As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 2 escrita por Larissa M


Capítulo 5
Capítulo 5 - Desentendimentos Infundados


Notas iniciais do capítulo

err, eu demorei um pouco, eu sei, mas é que eu tava sem criatividade. =( bem, acabou que o capitulo saiu inusitadamente criativo o.o



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- Um novo ano e nós ainda estamos nos encontrando aqui... – disse Ryan, um dia após o banquete de boas-vindas, quando os seis amigos se encontravam no mesmo lugar do ano passado, próximo às ampulhetas no Saguão de Entrada.

- Tem alguma sugestão melhor? – disse Alice. – Mas não foi combinado; nos encontramos aqui quase por acaso.

Ele deu de ombros, respondendo:

- Mesmo assim, é meio estranho ficar por aqui...

- Então vamos logo para os jardins! – disse Alice, mal esperando a resposta de seus amigos e já seguindo porta afora.

O dia estava claro, com um céu quase sem nuvens. O verão vinha um tanto atrasado, e ainda assim ameno. Os jardins do Hogwarts, sempre bem cuidados, resplandeciam ao sol de meio-dia. Os amigos andaram juntos, contornando o castelo em direção às margens do lago. Depois, quando houvesse tempo, não tardariam a visitar Hagrid, quem sabe junto de Rose e Albus.

- Então gente, como foi o primeiro dia de aula de vocês? – perguntou Nathan, se apressando para tomar um lugar a pequena sombra de uma árvore ao lado do lago.

- O nosso foi ótimo! – disse Ryan, com um pouco de sarcasmo na voz. – Começamos logo com Herbologia...

- Mas Herbologia é legal. – o contradisse Nathan.

- Ah, é mesmo? E quem é que estava reclamando de sujar as mãos mesmo? – disse Ryan, sugestivamente.

- Não fui só eu! – disse Nathan em sua defesa.

Os outros amigos riram, e Daniel comentou, também insatisfeito:

- Mas antes Herbologia do que Poções! – ele relembrava o tempo da matéria que tivera naquela mesma manhã.

- Com Profª Norien? – perguntou Ellen, buscando apoio para as costas na árvore, já ocupada por Alice. – Eu gosto dela, mas nem tanto de poções.

- Mas Poções é legal... Nunca vi o problema de vocês com essa matéria. – disse Alice, dando espaço para a amiga ao seu lado.

- Me diga uma matéria que você não gosta. – desafiou Erick, sentado de pernas cruzadas ao lado dela.

- Herbologia. – ela respondeu sem pestanejar. - Concordo com Nathan e Ryan, não gosto de sujar as mãos.

Erick ergueu uma sobrancelha para Alice, desacreditado. A garota nem pareceu notar.

- Qual o problema de vocês? Herbologia é tranquilo se comparado com Poções e aquela professora... – Daniel respondeu. Deixava transparecer que não gostava nem um pouco da Prof.ª Norien.

- Daniel, se você quiser nós podemos te ajudar em Poções, se pudermos. – Ellen ofereceu.

- Obrigado. – ele respondeu, mas não parecia animado para ouvir nem mais uma linha sobre qual ingrediente certo adicionar no tempo certo.

Lembrando-se da noite passada, Daniel mudou o linear da conversa, adotando um tom bem mais sério e arrumando sua postura no gramado ao dizer:

- Ryan, estou querendo falar com você, e com vocês também gente, desde ontem. Me lembrei agora...

- Diga, Dan. – Ryan cessou os risos que estava dando com Nathan, e se virou para o outro amigo.

Em poucas palavras, pois não havia muito no que se estender, Daniel descreveu a cena da noite passada, em que Mattew vinha lhe pedir para mandar aquele recado para Ryan. O garoto frisou especialmente a parte em que Matt, ao contrário do que lhe era comum, fora perfeitamente educado, e chegava a beirar a simpatia. Ryan foi absorvendo a informação vagarosamente, com o cenho franzido desde o momento em que ouvira a menção do nome de seu irmão. Ele suspirou depois que Daniel terminou, agradecendo.

- Argh, eu havia me esquecido de Mattew por um tempo... – Ryan falou.

- Ryan, não evite tratar de seu irmão... – disse Ellen.

- Não estou fazendo isso! – ele respondeu levemente irritado. Se acalmando, falou – Eu vou falar com ele, se é o que aquele garoto quer. Além do mais, depositei um pouco mais de confiança nele depois das férias, especialmente porque Rachel não desiste dele, e ela sempre me pareceu uma pessoa muito centrada...

- Verdade. – concordou Nathan. – Eu já conhecia Rachel, só de nome, mesmo antes de ela começar a namorar com Mattew. Tudo o que ouvi dela foram boas palavras.

- Então você está disposto a acreditar em Mattew? – perguntou Alice, ainda um tanto descrente. Ela estivera segurando um livro em mãos segundos antes, aparentemente sem prestar atenção na conversa, surpreendendo a todos quando falou.

- Bem, depois de tudo... Sim. – Ryan concluiu. – Acho que o verdadeiro problema sempre foi os meus pais... – ele disse, dando um longo suspiro, encarando o lago ao emergir em pensamentos.

A mente de Ryan voltava nos acontecimentos daquele recesso escolar, e das palavras que ele havia entreouvido da conversa de seus pais, dias antes de partir para a casa de Nathan. Decidindo-se de pronto, Ryan se levantou, anunciando:

- Eu vou mandar uma carta para eles. Nathan, quer me acompanhar? Você é o único que pode entrar na Sala Comunal.

Um tanto surpreso com a atitude surpreendentemente decidida de Ryan, Nate apenas assentiu, enquanto o outro continuava:

- Um de vocês três pode me emprestar uma coruja?

- Ícaro não daria muito certo... É melhor Penn ou Marni.

- Pode usar a minha coruja, Ryan. – disse Alice, gostando de o garoto ter se levantado tão rápido para tomar uma decisão que poderia levar muito mais tempo. – Ande, vá logo antes que você mude de opinião.

Dando um sorriso incerto, Ryan ajudou Nathan a se levantar da grama, e os dois garotos seguiram de volta para seu dormitório.

Andando por um dos corredores do castelo, acompanhado de Ellen, estava Daniel. Eles já vinham andando juntos há algum tempo, numa animada conversa sobre Quadribol. Especulavam sobre a chance de cada um de entrar no time, em qual posição, e talvez sobre quem iria ganhar aquele ano. Daniel estava certo de que Ellen ia entrar, pois ela era quase tão boa quanto Erick, mas a mesma não estava tão certa disso. Achava, porém, que as chances de Daniel entrarem no time eram menores, mas ficam quieta quanto a isso. Talvez Albus fosse um pouco mais condescendente com ele, afinal. Foi então que ela teve a ideia de procurá-lo pelo castelo, senão para fazer um convite para treino, para lhe perguntar quando seriam os teste, afinal ele era o capitão.

Primeiramente os garotos pretendiam ir ao dormitório da Grifinória (dessa vez Ellen ficaria de fora), mas não foi necessário. Esbarraram com quem procuravam antes mesmo de chegaram ao quarto andar.

- Al! – chamou Daniel, ao avistar o amigo andando sozinho por um corredor. – Até que enfim te achamos!

Albus Potter parou no mesmo lugar, esperando que Daniel e Ellen se aproximassem dele.

- Olá você dois. – ele cumprimentou, sorrindo instantaneamente. Estava ainda mais alto do que no semestre passado, e aparentava ter mais do que 15 anos. – Como foram as férias?

Albus retomou a caminhada, esperando os dois o acompanharem.

- Foram ótimas. [n/a mas não OTIMAS] – respondeu Ellen, retribuindo o sorriso. – Foi bom passar esse tempo fora da escola, fora dos problemas... – ela completou sugestivamente, pois sabia que não havia necessidade de citar nomes; Albus entenderia o que quis dizer.

- Ah, sim, o mesmo aqui. – ele respondeu. – Mas então, qual a urgência de falar comigo? Algo a ver com o que deixamos em aberto semestre passado? – ele ergueu uma sobrancelha para Ellen, indicando que entendera e mantivera o mesmo assunto.

- Oh, não, não é nada disso. – Daniel respondeu por Ellen. – Apesar de que tenho umas coisas para falar com você depois... Enfim, viemos só perguntar quando serão os testes para o time da Grifinória. Você é o capitão, afinal.

- Oh. – Albus respondeu, sua expressão suavizando. – Vocês me deixaram tensos por um momento... Bem, os testes serão semana que vem, no sábado, às 10hrs.

- Ótimo! – respondeu Daniel, animando-se ainda mais. – Ellen poderá assistir?

Albus ponderou por alguns segundos antes de responder. Era uma questão delicada a ser tratada. Pessoalmente, ele gostaria, e muito, que Ellen fosse assistir ao treino, pois sabia o quão importante era a amizade entre ela e Daniel. Se fosse possível gostaria até mesmo de tê-la no time, pois já a vira jogar como apanhadora, e sabia que havia o dom para a função nela. Contraditoriamente, se deleitava em saber que seria sua possível oponente, e que haveria um desafio a mais nos jogos contra o time da Sonserina. Não via a hora de entrar em campo novamente.

- Para não ter polêmica – ele começou, tomando uma decisão – eu gostaria de perguntar aos Grifinórios antes de permitir qualquer coisa que fosse, mas creio que a resposta seria negativa...

- Então eu não poderia ir? – perguntou Ellen, seu sorriso diminuindo de intensidade. – Sem querer pressioná-lo, Al, não quero que faça nada que depois vá prejudicá-lo.

- Não, já sei o que vou dizer. Direi a eles que não tenho o poder de escolher quem assiste ou não aos treinos.

- Mas vão ter comentários do tipo: ele está sendo imparcial apenas porque aquela amiga está lá...

- Então leve todo mundo. – sugeriu Albus, com simplicidade.

- Você está falando para nós levarmos dois alunos da Lufa-Lufa, dois da Corvinal, sendo um deles o capitão e uma da Sonserina?

- Não me leve a mal, mas se vocês deixarem Erick de fora nessa... – Albus sorriu, indicando que brincava. – Não que eu não goste dele, mas sabe como é, capitão adversário.

- Você quem sabe, Albus. – respondeu Daniel. – Além do mais, é só para escolher o time, não é mesmo? Que mal faria alunos de outras casas por lá?

- Dan, deixe de ser ingênuo. – repreendeu Ellen. – É claro que os Grifinórios não querem que estejam pessoas de outra casa por lá, porque não é todo mundo que não é um babaca e começa a fazer gracinhas no primeiro erro ao atirar para o gol.

- Nisso ela está completamente certa. – disse Albus. – Mas vocês não farão nada disso, lógico. Então podem ir, e quem quer que se opuser a presença de vocês contará também com a minha oposição. – disse Albus, numa palavra final. Virando para Daniel com uma expressão mais séria, confessou para ele: - Dan, embora eu queira muito você no time, não posso ser imparcial quanto a escolha do apanhador. É para essa posição que você vai tentar, não é? Então, se houver outro melhor, não há nada que eu possa fazer para lhe garantir a posição, eu sinto muito...

- Eu entendo, Al. – Daniel respondeu. Já sabia que isto poderia acontecer mesmo antes do garoto lhe avisar.

- Voe bem. – ele lhe desejou. – Até sábado!

Albus se afastou de ambos, acenando em despedida, correndo para não perder a hora de sua próxima aula.

- Perfeito! – comentou Ellen, assim que Albus sumiu de vista – Então vamos todos estar lá no sábado!

Daniel baixou o olhar, suas mãos nos bolsos, num gesto de clara incerteza.

- O que foi, Dan? – perguntou Ellen, tentando olhá-lo nos olhos. – Você não acha que vai ter algum apanhador melhor do que você, não é?

O garoto suspirou.

- Talvez.

Ellen o segurou pelos ombros, para poder ver melhor seu rosto.

- Claro que não. Tenha um pouco de autoconfiança, Dan. Não conheço muito bem o pessoal da Grifinória, mas nunca vi um sequer no campo de Quadribol, e olha que lá é um dos lugares mais visitado por a gente.

- Certo. – Daniel falou. – Vamos então, já devemos estar atrasados...

- Só uma coisa. – Ellen disse. – Depois eu vou te apresentar a Aaron, ok? Talvez eu leve ele comigo para assistir os treinos no sábado. Ele parecia bem interessado em saber sobre Quadribol...

- Quem é Aaron? – Daniel perguntou, inexpressivamente. Não se lembrava de ter ouvido aquele nome alguma vez.

- O meu amigo nascido-trouxa. Ora, eu já te falei dele! – Ellen respondeu. – Aquele loirinho que parece o Ryan sem óculos.

Daniel continuava sem entender quem é que ela estava falando.

Erick Lavoisier se sentava em uma das carteiras bem ao fundo da sala de aula, ao lado de um amigo da Corvinal. A beira do pergaminho estava diversos desenhos, rabiscados durante momentos de distração da explicação dada pelo professor. Ele lhe inclinava por sobre a carteira, entretido em rabiscar cada vez mais, e deixar de prestar atenção, como devia. Olhando para fora da janela, via o sol inundar a paisagem campestre que cercava a escola, torturando-o à medida que o tempo passava, pois assim como todos, ele desejava estar do lado de fora, e não dentro de paredes fadado a assistir mais uma tediosa aula de Transfiguração, ainda mais com o Prof. Hunnigan.

Peter, o amigo que se sentava ao seu lado, mais uma vez lhe cutucou discretamente, alertando-o para prestar atenção na aula. Quando Erick voltou sua cabeça para frente da sala, notou que Hunnigan olhava diretamente para ele, de cenho franzido. A explicação continuava a despeito disso, mas Erick sabia que sua falta de atenção não passara despercebida pelo professor. No entanto, minutos depois Erick já caíra no torpor que a maçante voz de Hunnigan causava em qualquer um. Seu amigo nem lhe cutucou novamente: sabia que não era necessário, conhecia bem Erick. Sabia que o amigo já estava cansado nos primeiros dias de aula, tanto por ter sido nomeado capitão do time da Corvinal tanto pelos estudos. Peter era o batedor do time da Corvinal, e teria que tentar de novo aquele ano. Sabia que Erick teria de ser imparcial, o que não seria agradável para nenhum dos dois. Além dos estudos e do esporte, haviam problemas que preocupavam Erick que Peter não sabia quais eram... Mas sabia que Erick tinha algum problema com o professor de Transfiguração.

Por fim, deu a esperada hora de todos juntarem seu material e seguirem para a próxima aula. Erick guardou tudo sem cuidado em sua mochila, ansioso para sair dali. Porém, foi surpreendido ao se levantar da cadeira e dar de cara com o próprio Prof. Hunnigan.

Surpreso, Erick se desequilibrou e buscou apoio na mesa. O professor se manteve inexpressivo, parado no lugar.

Mesmo sem ver, Erick sabia que o resto da turma já havia saído de sala, e estavam só ele e Hunnigan ali.

- Sr. Lavoisier, gostaria de conversar com você.

Erick se manteve calado, esperando o professor continuar.

- Primeiro gostaria de dar parabéns por ter consegui ser promovido para capitão do time da Corvinal, como sendo o professor representante da casa.

- Ahn, obrigado... – Erick respondeu, sem saber onde o professor queria chegar. Certamente não mantivera Erick ali apenas para lhe desejar parabéns.

- E gostaria de informar que estarei presente no primeiro treino e nos outro que se seguirem. Tenho um presente para o time de minha casa.

Embora as palavras de Hunnigan fossem supostas para serem calorosas, o professor as pronunciou do mesmo modo frio como sempre usava em suas aulas, o que foi a única coisa que não surpreendeu Erick em toda a situação.

- Sim, professor... Como queira. – ele respondeu, cauteloso, a espera por mais.

No entanto, Hunnigan deu por encerrada sua conversa ao se dirigir de volta a sua escrivaninha, e acenar com um gesto indistinto para que Erick se retirasse de sua sala de aula. O garoto não respondeu de pronto; do contrário: permaneceu parado no mesmo lugar, em dúvida se se pronunciava ou não.

- Professor... Porque exatamente o senhor está fazendo isso?

- Sou o professor que representa a Corvinal, e gostaria de garantir nosso título e nossa conquista da Taça de Quadribol.

- E de que modo exatamente pretende fazer tal? – perguntou Erick, esperando não estar soando demasiado grosso.

- Sr. Lavoisier, você não é nenhum idiota, assim espero. Sabe muito bem porque eu poderia ajudar.

Hunnigan trancou sua maleta com força, e chegou à onde Erick estava em questão de segundos.

- E aposto que você adoraria testar a nova Thunderbolt... Aquela vassoura que sua amiguinha constatou que eu estava comprando, e você confirmou a afirmação logo depois nas férias... Ambos ouvindo o que não deviam. Até logo, senhor Lavoisier.

- Como é que Hunnigan não foi parar na Sonserina? – perguntou Daniel logo após ouvir o relato de Erick, naquele mesmo dia.

- Ei, isso foi uma ofensa? – Ellen perguntou, encarando o amigo.

- Claro que não! Disse isso porque é inegável o quanto Hunnigan é astuto...

- Ou quanto nós somos descuidados. – falou Alice. Ela fora a que menos gostara das notícias que Erick trazia, devido à referência de Hunnigan a ela como “amiguinha” e por ter sido descoberta tal facilmente. Dali em diante tomaria ainda mais cuidado quando o assunto fosse aquele professor.

Indiferente a todos, como sempre, Charles Hunnigan se sentava em seu lugar habitual na mesa dos professores, com um ar taciturno. Tinha ao seu lado o professor Longbottom, de Herbologia, e do outro, professora Norien, de Poções. Embora Longbottom fosse conhecido por sua simpatia, e professora Norien também partilhasse um pouco dessa reputação, era raro vê-los conversando com Hunnigan. Este consumia seu jantar ou almoço em silêncio, e por vezes se ausentava da mesa, para ir sabe-se lá aonde. Seu olhar vagava pelos alunos sentados nas refeições, e por vez ou outra cruzava com o dos seis amigos. É difícil falar de alguém que senta a poucos metros de distância e evitar olhá-lo com certa frequência.

- Nos não fomos descuidados! – Erick afirmou. – Como poderíamos saber que Hunnigan tem olhos nas costas? Aquele é um sujeito difícil de se enganar...

- Então como é que nasceu essa raiva do Stuart? Eu estava pensando em confiança traída, já que os dois foram tão próximos... – comentou Ellen.

- Não pode ser... Não com essa astúcia por parte do Hunnigan. Ele não deixaria ser enganado. – disse Daniel.

- Às vezes ele não foi assim a vida toda. – Ryan deu um palpite. – Ellen, você se consideraria astuta?

- Eu? – ela perguntou, surpresa com a pergunta do amigo. – Acho que não... Não é só essa característica da Sonserina, há outras.

- Então. Talvez Hunnigan também não fosse astuto com doze anos de idade. – ele concluiu. – Acho difícil alguém da nossa idade ter astúcia... De qualquer modo, me pergunto desde quando Hunnigan e Stuart deixaram de ser BFF’s e passaram a ser arqui-inimigos.

- BFF’s, Ryan? Sinceramente... – Alice falou, revirando os olhos. Os termos que Ryan as vezes escolhia para definir os outros não eram os que Alice escolheria.

- Foi brincadeira. BFF e Hunnigan? Não combinam exatamente, né? – ele falou, rindo, acompanhado por Nathan.

- Vamos lá, gente, o almoço já está terminando... – disse Daniel, desanimado. – Não quero ter mais dois tempos de Poções preso naquela masmorra com aquela megera...

- Ei, eu durmo naquela masmorra, sabia? – Ellen disse um pouco ofendida, e levantando-se da cadeira. – E professora Norien não uma megera! Eu nem gosto tanto de poções, mas gosto dela.

- Ah, só porque ela é bajuladora dos alunos da Sonserina! – Daniel exclamou, levantando-se também.

- Ela não é! Não mais do que Hunnigan é da Corvinal ao menos... É normal, pois são os alunos da casa dela. Do mesmo jeito, isso não justifica seu iminente ódio... Sabe, só porque você não é tão bom assim em Poções não significa que a culpa vá toda para ela.

- Muito obrigado por jogar minha incompetência na minha cara, Ellen. – ele comentou, amargurado. – Não sou igual a você, que é perfeitinha em tudo o que faz!

- Estou longe de ser perfeita, você sabe disso! Só me esforço o máximo que posso...

- Está falando que eu não me esforço então? Que eu não quero tirar “ótimo” em todas as matérias igual a você?

- Nunca disse que você não se esforçava o suficiente, Dan. Estou do seu lado quase todos os dias, se eu dissesse isso seria mais hipócrita do que Mattew Cooper. E mais: eu nunca tirei “ótimo” em todas as matérias, e não adianta negar que você sabe! É só porque eu tenho facilidade em certas matérias que você não tem, e vice-versa!

- Então é isso, facilidade nas matérias, né? Mas não precisa chegar e dizer isso na cara de alguém! Vai, aposto que daqui a pouco também vai dizer o quanto você é melhor em Quadribol...

- Daniel! Agora você está sendo o injusto aqui. Nunca nem fiz alguma referência isso, nem vou fazer, a não ser dentro de um contexto de brincadeiras! Eu não sei o que foi que aconteceu com você hoje...

- O que foi que aconteceu com você! Nem se ofereceu pra praticar Quadribol comigo, como sempre fazia. Não, agora você não tem mais tempo, agora você tem outros amigos... Me dê licença que eu vou embora ter aula numa fria e nem um pouco aconchegante masmorra, Ellen.

Com essas palavras, Daniel se retirou do Salão Principal, deixando sua refeição mal terminada de lado, para seguir furiosamente um destino que certamente não era a aula de Poções da Profª Norien.

Ellen caiu de volta em seu assento, mal se importando com toda a atenção que atraíram para si mesmos. O Salão Principal já estava quase completamente vazio, de qualquer modo. Como também estava a cadeira defronte Ellen, que segundos antes se sentava o jovem moreno que mais importava para ela naquele momento.


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Notas finais do capítulo

e então, gostaram? gostaram da briga Daniel/Ellen? bem, eles tem até sábado as 11hrs pra resolver isso... ou não. XD