- Grávida?

Peeta me olhava como se estivesse tentando absorver aquela palavra. Não que eu não queria ter um filho, mas e se Peeta não quiser, o que eu vou fazer?

- É... Grávida.

Ele voltou a me olhar como se não tivesse entendido uma palavra que eu tinha acabado de dizer e estava começando a me assustar.

- Dá pra você falar alguma coisa?

- Katniss...

- Já sei Peeta, você não queria um filho agora, até por que, somos muito jovens e temos muita coisa pra fazer pela frente...

- Não Katniss, nada a ver...

- Nada a ver? Como nada a ver?

- Katniss, eu quero essa criança, por mais que sejamos novos demais pra isso, eu vou cuidar de você e dele... – ele sorriu e me olhou nos olhos. – Ou dela, não é? – sua mão desceu para a minha barriga e ali ficou por um tempo.

- Sério? – senti meus olhos começarem a arder e ficarem molhados.

- Você tá chorando?

- Sabe o que dizem, que a mulher fica mais sensível na gravidez? Então... – sorri e senti as lágrimas escorrerem por minhas bochechas.

Peeta me abraçou me e ficamos ali um tempo.

- Quero comer pão de queijo. – falei com a cabeça enterrada em seu pescoço.

- Katniss, que trabalhão! - Peeta bufou.

- Seu filho vai nascer com cara de pão de queijo. - fiz biquinho e pisquei os olhos algumas vezes.

Escutei sua risada abafada em meus cabelos e logo depois suas mãos em meu rosto, me puxando para olhá-lo.

- Vamos lá em baixo que eu faço. – Peeta me deu uma piscadela e um selinho estralado.

Descemos para a cozinha, me sentei na cadeira e apoiei os cotovelos na mesa, enquanto observava Peeta fazer os pães de queijo.

- Vai demorar muito?

- Tá com fome?

- Demais.

- O que foi? Você fica aí me olhando com um sorriso estranho na cara.

- Nada, é que eu gosto. – sorri pra ele.

Peeta terminou de fazer as coisas e fomos até a sala de jantar pra comer. Sentamos um de frente para o outro e eu ataquei a comida, como sempre.

- Nossa que fome! – falei colocando dois pães de queijo de uma vez na boca.

**********

Chegou o dia da festa do filho da Annie, o Matt. Annie e Finnick estavam na maior correria, pra lá e pra cá com todos os preparativos e eu e Peeta estávamos ajudando.

- Mamãe! – Matt gritou com sua vozinha de bebê enquanto engatinhava no chão da sala.

- Oi filho. – ela pegou ele do chão. – Essa é a sua titia Katniss. – Annie o virou para mim e acho que é o bebê mais lindo que eu já vi na vida, os olhos enormes com cor de bolinha de gude e os cabelos castanhos enroladinhos caiam nos olhos.

- Oi. – falei baixinho enquanto pegava ele no colo.

Senti ele me abraçar devagar e pegar meus cabelos com as mãos gordinhas e puxando-os. A pele macia de sua bochecha encostou na minha, fazendo parecer que eu estava sendo massageada por um pedacinho de algodão.

- Olha o garotão aí! – Peeta chegou perto e bagunçou seus cabelinhos.

- Calinha aí. – falei fazendo cara feia pra ele.

- Relaxa amor. – Peeta me deu um beijo estralado. – O nosso chega logo, logo.

Todos os convidados começaram a chegar e a comer. Haymitch como sempre, em todas as festas, com uma garrafa na mão, enchendo a cara.

- Isso daqui é uma festa de criança! – Effie disse chegando perto e tirando a garrafa de sua mão.

- Calma aí docinho, eu só estava dando uma goladinha.

- Docinho? – olhei confusa pra Peeta e depois pra Annie que se aproximou para tirar Matt de meus braços.

- Mais uma surpresa pra vocês. Haymitch e Effie estão juntos desde um tempo depois que vocês foram pro Brasil. – Annie começou a rir.

- Não brinca! – eu e Peeta gargalhamos também.

- É a vida. – Effie arqueou a sobrancelha.

- Você não usa mais perucas Effie? – Peeta riu. – Ficava mais bonitas com elas.

- Não queridinho.

Voltamos a curtir a festa que tinham crianças correndo pra lá e pra cá. Johanna e Cato foram quase os últimos a chegarem.

- Nossa, chegou cedo pra amanhã. – Peeta se aproximou e deu um abraço em Johanna, com cuidado pois sua barriga estava enorme e depois apertou a mão de Cato.

- Gêmeos então? – sorri olhando pra sua barriga.

- Sim, gêmeos. – ela bufou passando as mãos na barriga e olhando pra Cato.

- Pensa assim, se todos se parecem com o Cato, tá tudo ótimo. – Peeta riu mais ainda e Cato o acompanhou.

- Você não perde uma hein amor? – abracei Peeta.

Sentamos numa mesa para comer, Johanna atacou quase toda a mesa de comida da festa e parecia nunca ficar satisfeita. Conversamos, rimos e relembramos muitas coisas de um ano atrás e até nos permitimos conversar sobre a arena, que trouxe muitas lembranças não muito boas. Falamos de Gale e quanto ele fazia falta, por mais que ele não fosse apegado a nós, era nosso amigo, e ele sempre vai ser lembrado.

No final da festa, Matt estava derrubado de sono nos braços de Finnick, que usava apenas um braço para segurá-lo.

- Mana, a festa estava ótima. Obrigada. – abracei-a e depois beijei Finnick no rosto.

- Eu que agradeço. – ela se despediu.

Eu e Peeta saímos da casa de Annie e andamos na rua escura até a nossa casa. Subi as escadas e parei no ultimo degrau.

- Tá tudo bem? – Peeta perguntou passando as mãos na minha cintura.

- Sim. – sorri e me virei para abraçá-lo, beijando seu pescoço e colocando minhas mãos por dentro de sua camiseta.

- Gostei disso. – senti sua risada no meu pescoço.

- Vamos. – dei um sorrisinho malicioso e pulei em seu colo.

- Essa noite pode ser bem animadinha. – ele gargalhou antes de entra no quarto, fechar a porta e me jogar na cama, sem ao menos acender a luz.

Peeta me segurou pela cintura se abaixando para me beijar devagar e calmo, nossas línguas se misturando uma com a outra. Peeta ficou em cima de mim e eu desabotoei cada botão de sua blusa, sem quebrar o beijo e ele abriu o zíper do meu vestido, abaixando e deixando-o na altura da meu quadril. Peeta beijou meu colo e minha barriga, acariciando bem ali, onde estava nosso filho. Ele desceu até meu shorts e tirou apressadamente me deixando de roupas intimas, voltou a me beijar e massagear um dos meus seios me fazendo gemer baixinho. Ele me beijava devagar, enquanto sua mão esquerda estava em meu seio esquerdo e sua mão direita fazia carinho na lateral do meu corpo. Me levantei quebrando o beijo e tirei o sutiã enquanto Peeta tirava minha calcinha me deixando nua e fazendo o mesmo logo em seguida. Ambos nus agora, ele se ajeitou entre minhas pernas e penetrou devagar.

**********

9 meses depois...

Acordei naquela manhã chuvosa com uma dor que queimava cada parte do meu corpo. Minha enorme barriga doía tanto que me deixava sem meus sentidos.

- Katniss, calma, vou te levar pro hospital. Respira. – Peeta me pegou pelas mãos e me levantou devagar da cama, fazendo carinhos em ambas.

- NÃO ME PEDE... CALMA! - gritei quase puxando seus cabelos.

Voltei a me contorcer de dor enquanto vi Finnick entrar correndo pela porta do meu quarto e ajudando Peeta a me levar pro carro. Finnick entrou e acelerou o carro o máximo que ele pode. O caminho pro hospital nunca foi tão longo.

Chegando lá, Peeta me pegou no colo e me levou pra dentro do hospital, logo me colocando em uma cadeira de rodas.

- Ela tá em trabalho de parto! – Peeta gritou enquanto me empurrava para uma das salas do hospital.

Um grupo de médicos vieram até mim, me pegaram e me colocaram em uma maca, voltando a me empurrar pelos corredores até a sala de parto.

- Você tem que tentar se acalmar. Respira e inspira. – a enfermeira pegou minha mão e tentou me acalmar.

Entramos na sala e Peeta ficou do meu lado, segurando minha mão.

- Katniss, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem. – ele abaixou e deu um beijo em minha mão e depois me deu um beijo na testa. – Eu te amo.