A Nightmare escrita por nsilvac


Capítulo 10
Clove


Notas iniciais do capítulo

Outra fic com Myprerrogative: http://www.fanfiction.com.br/historia/249857/You_Got_Me



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– Katniss, alguma coisa atacou o acampamento? – disse Peeta olhando na direção onde os outros deveriam estar.

– Alguma coisa ou alguém. – me agachei e peguei uma faca que estava jogada no chão.

– Mas, quem? – perguntou Peeta olhando para a faca.

– Os Carreiristas! – eu disse olhando para o sangue nas folhas.

– Como você sabe?

– Eu vi antes que Clove está machucada, olha o sangue no chão e as facas... Cato e Clove são mestres em facas. – comecei a pensar. – Eles devem ter pegado no mínimo umas cinco dessas na cornucópia.

– E para onde os outros iriam?

– Pensa Katniss, pensa! – disse para mim mesma tentando imaginar para onde eles teriam ido. – O Finnick estava com a Annie machucada e precisava de água, para onde mais ele poderia ter levado ela e Rue? – bato na cabeça com as mãos. – Para a praia! Vamos pra lá.

– Mas e o Gale, Katniss? Não sabemos se ele foi com eles para a praia ou se ele chegou a voltar para o acampamento.

– O Gale! Onde ele pode estar? – volto a pensar e começo a realmente sentir frio. - Katniss, vamos andando enquanto você pensa, ficar parado aqui pode ser perigoso. – Peeta me puxa para voltar a andar.

Andamos por uns 3 quilômetros e nenhum sinal de chegar na praia. Penso tanto onde está Gale que posso sentir minha cabeça doer.

– Onde pode estar ele! – pergunto para Peeta. – Ai! – sinto uma dor forte na minha coxa esquerda.

– Katniss! Sua perna! – Peeta me segurou antes que eu caísse no chão.

– O que é isso? – passo a mão na perna e uma faca está cravada nela. A dor é tanta que minha respiração chega a falhar.

– Alguém atacou! Estamos perto dos Carreiristas! – Peeta me senta no chão para tirar a faca.

– Não! – disse quando ele estava prestes a tirar a faca.

– Tenho que tirar Katniss. Não vai demorar nem dois segundos. – ele colocou a mão na faca de novo. – Mas pode doer um pouco.

– Tudo bem. Quando eu falar já. – respiro fundo e tomo coragem. – Já! – não tenho tempo de impedi-lo de novo, quando vi, a faca já estava fora da minha perna e eu estava gritando de dor.

– Ah Katniss, não grita tão alto! – Peeta arremessa a faca longe.

– Está doendo! – apoio a mão em seu ombro machucado.

– Meu ombro Katniss! – disse ele também com dor.

– Sinto muito... – a dor alivia, mas minha perna começa a sangrar mais do que nunca. Escuto alguém pulando de uma árvore e caminhando até mim e Peeta.

– Katniss, meu Deus! Era você? – Gale pergunta olhando para minha perna machucada.

– Você que atacou a faca?! – perguntei indignada.

– Tá escuro! Eu não consegui enxergar quem era!

– Agora que te achamos, vamos para a praia. – Peeta disse. – Me ajuda a levar ela.

Me apoiei no ombro bom de Peeta e no ombro de Gale e fomos até a praia. Quando chegamos lá, eu não conseguia mais ficar um segundo em pé, estava perdendo muito sangue e precisava de um curativo urgente.

– Ajuda! – Gale gritou quando viu que chegamos na praia.

– Gale? Peeta? Katniss? – Finnick veio correndo para ajudar.

– Ela está machucada, precisa de curativo agora. – disse Peeta.

– Eu levo ela pra arrumar isso. – disse Finnick me pegando no colo e me levando para onde estava Annie. Ele me deitou no que parecia ser um monte de folhas fazendo uma cama.

– Como está Annie? – perguntei com a voz fraca. – Preciso saber se ela está bem. – tento me levantar, mas não consigo.

– Ela está bem, agora fica quietinha aí pra eu fazer isso aqui. – disse Finnick enquanto abria um kit completo de primeiros socorros e injetando uma seringa no meu braço.

– Peeta está machucado. – foi a última coisa que me lembro de dizer antes que eu apagasse de vez.

Acordo e já é dia. Vejo minha perna enfaixada e estou com calor. Alguém colocou uma jaqueta em mim. Me levanto com cuidado para não forçar a perna e vou mancando até onde está Peeta, sentado na areia observando o mar.

– Não era pra você ter levantado de lá. – disse ele sem desviar o olhar.

– Mas eu já estou descansada e com curativo. – me sento ao seu lado.

– Como você está se sentindo? – perguntou ele olhando para mim e pegando na minha mão.

– Me sinto melhor, sem dor e deu pra eu dormir bastante. – sorri. – E você?

– Estou bem também, Finnick é ótimo nessas coisas, não é?

– É sim... E a Annie? Você sabe alguma coisa dela?

– Finnick disse que ela está sofrendo... Ele foi atrás de água junto com Gale e Rue. Katniss, eu ouvi tudo.

– Tudo o quê? – não sabia do que ele estava falando.

– Na hora que Finnick começou a trabalhar na sua perna... Eu nunca escutei ninguém gritar tanto... – ele riu.

– Mas eu não me lembro disso. – disse tentando lembrar do que tinha acontecido.

– Porque ele injetou anestesia, mas você continuava ali, só que dormindo.

– Que horrível. – me aproximei dele encostando em seu braço grande.

– Foi. – o sorriso se desfez de seu rosto e ele olhou em meus olhos.

– Mas agora eu estou melhor, não estou? – perguntei e ele assentiu com a cabeça. Grudei nossas testas e beijei ele.

– Está bem melhor. – disse ele entre o beijo sorrindo e me puxando para cima dele na areia.

– Tudo bem conquistador, agora vou ver a Annie. – me levantei de cima de Peeta e caminhei até onde me lembro de ela estar na noite passada.

Chego em Annie e ela está tremendo e suando frio. Me agacho ao seu lado, tiro minha jaqueta e coloco nela.

– Está passando por um dia difícil, hein. – pergunto passando a mão em seus cabelos.

– Um pouquinho. – ela não para de tremer e vejo o quanto ela está pálida.

Finnick chega correndo com uma garrafa em mãos pingando água.

– Licença Katniss! - Ele se agacha ao lado de Annie e a faz tomar agua. – Agora isso. – ele estende um comprimido branco pra ela tomar.

– O que é isso? – pergunto curiosa.

– Vai amenizar a dor e a febre. – disse ele como se fosse médico.

– Você é bom nisso.

– No meu distrito aprendemos isso na escola. – Finnick se levantou. – Vou descansar um pouco, olha ela pra mim.

– Pode deixar. – me sento ao lado de Annie e Finnick sai.

– Ah que alívio, essa coisa diminui bastante a minha dor. – ela sorri.

– Não pensa que você vai escapar de mim não... Me fala por que você brigou com o Cato?

– Ele estava brigando com o Peeta e eu fui ajudar. Ai ele me acertou com a espada na barriga.

– Mas você machucou ele também, certo? – perguntei segurando em sua mão gelada. - Sim, consegui machucar ele duas vezes com a faca. Não me lembro direito onde, mas ele sangrava bastante. – disse ela com a voz cansada. – Agora eu quero dormir.

– Dorme. Eu vou ficar aqui. – a beijei na testa e ela adormeceu.

Depois de um tempo ali, me levantei e fui até Peeta que não tinha saído do lugar até agora. Quando estava indo em sua direção, alguém surgiu da floresta e estava indo até ele com uma faca apontada.

– Peeta! – gritei para ele desviar.

Corri até a pessoa e reconheci logo. Clove. Me joguei em cima dela para impedi-la de atirar a faca. Ela tentou várias vezes me acertar na cabeça e no pescoço até que Peeta jogou uma faca para mim. Na primeira oportunidade que tive, enfiei a faca em sua perna direita que me cercava, impedindo-me de sair do chão e a fazendo gritar de dor.

– Cato! – ela gritou pensando que Cato poderia ajuda-la.

Não satisfeita, enfiei a faca na sua barriga, fazendo-a cair para trás me deixando livre.

– Clove! – alguém gritou seu nome e veio correndo em sua direção. Era o Cato e estava desesperado.


POV Clove

Eu estava correndo desesperadamente pela floresta até avistar a praia e alguém sentado na areia. O bonitinho do Distrito 12. Meu próximo alvo. Preparei minha faca e corri para ataca-lo.

– Peeta! – alguém gritou fazendo-o desviar de mim.

Katniss veio em minha direção e se jogou em cima de mim. Cerquei ela com as pernas impedindo-a de se mover. Tentei várias vezes cravar a faca em seu pescoço, cabeça ou em qualquer outro lugar que a matasse de vez. De repente a vi com uma faca na mão. O conquistador havia jogado para ela. E na primeira chance que teve, ela enfiou a faca em minha perna direita, tirando de mim, um grito de dor.

– Cato! – gritei seu nome para vir me ajudar.

Katniss por fim, enfiou a faca de novo, só que dessa vez na minha barriga, me fazendo cair para trás.

– Clove! – era a voz de Cato e nunca fiquei tão feliz em ouvi-la.

– Me tira daqui, por favor! – disse com a voz tremula.

Cato agachou do meu lado, me pegou no colo e sumiu comigo na floresta. Ele corria tão rápido que podia ouvir sua respiração rápida. Não conseguia mais me segurar, estava sendo sustentada por seus braços maiores que eu e com a cabeça apoiada em seu peito.

– Já estamos chegando, aguenta aí. – disse ele.

O caminho até o nosso acampamento nunca foi tão longo e a cada passo de Cato, eu não tinha mais vontade de respirar. Ele não parava de correr, fez isso por quase 5 quilômetros até finalmente chegarmos no acampamento. Cato me deitou no chão dentro da barraca onde estavam todas as coisas que pegamos na cornucópia e trouxe uma mochila vermelha até mim. Ele abriu e jogou tudo no chão até achar um potinho prateado com uma pasta dentro. Cato tirou minha blusa para ver melhor o machucado. Estava sangrando muito e toda minha barriga começou a ficar dormente.

– Você está perdendo muito sangue, preciso de ajuda... – ele ia se levantar, mas segurei seu braço.

– Não! Não quero ficar aqui sozinha. – disse com a voz fraca.

– Tudo bem, tudo bem, não vou sair daqui. Mas me deixa fazer o curativo. – disse ele pegando de novo o pote prateado.

Cato tirou o produto de dentro do pote e passou em minha barriga.


POV Cato


Nunca corri tanto em minha vida. Estava cansado, mas não podia desistir dela. Corri um pouco mais de 5 quilômetros. Chegamos enfim no acampamento. Deitei Clove no chão dentro da barraca onde estavam as outras coisas que tínhamos pegado. Abri a maleta de primeiros socorros e peguei um pote prateado que tinha uma pasta dentro. Tirei a jaqueta e a camiseta dela para ver melhor o machucado. Estava fundo e sangrava demais.

– Você está perdendo muito sangue, preciso de ajuda... – tento me levantar, mas sinto sua pequena mão gelada em meu braço.

– Não! Não quero ficar aqui sozinha. – sua voz era tão fraca que mal consegui ouvir.

– Tudo bem, tudo bem, não vou sair daqui. Mas me deixa fazer o curativo. – eu disse pegando o pote prateado.

Abri o pote o mais rápido que pude e tirei o produto, aplicando na barriga de Clove. Ela gritou tanto de dor que eu pude sentir. Ela estava com a respiração acelerada, parecia que tinha acabado de correr uma maratona e suava frio. Peguei a faixa dentro da maleta e enrolei em sua barriga. Aos poucos, sua respiração foi ficando mais devagar. Segurei em sua mão até que ela dormiu. Fiquei o tempo inteiro ao lado dela, acordado caso alguma coisa acontecesse. Depois de um tempo, Clove começou a apertar minha mão, foi quando vi que ela estava tremendo. Coloquei a mão em sua testa para ver a temperatura e estava muito quente. Abri minha jaqueta e deitei ao seu lado, aquecendo seu corpo no meu.

– Está muito frio... – disse ela com a voz entrecortada.

– Eu vou te esquentar e você vai melhorar. – disse abraçando-a forte.

– Cato? – disse ela ainda tremendo.

– O quê? – olhei em seu rosto e não deixei de reparar as sardinhas que estavam espalhadas por toda a parte da bochecha e nariz.

– Eu posso te contar uma coisa? – ela olhou nos meus olhos.

– Pode... – passei a mão em seus cabelos.

Clove e eu somos amigos desde muito pequenos e sempre estive com ela para tudo.

– Eu te amo. – disse ela fechando os olhos.

Beijei ela e senti o calor de seu corpo que estava realmente quente. Seus lábios estavam ainda mais quentes, mas era bom beijá-la.

– Eu também te amo. – sorri e acariciei seu rosto.

Continuei abraçado com ela até ver a luz do sol passando pela fresta da barraca. Vi que Clove estava agarrada em mim com tanta força e tentei não me mexer para não acordá-la. Olhei para seu rosto branco que abriu os olhos.

– Bom dia, como você está se sentindo? – perguntei preocupado.

– Pior... – sua voz não saia, mas consegui ler seus lábios. Ela colocou a mão na boca e tossiu. Vi sua mão suja de sangue. Isso não era bom. Clove estava cada vez pior.

– Você vai melhorar, eu vou cuidar de você. – disse sabendo que ela não ia melhorar e beijando-a na testa suada.

– Cato, você é melhor do que eles, você pode ganhar. – ela apertou minha mão.

– Como você sabe disso?

– É só se lembrar do que você tem aqui. – ela apontou o dedo no meu coração. Foi a última coisa que escutei sair de sua boca.

Não queria aceitar que ela havia ido. Coloquei a cabeça em seu peito e não tinha batida nenhuma. Prensei minhas duas mãos em seu peito para fazer seu coração voltar a bater. Fiz respiração boca a boca para dar ar. Tentei de tudo que aprendi nos treinamentos do meu distrito, mas nada funcionou. Peguei todas as armas que pude de dentro da barraca, me levantei e sai. Respirei fundo antes de começar a andar e procurar tributos para matar. Senti alguma coisa escorrer por minha bochecha. Eu nunca havia chorado na minha vida, mas perder a minha melhor amiga era horrível para mim. Sequei as lágrimas e fui enfrente para a floresta. Agora só conseguia pensar em uma coisa, uma única coisa tomou conta de meus pensamentos. Vingança.

– Eu vou ganhar Clove, por você. – disse pra mim mesmo, deixando seu corpo lá.



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Notas finais do capítulo

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