Fui para o meu quarto. Não conseguia conter as lágrimas.

Eu não acredito que é isso o que ele pensa. Eu sei que eu tenho que terminar com o Stefan, mas eu não posso terminar assim, o Damon deveria entender isso.

Eu estava extremamente arrependido do que havia falado, eu não deveria magoar a Elena, eu já tinha a tratado mal de mais quando ela chegou, e quando finalmente nos resolvemos fiz essa idiotice, eu tenho que parar de agir por impulso, e foi tudo por um ciúme estúpido.

A Elena é pura e ela nunca seria como a Katherine! Porque merdas eu tive que estragar tudo?

Eu estava disposto a me desculpar, aliás, eu tinha que me desculpar, e eu não iria deixar orgulho nenhum me impedir.

...

–Elena, precisamos conversar. –Falei batendo na porta de seu quarto. Ela permaneceu em silêncio. –Por favor, me desculpa Elena. –Pedi ainda do lado de fora.

–Damon, sai daqui, não quero falar com você! –Gritou de dentro do quarto.

–Por favor, só me escuta!

Ela abriu a porta do quarto me fitando com os olhos.

–O que você quer? –Perguntou fria. –Se for me comparar com a Katherine de novo pode ir embora.

–Só quero me desculpar.

–Fique a vontade. –Continuou fria.

–Elena, eu agi por impulso, eu não deveria ter te falado aquilo, você é muito melhor do que a Katherine, eu fui estúpido, me perdoa.

Eu não podia perdê-la por essa bobeira, por que eu tive que ser tão estúpido com ela? Tudo o que eu mais queria era que ela me perdoasse, realmente tenho que parar de agir por impulso.

Era difícil ver o Damon se desculpando daquele jeito e não perdoá-lo no mesmo segundo, mas eu não podia desculpá-lo tão fácil, ele realmente me magoou ao me comparar com a Katherine, ao dizer que eu queria os dois, as palavras dele me magoaram muito mais do que ele poderia imaginar, eu estava me sentindo uma vadia com aquilo.

–-Eu preciso de alguns minutos sozinha, depois conversamos. –Respondi com dificuldade tentando controlar toda a minha vontade de beijá-lo e dizer que estava tudo bem.

–Você tem certeza disso? –Perguntou me olhando profundamente, aqueles olhos eram meu ponto fraco, oh deus porque ele tem que ser tão lindo.

Juntei todas as minhas forças para respondê-lo:

–Tenho certeza.

–Tudo bem, quando resolver falar comigo me avise. –Suspirou derrotado.

...

O dia se passou arrastado, não parei um segundo de pensar no Damon.

O que eu estava fazendo? Eu havia traído o Stefan, eu nunca imaginei que o trairia, nunca imaginei que trairia alguém, eu sou uma vadia, sim eu sou, por amar o irmão do meu namorado, por ter todos os desejos mais luxuriosos com ele.

Não aguentava ficar mais trancada naquele quarto, perdida em meus pensamentos. Decidi descer para a sala, mesmo sabendo que provavelmente o Damon estaria por lá.

Cheguei na sala e percebi que o Damon não estava, ótimo, assim eu não teria que encará-lo agora.

Me sentei no sofá e fiquei assistindo TV. Passaram-se algumas horas e vi o Damon entrando pela porta, com uma cara péssima, com uma garrafa de whisky na mão.

–Ei Elena. –Falou erguendo a garrafa como se fosse em um brinde. É ele estava bêbado.

Eu queria ser fria com ele, mas eu estava realmente preocupada com seu estado.

–Onde você estava? –Perguntei preocupada me aproximando dele.

–Bar, bebendo, bebendo no bar... –Falou e começou a gargalhar de si mesmo como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo.

–E eu que sou a bêbada. –Falei revirando os olhos. –Me dê essa garrafa, você não vai querer ficar mais bêbado do que já está, certo? –Perguntei retoricamente.

–Não, é minha garrafa. –Falou rindo do seu jeito bêbado, e parecendo uma criança mimada.

–Damon, você não vai agir como um garotinho mimado agora não é?

–Blá blá blá, você age como uma idosa, eu sou mais velho e eu sei me cuidar.

–Estou vendo como você sabe. –Ironizei. –Me dá essa garrafa Damon.

–Vem pegar. –Falou correndo na velocidade vampírica para o quarto dele.

Fui atrás e assim que entrei no seu quarto me senti sendo prensada na parede. Nossos rostos ficaram realmente próximos, nossos lábios apenas a alguns milímetros um do outro, seu hálito estava cheirando a álcool.

–Damon me solta! –Pedi com dificuldade.

–Calma amorzinho. –Falou bêbado me soltando e dando um passo para trás. –Não vai pegar a garrafa? –Perguntou levantando a garrafa para o alto.

–Damon, me dê essa garrafa agora! –Falei autoritária.

–Só se você me perdoar.

–Estou falando sério, Salvatore, você tem três segundos para me entregar essa garrafa, um, dois...

–Tudo bem. –Falou como uma criança mimada e me entregou a garrafa.

–Agora vai tomar um banho, você está fedendo a álcool. –Mandei.

–Você não manda em mim!

–Damon, vai tomar banho!

–Então vem comigo. –Sorriu malicioso.

O Damon consegue ser bem irritante quando está bêbado, e ainda continua lindo, o cabelo desgrenhado, a camiseta preta com dois botões abertos exibindo um pouco do seu peitoral, ele é perfeito de qualquer jeito, perfeito para mim.

–Você é ainda mais teimoso e inconveniente bêbado. –Sorri.

–Não sou teimoso.

–Então vai tomar banho, por favor, lembra que banho ajuda a passar o efeito da bebida? –Dessa vez pedi com carinho.

–Tudo bem, eu vou. –Falou indo em direção ao banheiro, mas estava tão bêbado que quase caiu e teve que se apoiar na escrivaninha.

Eu sabia bem o que eu tinha que fazer.

–Vem, eu te ajudo. –Falei me dando por vencida.

O ajudei a entrar no banheiro, a situação dele não estava nada legal, acho que vampiros não deveriam ficar bêbados, mas infelizmente não temos esse dom.

O ajudei a tirar a camisa, e então a calça, o deixando apenas com sua cueca boxer azul escura.

Liguei o chuveiro e ele entrou embaixo da água.

–Está melhorando? –Perguntei preocupada.

–Muito. –Respondeu me fitando. –A água realmente faz efeito.

–Então acho melhor eu ir, já que está bem. –Respondi me virando para sair, mas fui surpreendida por seus braços me puxando para debaixo do chuveiro com ele, e no segundo seguinte senti nossos lábios sendo colados. Eu queria resistir, ah dane-se, não tinha como resistir.

Coloquei minha mão em sua nuca e retribui o beijo, eu precisava daquele beijo, precisava dele, droga, eu posso esquecer qualquer coisa que ele já tenha me falado, posso esquecer que ele me magoou, e que ele me comparou com a Katherine, eu só precisava estar com ele. Todo o meu corpo estava pulsando por ele, eu reagia a cada toque, o corpo dele parecia que foi feito na medida certa para o meu, só em um beijo ele consegue me causar sensações que nunca imaginei que iria sentir em toda a minha vida.

–Me desculpa por ter te magoado. –Sussurrou em meus lábios parecendo realmente arrependido. –Eu estava irritado, eu nunca quis te falar aquilo, você sabe que eu nunca te magoaria de propósito.

–Eu sei que não. –Sorri de uma forma reconfortante. –Eu te amo tanto.

–É tão bom te ouvir falando isso, eu fui tão estúpido com você. –Falou acariciando meu rosto.

–Me ouvir falando que te amo? Eu te amo, eu te amo, eu te amo... –Falei e ele sorriu, eu nunca cansaria de dizer que o amo. –Sim, você foi mesmo estúpido, mas tinha seus motivos.

–Não tem um bom motivo para te magoar, Elena.

–Vamos esquecer isso. –Sorri para ele.

–Eu te amo de mais, você sabe que eu não aguentaria te perder mais uma vez, princesa.

–Você nunca vai me perder, eu sou sua, sempre fui.