As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 2 escrita por Larissa M


Capítulo 16
Capítulo 16 - O Jogo


Notas iniciais do capítulo

ahhh, maldito seja vc, writer's block!
Aproveitem o cap, e saibam q eu planejo terminar o ano em breve...



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Prof. Binns, mais uma vez, mostrava a sua incrível capacidade de mergulhar os alunos num estado de quase sono, em que não prestavam atenção em uma palavra sequer, mas olhavam-no como se estivessem entendendo, e alguns até mesmo balançavam a cabeça, como sinal positivo. Daniel, assim como a maioria, desistira de tentar entender alguma coisa; reveria a matéria com seus amigos depois.

Ele distraidamente desenhava com a pena de escrever no canto do pergaminho, apoiando o rosto na mão, sonolento. Estava quase deitando a cabeça para cochilar, se não fossem seus pensamentos perturbantes mantendo-o acordado.

Ele se lembrou de semanas atrás, quando o próprio Mattew lhe alertara para Kyle White e Derek Moore. Daniel se lembrava da gravidade de suas palavras, mas o que fora mesmo que ele lhe dissera? Algo negativo sobre os dois, certamente...

Era consenso entre o grupo que Kyle White e Derek Morre não eram as personalidades mais agradáveis para se ter como companhia. Na realidade, Daniel era o único que fazia um esforço para suportá-los, dado que ele era o apanhador da Grifinória, e Kyle, o batedor. Derek parecia estar impertinentemente sempre próximo ao outro, tornando a presença de ambos ainda mais indesejada. Já os outros cinco os viam aqui ou acolá, no corredor, se os viam. Nunca Derek havia se pronunciado, exceto na ocasião em que fizera comentários abertamente para Daniel numa das reuniões do time da Grifinória, para Ellen ou o resto dos cinco, em questões de agredir verbalmente a casa da Sonserina.

Daniel deveria ter levado o aviso de Mattew mais a sério, foi o que ele pensou consigo mesmo no meio da aula de Binns. Certamente havia algo de suspeito junto daqueles dois, e não era ele quem estava ansioso para descobrir o que era. Descartando o assunto, passou a se concentrar em outros problemas mais urgentes.

Nunca falara abertamente para um de seus amigos, mas estava ansioso como nunca para o primeiro jogo contra a Sonserina que faria. Não era o fato de jogar na posição exatamente oposta a Ellen – já fizera isso diversas vezes, e tinha orgulho de admitir, e mesmo implicar com a amiga, que tivera sucesso em muitas delas – que o deixava nervoso, mas sim pelo fato de ter toda a escola como uma plateia. Não queria vê-la perder, pois sabia o quanto isso deixava a amiga para baixo; mas, ao mesmo tempo, não gostaria de perder ele próprio. Era uma situação em que, qualquer que fosse o resultado da partida, ele sairia chateado com algo. A partida só teria um fim no momento em que um dos dois apanhadores, ele ou Ellen, pusesse as mãos no pomo de ouro.

E ainda havia Aaron Fisher. Há muito tempo em que o garotinho da Sonserina, conhecido amigo de Ellen, não ocupava a mente de Daniel, mas sua presença em alguns casos chegava a ser estonteantemente irritante. Sempre por perto, Aaron deixava claro que torcia para Sonserina qualquer que fosse a situação, e, embora Ellen tornasse claro que ela, pessoalmente, era neutra em alguns quesitos, mesmo por ter a constante presença de amigos de outras casas, mesmo por realmente não se importar quando o assunto era sua própria casa fora do campo, Aaron, com uma impertinência e falta de senso comum característicos, insistia no assunto. Daniel aprendera a suportá-lo com o tempo, ou meramente ignorá-lo. O último contribuía para manter o seu humor nos eixos.

O Prof. Binns, quando o horário da aula terminou, pontualmente encerrou sua tediosa explicação, e liberou os alunos para o próximo tempo. Desapareceu atravessando a lousa com naturalidade.

O dia do esperado jogo entre a Sonserina e Grifinória se aproximou rapidamente, numa velocidade além da esperada por Daniel e Ellen. Os times haviam treinado incansavelmente nas últimas semanas, mas do que os amigos sentiam mesmo a falta eram os treinos que costumavam fazer, ao menos uma vez por semana. Com os dois atarefados e com os próprios times para se preocuparem, deixaram essa atividade um tanto de lado.

- É amanhã, Ellen, amanhã! – exclamava animado Aaron Fisher, sem se dar conta de que estava sendo inconveniente ao lembrar Ellen constantemente de algo que só contribuía para deixá-la ainda mais nervosa.

- Eu sei, Aaron... – ela suspirou. – Não estou exatamente animada em fazer uma performance possivelmente duvidosa em frente a toda a escola. Você sabe que não sou a aluna mais popular daqui. Qualquer motivo que der para os malditos de outras casas será o suficiente para ser perturbada por ao menos uma semana...

- Não deixa de ter torcedores. – Aaron retrucou, determinado a deixar Ellen um pouco mais orgulhosa de si.

- Toda a Sonserina, é claro, mas, se eles não torcessem pela apanhadora de seu time, por quem torceriam? – ela resmungou em resposta.

- Acho que seu nervosismo está te deixando carrancuda e pessimista demais, Ellen. – comentou Holy, que também estava na Sala Comunal da Sonserina, ao lado dos dois, terminando seu dever de Astronomia, com a característica honestidade inconsequente.

A resposta de Ellen foi suspirar, fazendo Holy comentar uma segunda vez:

- Você vai ser ótima, Ellen, verá só. Mas não acho que você seja tão impopular quanto imagina. Já sabe que Sarah, a capitã, é conhecida por quase todos de nossa casa, e, estando você no time e na posição de amiga dela, não tardará para que conheça a outros.

Ellen assentiu em concordância, mas comentou:

- Mas eu estava me referindo à reputação que nós temos desde nosso primeiro ano. Bem, não creio que você ou Aaron estejam inclusos, mas vocês sabem a quem me refiro.

- Não se preocupe com isso, Ellen, eles são um bando de idiotas de qualquer modo.

- A idiotice alheia e imprudentemente aplicada num contexto de uma mentalidade que se considera superior, mesmo que aparentemente inofensiva, pode atingir àqueles que nada têm com isso, a não ser não se adequar a massa de obtusos que se enquadram a ela. Dar ouvidos é um erro fatal que cometemos, mas está um tanto além da maioria das personalidades humanas; ao menos das que tenho conhecimento. [n/a eu sei que não está de acordo com a verossimilhança uma garota de 12 anos se expressar de tal modo, mas, olha, eu gastei minha eloquência e criatividade nisso, e vou deixar assim mesmo...]

- Você lê demais, garota. – Aaron comentou, um tanto surpreso com a seriedade e a carga linguística da fala de Ellen.

- Conhecimento nunca é demais, Aaron. – Holy falou. – Deveria experimentar ler mais você mesmo. – ela complementou, num tom agradável de quem dá um conselho amigável.

Ellen permanecia séria em seu canto, terminando o mesmo exercício de Astronomia que Ellen.

- Mas então, tornando ao assunto do Quadribol... – insistiu Aaron, no que Ellen delicadamente conseguiu se safar da conversa indesejável, comunicando-lhe solenemente que estava demasiado nervosa para poder colocar os pensamentos em ordem para debater suas táticas para o jogo.

O tão esperado e falado sábado de manhã se apresentou com um tempo favorável à expectativa de todos. De manhã cedinho todas as nuvens que preenchiam o céu, e as brumas que cobriam a paisagem rasteira deram espaço para que o tão glorioso sol viesse, como se se curvassem para longe como súditos a presença do rei. Era infinita vezes melhor participar de um jogo de Quadribol ao morno sol do que aguentar a partida debaixo de chuva, tanto para os jogadores quanto para os espectadores.

O castelo estava aspirando uma atmosfera de expectativa e ansiedade poucos momentos antes das dez horas, horário marcado para o início do jogo. Os poucos assuntos que haviam rondado as conversas estudantis durante aquele curto período de tempo (a começar a contar do passeio a Hogsmeade) giravam em torno de Quadribol e Hunnigan e Stuart. O “simpático e casual” encontro entre os professores correra de ponta a ponta pelo colégio. No entanto, logo os rumores esfriaram um pouco, mas ainda perduravam.

Os amigos haviam combinado de se encontrar, todos, alguns minutos antes do jogo, no lugar tão bem conhecido por todos: as ampulhetas do saguão de entrada.

- Estão nervosos? – perguntou Ryan pra Ellen e Daniel, assim que ele e Nathan chegaram, por último, do dormitório da Lufa-Lufa.

- E você ainda pergunta? – Daniel resmungou em respostas, agitando os braços do lado do corpo, numa fraca tentativa de amenizar o nervosismo.

- Eu tenho que perguntar; vai que um de vocês dá um ataque de nervos e...

- Não está ajudando, Ryan. – Alice sussurrou audivelmente para ele, fazendo-o calar-se.

- Então... – Nathan tentou inutilmente mudar de assunto, mas, não lhe ocorrendo nada, disse – É, eu tentei pensar em algo diferente do jogo para conversarmos, mas está um pouco além da nossa capacidade ignorar as flâmulas e os uniformes exagerados que todos estão vestindo para o jogo daqui a quinze minutos...

Os integrantes do grupo olharam ao redor, constatando que Nathan estava certo.

- Então desistam de trocar de assunto. – Ellen comentou. – Estou curiosa pra saber o que vocês irão vestir. Não que eu queira que vocês tomem alguma preferência dentre Grifinória ou Sonserina...

- É um tema delicado, Ellen. Da última vez que fizemos isso, se bem me recordo, foi pouco antes de... bem, você sabem, aquela vez em que eu agi como uma completa babaca... – Alice comentou.

- Não, nada irá se repetir. – assegurou Ryan. – Eu vou tomar o vermelho da Grifinória, perdão, Ellen...

- Eu já prefiro Sonserina.

- Então isso me resta o verde e prata e Erick de vermelho e dourado... – Alice sugeriu, ao que todos responderam positivamente.

- Obrigado, gente. – Daniel falou. – Vou saber como achá-los quando olhar de relance pra plateia... O único lugar onde se encontrará as quatro cores unidas! – ele completou, rindo, e acompanhado por todos.

Logo antes do jogo, Daniel deu uma corrida de um dos extremos do campo ao outro, para desejar a Ellen a boa sorte casual.

- Ellen, tem um grifinório do lado de fora do vestiário perguntando por você... – avisou uma das jogadoras do time, enquanto fazia uma entrada atrasada.

- Um grifinório? – Ellen perguntou, confusa, sem considerar a possibilidade de Dan ter atravessado o campo para encontrá-la.

- Está vestindo o uniforme de Quadribol.

Ellen terminou de calçar suas luvas e seguiu para o lado de fora, murmurando:

- Daniel...

O garoto estava esperando por ela na porta.

- Olá, pensei que não viria me ver. – ele cumprimentou.

- Na realidade, pensei mesmo em deixá-lo esperando até que Madame Hooch soasse o apito. – Ellen brincou. – O que está fazendo aqui? Vai se atrasar.

- Há-há, boba. Se me tratar desse jeito, não ganha mais meu sorriso bem humorado e um desejo de boa sorte.

- Olha só quem está todo confiante... – ela riu. – Boa sorte, Dan, prometo não te derrubar da vassoura de propósito.

- Boa sorte, Ellen, e não espere que eu pegue leve com a minha vassoura novinha.

Ele abriu os braços para dar um abraço nela, que correspondeu de pronto.

- Presente, aliás, dado por nós... – ela frisou, enquanto o soltava do aperto.

- Até sua eminente derrota no campo. – ele se despediu, afastando-se e acenando.

- Até seu orgulho ser esmagado. – ela acenou em resposta, rindo da brincadeira dos dois.

Enquanto Sarah York apertava a firmemente a mão de Albus Potter, a torcida colorida de quatro cores gritava em excitação e felicidade. Os espectadores vaiavam, torciam, gritavam nomes, agitavam flâmulas, igualmente torcidas trouxas. O diferencial eram os binóculos magicamente enfeitiçados por alguns, e, claro, o jogo em si.

O árbitro fez o apito soar pelo estádio, dando o sinal que os jogadores estavam esperando para alçar voo.

 Nos primeiros minutos, foi quase impossível para Ellen acompanhar o jogo claramente. Sabia que um dos artilheiros de seu time havia saído na frente carregando a goles, porém, até que pudesse se estabilizar e ter uma boa visão de campo estava completamente à mercê na narrativa do locutor.

Ellen voou em círculos pelos primeiros minutos, finalmente percebendo a luta em que a maioria dos artilheiros travava para acertar a goles no aro ou defendê-lo. A partida já começara acirrada, e a expectativa de todos, já que era o clássico de Hogwarts, era que se mantivesse assim até o desfecho.

“Lá vai Norris, carregando a goles com habilidade para o time da Sonserina, se aproximando perigosamente dos aros... Mas o que foi aquilo? Um balaço de White, que vinha despercebido até que acertou o artilheiro em cheio no braço direito...”.

Daniel ouvia a tudo atentamente, e por uma talvez única e primeira vez agradeceu a Kyle White por ter mandado aquele balaço certeiro. Mantinha uma tática inicial semelhante a de Ellen e a maior parte dos apanhadores: sobrevoava o campo em círculos, ora se desviando de balaços, ora flagrando um lance que ocorria ali perto, mas sempre de olho em qualquer reflexo dourado que pudesse indicar aonde estava o pomo de ouro.

Sendo um dos primeiros jogos da temporada, ainda estava muito cedo para se ter a pressão de ganhar por uma determinada quantidade de pontos. Albus dissera explicitamente a Daniel para apanhar o pomo o mais rápido o possível e os livrar de levar um balaço na cara. Dan acatara a sugestão de bom grado, e se esforçava ao máximo.

“Grifinória com a posse da goles, desta vez com Potter, o artilheiro! Sinceramente, garotos, porque é que vocês foram combinar de ter o mesmo sobrenome?” brincou o narrador, fazendo Daniel rir no ar “Albus Potter se aproxima dos aros, desviando do balaço de Garrett por pouco, e tendo sua guarda protegida por Cooper... Mas que lance emocionante de se assistir, Hogwarts! O goleiro vai para um lado, para o outro, confuso, e... Gol da Grifinória!”

A torcida vermelho e dourado vibrou, em coro chamando o nome da casa que seguia na liderança, tendo aberto o placar daquele dia.

“A casa de Godrico Gryffindor abre o placar, seguindo na frente da Sonserina por dez pontos!” disse o narrador, que, por ser da Lufa-Lufa, até então havia sido o mais imparcial possível.

Ellen acelerou a velocidade em sua vassoura, amaldiçoando pela Grifinória já ter conseguido fazer um gol. Não duvidava da capacidade de seu próprio time, mas estar na frente era sempre um incentivo a mais quando se precisava de máxima concentração no trabalho de capturar o pomo. Ela entreviu Daniel, do outro lado do campo, voando de encontro a Albus para bater mãos.

“Dessa vez é goles é da Sonserina, que não se deixou abalar por aqueles dez pontos! York avança com uma determinação e concentração incríveis, e não me resta dúvidas de que tentara marcar...

Sarah se aproximava veloz de Harold Lime, o goleiro da Grifinória. Ele manteve-se parado em posição central, pronto para cobrir qualquer aro, atento. Quando Sarah se preparou para lançar, ele pulou para a esquerda, certo de que apanharia a goles.

“Que jogada incrível! York lança para Flowers, a artilheira a apenas alguns metros na frente dela própria, enganando o goleiro! Flowers lança para o aro a direita de Lime e, não restam dúvidas, gol da Sonserina!”

Ellen não pôde evitar fazer um gesto em comemoração, juntando-se a torcida sonserina que vibrava nas arquibancadas.

- Olhe só para Ellen! – exclamou Ryan, para Alice, sentado num dos melhores lugares da arquibancada.

- Ela merece comemorar, Sarah foi incrível! – Alice comentou enquanto Ellen passava perto o suficiente das arquibancadas para entrevê-los por alguns segundos.

- Mas que pena, ainda não há sinal de que nenhum deles viu o pomo... – Nathan observou, desapontado.

- Vocês sabem exatamente o que vai acontecer quando um dos dois avistar o pomo, não é? – Ryan perguntou. – Quando o outro notar o movimento, vai disparar logo atrás e, a não ser que esteja muito longe, os dois vão entrar naquela clássica disputa centímetro a centímetro...

“Agora o jogo segue empatado, caros espectadores! Dez pontos da Grifinória, e seguidos logo depois por dez da Sonserina... Será que esse jogo será resolvido pelos apanhadores? E eles, por acaso, acontecem de serem amigos de casas diferentes... Quem sabe Potter não suaviza as coisas para Green...”.

Os dois apanhadores voavam tão rápido nas respectivas vassouras que eram impossível ver qualquer tipo de expressão da parte deles.

- Não foi surpresa um comentário desses, não é mesmo? – Holy disse.

- É, de fato era óbvio que viria cedo ou tarde, mas isso não nega o fato de que Daniel e Ellen devem estar querendo matá-lo agora mesmo por terem ganho destaque frente a escola toda, literalmente, por meio minuto... – Alice retrucou.

A despeito do comentário do locutor e outros que o seguiram, Ellen continuou firme na procura do pomo. Assim também fez Daniel.

O jogo seguia no mesmo embate acirrado em que começara. Depois de certos minutos de jogo, o placar ainda estava empatado: 40 a 40, quase que intercalando gols entre os times.

Os jogadores já estavam cansados da partida, mas ainda continuavam com tanta determinação a vencer quanto antes. Ao passar perto de Albus, Daniel o ouviu gritar:

- Ache o pomo, Potter!

Os dois amigos continuavam no mesmo ritmo letárgico de seguir em círculos ao redor do campo.

“Lá vai novamente Sarah York, a capitã da Sonserina, a procura de mais um gol para o time, para sair de vez desse empate que se arrasta por mais de 40 pontos! Esperem um pouco, será aquele o pomo de ouro?”

A atenção de todo o estádio imediatamente se virou para Ellen. Não restava dúvidas: lá estava o pomo de ouro, voando bem baixo, e lá estava a apanhadora da Sonserina, a não mais que cinco metros de distância do próprio.

Como se Ryan houvesse participado de uma aula de Adivinhação muito proveitosa, e tirado dali habilidades de premonição, o que ele descrevera aconteceu: Daniel, no momento em que o narrador dissera as palavras “pomo de ouro” automaticamente se virara para Ellen, que não deixara sair de sua vista desde o início da partida. A vassoura de última geração de Daniel dava-lhe vantagem em velocidade na perseguição que se seguiu, mas na técnica ele não tinha tanta certeza de que conseguia ser superior a Ellen.

Como se fosse um casual treino num sábado de manhã, os dois se emparelharam a menos que dois metros do pomo, e entraram numa disputa assistida por toda a escola. Aquela experiência para os dois, apesar de já ter sido antes feita, parecia mais desafiadora e deveras mais emocionante.

Ellen estava com a mão direita esticada ao máximo, e Daniel com sua mão esquerda, ambos lado a lado. Não chegavam a se esbarrar, mas estavam próximos. As palavras do locutor mal foram ouvidas pelos dois, mas reverberaram por todo o estádio, que agora prendia a respiração:

“Green sai com a dianteira, mas logo Potter chega perto... Os dois estão lado a lado, mal é possível ver quem é que ganhará a disputa! Dois apanhadores tão bons quanto esses não se acha em qualquer lugar; e olha que ainda são amigos, e não parecem estar deixando o outro ganhar vantagem por conta disso”.

- Que o melhor vença, Ellen! – Daniel gritou para o ar, esperando que as palavras chegassem ao ouvido da amiga.

Ela sorriu em resposta, mostrando o seu divertimento com a situação.

Enquanto isso, o jogo corria. Artilheiros e batedores iam de um lado a outro, mas ninguém nas arquibancadas lhes dava atenção. O palco era de Daniel e Ellen.

- Ryan, que profeta você é! – exclamou Alice, agitada com a disputa.

- Me dê uma bola de cristal que a próxima previsão será qual dos dois ganha essa... – ele brincou.

- Ei, aquele não é o tal do Kyle White chegando perto dos dois? – apontou Nathan, que segurava o binóculo.

- Sim, e não é nada bom um batedor e dois apanhadores desavisados...

Daniel e Ellen, na concorrência e concentração que estavam, quase não viam os arredores.

Foi Daniel quem conseguir distinguir a silhueta difusa de Kyle a distancia, colocando sua força braçal no balaço.

- Balaço! – ele gritou novamente, na esperança de que Ellen o ouvisse.

“...O balaço segue em linha reta, tão potente como uma bala de canhão.” Ouviu-se uma exclamação de tensão da plateia, e o locutor continuou “...Ellen Green arrisca o jogo, mas salva a si mesma: sai da frente bem a tempo!” parte da torcida solta uma exclamação de alívio.

- Ufa, não precisávamos de mais um amigo na Ala Hospitalar... Duas vezes em um ano chega! – comentou Ryan, participando do alívio coletivo de alguns.

“Sobra Daniel Potter e o pomo de ouro, bem em frente, sem disputa! O balaço de Kyle White foi preciso e bem na hora...”.

Daniel, embora aturdido pelo balaço, continuou o movimento em linha reta para frente, com o braço esticado, e apanhou o pomo com firmeza. A partida estava ganha para a Grifinória. 


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Notas finais do capítulo

Reviews? ^^



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