As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 2 escrita por Larissa M


Capítulo 13
Capítulo 13 - Hogsmeade


Notas iniciais do capítulo

Hey, demorou mas saiu! Hogsmeade, finalmente! Hehe, aproveitem!



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- Ellen! Eu já ia te chamar, estava eufórica, acabei de saber e vim pra cá... – falou Alice, encontrando a amiga ao sair da Ala Hospitalar.

Não havia chegado ali fazia cinco minutos, e assim que bombardeara Srtª. Pomfrey com todas as perguntas possíveis a respeito de Daniel, disparara porta afora a procura dos amigos. Primeiro pensou em procurar Ellen, e estava seguindo para a biblioteca quando esbarrou com a própria e Holy no corredor.

- Eu estou sabendo, Alice. – Ellen respondeu. – Mas como foi que ele contraiu isso?! – perguntou, mesmo sabendo que não havia uma explicação lógica para aquilo. Era uma doença, possivelmente virótica, imprevista, não poderia ser evitada. O pior de tudo era que ela se preocupava com Hogsmeade.

- Ah, Ellen, converse com Pomfrey... Eu poderia te explicar tudo, porque perguntei, claro, mas creio que seja melhor falar com ela, eu posso ter ouvido algo errado. – a última das necessidades de Alice era que conseguisse preocupar ainda mais a amiga com um erro bobo, por uma explicação mal entendida.

Sem esperar mais, Ellen assentiu a Alice para mostrar que entendera, e rumou direto a entrada da Ala Hospitalar.

Dentro, todos os leitos, como sempre, estavam organizados em fileiras, lado a lado, das duas paredes maiores. O cômodo era longo, cheio de janelas para deixar bastante luz entrar. Segundo Srtª. Pomfrey, ambientes escuros só serviam para piorar ainda mais o humor de seus pacientes.

Na parede da direita, numa das primeiras camas, estava Daniel, escondido pela figura da enfermeira. No entanto Ellen sabia que se tratava do amigo ali: o resto da enfermaria estava completamente deserto.

Sem perder tempo, Ellen cobriu a curta distância até o leito do amigo, seguida de perto por Alice e Holy.

- Daniel, assim que você melhorar, eu vou me assegurar de que você fique pior do que estava. – Ryan falou claramente sarcástico, ao visitar o amigo um tempo mais tarde que as garotas, logo assim que soube da noticia também.

Ele se sentava na cama do lado direito de Dan, e se inclinava para chegar mais perto do amigo. Todo haviam se reunido, chegando aos poucos. A mais eufórica, mais uma vez, fora Ellen. Especialmente depois que Daniel lhe expressara que ainda gostaria de ir ao povoado.

- Você está ficando louco?! – ela respondera, na ocasião. Ainda estavam apenas ela, Alice e Holy presentes. A garota não ligara a mínima para o que Srtª. Pomfrey estava ou não pensando dela. – Claro que não vai!

- Ellen... – o garoto começou a argumentar, mas ela silenciou-o tapando sua boca com os dedos. Ele soubera que não adiantava protestar.

Respondendo ao grande “consolo” que Ryan lhe dera, Daniel falou:

- Não é como se eu houvesse escolhido ficar de cama, sabe, Ryan.

- Eu sei, estava só brincando. – ele respondeu em sua defesa, a medida que alguns dos amigos olhavam feio para ele. – Aprimorem o senso de humor de vocês!

- Mas como você está se sentindo, Dan? Ignorando o óbvio da pergunta, se é que você me entende. – falou Nathan. Daniel compreendeu que ele queria na verdade saber se no próximo dia estaria disposto e com forças o suficiente para ir para Hogsmeade. Até agora, Srtª. Pomfrey lhe receitara alguns remédios, e muito, muito repouso. Não se tratava de uma doença grave, mas até agora Daniel só acordara aquele momento para poder discutir certas coisas com os amigos, e mesmo assim sentia-se abatido.

Olhando bem para Ellen, Daniel esperou até a enfermeira para responder:

- Gente, teremos que fazer certas mudanças no plano.

- Ai! Eu já falei para você tomar cuidado para não pisar no meu pé! – reclamou Ryan.

- O que eu posso fazer se você não olha onde pisa?

- Me desculpe se estou tentando fazer a Capa ficar por cima de nós em vez de olhar para nossos pés!

Ryan ouviu um resmungo. Ignorou-o, e continuou seu caminho. A última meia hora havia se passado entre nervosismo, apreensão e ansiedade. Tudo o que Ryan não desejava agora era iniciar uma discussões aos sussurros com Nathan em pleno povoado bruxo, sendo que supostamente os dois não estavam ali.

Depois que Daniel deu a má notícia a todos, na Ala Hospitalar, os amigos foram enxotados pela enfermeira. Beirava a expulsão, do jeito que ela gritara com eles depois do sétimo indivíduo que adentrara o local. Nem mesmo Ellen, com toda a lábia possível, conseguiu amansá-la. A única possibilidade que lhes restou foi seguir para fora do local, restando-lhes uma dúvida e alguém com quem se preocupar.

Daniel apagara pouco depois da chegada de Albus, devido ao seu cansaço. Era fora o principal motivo pelo qual saíram do local, e pelo qual o grupo começou a debater o assunto de primazia do momento.

- Ótimo. Só o Daniel mesmo pra arrumar uma doença às vésperas de algo como isso... – Ryan falou. Estava muito preocupado com o amigo, isto se via por seu semblante, mas tentava suavizar isso com seu sarcasmo.

- O que faremos? – perguntou Alice. – Você não vai sozinho, vai Ryan?

Ryan ponderou por um tempo, e respondeu:

- Porque não?

- Não acho que seja uma boa ideia. – falou Nathan. – Duas pessoas seria o ideal... – ele, além de preocupado com Dan, assim como todos, estava também com Ryan. Temia que pudesse fazer alguma imprudência se fosse sozinho, por isso sugerira que não.

- Eu concordo com Nathan. – opinou Albus. Fora o último a chegar à Ala Hospitalar, mas ainda encontrara Daniel acordado. – Se algum de vocês de se disporem a acompanhar Ryan...

Todos ficaram em silêncio, por alguns minutos, cada qual com suas reflexões. Ellen pensava que estaria sendo injusta a Daniel se se oferece. Falara tanto para o garoto não ir, que indo estaria violando a veracidade suas próprias afirmativas. Por isso, manteve-se calada.

Alice, por sua vez, também enfrentava uma situação parecida. Junto de Ellen, fora ela quem mais falara contra a visita clandestina ao povoado. No entanto, suas preocupações eram semelhantes às de Nathan. Achava que Ryan pudesse ser mais inconsequente do que já estava sendo.

Erick já estaria indo para lá, e faria sua parte do plano como combinado. Holy, por sua vez, achou que não devesse se intrometer nos assuntos mais íntimos de Ryan, que certamente estavam envoltos nas razões da visita ao povoado.

- Eu vou. – disse Nathan, por fim.

Na mesma hora, Ryan começou a argumentar, mas foi interrompido pelo próprio Nathan:

- Não adianta, poupe seu fôlego. Eu vou e ponto. Não quero saber se eu disse o contrário antes, nem se é perigoso; estou muito ciente disso. Porém não sou eu quem vai deixar sua inconsequência atrapalhar, Ryan!

Os amigos ficaram calados, e Ryan assentiu para mostrar que entendera.

- Então está certo. Sabe do plano, não é mesmo?

Em Hogsmeade, os dois lutavam para se entenderem debaixo da capa. Ryan acabara de se lembrar de quando Nathan se oferecera para substituir Daniel, e o próprio Ryan não discordara. Por isso, lutava para não causar desordem num momento tão delicado.

Os dois já estavam na Dedosdemel, tentando não esbarrar em nenhum aluno, ou especialmente professor, que passasse por ali. Tiveram a sorte de aquele dia ter no máximo folhas secas de outono ao chão, ao contrário de neve, senão teriam dificuldades ao sair nas ruas.

Os dois, a despeito do momento, olhavam maravilhados para as múltiplas prateleiras que compunham a loja, indo do teto ao chão. Estavam cobertas de doces, milhares, que mal se podia parar para ler o rótulo de cada um. Era uma confusão de cores para todos os lados, difícil de se escolher um só alvo para fixar os olhos. E ainda por cima, havia a tentação de colocar um só que fosse à boca. No entanto, os dois amigos não estavam ali para comprar; deixariam que Erick se encarregasse disso.

Daquela vez, era Nathan quem recordava do que passaram há poucos minutos atrás, e se esforçava para acertar o passo sem pisar em Ryan.

- Repassando mais uma vez... – Nathan se lembrou dele próprio dizendo, e de Ryan cortando-o:

- Nathan, deixe de ser inseguro! Repassamos isso noite passada.

Nate engoliu em seco, se perguntando se fizera a escolha certa.

Daniel ficara na Ala Hospitalar, e possivelmente perderia uns dias de aula. Ellen, por sua vez, cuidaria de deixá-lo a par dos acontecimentos. Naquela manhã, porém, todos se reuniam no corredor do segundo andar antes de iniciar o plano.

Subindo as escadas acompanhada de Alice, estava Ellen. As duas andavam lado a lado, esperando encontrar Ryan e Nathan já a postos no andar de cima.

Os cinco (Albus estava junto) se encontraram sem problemas, e logo deram início ao plano.

Por sorte, o corredor do terceiro andar estava completamente deserto. Albus entregou a capa aos meninos, e Ryan guardou-a na sua mochila. Não a usaria até chegar a Hogsmeade. Depressa, os cinco se espalharam: Ryan e Nathan ficaram por ali mesmo naquele andar, enquanto Albus seguia sozinho para um lado do corredor e as garotas para o outro.

Tudo correu bem. Ryan sussurrou Dissendium, e a passagem se abriu. Os garotos entraram ligeiros. Do outro lado do corredor, Alice e Ellen ocupavam Margaret Norien, impedindo que ela continuasse pelo caminho e interrompesse o plano. O que ela viu foram apenas vultos e duas garotas ansiosas querendo chamar sua atenção.

Mattew andava sozinho; dispensara Rachel com delicadeza pouco tempo antes, que pedira para que ela o encontrasse mais tarde. A namorada não se opôs, pois sabia o que Mattew faria no Três Vassouras.

Com as mãos enfiadas no bolso, pois apesar de ser outono, o frio não perdoava, Mattew andava pela rua principal do povoado a um passo lento. Sabia que estava horas adiantado, mas preferia assim. Não teria que correr, e teria bastante tempo a sós para refletir.

 Mattew sabia que, não longe dali, Nathan e Ryan já deveriam estar dentro da passagem secreta, a caminho de Hogsmeade. Soubera das notícias de última hora sobre Daniel, e a mudança repentina de planos. Não fizera nenhuma objeção, e nem havia por que. O único que lhe dizia respeito a alguma coisa no grupo era Ryan, irmão mais novo.

Entrando no bar, Mattew se dirigiu a uma das mesas mais afastadas e mais discretas possível. Ficava bem na parede dos fundos, sem janelas ao redor, e um jarro de plantas da decoração do local ficava logo ao lado. Era o lugar perfeito para Ryan e Nathan ficarem sem serem percebidos.

Quando Madame Rosmerta se aproximou, Mattew pediu uma cerveja amanteigada, e se pôs a esperar o irmão e os pais.

Também cruzando a rua principal do povoado, estava Hunnigan, ladeado por Margaret Norien. Os dois caminhavam juntos desde sua saída do castelo, há poucos minutos antes. Já haviam ido incontáveis vezes ao povoado, e por isso a ansiedade notável em alguns jovens dali, especialmente do terceiro ano, causava risos nos dois.

- Eu acho que eles valorizam demais este lugar. – comentou Hunnigan, vendo um trio de garotas quartanistas a sua frente. – Nunca vi nada de mais.

- Ora, não me venha com mentiras. Você adorava este lugar.

- Isto sim é uma mentira! – ele exclamou. – Mas tenho que confessar que perde a graça com os anos.

Os dois continuaram a caminhada até que Maggie soltou algo que viera perturbando-a toda a manhã:

- Charles, eu sei que não deveria estar falando isso, quanto mais para você, mas sabe que hoje eu vi aqueles mesmo alunos que você cisma rondando o corredor do terceiro andar?

- Corredor do terceiro andar? – Hunnigan perguntou, não compreendendo onde ela queria chegar. – Acho que trocamos de papéis, Maggie. Até onde me lembro, eu sou o paranoico aqui.

Margaret riu, mas assumiu uma postura séria para falar logo depois:

- É lá que fica a passagem para Hogsmeade, Charles.

Ainda brincando, Hunnigan respondeu:

- Eu não sabia que você fazia do tipo que viola regras, Maggie. – sob o olhar sério dela, ele acrescentou – Sei qual é a passagem, já ouvi falar. Mas o que você quer que eu faça?

- Eu não sei, como você falou, vou deixar a paranoia por sua conta.

- Não deveria estar me incentivando – ele a repreendeu.

Chegando ao Três Vassouras, ele animadamente cumprimentou Madame Rosmerta:

- Olá, Charles, quanto tempo! – ela respondeu. [n/a imaginem Madame Rosmerta como a Julie Christie. Mesmo que ela não seja a personagem mais exemplar, eu gosto da atriz =D]

- Bom dia... mesa para dois, Rosmerta. – olhando para Maggie, o professor indicou que estava na hora de ela ir. Combinaram previamente de que ele esperaria Stuart sozinho.

- Boa sorte, Charles. Não faça nenhuma imprudência.

Nathan e Ryan andavam por Hogsmeade um tanto mais acostumados com a movimentação debaixo da capa. Assim que conseguiram sair da loja de doces, foi um alívio e ao mesmo tempo mais nervosismo. Por um lado, admiravam a vista, por outro, perceberam que estavam momentaneamente perdidos.

A rua principal de Hogsmeade, para onde estava voltada a frente da Dedosdemel, estava coberto de folhas secas, àquela época do ano. Amarelas, vermelhas ou laranjas, as folhas cobriam quase todo o chão do povoado. Era uma bonita visão, tendo como plano de fundo as várias vitrines das lojinhas bruxas espalhadas por ali. O comércio se concentrava principalmente naquela parte, onde estavam também a maior parte dos alunos. Por sorte, era cedo, e não haviam muitos grupos na rua.

Ao longe, Ryan e Nathan avistaram Erick, encostado a sombra de uma árvore, e espera de ambos. É claro, não poderia vê-los.

Sem mais espera, e foram de encontro a Erick, aliviados.

- Psst, estamos aqui.

O garoto ruivo deu um pulo. Não esperava por um aviso sonoro da parte dos dois, e estivera mesmo com os pensamentos longe dali. Desencostou-se da árvore, tentando parecer o mais normal possível.

- Erick? – dessa vez, foi Nathan quem perguntou. Discretamente, ele sussurrou de volta:

- Estou ficando loucos? Não falem comigo, vai parecer que estou falando sozinho. – ralhou com eles. Depois acrescentou, usando um tom mais macio – Venham.

Erick sabia exatamente o caminho para o Três Vassouras, pois passara em frente ao bar na hora que chegara ali. Estivera tenso o dia todo, e tivera que evitar a companhia dos amigos por um bom tempo. Por sorte, sua parte no plano teria fim dali a pouco.

Os três seguiram, aparentando ser apenas Lavoisier andando sozinho pelas ruas do povoado.

As folhas começaram a apresentar certo desafio a Ryan e Nathan. A cada passo que davam, faziam o barulho típico de pés amassando folhas secas. Porém, o pior não era isso. Segundo Erick, as folhas pareciam estar se amassando sozinhas, pois o barulho era abafado por outros no povoado. Ignorando aquele fato estranho que poderia denunciá-los, e torcendo para que ninguém andasse olhando para o chão, os três seguiram caminho.

A entrada no bar foi tranquila. Erick abriu a porta e segurou-a um tempo desnecessário, fingindo procurar por alguém no bar. Quando Nathan lhe encostava o ombro para indicar que entrara, Erick soltou a porta e foi caminhando para onde Mattew estava.

- Olá. Eles estão aqui.

- Oh, então isso é uma cerveja amanteigada... – Mattew ouviu apenas a voz de seu irmão menor.

- Tire o olho da minha cerveja, Ryan. – de longe, parecia que estava falando com Erick, e fazia questão de manter o olhar no outro.

- Não posso nem dar gole? – ele ouviu o irmão retrucar.

- Não, porque supostamente sua boca não veio a Hogsmeade roubar minha bebida. – Mattew não usava um tom tão duro, mas apenas precavido.

- Mas... – as palavras de Ryan foram interrompidas por ele próprio, ao avistar o pai chegando.

Na hora, Erick se levantou, dizendo algumas últimas palavras para eles:

- Vou ficar de olho em Hunnigan. Tomem cuidado. Qualquer coisa me procurem.

Dizendo isso para onde ela supunha que Ryan e Nathan estavam, o ruivo deu as costas aos amigos, mas não saiu do bar. Seus amigos se reuniam perto de onde Hunnigan estava, e foi ali que ele puxou uma cadeira a se sentou.

Na mesa, Mattew parecia estar sozinho, embora vissem que sua cerveja amanteigada estava “andando” alguns centímetros para o lado.

O Sr. Cooper ocupou um lugar defronte Mattew. O filho, astutamente, pegara uma mesa com lugares em excesso, para Ryan. A partir daquele momento, começou a sentir-se estranho. Não via o irmão, mas sabia que estava ali. Também seu pai não sabia que estava presente.

- Mattew. – cumprimentou seu pai. Não se via sinal de Allyson em lugar algum.

- Olá, pai. – Mattew respondeu - Onde está minha mãe?

- Ela não vem, querido. – ele admitiu, dando um suspiro. – Tivemos algumas discordâncias, e preferi vir sozinho, para contar para você o prometido.

O pai de Mattew e Ryan também tinha os mesmo cabelos loiros, cor de palha, mas cortados curtos. Assim como Ryan, era míope, e usava óculos de aro fino, que teimavam em cair nariz abaixo cada cinco minutos. Robert era extremamente parecido com seus filhos.

- Está certo então... Vai pedir algo? – Mattew se sentia bem mais a vontade na presença do pai. Não sabia porque, mas Robert lhe inspirava calma e confiança, como se ele fosse inocente em toda aquela história.

- Não, prefiro ficar sem nada.

Do canto, Ryan ouvia tudo atentamente, assim como Nathan. O amigo estava tenso, achando que o irmão de Mattew fosse tentar alguma coisa. Sentia-se como se estivesse violando o momento familiar ali acontecendo, mas tinha consciência de que Ryan contaria tudo depois para ele, se não estivesse ali.

- Bem, por onde começo? – Robert perguntou, mas para si mesmo do que para o filho. – Eu acho que temos que rever o passado de Allyson e meu... Comecemos pela família dela:

“Você sabe o pai dela sempre foi daquele estereótipo que você está cansado de saber”... grifinório fanático. Tenho que dizer que também não fiz nada para amenizar o fato, mas também tive a influência de minha família. Ambos eu e Allyson viemos de famílias da Grifinória, todos estudaram lá. A severidade e o orgulho com que nossas famílias tratavam o fato beirava o modo como Sonserinos costumavam agir.”

Mattew notou que seu pai usou costumavam, ao invés de costumam, ou sempre agem.

“E, portanto, isso passou para nós... não estão culpando nossos pais, não me entenda mal. Tínhamos e temos bastante senso para decidir isso sozinhos. Mas o problema maior não foi esse.” Mattew estava começando a se interessar pela narrativa de seu pai. O mais velho apoiava o dois braços na mesa, e cruzava os dedos debaixo do queixo. “Sempre fomos próximos, sabe? Desde jovens, praticamente desde que entramos em Hogwarts. Mas o problema foi Allyson. Entenda, nossas famílias também sempre foram muito próximas. Meu pai adorava o pai de Allyson, e vice-versa. Acho que praticamente já estávamos prometidos desde aquela época.”

- Mas então o que aconteceu? – Mattew perguntou.

- Ela se apaixonou por um Sonserino. – ele admitiu.

“Não havia como evitar.” Mais um suspiro “Dennis Moore. Sonserino também daquelas famílias que eram típicas da Sonserina naquela época. E Matt, nem se dê o trabalho de perguntar, porque eu não faço ideia de como os dois ao menos se conheceram. Como a filha de Nicholas Noire foi se envolver com um Sonserino? Ela nunca me disse nada. Eu só sei que os dois começaram a namorar no quinto ano, e continuaram com aquilo, seja lá o que fosse, até o sétimo ano. Até que o pai de Dennis o proibiu terminantemente de ver Ally. Eu sei disso tudo porque eu a acompanhava de perto, você sabe...”

Com um longo suspiro, ele continuou:

“Nicholas não ficou nada satisfeito. Gostou da atitude do pai de Dennis, mas a aprovação entre os dois parava por aí. Foi aí que Allyson quis se rebelar o máximo que podia. A verdade era que estava fazendo aquilo por raiva do pai. Eu sabia daquilo, era praticamente confidente dela. O pai sempre pedia mais do que ela poderia suportar. Sempre a comparava com seus irmãos. Sempre desvalorizava a mãe, a qual Allyson amava muito. Eu acho que ela fez aquilo tudo para se vingar.

“Foi então que Nicholas resolveu ir adiante: chamou um dia, em segredo. Eu não sabia o que queria, mas atendi o pedido. Meu pai estava presente quando eles disseram que eu me casaria com Allyson. Assim, sem mais. Não perguntaram para ela; simplesmente assumiram que nossa forte amizade seria o bastante, e que aquilo a colocaria nos eixos.”

Mattew se espantou com toda a história. Não estava esperando nada daquilo. Sabia que a mãe não gostava de falar de seus anos em Hogwarts, especialmente os últimos, e por isso nunca insistira no assunto. Porém, nunca imaginara que poderia ser algo parecido. Do seu lado, Ryan tinha uma reação parecida.

- Entendo. – Mattew falou.

- Entende mesmo? Entende agora que ela acabou caindo no mesmo erro do pai dela? Quando viu os amigos de Ryan, achou que estivesse fazendo o mesmo que ela, se rebelando... Embora não tivesse contato com seu pai, achou que o avô de vocês não fosse gostar. E depois, com Rachel... Ela é uma menina adorável, Matt, mas aos olhos de Ally é apenas uma menina da Lufa-Lufa. Quando ela viu vocês juntos, viu apenas ela mesma e Dennis.

Devagar, Ryan tirou a capa de cima de si.

Não houve tempo para Nathan reagir. Mattew estava demasiado centrado na história para ao menos se lembrar da presença do irmão, quanto mais fazer algo. No entanto, a surpresa no rosto de Robert revelou na hora que algo estava errado.

- Olá, pai. – Ryan cumprimentou calmo. – Por favor, não me dedure.


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Notas finais do capítulo

Pf, não me matem. Eu juro que foi por preguiça q eu fiz esse final t.t de qq modo... Reviews?



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