As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 2 escrita por Larissa M


Capítulo 2
Capítulo 2 - A Verdade


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei pra postar né? pera, quando foi a ultima vez q eu postei? ... sei lá. bem, whatever, aqui vai mais um capitulo:



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O único lugar que veio a mente de Alice para o grupo se sentar sem ser ouvido e sem ser visto por Hunnigan era Florean Fortescue. Nem na mente de quem tinha a imaginação mais fértil era possível visualizar o professor comprando sundae de chocolate naquele lugar bem iluminado que transpirava alegria.

Os garotos escolheram uma das mesas de seis lugares mais ao fundo da sorveteria, e mais isolada do resto. Parecia um crime se sentar ali e não escolher nada para comer, por isso cada um pediu à garçonete que trouxesse o sorvete de sua preferência.

Enquanto comiam, Alice iniciou a narrativa do que havia ouvido enquanto estava dentro da loja de artigos de Quadribol. Ressaltou que, a princípio, nem havia visto o professor; fora tudo ao acaso. A parte da conversa que havia perdido, porém, não era tão importante assim. Já descobrira, pelo resto da conversa, que Hunnigan estava encomendando a nova vassoura.

– E quando eu estava pensando que as coisas sobre Hunnigan haviam temporariamente acabado. – reclamou Ryan, novamente.

– Foi você quem sugeriu que esquecêssemos, lembra? – disse Ellen. – Nunca realmente terminou.

– Verdade. Mas isso foi novidade! Nem sabemos se tem a ver com o que descobrimos antes das férias.

– Pra mim não parece. – disse Daniel. – Hunnigan poderia estar somente encomendando vassouras para o diretor. Alice, você ouviu ele dizendo isso não foi?

– Sim. Mas então Erick saberia de alguma coisa não é? – ela respondeu. – Ele está passando férias na casa do avô.

– Não se ele escolhesse não me dizer nada, apesar de ser meu avô. – respondeu Erick - Hunnigan disse que o diretor sabe de tudo; nunca falou dos alunos.

– Então pergunte a seu avô, Erick! – sugeriu Nathan.

– Não garanto que ele vá me dizer.

– Tente, ao menos. – disse Alice. – É uma chance de sabermos.

– Mas então Hunnigan está comprando vassouras – não sabemos quantas - para a escola, talvez a pedido do diretor, certo? – perguntou Daniel.

– Correto. – disse Alice. - Talvez isso seja apenas serviço de Hogwarts, e não tenha nada a ver com o professor.

– Mas então pediriam para Hagrid, não é? Ele faz os serviços para a escola. – disse Ellen.

– Sim, pediriam à Hagrid... Então porque encontramos Hunnigan na loja? – perguntou Nathan, mesmo sabendo que nenhum de seus amigos poderia responder.

– Eis a questão. – disse Ryan, aborrecido. – Porque tudo envolvendo aquele professor tem que ser tão misterioso? Sério, eu estou quase o parando no meio do Beco Diagonal pra perguntar o porquê de tudo.

– Talvez sejam só alguma coisa de Hogwarts, essas vassouras. – disse Erick. – Meu avô de vez em quando gosta de parabenizar os alunos.

– Eu espero que seja isso mesmo. – disse Daniel, suspirando. – Chega de problemas por parte daquele cara.

O grupo ficou em silêncio por um tempo, terminando os sorvetes. Alice, depois de ouvir o que Daniel havia dito, se lembrou da promessa de Ryan, mas ficou na dúvida quanto a relembrar o garoto ou não. Passado alguns segundos, ela viu que não precisava.

– Ah, eu lembrei agora que eu prometi uma coisa pra vocês. – Ryan comentou.

– O que? – perguntou Ellen.

– Explicar mais problemas, mas com pessoas diferentes...

– Mattew. – a garota respondeu, com um olhar de pesar.

O grupo se calou. Esperava que Ryan começasse a falar.

– Mattew. – ele disse em concordância. – E principalmente meus pais.

O olhar de Ryan vagueou, seu sorvete deixado de lado, enquanto o garoto relembrava cenas de semanas atrás, pouco depois de ele ter deixado os amigos na plataforma 9 e ¾.


Não avistara seus pais em nenhum lugar da plataforma, por isso ficara esperando a um canto, sozinho, com seu malão a sua frente. Ryan se sobressaltou ao ouvir uma voz conhecida, e a única que ele não queria ouvir, o chamar pelo nome, seu dono escondido atrás dele.

– Ryan. – dissera Mattew Cooper.

– O que foi? – Ryan perguntara de volta, seco.

– Eu queria conversar com você antes que cheguemos a nossos pais.

Com um aceno de cabeça, Matt apontou a silhueta de um casal bruxo, com seus contornos difusos em meio a fumaça deixada pelo trem.

– Diga.

– Você sabe aquilo que eu te falei? Da briga que eu tive com eles? – perguntara Mattew.

– Sim. Lembro-me perfeitamente.

– Você acredita em mim?


Ryan contou a seus amigos a cena que acabara de se lembrar. Eles ouviam atentamente a cada palavra do garoto, a não o interromperam até que tivesse terminado. Ryan continuou narrando os acontecimentos logo depois que deixara os amigos na plataforma 9 e 3/4. Ryan já esperava por problemas, muito tempo antes de desembarcar do trem. Porém, não esperava a conversa que tivera com Mattew logo em seguida:


– Ryan, eu quero voltar para casa tanto quanto você. – disse Mattew, de cenho franzido. Encarava o irmão com extrema seriedade nos olhos; queria que ele percebesse a verdade por trás de suas palavras, pois ainda não tinha certeza de sua confiança nele. – Você sabe que eu me desentendi com nossos pais. Por causa de Rachel. E não estamos nem perto de nos reconciliar.

Ryan devolveu o olhar do irmão com tanta intensidade quanto o próprio. Podia ver que, daquela vez, o garoto estava dizendo a verdade. O irmão mais novo percebeu a presença da namorada de Mattew a poucos metros atrás dos dois, parada desconfortavelmente em pé. Talvez, mas só talvez, os motivos que Rachel lhe dissera para ter reatado com Mattew fossem realmente verdade. Porém, Ryan sentia dificuldade em esquecer tudo.

– Eu sei como é brigar com eles. – dessa vez, Ryan desviar o olhar para o chão da plataforma. – E eu acredito em você, Mattew. Acredito que você tenha brigado com eles por causa de Rachel, mas isso não significa que eu vou te perdoar por tudo o que você vez. Não estou nem perto de fazer isso.

– Eu não estou pedindo por perdão. Não agora. – Mattew respondeu. Ainda não largara seu perfil sério. – Eu quero uma trégua. Gostaria que fôssemos juntos encontrar os dois; e que juntos defendêssemos um ao outro.

– Tudo bem. – Ryan concordou após um longo suspiro. - Uma trégua pelo tempo das férias.

Mattew se permitiu um leve sorriso. Antes que ele pudesse ir buscar Rachel, porém, Ryan completou:

– Só para que você saiba, eu estou fazendo isso mais por Rachel do que você. Gosto dela. E acho que se é isso que ela quer, então deveria ter.

Mattew apenas assentiu, e logo partiu em encontro a namorada. Ryan permaneceu na plataforma, esperando pelo irmão mais velho para poder se aproximar de seus pais.


– Não deveria ser assim uma relação entre pais e filhos. – ele completou para amigos, ao contar essa parte da história.

– Realmente. – concordou Alice. – Mas não desanime, Ryan. É comum termos problemas familiares. – ela falou, segurando a mão do amigo.

– Conte-nos o resto da história. – incentivou Ellen.

Suspirando, Ryan continuou:


Os três jovens – Ryan, Mattew e Rachel – foram andando ao encontro do Sr. e Sra. Cooper, ainda parados na plataforma.

– Olá. – cumprimentou Sra. Cooper. – Filhos, temos que falar com vocês.

– Não. – respondeu Mattew. – Nós temos algo para dizer. Queremos que vocês ouçam primeiro.

– Precisamos fazer isto aqui, no meio da plataforma? – perguntou o pai de ambos. – Vamos para casa.

– E Rachel? – perguntou Mattew. – Queria que ela estivesse presente.

– Então falem logo o que vocês têm para nos dizer. – disse a mãe deles. – Conversamos o resto em casa. – seu olhar já dizia que queria muito rever seus filhos, mas ainda assim mantinha a postura sério, o que fez Ryan pensar que não largara o que dissera antes.

Mattew e Ryan se entreolharam antes de continuar.


– E o que vocês disseram para eles? – perguntou Daniel.

– Eu disse o que eu já dissera há tanto tempo numa carta. – ele respondeu. – Só que dessa vez eu realmente quis dizer isso. – suspirando, ele continuou – Lembra-se de quando eu coloquei em uma carta que não me importava com o que eles pensavam?

– Sim. Só que naquela época você não quis realmente dizer isso, não é? – perguntou Alice.

– Exato. Mas agora eu realmente não me importo. – disse Ryan. – E eu me pergunto se eu deveria...

– Em parte. – respondeu Ellen. – Eu acho que você deveria se preocupar mais em mudar os ideais de seus pais, Ryan. Discordando, você está dando o primeiro passo para fazer sua opinião ser notada. Não se importando com o que eles pensam, outro. Porque só então eles irão acordar e perceber que sua opinião deve importar tanto quanto a deles.

Ryan sorriu para Ellen.

– Obrigado. Eu acho que você está certa. Mas calma, eu ainda não contei o resto da história.


Depois de Ryan e Mattew terem exposto suas verdadeiras opiniões é que os pais de ambos puderam falar. O que o irmão mais velho havia dito era parecido com o que Ryan dissera. Mattew dissera que não iria largar Rachel apenas porque seus pais haviam dito que sim. Ele colocara seus pais numa posição desconfortável, e estava ciente disso.

Ryan ficara espantado com a veemência com que Matt se expressara. Até então tivera dificuldades de acreditar completamente no irmão, mas, depois de ouvir a palavras dele, se convencera da verdade. Rachel realmente mudara o garoto de um jeito incrível. Achou que ter feito aquela trégua fora uma boa ideia; juntos, estavam causando mais efeito do que teriam se fossem sozinhos.

Nem Ryan nem Mattew queriam mal aos seus pais. Ainda os amavam como sempre amaram. Porém, do jeito como os pais haviam reagido em resposta aos atos dos filhos não fora um bom exemplo do modo como pais deveriam tratar filhos. Mattew e Ryan, por sua vez, também não estavam sendo os mais compreensivos, mas achavam estarem certos. Ryan, em especial, já vinha guardando rancor há tempos. Não sabia, mas se rebelava tanto assim por ter ciúmes de Mattew por todos aqueles anos. Era verdade, porém, que os pais não os tratavam com igualdade.

Respirando fundo, a mãe de ambos começou:

– Mattew, Ryan... Vocês ainda não largaram disso.

Ryan, que por um momento havia achado que eles fossem concordar, deu um largo suspiro, dizendo:

– Mãe, não lhe quero mal. Também não gostaria de ter que agir com assim com você. Ou melhor, com vocês. Mas isso é o que eu quero. Eu não me importo se meus amigos são cada um de uma casa, se eles são trouxas, adoradores de elfos domésticos ou o que quer coisa que sejam! Eu vou ficar ao lado deles não importa o que aconteça. E já está na hora de você se manter do meu lado. Do nosso lado. Somos seus filhos. Deveríamos estar chegando a um consentimento, e não continuando uma briga que começou há tanto tempo.

Ambos os pais ficaram calados, ouvindo. Ryan podia ter agido do mesmo modo através de cartas, mas pessoalmente era infinitas vezes pior ouvir o filho dizer o que estava dizendo.

Um pouco encabulada, mas achando que deveria intervir, Rachel falou, chamando a atenção de todos:

– Vendo de fora, e não sendo membro da família, gostaria de dar minha opinião. – ela disse. – Eu acho que vocês deveriam entrar num consentimento, assim como Ryan falou. Ter tempo para conversar, para se entender. Me desculpem o atrevimento de falar assim, aceitem isso como um conselho.

O pai de Ryan assentiu com a cabeça, mas a mãe se mantenha impassível. Mattew, que segurava a mão de Rachel, apertou-a de leve, para indicar que estava tudo bem ela dizer aquilo.

– Eu acho que eu vou. – ela continuou. – Sei que não atendo suas expectativas, mas amo seu filho tanto quanto se eu fosse de qualquer outra casa. Não compreendo o motivo dessa aversão pela Lufa-Lufa, mas espero algum dia saber. Não vou desistir de Mattew.

Com essas palavras, Rachel deu as costas aos dois pais muito chocados. Ela se despediu de Mattew, que não se opôs a sua escolha.

Tão logo ela havia partido, a família Cooper se pôs a caminho de casa. Não havia mais nada a ser dito; não ali.


– Então foi isso tudo o que aconteceu? – perguntou Erick, e Ryan assentiu.

– Gosto cada vez mais de Rachel. – comentou Alice. – O que ela disse foi tão forte quanto como se tivesse dado um tapa na cara de cada um de seus pais, Ryan. Não que isso seja uma boa coisa...

– É uma boa coisa. Eles precisavam desse tapa.

– Mas então o que eles lhe falaram depois?

– Nada. – Ryan respondeu. – Tudo o que sei foi uma conversa que entreouvi no corredor certo dia. Depois, eu fui para a casa de Nathan.

– Conte-nos também.


Passando pelo corredor, certo dia das férias, Ryan notou que a porta do quarto dos seus pais estava entreaberta. Não teria parado para ouvir se não pelas palavras de sua pai:

– Allyson, devemos falar com eles. Já faz tempo que deveríamos ter feito isso.

Ryan não via, mas sua mãe andava com passos rápidos pelo cômodo, indignada e aflita.

– Eu não sei.

– Não sabe do que? – indagou o pai.

– O que mais dizer a eles.

– Que tal a verdade?

Dessa vez, Ryan ouviu quando o sapato de sua mãe bateu com um baque surdo no chão feito de carpete. Allyson parara no meio do quarto para encarar Robert.

Toda a verdade? Robert, você não gosta de reviver o nosso passado...

– E porque não? Eles merecem saber.

Depois dessas palavras, Ryan foi surpreendido quando o elfo doméstico da família, Yoluk, apareceu de repente no meio do corredor. O garoto emitiu um ruído de espanto e, pensando que fora descoberto, partiu ligeiro de volta para seu quarto. Chamou Yoluk antes que ele pudesse dizer algo, e pediu educadamente ao elfo que não dissesse nada a seus pais.

– A verdade? O que sua mãe quis dizer com “a verdade”? – perguntou Ellen.

– Ah não. – disse Daniel, antes que Ryan pudesse responder - Não me diga que você não sabe e que isso só vai para já grande lista de mistérios que temos para resolver?

Ryan não respondeu, apenas desviou o olhar.

– Eu não tinha como saber; me mandei da casa antes que meus pais pudessem resolver se me contavam ou não.

– Sim, ele foi para minha casa logo depois. – disse Nathan. Estivera calado todo o tempo pois já ouvira a mesma história de Ryan.

– Agora entendem porque eu não queria contar por carta? Além do mais, estava pegando a coruja emprestada da mãe de Nate...

– Sim, entendemos. – Alice respondeu por todos. – E vamos fazer o possível para te ajudar, Ryan.

– Obrigado, gente. – ele falou, olhando para cada um.

Para aliviar a tensão do ambiente, afinal, a conversa ali fora uma preocupação seguida da outra, Ellen sugeriu:

– Que tal nós irmos à loja de animais? Assim você poderia comprar uma coruja pra você, Ryan.

– Sim, você não tem nenhum animal. – disse Daniel. – Talvez seja melhor você comprar um, eles são ótima companhia.

Depois de Ryan ter concordado, o grupo chamou a garçonete, e cada um pagou o seu sorvete. Eles saíram da Florean Fortescue, de novo para o Beco Diagonal. Ainda era cedo, por isso eles se encaminharam para a loja de animais, muito mais preocupados do que quando entraram na sorveteria.



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Notas finais do capítulo

e então? vão me matar por eu ter deixado mais um mistério no ar? só deixem review, bl?
(e não, macarrão, isso não foi vingança; já estava tudo planejado xD)