My Ghost escrita por Cicy


Capítulo 13
Cap. 13: Literalmente, agora minha vida é sua


Notas iniciais do capítulo

Hm. Finalmente. o/' Penúltimo capitulo...
Obs: o nome do capitulo é uma "nota mental" - assim como a Lily diz - da Louise. D'



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“O que ela faz aqui? – me perguntava toda vez que olhava pra ela.”

 

Sem dúvida, há tempos eu não a via, mesmo assim seria impossível eu não reconhecer as madeixas negras presas para trás, os olhos esverdeados e os lábios finos como os meus.

 

- Oi. – a moça cumprimentou a recepcionista atrás do balcão

- Olá. Posso ajudar?

- Sim, vim saber como está minha sobrinha.

- Como ela se chama? – a funcionaria do hospital perguntou

- Louise Bonnie.

 

Após alguns segundos a recepcionista iniciou a informação que importava para minha tia e, agora, para mim também.  

 

- Bem, essa paciente ainda está no coma, sua recuperação está bem lenta.

- E eu não posso vê-la?

- Desculpe, mas não tenho autorização para deixá-la entrar. – disse ela decepcionando minha tia

- Está bem.

 

Eu pulava de tanta felicidade, não podia acreditar nisso. Corri em busca de Bill, que para minha sorte já estava mais calmo. Agora eu tinha que planejar uma forma de chamar sua atenção sem ser notada, o que era praticamente impossível com a presença dos outros ali.

 

- Bill

 

Finalmente meu momento angustiante havia terminado, meu irmão está bem. Eu não consigo me ver sem ele, nem poderia, Tom é a pessoa mais importante na minha vida e se eu o perdesse esse seria meu fim.

Foi entre meus devaneios que acabei por notar que alguém, não tão menos importante, não estava comigo.

 

‘Onde está Louise?’

 

O que está acontecendo? As pessoas estão fugindo de mim?

- Com licença... – uma jovem enfermeira de cabelos ruivos se aproximou de mim, me bloqueando contra a porta, fazendo com que, de alguma forma, ficássemos ‘a sós’.

- Sim. – falei num sussurro

- Bom, a senhorita... Louise? – então se formou um sorriso nos lábios avermelhados dela – Sim, Louise, quer falar com você.

- Quem? – aquilo me pareceu um tanto estranho, não era possível. Então, eu reconheci seu sorriso, o olhar penetrante ao qual apenas uma pessoa obtinha.

 

Ela seguiu em minha frente enquanto eu a acompanhei até o banheiro, entrei no cômodo e depois de alguns segundos minha “fantasminha” apareceu em sua condição normal, pelo menos normal para mim.

 

- O que foi isso? Você possuiu a enfermeira? – perguntei sem pensar nas palavras que saltitaram de minha boca

- Calma, foi por uma boa causa.

- É bom que seja coitada da enfermeira.

- A Bill, larga de ser escandaloso...

- Fala logo menina!

- Okay. – pausou suspirando um suposto “ar” logo continuando – Bill, eu estou viva.

- Hã? – novamente os pontos interrogativos vieram a minha cabeça – Como assim?

- Eu estou viva, simplesmente, o que tem de complicado nisso?

- Mas, como foi que você descobriu isso?

- Ah! Isso não importa. – ela disse se virando para olhar através da fechadura da porta

- Estava escutando a conversa dos outros? – eu a fuzilei, vendo claramente a verdade – Ah! Que coisa feia Louise.

- Ah! Eu não estava escutando de propósito, foi um “acidente” – se defendeu gesticulando com as mãos o aspas, colocando ênfase na palavra acidente.

- Sei...

- Meu corpo está aqui Bill. – continuou ela inquieta

- Aqui? Mas, que coincidência. – suspeitei – Eu quero ver.

- Pra que?

- Eu quero. – afirmei

 

Ela me levou até o local onde, segundo alguma informação que ouviu, o corpo dela mesma estava. No ultimo andar nos deparamos com o enorme corredor branco. De alguma forma, Louise me parecia mais viva a cada passo; ela estava radiante. Na ultima porta, havia um quarto escuro, iluminado somente pelo clarão do corredor e pelas luzes dos aparelhos ligados.

 

- É aqui Bill. – ela sussurrou, como se não quisesse acordar a si mesma.

- Louise, faz um favor pra mim? – ela assentiu deixando que eu prosseguisse – Eu vou entrar e você vai ficar aqui.

- Mas, pra que?

- Por favor. – pedi com convicção

 

Mais uma vez ela assentiu confusa. Em silencio, girei a maçaneta cautelosamente, fechando a porta logo em seguida. Louise poderia muito bem ter entrado, mas eu confiava o suficiente nela.

Aproximei-me do corpo que estava totalmente estendido na cama. Penetrei meus olhos no rosto pálido que não continha expressão alguma. Levemente, toquei sua mão, que estava tão fria quanto o gelo, foi só então que notei com mais clareza cada traço que formava o rosto da paciente, um rosto fino, seus olhos levemente puxados, o nariz bem desenhado e sua boca, que parecia curvar-se em um inocente sorriso. Entrelacei meus dedos em sua mão e, ao mesmo tempo, envolvi minha outra mão em sua nuca, aproximando nossos rostos. Olhei fixamente nos lábios arroxeados de Louise, me aproximando cada vez mais, por fim encostando os meus nos dela...

 

- Louise

 

Eu o esperava inquieta do outro lado da porta, minha curiosidade nem sempre havia sido uma virtude. Estava preste a entrar no quarto quebrando minha promessa de não entrar quando percebi que eu estava estranha, estava sumindo aos poucos. A sensação que eu tinha era de estar sendo sugada por algo, por mais que eu tentasse correr era inevitável. Estava com muito medo do que aconteceria...

 

Abri meus olhos lentamente, com tamanha dificuldade, pois esses pareciam estar grudados. Com o passar de alguns segundos, minha visão turva foi ficando límpida, me deixando ver com clareza o rosto angelical de Bill, que estava com seus olhos fechados e seus lábios grudados aos meus. Ele me soltou, olhando-me confuso.

 

- Louis?

 

Entreabri meus lábios, mas minha garganta estava seca, o que me impediu de pronunciar qualquer palavra, mesmo assim, a ultima coisa que eu queria fazer naquele momento era falar alguma coisa, eu só queria juntar meus lábios aos de Bill e poder sentir seu corpo encostar-se ao meu como nunca havia sentido. Levei meus braços até Bill os colocando em volta de seu pescoço, envolvendo nossos lábios num beijo calmo e lento. O oxigênio entrava veloz em meus pulmões enquanto nossas línguas dançavam uma valsa romântica. Parei vendo o sorriso tão lindo de Bill formasse diante do meu e, por fim, pude dizer a única palavra que um dia eu quis dizer para o homem da minha vida...

 

- Bill... – sussurrei perto de seus lábios – Obrigada.

 


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Notas finais do capítulo

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