortos tenham problemas com um navio mais lento. - Caterina disse.

                De repente, o navio tomou a esquerda na direção do Pérola. Os marinheiros começaram a se mexer, inquietos.

                - Não façam nada. - Caterina ordenou, alto. - O Holandês Voador não nos atacará.

                - O que te faz ter certeza disso? - Angelica perguntou.

                - Porque nós temos uma coisa que eles quererem. - Caterina respondeu. Subitamente correu de volta para o segundo andar e berrou lá para dentro. - GEORGE!

                George se levantou, olhos alertas e assombrados. Caterina não estava nem aí e o puxou para o deque, o pondo na frente do navio. Estavam agora frente a frente com o Holandês, e George pressentiu o que aconteceria.

                - Se você me trocar por algo - ele ameaçou entredentes. - Farei que nem minha mãe e vou mandar você pro Fim do Mundo.

                - Ia nada. - ela riu pelo nariz. - Você não viveria sem mim, Turner. Agora fique parado porque eu prezo a integridade do meu navio. E do meu estoque de vinho.

                Um homem estava em pé na frente do Holandês. Tinha o mesmo rosto quadrado e definido que George, o cabelo loiro sujo e os olhos cor de mel. Tinha meio que uma crosta sobre a face e uma bandana.

                - Quem são vocês? O que fizeram com Elizabeth? - o cara berrou.

                - Com licença - alguém disse lá de trás. Jack Sparrow se fez aparecido atrás de Gillian. - William. Você engordou.

                - Jack?

                - Roubou minha revelação, velhinho. - Caterina reclamou. Capitão William Turner tornou o olhar para ela. - Sou a Capitã Caterina Sparrow. E essa coisinha aqui do meu lado é o seu filho, George Turner.


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Notas finais do capítulo

O/



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