As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 2 escrita por Larissa M


Capítulo 3
Capítulo 3 - Nascida Trouxa


Notas iniciais do capítulo

yay, nem demorei né gente? olha, parece que agora eu tenho a necessidade de fazer ao menos um misteriozinho por capitulo, hehehe.
mas n se preocupem, eu revelo coisas tbm



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Ir à loja de animais havia realmente sido uma boa ideia. Todos se distraíram enquanto acariciavam gatos, corujas, e ou mesmo olhavam com receio para os variados tipos de criaturas que ali estavam.

Havia corujas de diversas espécies, cada uma mais reluzente do que a outra. Eram bem cuidadas, suas penugens variando do mais puro branco até um elegante tom pardo. Daniel lembrou-se perfeitamente do momento em que comprara Ícaro: há um ano, viera para o Beco Diagonal fazer suas compras, sem saber ao certo qual animal escolher. Ouvira opiniões diferentes quanto ao tipo de animal, mas acabara se encantando por Ícaro. Deu o nome à coruja dias depois, quando esta chegou a casa completamente molhada, com uma carta de sua prima dizendo que a coruja caíra em um lago antes de poder chegar ao destino.

Ryan e Nathan logo encontraram uma ninhada de gatinhos, com o pelo rajado de preto e cinza. Assim que os viram, os garotos, e também as garotas, se aproximaram para vê-los mais de perto. Alguns dos gatinhos vieram simpaticamente cumprimentá-los, e receber seu carinho. Outros ficaram dormindo, mas foram perdoados; eram filhotes.

Uma moça que elas supunham ser a dona da loja se aproximou de onde estavam os gatinhos. Ela os cumprimentou e se apresentou. Disse que aquela ninhada sempre recebia atenção dos visitantes, mas nunca eram adquiridos por ninguém. Após ponderar por alguns segundos, olhando ao redor em dúvida, Ryan se decidiu por comprar um daqueles animais.

Daniel tentou persuadi-lo do contrário, dizendo que uma coruja, além de ser tão bela quanto qualquer gatinho, ainda seria útil, pois poderia levar e trazer as cartas. Ryan, porém, negou a oferta de Daniel, e quis ficar com o gato que já estava segurando em seus braços.

A parte mais difícil foi escolher qual dos gatinhos da ninhada seria agora o dele. Já pagara a quantia necessária à vendedora do local, que deu um sorriso satisfeito com a venda. Agora faltava escolher qual seria seu novo animal de estimação. A princípio Ryan tentou escolher um que não fosse nem muito agitado, nem muito sonolento. Queria um simpático, bonitinho, que não lhe desse trabalho... Percebeu que seria quase impossível, dentre filhotes, ou mesmo animais crescidos, escolher um que não tivesse nenhuma daquelas características. Por fim, Ryan acabou fechando os olhos e abraçando aquele que estava mais próximo.

O gatinho nos braços de Ryan tinha olhos amarelados, vivos, e estivera quietinho em seu canto por um bom tempo antes de vir cumprimentar seus visitantes. Assim como seus irmãos e irmãs, ele possuía uma pelagem rajada de cinza, mas que brilhava a luz do sol. Ryan gostou dele logo de cara. Porém, ainda não havia um nome pronto.

Nathan, enquanto Ryan fazia sua compra, estivera indeciso entre um gato da mesma ninhada ou uma coruja. Não se pronunciara para nenhum dos amigos: não queria que sua opinião corresse o risco de ser manchada pela dos outros. Queria uma decisão completamente sua.

Ao ver a expressão no rosto de Nathan, Ryan sugeriu para o amigo, ainda com seu novo animal nos braços:

– Porque você também não compra um? Você ainda não tem nenhum animal, Nate.

Após certo tempo ponderando, e contando as moedas do bolso, Nathan se decidiu por levar um animal também.

Ao contrário do filhote de Ryan, o de Nathan tinha olhos azuis claríssimos, que prendia o olhar de qualquer um. Fora essa característica em especial, não havia muito mais entre os dois gatos para que eles pudessem ser distinguidos entre si. Com o tempo, talvez o temperamento dos dois entregasse sua identidade.

Felizes, e por um tempo deixando para trás os problemas descobertos e debatidos naquele dia, o grupo saiu da loja de animais, vagando sem rumo pelo Beco Diagonal.

Daniel nem tentara defender mais o seu ponto de vista. Do jeito que os dois garotos estavam apaixonados pelos animais, seria impossível dizer qualquer coisa que fosse contra eles sem receber ao menos uma ameaça.

Rindo, o grupo foi seguindo de volta para onde estavam seus pais, e onde eles haviam combinado de se encontrar antes de voltar para suas respectivas casas.



– Alice. – Ellen chamou. Estava deitada de costas na cama de sua amiga, um dia após a visita ao Beco Diagonal. Encarava o teto, mas ainda assim sabia que Alice se virara para vê-la.

A casa de Alice ficava num povoado inteiramente bruxo, assim como a casa de Daniel. Era grande e possuía diversos quartos, no entanto Ellen preferira dividir um com sua amiga. A primeira impressão que Ellen tivera da casa era que a própria não se encaixava aos padrões da época. Era extremamente bem arrumada; Ellen não via nada que aparentasse estar fora do lugar. Em segundo, havia um balance entre apetrechos trouxas e bruxos. Ellen olhava cada um de perto, tentando adivinhar se, por trás de uma fachada aparentemente trouxa, um relógio ou quadro iria começar a se mexer. Ela disse a si mesma que já deveria estar acostumada com o mundo bruxo àquele ponto, mas, depois de ter se surpreendido pela terceira vez, convenceu-se de que nunca iria estar livre de surpresas.

Os pais de Alice eram bruxos bem-sucedidos, que trabalhavam em diferentes setores do Ministério. Raramente paravam em casa, e mesmo quando sua filha estava de férias eles por vezes saíam ambos, deixando-a sob o olhar de um carrancudo elfo doméstico, que já estava na família fazia tempos.

Eles poderiam não ser os pais mais presentes na vida da filha, mas ela os amava muito, e o sentimento era recíproco. Embora a família fosse das antigas linhas de bruxos puros-sangues, seus pais divergiam um pouco das antigas tradições. O elfo da família, de acordo com a nova lei estabelecida pelo Ministério em favor dos elfos domésticos, não era mais um escravo, embora ainda houvesse antigos feitiços, difíceis de serem removidos, o prendendo aos pedidos (e não ordens) de seus senhores. O elfo agora fazia seus serviços com remuneração, algo que gerara sérias discussões na casa de Alice. O próprio elfo era contrário a receber galeões por seus serviços; segundo ele sempre seria fiel aos Hills. Porém, os pais de Alice insistiram tanto em aderir à nova lei que o elfo acabou concordando.

O assunto que Ellen queria comentar com Alice, porém, não tinha nada a ver com elfos, nem com novas leis. Era outro assunto de tamanha seriedade quanto, e que Ellen já vinha refletindo a um tempo. Ela não sabia se dizia ou não à amiga, mas acabou se decidindo por falar o que a perturbava.

– Eu não gosto de ter nascido trouxa. – Ellen admitiu.

Alice, que estivera sentada ao seu piano a um canto do quarto, parou de brincar com as notas, para prestar atenção na amiga.

– Não vejo qual o problema, El.

Ellen se virou de bruços, suspirando. Seu olhar se voltou para a janela, de onde podia ver o contorno de Marni e Penn voando ao céu poente.

– É que... – ela começou, mas parou. – Não é nada. Esqueça que eu disse isso.

Alice se virou no banquinho do piano, para encarar a amiga de frente. Alice tentou estudar seus olhos castanhos, mas estes convenientemente estavam voltados para a janela.

– Ellen, não é como se você fosse menos bruxa apenas por ter nascido numa família que não é.

– Eu sei que não. Já li sobre diversos bruxos nascidos trouxas que mesmo assim eram ainda melhores do que bruxos puros sangues. Sem ofensas.

Alice sorriu. Claro que não estava ofendida pelo comentário.

– Nenhuma recebida. – ela respondeu. – Mas eu continuo sem entender qual o problema.

– É que... – ela disse, outra vez. – Não sei ao certo. Eu às vezes me sinto como se não pertencesse aqui. Eu sou a única nascida trouxa do grupo. Todos vocês passaram a infância sabendo que já eram bruxos. Todos menos eu. – Alice permaneceu quieta, sentindo que havia mais que a amiga queria lhe dizer. – E também tem os meus pais. Eles parecem tão perdidos quando eu venho falar do mundo bruxo... Eles me pedem, e eu sei que estão certos, que eu não conte nada para ninguém. Mas é difícil quando os... trouxas que eu já conhecia antes de ser apresentada ao mundo bruxo vem falar comigo, e eu preciso ficar inventando mentiras, cada vez piores...

Ellen parou de falar abruptamente. Julgava estar falando demais, uma coisa atrás da outra.

Se levantando do banquinho, Alice se sentou na cama, ao lado de Ellen. Pelo reflexo do espelho do armário em frente a cama, ela podia ver o rosto da amiga; estava preocupada.

– Ellen, se acalme. Não vou dizer que não é tão ruim assim ficar mentindo, porque não sei como é a sensação.

– Eu te digo. É ruim, demais. – Ellen se virou novamente na cama, agora encarando Alice.

– Mas Ellen, você tem a nós. Não estou desvalorizando quem quer que você conheça no mundo trouxa, mas mesmo assim, acho que há como levar uma vida relativamente normal, quer dizer, nos nossos padrões.

Ellen concordou com a cabeça, mas argumentou:

– E como será depois? Quando eu envelhecer? Vou poder receber alguém trouxa em minha casa? Vou ter que me isolar de meus parentes?

– É claro que não! Ellen, seus pais sabem da verdade, e eles vão te apoiar. Ao menos você não tem nenhum outro irmão que não seja bruxo também, ou seja, nenhum parente próximo que seja trouxa mas que mereça saber da verdade.

Alice sabia que Ellen não possuía nenhum irmão, primo ou tio que fosse mais próximo dela. Apenas alguns que a visitavam frequentemente, mas ninguém muito íntimo. Até mesmo seus avós já haviam falecido.

– É verdade. Acho que só os meus pais que precisavam saber, mesmo.

– Viu só? – disse Alice, num tom tranquilizador. – Não há nenhum problema em você ser nascida trouxa.

– Mas e quanto a minhas antigas amigas? Elas cada vez mais perguntam sobre esse “internato” no qual eu estudo...

Alice olhou-a com um olhar de pesar. Não sabia de uma solução de pronto, mas prometeu a amiga que iriam pensar em algo.

– El, eu sei que não é legal, mas acho que por enquanto você terá que mentir... quem sabe se, com o tempo, você não possa ir contando a verdade aos poucos...

– Não acho que tenha como revelar que sou bruxa sem que eu diga tudo de uma vez.

– Então as prepare para a verdade. – Alice retrucou - Mas não acho que você deva contar isso agora. A não ser que elas sejam mesmo de confiança... De qualquer modo, elas suspeitam de alguma coisa?

– Não. Nada. Parece que as minhas mentiras deram certo.

Ellen suspirou. Além de tudo, ainda temia que se contasse para suas amigas, estas não fossem entender, ou fossem achar que ela estivesse de brincadeira. Se dissessem a Ellen que bruxos existiam a menos de um ano atrás, ela mesma iria achar que estavam de brincadeira. A garota suspirou novamente, mas resolveu parar de deixar Alice preocupada. Não havia solução certa, disso ela sabia, e Alice já havia dado sua opinião. Só havia mais uma coisa que preocupava Ellen:

– Mas e se eu me apaixonar por algum trouxa?

Alice ergueu uma sobrancelha para Ellen, encarando-a pelo espelho.

– Por acaso você se refere em alguém em particular?

– Alice! Claro que não! – ela negou, mas ficou instantaneamente vermelha. – Eu não conheço nenhum garoto trouxa, se você quer saber.

– Certeza? – Alice perguntou, apenas para continuar a brincar com a amiga.

– Sim! Eu acho que eu saberia se por acaso houvesse algum garoto trouxa que eu estivesse interessada.

– U-hum. E quanto aos bruxos? – em resposta, Ellen puxou um dos travesseiros que estava na cabeceira e jogou na amiga. - Oras, você não especificou! – Alice disse em sua defesa, segurando o travesseiro e tomando-o da amiga.

– Você sabe que não há ninguém! – disse Ellen, ainda com o rosto afogueado.

– Ok, eu já entendi! – Alice disse, mas ainda sorria.

– E quanto a garotos que você está interessada? – Ellen perguntou, sabendo o que viria a seguir.

Ellen desviou facilmente do travesseiro, abaixando a cabeça. Assegurou-se de que Alice estava longe do objeto enquanto continuava a perguntar:

– Você sabe de quem eu estou falando.

Foi a vez de Alice de corar fortemente.

– O que? De quem você está falando?

Ellen apenas sorriu em resposta. Ela sabia que a amiga tinha plena consciência de quem elas estavam falando, só não possuía coragem para admitir.

– Oras, vamos, admita.

– De quem você está falando, El? – revirando os olhos, Ellen respondeu:

– Um tal ruivo com o sobrenome Lavoisier.

– Ellen! – Alice praticamente gritou, mas se levantou da cama para Ellen não notar a tonalidade de seu rosto. – Você sabe que somos só amigos!

Andando pelo quarto, Alice evitou o espelho, enquanto Ellen continuava:

– Tá bom, talvez você não goste dele assim. Não vou pressionar! – ela ergueu as mãos num gesto de rendimento.

Alice se virou, ficando de frente para a amiga.

– Sim, eu não gosto dele nem nada do tipo. Mas eu sinto que há várias garotas que ficam com ciúmes de mim só porque eu fico por perto dele.

– E também por ser algo como a melhor amiga dele.

– Sim... Mas o que eu posso fazer? – Alice voltou a se sentar na cama, com um suspiro de cansaço. Nunca gostara de fazer ciúmes em outras garotas, e achava isso uma bobeira da parte delas.

– Nada. – Ellen respondeu. – O que há para fazer? Você é amiga do Erick e isso não vai mudar. Elas que se conformem com isso.

Alice sorriu em concordância. Com uma careta de dúvida, perguntou:

– Como foi que esse assunto surgiu?

– É culpa minha se você fica pensando em garotos? – Ellen respondeu, com um sorriso sarcástico.



Assim como Alice pensava em Erick, este pensava na garota, enquanto trabalhava para escrever uma carta em resposta à dela. Estava tendo dificuldades em se expressar corretamente na carta; os acontecimentos que queria partilhar com a amiga eram de fato inusitados. Por certo, tanto Ellen quanto Alice iriam se sobressaltar quando lessem a carta. Erick ajeitou sua franja, que caia em seu rosto, e olhou ao redor do escritório de seu avô. Por vezes o garoto pegava emprestado o lugar por algum tempo, geralmente para escrever cartas sem que fosse perturbado. Era um espaço amplo, mas não muito bem organizado. Seu avô não era conhecido por sua organização.

Atrás dele estava a lareira do local, com apenas resquícios de brasas, que ainda sobreviviam apesar da noite passada. Era de manhã, ainda bem cedo. Erick esperaria até mais tarde para mandar sua carta. Pensara seriamente em enviá-la na noite passada, mas, devido à hora avançada, preferiu esperar até a manhã para contar as notícias para Alice.

Erick reviveu a noite passada, a fim de colocar tudo no pergaminho a frente de si.

Estivera passeando pelos arredores da casa de seu avô, à tardinha, como ultimamente viera pegando o hábito de fazer. Gostava de caminhar àquela hora do dia, e gostava de ver a atividade de seus vizinhos ao seu redor.

Quando por fim chegou a sua casa, foi surpreendido por uma visita, sentada ao sofá de sua sala de estar. Estava de costas para Erick quanto este entrou em casa, mas se virou quase automaticamente. Parecia receoso de ser interrompido em sua conversa, que estivera travando com o próprio avô de Erick.

O garoto perdeu a fala, tentando achar um motivo lógico pelo qual seu professor de Transfiguração estava sentado em sua sala de estar, bebendo chá com o diretor.

– Erick! – disse Oliver, seu avô. – Entre e sente-se. Você já conhece esse, é lógico. Veio nos fazer uma agradável visita.

Erick piscou algumas vezes diante da imagem de Hunnigan, ainda tentando compreender os motivos pelos quais o professor estava sentado no sofá. Relembrando-se de que tinha que ser educado, afinal, era uma visita de seu professor, e ele estava bem em frente a seu avô, Erick deu um passo a frente, a fim de cumprimentar Hunnigan. Aquela estava longe de ser uma visita agradável.

O professor o cumprimentou educadamente, e Erick hesitou antes de tomar uma decisão. Não sabia se era bem-vindo naquela sala, e se o assunto de Hunnigan com o diretor era particular ou não.

Olhou significativamente para seu avô, mas não foi este quem respondeu:

– Bem, Erick, me desculpe o transtorno, mas preciso falar com o seu avô em particular.

– Sem problemas, professor, eu já vou.

Erick poderia ser um garoto muito bem educado, mas até mesmo ele não resistiu em ir somente até o corredor, e fechar a porta atrás de si, como se na verdade estivesse em qualquer outro cômodo da casa.

Por uns momentos, batalhou contra a sua ética, mas por fim decidiu permanecer atrás da porta. De qualquer modo, não conseguia discernir muitas palavras.

– Então... Que assuntos você tem a tratar comigo, que nem poderia esperar até o ano letivo começar?

Erick ouviu o seu avô falar. Pelo visto, Hunnigan havia acabado de chegar a sua casa.

A resposta de Hunnigan, porém, foi inaudível a Erick. O professor mantinha a voz baixa, como se previsse que Erick estaria tentando entreouvir a conversa dos dois. Após alguns minutos de tentativas fracassadas de ouvir a conversa que ocorria na sala, Erick desistiu, saindo de lá apenas com algumas palavras entendidas: “vassouras”, “confiança” e, a mais preocupante, “Prof. Stuart”.

A conversa que ele não conseguiu ouvir porém, ainda acontecia quando Erick foi embora, subindo para o seu quarto.

Na sala, os dois homens conversavam em baixas vozes, num assunto que mesmo de longe parecia sério.

– Oliver, eu no Beco Diagonal outro dia, para comprar as vassouras.

– Sim, você me comunicou. Ainda acha que é uma boa ideia seguir com isso?

– Sim. Não vou voltar atrás. – respondeu Hunnigan, resoluto. – Acho que seria uma boa ideia. Mesmo porque eu preciso provar certas coisas para você.

O diretor ergueu uma sobrancelha para o professor, em dúvida.

– Você acha que eu perdi confiança em você depois do incidente com o professor Stuart?

– Não exatamente. Mas não se fie completamente nas palavras de Stuart. Assim como eu tenho problemas passados com ele, ele também os tem comigo.

– Estou bem ciente disse. – respondeu o diretor, seco.

– Eu vim aqui avisar-lhe de Scott. Talvez ele tente fazer o mesmo que eu. Me refiro à minhas ideia das vassouras. Aí nós veremos quem é o injusto entre nós dois.

O diretor suspirou.

– Não é necessária tanta acidez assim, Charles.

Hunnigan permaneceu calado.

– Como eu já lhe disse antes, vocês deviam deixar esse problemas para trás.

– Talvez com o tempo. – Charles respondeu, desviando o olhar, rancoroso. – Mas por enquanto, queria que o senhor tivesse em mente que eu nunca visei fazer o que Stuart me acusou de ter feito.

– Eu tentei ser imparcial, Charles. As evidências que ele me mostrou eram claras. Eu nutro certo gosto por você, Charles, saiba disso. Mas tenho que cumprir meu dever como diretor.

Hunnigan suspirou, e continuou:

– De qualquer modo, obrigado pelo chá. – ele disse, se levantou. – Ah, se eu fosse você, também teria uma palavrinha com seu neto. Ouvir atrás de portas não é recomendável. – ele se retirou.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? reviews? vai me matar macarrão? kkkkkkkkkkkkk