Favorito Ator escrita por VampireDay


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Bella sentiu o estômago revirar no momento em que cruzou a ponte principal de Terrigal e virou à esquerda no sentido da avenida central.

Talvez a idéia de não ter-lhe enviado um fax na noite anterior não tivesse sido a melhor escolha. E assistir ao embaraço do homem já não lhe parecia tão divertido naquele instante. E se continuasse tão nervosa quanto estava, seria ela quem ficaria com ar de tola no final.

Bella inspirou o ar com força até encher plenamente os pulmões e depois soltou-o bem devagar. Procurou assim relaxar a musculatura e tranqüilizar a si mesma de que não haveria razão alguma para sentir-se tão embaraçada ou nervosa. Estava sendo tola. Aquele era apenas mais um serviço de faxina, e, se Deus permitisse, não iria se repetir.

Sentindo-se bem mais segura, ela olhou por um momento a linda praia pela qual passava. Fazia muito tempo que não andava por aqueles lados. Quando levava Seth à praia, geralmente costumavam ir para Wamberal ou Shelly. A enseada de Terrigal propiciava a formação de ondas suaves, o que agradava os turistas, mas não um garoto de 9 anos que adorava surfar.

Bella, porém, se deliciava com a visão esplendorosa. Embora ainda fosse primavera, já havia muita gente na água enquanto outros aproveitavam o sol em busca de bronzeado.

Pela beleza do lugar, podia-se concluir por que os abastados turistas de Sidney acabavam se apaixonando e adquirindo belas casas ou luxuosas coberturas ali. Principalmente os imóveis que possuíssem varandas e propiciassem uma vista para o mar azul e as montanhas verdejantes que se delineavam ao fundo.

A cobertura de Edward deveria ter uma dessas lindas vistas, deduziu Bella no momento em que avistou o prédio revestido de cerâmica azul. Apesar de ser um edifício de apenas três andares, a localização era privilegiada.

Bella estacionou numa das vagas indicadas para visitantes e após trancar o veículo e se identificar para o porteiro, contornou a construção e entrou no hall. Percebeu a tensão nervosa retornar no momento em que apertou o botão que indicava o apartamento de cobertura.

— Entre logo, Angela! — a poderosa voz masculina ecoou do minúsculo alto-falante.

Bella mal abriu a boca para se identificar, quando ouviu o clique do interfone sendo desligado e o som da campainha indicando a abertura da fechadura.

Ela gemeu frustrada, e apenas tocou na madeira envernizada. A porta se abriu, proporcionando-lhe a passagem e depois se fechou automaticamente. Bella aguardou por alguns minutos antes de prosseguir e respirou fundo. Precisava de um novo fôlego para acalmar-se. "Afinal, o que havia com aquele homem que a deixava tão apavorada?", pensou com desgosto. Ela costumava ser tão segura ao tratar com os clientes e lidar com as mais variadas situações. Muitas das quais exigiam "cabeça fria" e muito tato.

Decidida a retomar a compostura, atravessou o amplo saguão revestido com piso de mármore e repleto de janelas. Apesar das vidraças, o ruído do tráfego, ou do mar, não podia ser ouvido. Isso significava que os vidros das janelas deveriam ser à prova de som. O que demonstrava que o prédio não primava por economia. Era o que ela pensava enquanto passava pelos elevadores e aproximava-se da escadaria. A seguir subiu os degraus acarpetados até o último pavimento.

O hall da entrada de serviço, apesar de espaçoso, não tinha nada de especial. Talvez o arquiteto não tivesse se importado em valorizar o ambiente que seria usado apenas por serviçais. O único adorno era um imenso espelho colocado na parede ao lado da solitária porta. Talvez tivesse sido posto ali apenas para que pudéssemos conferir nossa aparência antes de entrar.

Bella mal teve tempo de dar uma rápida conferida no próprio visual, quando a porta foi aberta e surgiu um homem vestido com calças jeans e uma camiseta justa branca que deixava transparecer o imenso volume da musculatura avantajada.

"Edward Cullen", presumiu Bella ao erguer a cabeça para encará-lo. Não o achou tão bonito como fora seu falecido marido. Porém, era atraente. Apesar da barba por fazer há pelo menos uns três dias e os olhos verdes, que a mediram de cima a baixo, exibindo um brilho de surpresa no olhar.

— Você não é Angela! — Foram suas únicas palavras, pronunciadas no mesmo tom de arrogância.

Bella precisou esforçar-se para não rir e manter a expressão de seriedade profissional.

— Está absolutamente correto. Sou Bella Swan-Black da Clean-in-a-Day. Angela machucou o tornozelo e não tinha condições de vir hoje. Tentei lhe explicar o fato pelo telefone ontem à noite, mas o senhor desligou sem me dar oportunidade de falar.

Edward não demonstrou nenhum embaraço, apenas deu de ombros e falou:

— Sinto muito, porém deveria ter dito quem era logo no início da conversa.

— Bem, acredito que não tive essa chance. De qualquer forma, estou aqui para resolver o problema e substituir Angela.

— Deve estar brincando! Você mesma vai limpar o "apartamento?

— E por que não?

Diante de tamanho espanto, Bella imaginou que deveria rever sua opinião de que uma diarista para ser reconhecida não precisaria estar malvestida. Apesar de que, naquele dia, ela não usava nada sofisticado, apenas uma calça capri, tênis brancos e um top na cor chocolate que deixava à mostra os ombros delicados e roliços e a pele bronzeada. Os cabelos castanhos estavam presos no alto da cabeça, como costumava usá-los quando planejava fazer uma faxina. As únicas jóias eram uma corrente fininha de ouro no pescoço, um relógio delicado no pulso direito e um par de argolas também de ouro nas orelhas. A maquiagem tão sutil quanto o perfume. No ombro direito mantinha as longas alças da sacola de palha, onde guardava o avental, o par de luvas de borracha, o sanduíche natural e a garrafa de água mineral.

— Posso lhe assegurar que deixarei seu apartamento perfeitamente limpo e sairei daqui sem uma mancha sequer em minha roupa! — Exclamou ela com o nariz empinado.

— Quer saber de uma coisa, queridinha? Acredito em você!

Bella cerrou os dentes e por pouco não retrucou dizendo que não se tratava de sua "queridinha" e sim da proprietária da agência Clean-in-a-Day, no momento em que ele recuou para lhe dar passagem.

Entretanto, a visão espetacular da sala de estar afastou-lhe a irritação. A atração que sentia pelos ambientes refinados e espaçosos sempre lhe roubava o fôlego. Aquele era o tipo de lugar que ela sonhava possuir algum dia. Girou os olhos e vasculhou ao redor. Tudo era perfeito e harmonioso. Desde a escolha dos móveis até os quadros e adornos. A elegância e o bom gosto do decorador eram dignos de uma medalha!, pensou.

Desde criança, Bella detestava ambientes com cores vibrantes e mal combinadas. Abominava a recente tendência de se usar nas casas de praia a mistura das cores laranja com rosa; azul com verde ou preto com lilás.

— Devo reconhecer que há quilômetros de piso para serem limpos, porém Angela nunca se queixou. — Ele declarou em voz alta, logo atrás dela.

Bella girou o corpo para encará-lo, torcendo para que ele não percebesse a admiração com que ela observava o apartamento.

— Também não me ouvirá reclamar. Tenho muitos anos de prática na limpeza de casas — devolveu ela.

— Continua a me surpreender. Pela sua aparência, eu seria capaz de jurar que não saberia sequer varrer um tapete.

— Como se costuma dizer, as aparências enganam senhor Cullen.

— Ora, por favor! Chame-me de Edward. Detesto formalidades — revelou, ele, com um sorriso cordial. — Agora, gostaria de lhe dar algumas instruções antes de voltar ao meu trabalho. Angela lhe falou sobre os serviços extras que gosto que sejam feitos?

— Sobre limpar as janelas e levar as roupas para serem lavadas?

Ele ergueu as sobrancelhas e exibiu um sorriso de surpresa. Bella poderia jurar que ele ficou levemente desapontado por não ter conseguido apanhá-la em alguma falha.

— Encontrará tudo o que precisa na área de serviço. Meu quarto é a última porta do lado direito — informou ele, apontando na direção do corredor. — E meu escritório é na primeira porta à esquerda. Por acaso Angela lhe avisou que não gosto de ser incomodado quando estou trabalhando?

— Sim. Ela me avisou também que deduzia que o senhor deveria ser um escritor.

Bella quase lhe perguntou qual o gênero literário sobre o qual escrevia, mas preferiu não dizer nada. Ela costumava instruir suas diaristas a não se tornarem íntimas demais com os clientes, principalmente com aqueles na casa de quem trabalhavam.

— E. Talvez um escritor seja a imagem perfeita de como me descreveria no momento — disse ele esboçando um sorriso num dos cantos dos lábios.

A campainha insistente de um telefone tocando em algum canto do apartamento fez com que ele franzisse o cenho e praguejasse:

— Que droga! Eu deveria ter ligado a secretária eletrônica! Embora eu duvide que sejam as operadoras de telemarketing a essa hora da manhã. É melhor eu atender logo essa coisa! — e com aquelas palavras ele disparou pelo corredor. Porém, no meio do caminho, estacou e espiou para trás sobre o ombro esquerdo: — Pode ser que não nos vejamos mais por hoje. Quando terminar, pode ir embora. O valor da diária está em cima do balcão da cozinha.

Quando ele fechou a porta do escritório, Bella não pode impedir uma espécie de desapontamento. Não saberia explicar o motivo, mas estava gostando de conversar com ele. Afinal, que lhe importava saber mais sobre Edward Cullen?

Absolutamente nada!, concluiu para si mesma e apressou-se na direção da área de serviço.

Kika Cullen


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