Duo Reality escrita por Warfighter


Capítulo 8
Capítulo 7- Planos


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouquinho mas está aí! Boa leitura pra vocês :3



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Capítulo 7

Planos


Ficou louco?- perguntou Robert indignado.

Eu ia começar a falar, mas Millie interrompeu:

–Daniel está certo. Não podemos ficar presos dentro de um videogame a vida inteira não é?

–Programa.- corrigiu Robert.

Ela revirou os olhos.

–Que seja.- prosseguiu- O fato é: uma hora vamos ter que voltar pra casa. Temos família.

Família...Minha mãe... Tinha o horrível pressentimento de que ela não estava bem.
–Ou tínhamos. - completei sem pensar.

–O que você quer dizer com isso? - perguntou Millicent preocupada.

Tentei olhar diretamente para aqueles olhos cinzentos.

–Quero dizer que, a essa altura, Steven já deve ter assumido o comando.
–E não é por isso que estamos tentando voltar?- indagou Robert.

–Exato.- concordei.- Então, vamos? - prossegui.

Toquei minha cabeça para tirar o capacete. Eles fizeram o mesmo. Ele não estava lá. Olhei para os meus companheiros. Também estavam apavorados.

–Devemos ter perdido no rio...- falou Robert com a voz trêmula.

Ótimo. Perdemos nossa porta de entrada para o mundo real.

–Poderia ser pior...- Millie tentou consolar. Mas eu estava furioso:

–O que exatamente poderia ser pior?- gritei- Hein? O governo vir até aqui e nos matar? Ah é, eles já tentaram isso e quase conseguiram!!- explodi.

–Olha, não precisa gritar comigo OK? Foi você quem quis pular na porcaria do rio!- berrou Millie de volta.

–Isso nos salvou!- eu estava bufando- e foi você quem resolveu ficar com o Pablo!

Ele nos salvou! Você só deu a maldita da solução de pular no rio! E se não fosse por ele, você não iria descobrir de jeito nenhum como libertar seu amorzinho!- despejou ela.

As palavras caíram sobre mim como bigornas. Amorzinho? Sarah? O que essa garota sabia?

–Hum... me desculpe.- cedi – não devia ter gritado daquele jeito, você só estava querendo ajudar.

Ela sorriu de satisfação. Se olhar me metralhou como sinal de que vencera. Robert pigarreou:

–Voltando ao principal...- começou ele – Não podemos ir a loja do governo comprar capacetes!

–Tem razão- disse Millie- Não podemos ir a lugar algum onde o governo está envolvido.

–Então devíamos ficar aqui.- falou Robert. Eu achava que ele estava com medo de voltar. Medo de encarar a realidade. Mas não podíamos viver uma fantasia para sempre.

–Vão arrumando as coisas- falei- eu dou um jeito de voltarmos.

Eles assentiram com a cabeça e em seguida se viraram e começaram a andar. Ouvi Millie sussurrar a Robert:

–Viu? É só falar dessa menina que ele fica calminho na hora...- disse em um tom meio zombeteiro.

Uma raiva começou a crescer dentro de mim por causa desse comentário. Mas não me deixei abater. No fim, era verdade mesmo. Meu corpo estremecia só de ouvir falar em Sarah.

Era insano.

Louco.

Mas real.

Ou será que não? Será que quando voltássemos para a realidade meus sentimentos desapareceriam? E se eu voltasse a ser o Daniel de sempre?

Não.

Eu havia aprendido muito em pouco tempo, não poderia perder isso.

Mas no momento eu tinha outros problemas. Eu estava muito preocupado com o que aconteceria quando eu voltasse. Mas se não o fizesse, nunca saberia.

Sentei-me naquelas pedrinhas da margem. Elas eram duras e pontudas, mas eu estava tão cansado, que nem ligava.

O corpo de Pablo continuava ali.

Imóvel.

Sereno.

Morto.

Mas com essa visão, uma ideia me iluminou: Pablo era ex-agente do governo. E agentes do governo não precisam de capacete! Isso significava que em algum lugar daquele chip, se escondia um teletransportador, leia-se, um capacete.

Mas como?

Peguei o chip em meu bolso. Olhei-o de vários ângulos diferentes. Ainda estava lá os micro chips coloridos, menos, obviamente, o azul. Virei-o e olhei para a parte de trás.

Era liso, prateado e reluzente.

Exatamente como um capacete.

Arranquei-a com um pouco de dificuldade no início, mas no fim, saíra de todo jeito, e era isso que importava.

–Ei!- chamei Robert e Millie. Os dois vieram rapidamente- Achei uma maneira de voltarmos!

–Como? - indagaram os dois em uníssono. Mas com tons de voz diferentes. Millie parecia feliz; Robert, apavorado.

Expliquei-lhes tudo, da mesma forma como havia raciocinado anteriormente.

–Ótimo. - disse Millicent. - mas isso estava no cérebro de Pablo- ela falou o nome com esforço, como se tivesse preso em sua garganta. - como vamos usar isso juntos e irmos para o mesmo lugar?

–Vamos segurar firme e desejar ir até...hum...- pensei por alguns momentos – a casa de Robert. Já que a sede do governo é no norte. Vamos? Segurei o metal com a ponta dos dedos.

Millie hesitou:

–Não acha melhor... o enterrarmos antes?- falou apontando para o pequeno corpo no chão.

Ela tinha razão. Ele havia nos ajudado, salvado nossas vidas... Devíamos isso a ele. Além do mais, o governo nos rastrearia facilmente encontrando só um corpo na margem, e não quatro.

–Boa ideia- disse eu.

Então o fizemos. Não conseguimos cavar uma cova adequada a ele, e só falamos algumas palavras como: “ Não te conhecíamos muito bem, mas obrigado.” Eu sei que não foi o suficiente, mas sim, o possível.

Demos um último adeus a Pablo e seguramos no chip.

–JÁ!- gritei.

Senti um clarão em volta de mim, apesar do olhos estarem fechados. Eu havia morrido?

Os abri. Estava em meu quarto.

Sozinho.




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Notas finais do capítulo

E aí? o que acharam?