Mithica escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 3
O Castelo de Prata e a Vila Élfica


Notas iniciais do capítulo

Tem poucos leitores...mas acho q vale a pena



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Os elfos andavam em seu passo ligeiro, seus sentidos aguçados eram precisos e os levariam direto pra Vila élfica. Nos últimos anos, os elfos tinham criado uma vila secreta no continente de Vermécia, e por isso, Ryan estave cada vez mais perturbado, já que os elfos preparavam-se pra uma possível emboscada aos reinos humanos.

Ele, como um bom druida, não queria que a guerra entre eles voltasse depois de tantos anos de paz, e por ser obviamente “inferior” no ponto de vista das altas sociedades élficas, era ignorado e até ameaçado. Ryan continuou junto de sua matilha, ocupando-se apenas em proteger a floresta.

Há dois dias, Ryan estava na vila e ouviu sobre o ataque que iria ocorrer na floresta exatamente nesse dia, e pela descrição dos elfos que contavam, parecia que a batalha poderia destroçar a floresta inteira, mas que mesmo assim, as forças da natureza e dos elfos iriam vencer os humanos.

Lire tremia, ela não podia acreditar que aquele povo iria se rebelar contra as próprias crenças e usar a natureza como um simples objeto, destruí-la. Seu ser dizia que fora traída pelos próprios adoradores.

_Ei…a senhorita está muito preocupada? –Ryan tentando não assustá-la.

_Um pouco…mas vamos, temos que resolver isso não é? –Lire tocando o ombro do elfo.

Ryan corou um pouco, realmente ela era linda, e talvez por ser um tipo de divindade ele se sentisse inferior.

Se viram frente a uma cachoeira. Lire já a tinha visto em seus sonhos. Era a entrada para a única vila élfica dentro de Vermécia.

Os dois sentiram as presenças de elfos arqueiros que guardavam a entrada logo depois da cachoeira. Ryan segurou a mão da loira, com todo o respeito que conseguia expressar, e levou-a para dentro d’água, na área rasa, e sentiram o corpo molhando com a água fria.

Para surpresa de Lire, seus corpos secaram assim que sairam do outro lado. Ela abriu os olhos, deparando-se com uma linda vista: chão acimentado em paralelepídeos, cinzas e limpos, casas diversas, todas decoradas lindamente, a arquietura élfica em adornos dourados e prateados, em tom suave com o branco. Constratavam o mais lindo reino de todos, uma quantidade imensa de elfos se movimentando sem muitas pressas, milhares de cabeleiras loiras e verdes, algumas brancas e outras alaranjadas.

Toda as ruas da “vila” se encontravam numa só,a principal, mas isso Lire e Ryan viam ainda da cachoeira. Havia portões dourados, enormes, e seguindo-o, muralhas imensas. O castelo do rei ficava no topo da cidade, mais basicamente um extenso morro, gigante, cheio de sobrados decorados em sua maioria com plantas, as florestas estendendo-se em volta das casas, árvores nativas de Eryuell plantadas na ida das calçadas. Havia uma coloração amarela nas árvores…era primavera.

_EI RYAN! –chamava uma voz masculina no topo da muralha que separava a cachoeira da Floresta Élfica.

_Oi! –Ryan colocando a mão cobrindo o sol da testa pra enxergar melhor.

_Ryan, chegado! Que cê tá fazendo aqui? –falava o elfo descendo em um salto e postando-se na frente dos dois.

Lire contemplou um belo elfo arqueiro, ele tinha os cabelos castanhos bem-escuros rebeldes, presos em uma trança longa que batia em sua cintura, olhos afilados e azuis-claros, seu sorriso era lindo, seus dois dentes caninos eram um pouco maiores que o normal, e o deixava com um ar selvagem. Seu rosto, embora sendo elfo, não era muito pontudo para sua idade, tinha ar de garotinho, mas os caninos mudavam sua aura para gatinho fofo selvagem.

Ele carregava um grande arco e uma mochila com flechas nas costas.

_Jarred? –Ryan.

_E aí, colega! Uhh, quem seria a linda jovem? –perguntou segurando  e dando um pequeno beijo nas costas da mão de Lire.

A loira deu um riso divertido, pois notou a aura de Ryan vibrando de leve. Disse seu nome e uma reverência.

_É um prazer conhecê-lo Jarred-san. Já que é amigo de Ryan é também meu amigo. Amigos certo? –Lire lhe dando um sorriso inocente.

Jarred sentiu como se ela quisesse afastá-lo, mas ignorou, voltando-se pra Ryan.

_Ryan, sabia que tem muita gente brava com você? É, colega…essa sua idéia doida de tentar impedir até a própria rainha…tá loco? Ela é poderosa, você sabe. –Jarred.

_Sei perfeitamente, mas esqueceu que eu posso sentir quando tem algo errado?! Eu digo que tem algo errado, mas daí aqueles conselheiros velhotes não me ouvem, falam que é implicância minha porque quero viver em paz na minha florestinha. Viu que eles me baniram por quase um ano? –Ryan meio nervoso cruzando os braços.

_Claro, você tá virando até celebridade com tanto escândalo. Como amigo, eu digo que vai ser inútil…eu já rezei pras divindades, pedi, rezei, rezei, e nada dessas velhotas, que provavelmente são isso, de me atenderem. –Jarred.

Lire lhe virou um tapa antes que ele percebesse, e com a velocidade e força, ele caiu no chão.

_COMO OUSA FALAR ASSIM DAS DIVINDADES?! –Lire.

_Nossa…não precisava exagerar loirinha… -Jarred se levantando.

_Deu sorte…podia ter sido pior. –Ryan *gota*.

_Como pior?! Eu sou um ótimo arqueiro, senão o melhor! –Jarred se irritando com Ryan.

Lire, ainda com aquela aura maligna, segurou o rapaz pelo colarinho e o fitou nos olhos intensamente.

_Nunca mais se atreva a falar desse modo sobre as divindades, as guardiãs ou qualquer outra força natural deste e de outros mundos. Você não sabe nada sobre elas, mas elas sabem tudo sobre você! Por isso, reze mais, e reclame menos! –Lire o largando.

_Credo…tá mais pra você mesmo Ryan…por isso que essa guerra vai acontecer. As divindades não escutam mais os seus adoradores. –Jarred franzindo a testa e começando a criar antipatia com Lire.

_Você, se falar mais alguma coisa, vou ser obrigada a puni-lo em nome dos deuses. –Lire estreitando os olhos furiosa.

_L-Lire…sei que você não pode deixar barato, m-mas temos coisas mais importantes pra tratar n-não é? –Ryan se pondo na frente de Jarred, mesmo com certo medo da loira.

_Que isso Ryan, você é poderoso também, onde arranjou esse projeto de elfo, virou o mascotinho dela agora pra estar tremendo assim? –Jarred tirando Ryan do caminho e parando na frente de Lire.

Lire era de certa forma bem mais baixa do que ele, mas Jarred não era um elfo puro, ela sabia. Ele devia ser fruto de uma relação Elfa-Asmodiana…por isso as características incomuns do cabelo e dos dentes, mas não havia garra, nem chifre e sua pele era normal.

_Você não é um elfo puro, como ousa nos comparar? É como um inseto e eu como uma rainha. –Lire.

_Você é uma rainha? Daonde? Da “Terra da Chatice” –Jarred.

Lire sentiu sua ira fluir, nunca vira um ser tão ingrato dessa forma. Ela, pensando no local em que estava, resolveu não revelar suas asas, mas ficou por deixar seu poder elemental surgir.

Seus olhos verdes ganharam uma energia verde-clara  intensa, e um brilho em volta de seu corpo apareceu. Ela moveu uma mão, e as águas da cachoeira formaram a imagem de uma grande arqueira, com seu próprio rosto.
_Se ferrou… -Ryan ficando do lado de Lire.

Ela voltou a mão para o lado e a arqueira lançou uma flecha d’água, acertando em cheio o elfo. A água era tanta que quase o afogou. Ele estava de joelhos, vomitando água até pelos ouvidos.

Lire voltou ao normal e Ryan estava impressionado, era uma técnica druida.

_Seu insolente…antes de falar mal de qualquer divindade, pessoa ou criatura, você deve conhecer a si mesmo e depois honrar os seres que te criaram. –Lire, entrelaçando seu braço no de Ryan, que quase desmaiou devido ao contato do corpo dela, que estava meio-mole.

_Vamos Ryan…acredito que praticamente toda a raça élfica esteja comprometida a desfiar as forças dos guardiões elementais. Esses descrentes medíocres. –Lire o puxando em direção aos portões.

_Ryan! Eu não me responsabilizo pelo que vai te acontecer…eu avisei. –Jarred voltando ao seu posto, ainda muito abalado com o poder desconhecido da elfa esquisita.

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_SEU HUMANO IDIOTA! ISSO É UMA PLANTA! COMO QUER DERROTÁ-LA COM SOCOS?! –Elesis gritando furiosamente com Jin.

O lutador precisava desacordar a Antoinnete, mas ela era uma planta consciente, cheia de raízes que furiosamente lutavam contra os dois seres, ela estava em vantagem. Jin lutava com punhos e não adiantaria muita coisa contra a planta nervosa.

_Ela tá tão de mau-humor hoje… -Jin suando frio.

_NÃO ME VENHA COM ESSA! ELA É UMA PLANTA, COMO PODE TER HUMOR, SER INFERIOR?! –Elesis balançando os braços de um lado e outro, sua cauda esta meio empinada pra cima, o que indicava sua fúria com aquilo.

Já fazia um ótimo tempo que estavam enfrentando seres esquisitos, mas mais nervosa estava por não poder matá-los.

_EU VOU ACABAR COM ESSA FILHA DE UMA AMEBA MALDITA! –Elesis se pondo em campo e invocando chamas por todo o campo.

_CHAMAS DO INFERNO! –gritou com uma expressão sádica no rosto.

Sua energia flamejante percorria seu corpo e olhos, mas suas asas não apareceriam se o dispositivo não fosse desativado. Seu rosto mostrava um sorriso maligno, doido pra ver sangue, mas tudo que viu foi seiva se queimando e um som estridente vindo da planta.

Jin estava preocupado, ela iria se machucar demais, e não queria isso. Elesis, desapontada com o que via e com o cheiro terrível de podre, acabou suprimindo as chamas vermelhas e deixando a planta cair num baque, quase murcha por completo.

Ela sentou-se em uma pedra alta e ficou balançando o rabo vermelho, tinha a expressão bem calma.

_Ei, podia ter pegado mais leve, Elesis… -Jin *aqueles risquinhos roxos de “não acredito” *.

_É LADY DAS FORJAS VULCÂNICAS PRA VOCÊ! –Elesis furiosa.

_Credo! Porque você me odeia?! –Jin subindo na pedra e ficando do lado dela.

Elesis o olhou de esguela,e  com uma rabada na canela do ruivo, ele caiu sentado, quase quebrando os ossos das nádegas.

_ITTE! –Jin massageando a área.

_Meu rabo não é de enfeite, seu humano bobo. –Elesis voltando a enrolá-la na coxa e ajeitar a roupas.

_Me chama de Jin, Jin! –Jin.

_Só quando você me tratar como tal quem sou, uma guardiã poderosíssima e SUA LIBERTADORA! SEJA AGRADECIDO, SEU IDIOTA! –Elesis.

_T-Tudo bem, Lady das Forjas Vulcânicas… -Jin se rendendo.

_Me chame apenas de Lady do Sub-Tártaro. –Elesis sorrindo.

_Certo… -Jin *calo na testa*.

_Não, me chame só de Lady… -Elesis pensando melhor.

_Decide logo por favor, o dona Lady… -Jin sem paciência.

_Ah, me chama de Elesis, humano. –Elesis se levantando e puxando-o para continuar o caminho.

_É JIN! –Jin.

Os dois andaram, cortando caminho para não passarem pelo Território do Verme Dragão, e foram direto para o Castelo da Prata…que havia sido abandonado pelos Cavaleiros de Prata há muitos anos.

Após passarem algunas morros e pequenas matas, eles localizaram mais ao longe, uma grande área coberta por trevas…o castelo ainda estava em boas condições. O castelo medieval e de grandes portas de ferro, as 17 torres tinham as luzes acesas, e o território era guardado por Guerreiros Negros, Lanceiros, Escudeiros, Sacerdotes…todos espalhados. Jin pode ver uma Tormenta…

Precisariam entrar de sola ou pegar o caminho estratégico…

_ELESIS NÃO! “Droga, vai ter que entrar de sola mesmo…” –Jin tentando puxá-la para atrás do local de esconderijo, mas a ruiva fugiu da mão dele e ficou à vista dos monstros.

_Venham, eu derroto vocês fracotes, apenas com um golpe. –Elesis estreitando os olhos.

Assim que os montros vieram com tudo pra cima dela, Jin teve o ímpeto de entrar no campo, mas a Tormenta veio em sua direção.

_JIN, VÁ LOGO, EU OS DERROTO. SEU OBJETIVO É O TOPO DA 17ªTORRE DO CASTELO, ELE TE ESPERA! TE ALCANÇO ASSIM QUE PUDER! –gritou enquanto invocava novamente as chamas, mas dessa vez mais intensas.

Jin aproveitou a chance, era por isso que ela viera, não podia derrotar o inimigo pra ele, ela só poderia ajudá-lo.

O lutador saltou, desviando habilmente dos golpes, e cada vez mais, acertava alguns golpes, mas os escudeiros eram os mais difíceis. Passar era quase impossível já que tudo estava coberto por monstros.

Elesis num segundo de encontro com Jin, agarrou-lhe o braço, e o lançou alto, virando alvo de lanças, que não chegaram a ser atiradas, pois a sibila fez um campo que criou esferas de fogo, explodindo-as como um grande campo minado.

Jin salto, pelos ombros dos montros ainda de pé e conseguiu entrar no castelo, lá encontrou ainda alguns guerreiros, ao qual derrotava com seu Onda Energética.

Elesis fez uma chama que tomou forma de uma espada em chamas…começou a lutar à físico, contra vários guerreiros, ela tinha ótimos reflexos e tinha um truque na manga: a manobra de seus cabelos e rabo, que podiam confundir muito o inimigo.

Eram vários membros do corpo lutando, ela chutava-os, e podia fazer movimentos aéreos com grande facilidade, ela desafiava a gravidade melhor do que ninguém, como uma raposa selvagem e flexível.

Ela fez uma pequena pose com a espada de fogo, e a apagou. Olhando em volta todo seu estrago.

_Ai…como é triste ter que presenciar uma cena dessas… -falou ironicamente com um bico sedutor.

Olhou na direção do castelo…o humano devia estar bem perto de chegar ao destino. Problemático, pensava ela, era ter que fazer as vontades do humano até ele completar sua vingança. Caso ela não cumprisse tal acordo, ela ficaria mal perante todos os Miticianos e também aos próprios seres de Ernas e Asmodia.

_Porcaria…mas vai valer a pena…vou ter uma companhia divertida… -dizia caminhando tranquilamente até os portões do castelo.

Continua


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Notas finais do capítulo

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