As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 2 escrita por Larissa M


Capítulo 15
Capítulo 15 - Imprudente


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me, desculpem-me! Fiquei quase 20 dias sem postar, mas culpem o writer's block!! Agora finalmente eu consegui formar um capítulo, e com sorte volto a minha rotina normal! Aproveitem!



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- Ryan Cooper, você é o mais insano, o mais tolo, o mais imprudente de todos! – Alice já estava em num mesmo sermão de repreensão por mais de cinco minutos, e não parava de enfatizar o quanto o garoto errara, pelo acréscimo daquelas qualidades nada agradáveis.

- Alice... – ele tentou interrompê-la, em vão.

- Não há justificativa, Ryan! E se alguém o viu? E se alguém for denunciá-lo a algum professor? Você poderia ter facilmente sido reconhecido por qualquer um do Três...

- Alice. – ele chamou de novo, com mais convicção do que antes. A garota parou de falar, dando tempo para ele emendar logo em seguida: - Fale mais baixo senão daqui a pouco estaremos discutindo isso no corredor, não dentro aqui ao lado de Dan. Por favor, isso é a Ala Hospitalar. – Ryan falou com uma pitada de humor, certo de que Alice não engoliria a desculpa que ele estava arrumando.

Não demorou muito, a garota respondeu:

- Isso não é justificativa para... – ela continuou seu discurso por longos minutos, mas baixou o tom de voz, assim como Ryan pedira.

- Sinceramente, Alice – Daniel falou, quando ela o deu espaço – Agora já era.

Fechando o rosto, ela acrescentou sem perder a pose:

- Deveria ter ouvido isso antes de ir para Hogsmeade!

- Certamente não foi por falta de repetição, não é...? – Ellen completou, em parte brincando com a indignação de Alice, em parte falando sério.

- Bem, de uma coisa estou certo: nunca mais eu aceito alguma loucura dessa vinda de você, Ryan. – disse Nathan. Ele, de longe, fora o que sofrera mais com a escolha de Ryan em sair debaixo da capa no povoado bruxo. – Eu gelei quando percebi o que você tinha feito! Quase o puxei de volta, mas não quis causar mais confusão ainda.

Ryan expressava uma mescla de arrependimento com teimosia. Horas realmente se sentia arrependido, e desviava dos olhares acusadores de parte de seus amigos; horas mantinha a posição que adotara no momento em que saíra da capa: desafiadora e rebelde. Ainda não sabia como se sentir a respeito do que fizera, e as constantes e divergentes opiniões que seus amigos davam não ajudavam em nada naquele quesito.

Depois de certo tempo conversando, Ellen, Alice, Daniel (ainda deitado na cama) Ryan e Nathan, que haviam chegado de Hogsmeade há uma meia-hora, viram Erick chegar, e andar até eles com um olhar preocupado no rosto.

Quando chegou perto, parou do lado de Ryan, olhando-o de cima com uma expressão de repreensão, e falou seriamente:

- Saiba que você só não foi reconhecido por um dos meus amigos por pouco.

Ele contornou Ryan e se sentou ao lado de Alice, dando um longo suspiro.

- Viu só, Ryan! – Alice falou, como se a opinião de Erick encerrasse o caso

- Oh, não, não estou culpando ele... Só dando um aviso. – Erick respondeu. – Não faço ideia de como seja estar na sua pele, Ryan, muito menos o modo como estava se sentindo na hora...

Indignada novamente, Alice disse:

- Não saia defendo-o, pode dar ideias.

- Eu nunca disse que tinha achado uma boa ideia... – Erick disse em sua defesa, mas Alice estava indignada demais para prestar-lhe atenção. – Bem, tudo o que tenho a dizer mais é que foi por pouco, Ryan.

O garoto resmungou algo em resposta, e por fim agradeceu.

- Pelo menos tudo deu certo. – disse Daniel, incerto em seu otimismo.

- É, ao menos Ryan pode falar com o pai dele. – Ellen concordou.

- Mas gente, eu ainda não contei o que eu consegui ouvir da conversa de Hunnigan e Stuart. – disse Nathan, de repente se lembrando do ocorrido. Nem houvera mencionado a conversa até então, de tanto que os amigos haviam se preocupado com Ryan.

- O que? – Ellen se surpreendeu. – Você conseguiu ouvir a conversa entre os dois?

- Não trate isso como se fosse algo que eu devesse ser parabenizado por, Ellen... Eu ainda estou me sentindo culpado demais. – ele falou, um tanto envergonhado.

- Nate, deixe pra sentir culpado depois... – Ryan pediu – Agora pode fazer o favor de suprir nossa curiosidade e contar logo o que ouviu?

Os minutos seguintes se passaram com Nathan narrando suas experiências mais cedo naquele dia. Explicou a Ryan exatamente o que se passara no pub, e o que sua invisibilidade momentânea possibilitara-o de fazer. No entanto, só trouxe frustração para o grupo. As questões que eles estavam se perguntando a respeito de Hunnigan e Stuart aparentemente tinham respostas tão inalcançáveis para eles quanto para os próprios professores. Fora uma confusão o diálogo entre eles, e ainda mais confuso para Nathan explicar para os seus amigos o pouco que ele conseguira interpretar dali.

Por fim, Nate suspirou de cansaço pelo dia, e deu por encerrada sua narrativa. Não conseguia mais puxar nada pela memória, frustrado.

- Pelo que nos contou, Nate, os dois não estão melhores do que a gente. – Daniel comentou.

- Decerto tem algo nesse passado que está mal resolvido. – Alice constatou – Você disse que Hunnigan culpava Stuart por algo, e vice-versa?

- É, mais ou menos isso. – Nathan respondeu.

- Não há nada mais a fazer a não ser esquecer isso. – Ellen sugeriu, depois de certo tempo. – Temos mais com o que nos preocuparmos... – seus pensamentos já iam longe, lembrando-se do próximo jogo de Quadribol que viria.

- De acordo. – disse Erick. De longe, era o que estava mais cansado dali. Mudando de assunto, ele falou, para a alegria geral – Mas podem se animar, pelo menos momentaneamente...

Erick tirou a mochila que carregava consigo, desde Hogsmeade, das costas, e apoiou-a no chão. Remexeu por algumas segundos nela, claramente procurando por algo. Virou o rosto para cima, sorrindo para os cincos rostos que o encaravam em expectativa. Aos poucos, foi tirando da mochila o que trazia.

Varinhas de alcaçuz, feijõezinhos de todos os sabores, caldeirões de chocolate, bombinhas, e inúmeros doces ele tirou de lá, entregando uma coisa diferente para um amigo. Depois, foi a vez das mercadorias da Zonko’s. Nem Nathan nem Ryan viram Erick sair do Três Vassouras uma vez sequer, mas o garoto encontrara tempo o suficiente para passar nas lojinhas mais agradáveis a eles.

Erick tentou não espalhar muito os itens ao redor da cama de Daniel, e colocar certa ordem ali na Ala Hospitalar, mas com tanta efusão de cinco alunos após um dia de frustração e preocupação, foi impossível. Ele deixou-os em paz, mas sabia que não tardaria para Srta. Pomfrey chegar e ralhar com todos.

Sarah, a capitã do time da Sonserina, havia marcados treinos todas as quintas e terças-feiras à noite, para a alegria e igualmente cansaço de Ellen. A garota se esforçava ao máximo, e dava o melhor de si em todos os treinos. Quando podia, se unia a Daniel (assim que ele já estava em forma e recebera alta de Srta. Pomfrey) e Erick para treinar, quando o horário era propício e não coincidia com o treino da Corvinal ou Grifinória.

Ryan, Nathan e Alice, que se mantinham isentos de qualquer atividade física, apenas assistiam quando podiam, e davam o maior apoio o possível para os novos jogadores dos times.

Eles, assim como todos, ansiavam o próximo jogo da temporada: Sonserina vs. Grifinória. Era, como sempre fora, o clássico da temporada, e, como iria acontecer logo no início, levantava ainda mais a expectativa em relações a novos jogadores. Nesses, para a eminente felicidade, mas também nervosismo de Ellen, incluía a ela própria, e, como seu adversário direto, Daniel.

- Não sei como vou enfrentá-lo no campo! – ela admitiu para ambas as amigas, Holy e Alice, algumas semanas antes do jogo.

- Não seja boba, você o enfrenta todo dia quando treina. – Alice retrucou, sempre lógica.

- Mas é diferente. Não tem a escola, as quatro casas de Hogwarts literalmente, me observando, e parte da torcida enfaticamente pedindo para que eu erre.

- Você também tem que levar em conta que a Sonserina, atualmente e nos tempos passados, sempre foi considerada a casa que mais recebia antipatias da parte das outras. – comentou Holy, parcialmente se concentrando na conversa e parcialmente no Profeta Diário que chegara naquela manhã.

- Holy! – Alice a repreendeu. – Não é algo que se diga para animar os outros, sabe...

- Me desculpe, Ellen, eu... – ela se redimiu, adquirindo uma coloração avermelhada nas bochechas.

- Não se preocupe, você está certa de qualquer modo. – ela suspirou. – Eu sempre soube como é que a Sonserina era e ainda é tratada, Alice. Só espero que isso não afete muito o meu desempenho...

- Saiba que ao menos uma aluna da Corvinal estará torcendo por você. – Alice falou, dando o mínimo de consolo que podia.

- Obrigada. – ela respondeu com um sorriso.

- Não diga que eu falei isso, mas você é uma melhor apanhadora do que Daniel, Ellen. – Holy acrescentou. Ainda olhava para o Profeta Diário, absorta na leitura, de cenho franzido. Porém, teve mesmo a intenção de dizer aquilo.

- Obrigada, Holy. Não vou contar nada para ele, fique tranquila. – ela riu.

Após um tempo de silêncio Alice mudou de assunto:

- Vocês notaram como Ryan ficou bem mais alegre depois de Hogsmeade?

- Sim, não teve como deixar de notar. – Ellen respondeu. – Ele merece, não é mesmo?

- Sim... Depois de ouvir a história dos pais dele, até me compadeci... – disse Holy.

- Não foi a única.

Sarah York, a capitã do time da Sonserina, se aproximou do trio, tomando o lugar ao lado de Ellen.

- Olá. – ela cumprimentou – Sabe que tem treino hoje não é?

- Nunca me esqueço. – Ellen respondeu.

Sarah sorriu, mas depois admitiu uma postura séria.

- Por mais que eu odeie dizer uma coisa dessas, sinto-me no dever de avisá-las. – ela falou – Estão começando as reclamações de que sempre tem alguém de outra casa assistindo ao treino, nem que a pessoa tenha chegado ao final... – ela tentou ser o mais discreta possível, sem dizer diretamente o que poderia ser desagradável.

- Obrigada por avisar, Sarah, - Ellen respondeu – mas sinceramente, a esse ponto já estamos quase que acostumadas.

- Não, Ellen, acho melhor pararmos de ir, mesmo. – Alice opinou – Eu entendo a desconfiança que vocês possam sentir, mesmo porque agora falamos com três jogadores diferentes, de três casas diferentes... É meio difícil se manter isento de qualquer acusação.

Sarah sorriu, agradecendo silenciosamente pela compreensão de Alice.

- Eu confio em vocês, gente, mas não está no meu poder escolher isso.

Quando Sarah foi embora, Ellen sugeriu que fossem dessem por encerrado o café da manhã, e as garotas seguiram para fora do Salão Principal. Acharam Daniel no meio do caminho, acompanhado de parte do time de Quadribol da Grifinória, possivelmente discutindo algo relacionado. A discussão não parecia alegre, e Ellen logo lembrou que Daniel estava conversando com Kyle e Derek, os que menos agradavam a ele. Não tardou muito, Dan foi cumprimentá-las.

- Não gosto deles dois. – ele resmungou, assim que viu que eles estavam tomando o mesmo caminho que eles. – Enfim, como vão? Ellen, você parece chateada. – acrescentou.

- Eu estou bem... – ela respondeu sem muita convicção.

- Foi o negócio com Sarah, não foi? – Holy perguntou.

- Negócio com Sarah? – Daniel repetiu. – Não me diga que você fez alguma besteira; Sarah é sua capitã...

- Não, Dan, você sabe que Ellen não é de arrumar brigas. – Alice respondeu, insinuando entrementes que Daniel, pelo contrário, era. – Sarah só foi pedir para nós pararmos de atender aos treinos... Estão começando a falar, outra vez.

Ellen resolveu reclamar em voz alta para os amigos, uma vez que ficar chateada com algo daquele tipo não levaria a lugar nenhum. Ao menos que estivesse passando no corredor poderia ouvi-la:

- Quando é que esses comentários depreciativos vão parar? Já basta a escola todo ter ficado no nosso caminho, já basta todos terem ficado sabendo de nossa briga, Dan, mas se intrometer no Quadribol? Que mente fechada!

- Desculpe me intrometer, mas eu não pude deixar de ouvir o que falavam... – Derek Moore, que vinha andando atrás do grupo, junto de Kyle, falou. – Mente fechada, é? Estamos errados em desconfiar de Sonserinos, aqueles que apoiavam o Lorde das Trevas?

Derek encarou a quatro rostos sérios, e completamente desaprovadores. Ele sabia que Ellen e Holy pertenciam a Sonserina, mas mesmo assim não aliviara em nada seu insulto. Acidamente, Ellen respondeu:

- E você sabia que os sonserinos não foram os únicos? Tanto a Grifinória quanto as outras casas tiveram sua cota de Comensais da Morte.

- Nada que os antigos alunos de nossa casa tenham feito – acrescentou Holy – necessariamente condiz com o que nós faremos também. Deixo os erros deles no passado, e só venha falar de sonserinos quando tiver observado nosso comportamento agora. – a serenidade com que Holy tratava a situação espantou até mesmo o próprio Derek.

Levantando as mãos em sinal de desculpas, mas com um sorriso irônico no rosto, Derek respondeu:

- Me desculpem, senhoritas.

Dizendo isso, ele se retirou, com Kyle logo atrás.

- É com pessoas como Derek Moore que essa escola não segue adiante e esquece certas crenças. – Daniel comentou, com vontade de deixar um balaço “acidentalmente” acertar Derek na próxima vez que ele desse as caras no campo de Quadribol. Certamente Mattew daria um jeito de acertar uma bola nas arquibancadas.

Ellen resmungou algo em concordância, e Holy suspirou chateada. Alice foi a única que manteve uma postura pensativa, aparentemente sem se importar.

- Estranho. – ela comentou. – Foi só impressão minha ou ele falou “Lorde das Trevas”?

- Sim, ele falou. – Daniel respondeu – Lorde das Trevas, Voldemort, Você-sabe-quem... Que diferença faz?

- A diferença é que só os Comensais da Morte chamavam Voldemort assim. – Ellen respondeu, séria.

Os quatro seguiram caminho, refletindo na pequena conversa que tiveram com Derek. Em especial, Daniel relembrou de algo que Mattew o dissera certa vez sobre Derek e Kyle... O que fora mesmo? Algo a ver com os sobrenomes?

Daniel foi obrigado a parar de pensar no assunto, pois teve que entrar numa tediosa aula de História da Magia.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Sorry mais uma vez.



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