Influence escrita por jbs313, ArthurLenz


Capítulo 15
Relief




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Voltar a confiar em alguém em que você esteve longe por tanto tempo, requer certo número de expectativas. Ambos querem voltar ao tempo em que seu relacionamento era feliz ou estável, mas você sabe que o tempo ou a distância torna isso impossível. Você pode não ter mudado, mas o relacionamento sim. Isso faz com que tudo volte a ser... Insuportável. Isso significaria repetir os mesmos erros uma segunda vez e, portanto, repetindo o que você lutou para evitar.

Assim, então, suas expectativas são estas: espero que a outra pessoa tenha modificado suas opiniões, ações ou o comportamento, de tal for que esse relacionamento poderia continuar sem impedimentos. Se uma ou outra pessoa atende a essas expectativas depende de você se adaptar a esse novo ambiente. Porque, realmente, essa relação é nitidamente separada da que tinha antes. Você pode se sentir familiarizado, até mesmo confortável, mas o lapso entre as brigas e o sexo se torna uma rachadura intransponível.

Você não pode voltar atrás. Sua única opção é seguir em frente.

Até aquela noite, se Santana tinha modificado seu comportamento ainda não era visível, mas eu achava que estava me adaptando bem. Eu pensei que eu poderia sobreviver estando em volta dela, mas sem a liberdade de dizer o que realmente eu queria dizer, percebi isso quando ficamos separadas, ficar sem ela era como estar meio viva. Eu senti que, em nosso mês de intervalo, e estava desesperadamente tentando preencher o vazio que ela havia deixado beijando alguém diferente todas as noites. Antes daquela noite, nas semanas que antecederam a volta para nossa reconexão física, eu me sentia melhor simplesmente por estar perto dela. Ela ainda estava distante na escola, mas amável e um pouco mais confortável ​​com a minha necessidade de estar perto dela. Ela agarrava meu braço através do corredor. Ela brincava com o meu cabelo durante o glee. Ela me permitiu uma sensação de calma, sabendo que essas demonstrações de afeto não estavam aborrecendo-a como acontecia no passado.

Quando acordei na manhã seguinte, sua cabeça estava descansando no travesseiro ao meu lado, com o braço envolto em meu estômago e seu corpo enrolado em meu lado. Meu braço esquerdo estava dormente, eu percebi, depois de ter passado a noite esmagada entre a cama e sua caixa torácica. Ela estava de frente para mim, com a boca ligeiramente aberta e os cabelos caindo sobre a ponte de seu nariz. Os músculos de seu rosto relaxados estendi a mão para escovar a mecha para trás da orelha, e depois apenas fiquei observando. Ela abriu os olhos lentamente, piscando em reação a luz da manhã, e ela sorriu para mim quando ela rolou para se espreguiçar. Eu puxei meu braço livre para agitá-lo de volta à vida. O formigamento que o acompanhava trouxe de volta lembranças vívidas da última vez que nós estivemos juntas na minha cama, e eu estremeci.

"Frio?" - perguntou ela com um pano macio, e imediatamente deslizou seu corpo por cima do meu, me pressionando para a cama. Ela trouxe seus lábios para um beijo, e eu percebi um pouco triste, que esta era a primeira vez que ela havia ficado depois de tudo.

"Sim", eu sussurrei em sua boca. "Mas agora não. O oposto, na verdade." O movimento da sua pélvis contra a minha mandou uma mensagem ao meu cérebro, e eu sabia que acordar ao lado dela significava acordar sóbria. O formigamento do meu braço amortecido não tinha se dissipado, mas espalhou-se por meu ombro e em meu peito, tornando difícil o simples ato de respirar. Ela interpretou minha respiração ofegante como um sinal de que queria seguir em frente, ela usou seu joelho para afastar minhas coxas. Seus lábios correram meu pescoço e eu mordi minha língua para não gritar em agonia a tudo. Minha cabeça estava girando, e não no bom sentido, estou prestes a ter sexo matinal. Eu me senti mal, o que era novo. Eu não tinha experimentado estar tão intimamente... Tão juntas. Eu queria estar feliz por ela querer ficar a noite toda, e eu queria ainda mais para ser receptiva aos seus avanços. Mas a agitação no meu estômago fez com que isso fosse impossível.

"San espera," Comecei quando ela fez seu caminho na minha garganta e sobre o meu ombro direito. "Minha mãe está no corredor."

"Então nós vamos ter que ser silenciosas, não é?" ela respondeu, apalpando a carne macia do meu peito. Dei um leve gemido ao sentir suas mãos descendo cada vez mais. Nós duas ainda nuas, então ela estava completamente desimpedida por roupas e por isso rápida para deslizar o dedo indicador entre as minhas pregas. Neste momento eu me assustei, tirando-a de mim e me sentando, puxando os joelhos para o meu peito.

Santana estava visivelmente decepcionado com minha reação, também sentando e cruzando as pernas enquanto me encarava, sem saber ou indiferente ao fato de que ela estava totalmente exposta.

"Depois da noite passada eu pensei...", ela começou, mas parou. Ela não sabia o que ia acontecer.

"Eu só... eu acho melhor irmos mais devagar", eu disse baixinho, não querendo magoá-la. "Eu amei tudo sobre a noite passada, mas as coisas parecem diferentes essa manhã."

Ela não disse nada, mas imitou a minha posição e puxou os joelhos contra o peito, de repente envergonhada de sua nudez. Vi-a morder o lábio inferior, imersa em pensamentos, como se estivesse tentando encontrar a coisa certa a dizer.

"Por que você não toma um banho", disse ela, finalmente. "Vou usar o banheiro da sua mãe. Nós fizemos isso antes. E depois a gente conversa no café. Ok?"

Eu não podia ver uma falha no plano, que parecia bastante certo. Então eu me levantei, enrolei o lençol em volta do meu corpo vestido grego. "Tudo bem", respondi, olhando para seu corpo nu e bonito. "Nós vamos conversarr."

Eu podia sentir seu sorriso quando virei as costas. Fechando a porta atrás de mim, eu soltei a respiração que eu estava segurando por esses últimos minutos. Minhas mãos tremiam, e a náusea ainda não tinha desaparecido. Tomando passos cuidadosos até o banheiro, eu abri o recipiente de remédios, colocando minha mão em forma de concha em baixo d’água para formar um recipiente semelhante a um copo, e colocando a água colhida na boca. A pilula, que estava na minha língua momentos antes, fora agora dissolvida, deixei escapar um pequeno suspiro de alívio.

Eu poderia sobreviver a esse dia agora.

O café da manhã foi ótimo, nós duas rodando em seu carro até Denny em uma manhã de sábado. Nós conversamos, mas não sobre o que tinha acontecido na noite anterior. Parecia que, uma vez que tínhamos ambas retornado vestidas para o meu quarto o chuveiro havia lavado qualquer vestígio de nossos corpos e memórias. Eu estava medicada, nos sentamos em um canto longe da luz forte do sol que vinha através das janelas. Fiz Santana ler o menu para mim, e insisti por um sundae de morango como um aperitivo.

"É de morango," eu tinha dito insistentemente. "É como se, de alguma forma fosse saudável. A treinadora ficaria orgulhosa. Além disso, as panquecas são cheias de carboidratos. Nós vamos comer wafles então."

Ela arqueou a sobrancelha para mim, um sinal claro de que algo que eu disse estava errado, mas depois sorriu e acenou para a garçonete.

"Dois sundaes de morango para começar", ela ordenou. "E não poupem o chantilly."

As coisas estavam progredindo de acordo com o plano. Qual era exatamente o plano eu não sabia, mas estávamos nos divertindo. Tirando sarro do ajudante que estava no clube AV na escola. Construindo torres de waffles e morangos usando chantilly como argamassa. Indo ao quarto copo de café (descafeinado para mim), enquanto a garçonete revirou os olhos, esperando que saíssemos logo, pronta para limpar a nossa mesa para que outros clientes pudessem usar.

Nós estávamos indo para a quinta xícara de café, quando Santana parou no meio da frase. Seus olhos estavam na porta, estreitos e irritados. Ela estava me contando sobre o novo plano da treinadora Sylvester para tentar destruir o clube glee, e eu estava decepcionada por não ouvir o final. Eu me virei para olhar por cima do ombro para ver o que poderia ter a distraído, e vi Puck caminhando, com a “conquista” da noite passada pendurada em seu braço como um cão sem dono, enquanto ele revirou os olhos e procurou por uma mesa. Ele não nos viu, por que estávamos fora de sua linha de visão, mas o olhar fulminante de Santana o seguiu como o olhar de um atirador profissional pronto para acertar seu alvo.

"San?" Eu a chamei, esperando que ela dissesse alguma coisa. Ela já tinha esquecido o que estava falando a momentos atrás, e isso me incomodou, o fato dela estar nessa nuvem densa de revolta, fazendo com que parecesse que seus olhos pudessem proferir raios lasers capaz de causar graves danos não só a Puck como também a garota. "Santana".

"Um segundinho, B", ela acenou para mim, ainda olhando para o casal no outro lado da sala. A menina estava conversando com entusiasmo enquanto Puck digitava em seu telefone. Um momento depois, o celular de Santana toca em sua bolsa sinalizando uma nova mensagem, e eu suspirei interiormente. Ela enfiou a mão na bolsa e tirou o telefone.

"Hoje à noite parece um bom momento pra um sexo casual"

Ela leu em voz alta para mim, e eu sabia que ela pensou que eu me importava. Depois da noite anterior, eu teria pensado a mesma coisa. Naquela manhã, no entanto, eu não queria ouvir, não me interessava nem um pouco o fato de ela ir direto pra cama dele 24 horas depois de ter desocupado a minha.

Santana já estava respondendo a mensagem. Depois de apertar enviar, ambas nos viramos para olhar para ele. Ele olhou para seu colo, onde visivelmente escondia seu celular, e bufou. Ele pegou e digitou uma mensagem sem tentar esconder o fato de que ele não estava prestando atenção ao que a garota estava dizendo. Ela estava ficando realmente irritada com a distração dele, mas ele a ignorou e acenou com o dedo indicador, o sinal universal para, "Só um minuto, algo mais importante está acontecendo agora."

Santana recebeu sua resposta, e seu rosto ficou vermelho. Seus dedos se fecharam em punhos apertados, os nós dos dedos brancos de raiva, e ela soltou um bufo exasperado que foi mais como um meio grito. Ela saltou de pé, saiu furiosamente pelo restaurante com a xícara de café na mão. Levantei-me para seguir, mas ela parou na metade quando ela chegou à mesa do Puck. Ele cumprimentou-a com um sorriso nervoso, não se movendo para ficar ou sair. Ela não disse uma palavra, simplesmente derramou o conteúdo de sua xícara fumegante no colo dele, e soltando um risinho em resposta ao seu grunhido de dor. Sobre o barulho do restaurante e gritos doloridos Puck, eu não consegui ouvir o que ela disse para a garota na mesa, mas depois de Santana terminar, a menina apertou o rosto em suas mãos e saiu correndo do restaurante, soluçando.

"Vamos B," ela disse, seu nariz no ar enquanto ela voltou para onde eu estava. "Nós estamos indo."

Eu a segui sem questionar, e uma vez que estávamos em seu carro, ela soltou um grito de gelar o sangue que deixou meus ouvidos tinindo.

"Ele estava com Quinn!" ela gritou com o rosto ainda corado e os punhos batendo duro no volante.

"San, essa menina não se parecia nada com Quinn. A menos que ela tenha feito uma cirurgia plastica. E você está sempre dizendo que ela precisa então eu não vejo...”.

"Ontem à noite", ela interrompeu, deixando escoar a raiva por todos os poros. "Enquanto ele estava mandando as mensagens ontem. Ele estava com Quinn Fabray, de baba. Que porra o a levaria isso? E por ela em meio a todas essas pessoas? Eu sempre achei que ela era uma vadia de primeira classe, ainda mais depois que Finnocence a engravidou, masvocê não acha que isso é um pouco demais? Só porque seu homem vai passar o resto de sua vida trabalhando na borracharia de Burt Hummel, não da o direito de ir atrás do meu.”

Meu. Ela chamou Puck de "meu". Eu sabia que não devia reclamar de imediato, mas a torção no meu estômago era quase insuportável. Ele não pertencia a ela. Ele não pertence a ninguém. Puck mesmo dizia isso, dizendo ser o “tubarão do sexo”". O fato de que ela queria reclamar direitos sobre ele era ridículo, na melhor das hipóteses. Na pior das hipóteses, delirante. Logo veio a minha mente, e aposto que a dela também, mesmo que ela negasse, que Puck estava usando ela e Quinn. Usando uma para chegar a outra. Não que eu entendesse por que Puck de ter Quinn, mas eu via o jeito que ele olhava para ela. Era a mesma maneira que eu olhava para Santana. Como algo que ele não podia ter.

"Ele não é seu namorado, San," eu disse calmamente, tentando fingir que eu não estava pensando as mesmas coisas que ela pensa quando me deixa para ir ficar com Puck. "Você não é dona dele."

"Ele não tem que ser o meu namorado", ela respondeu, colocando as chaves na ignição e virando com toda a sua força, virando o motor V8 que fez um estrondo semelhando a um trovão. "Eu tirei a virgindade daquele menino. O caminho certo para obter um cara que vai te venerar pro resto da vida é tirar a virgindade dele."

Eu considerei isso com cuidado antes de chegar à conclusão de que, por associação, isso significava que ela possuía mim também. E, ironicamente, eu odiei esse pensamento. Eu era um objeto para ela? Ou uma necessidade, mas sempre sob o controle dela? Isso não era algo que eu queria. Eu não acho que alguém poderia querer algo assim.

"Apenas vamos voltar pra casa, ta?" Sugeri, querendo nada mais do que distraí-la, por qualquer meio necessário. Eu me inclinei sobre a marcha, a minha mão na coxa dela enquanto meus dedos se arrastavam estrategicamente para baixo, eu passei meus lábios em seu pescoço logo abaixo da orelha. Ela encolheu os ombros e me afastou tão rápido que ela quase atingiu meu queixo com o ombro.

"Jesus, B," ela sussurrou, movendo a cabeça de um lado para o outro para verificar se tinha alguém nos observando. "Nós estamos em público."

Sentei-me, cabisbaixa. "Oh," eu murmurei, atando meus dedos em meu colo. "Sinto muito."

Santana fechou os olhos, a boca numa linha apertada. Ela respirou profundamente, pelo nariz, e abriu os lábios apenas para forçar o ar para fora através deles lentamente. "Não", ela respirava. "Não é culpa sua. É do bastardo do Puck".

Esse foi o fim da conversa. Nenhum de nós tinha alguma coisa a acrescentar além de seus palavrões abafados, por isso caímos em silêncio contemplativo quando ela saiu do estacionamento e dirigiu os poucos quilômetros de volta para minha casa com calma. Ela não entrou na garagem, como ela fez na noite anterior, quando ela tinha planejado ficar. Em vez disso, ela desacelerou para parae no meio-fio.

"Não vai entrar?" Eu perguntei, tentando esconder a minha decepção.

"Eu acho que não", respondeu ela, balançando a cabeça brincando com o zíper de sua jaqueta Cheerios. "Eu tenho um monte de lição de casa. Matemática. Você sabe."

"Você não vai voltar lá, né?" Eu sabia que era mais do que isso, mas mesmo assim perguntei.

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Talvez. Só quero pensar. Sozinha. Você fez isso."

Eu  também fiz isso, então eu não vou relutar, mesmo que eu quisesse. Eu queria gritar com ela, despejar o café quente no colo dela para chamar sua atenção, da forma que ela tinha feito com Puck. Até que ela parasse com esse jogo horrível.

Até que ela me amasse.

Em vez disso eu apenas assenti. Eu coloquei minha mão em cima da dela, e apertei. "Ela não era tão bonita quanto você", disse para ela com um sorriso.

Ela bufou, formando as covinhas nas bochechas dando seu sorriso mal oculto. "Eu sei né? Onde ele a encontrou? Wal-Mart?"

Eu balancei a cabeça. "Oeste de Lima, provavelmente. Ou pior. Cincinnati."

Uma gargalhada genuína irrompeu de seu diafragma, sua boca aberta quando seu sorriso contagiante se espalhou em meu rosto. "Te vejo na segunda," ela me lembrou felizmente, a leveza entre nós fazendo-a soar como uma promessa em vez de uma obrigação. "Bem cedo."

"Bem cedo," eu repeti com outro aceno. Eu empurrei a porta do passageiro abrindo-a e fechando quando já estava fora, caminhando até a porta até que ouvi seu chamado atrás de mim.

"Ei, B?" Eu virei com o som de sua voz, e vi sua inclinando-se sobre o banco do passageiro para enfiar a cabeça para fora da janela aberta. "Obrigada."

"De nada," Eu respondi, embora eu não soubesse se ela estava agradecida por te-la animado... Bem, por todo o resto. Eu não sabia, mas isso não me importava também.

Na segunda-feira, eu não ouvi nada sobre a conversa de Santana com Quinn até depois do fato, quando Jacob Ben Israel tentou me entrevistar antes do almoço. Eu estava tão distraída com seu corte de cabelo... Ou a falta dele, que nem ao menos ouvi a pergunta feita por ele.

"Hein?"

"Você tem algum comentário sobre o fato de que suas duas melhores amigas tiveram uma leve discussão esta manhã no corredor, após as tentativas de Quinn para capturar a atenção de um Noah Puckerman na noite de sexta-feira?"

Eu tinha presumido que Santana iria falar com Quinn sobre sair com Puck, mas eu esperava que ela pelo menos mostrasse contenção e fizesse isso em um local privado. Mas eu sabia de sua queda pelo dramático. Não havia nada que eu pudesse dizer que não piorasse a situação, sem saber exatamente o que tinha acontecido, então eu fiz o que eu fazia de melhor:  fiquei calada.

Eu estendi a mão, afastando seu microfone para fora do caminho, e dei um tapinha no topo de sua cabeça. Seu cabelo estava realmente fascinante. "É como uma esponja de aço. Você poderia conseguir um emprego lavando pratos no Breadstix. Isso seria incrível".

Ele não sabia bem o que dizer sobre isso, então ele abaixou a cabeça lentamente para fora do alcance da minha mão errante e se afastou, colocando o microfone protetoramente junto ao peito. Quando ele e seu cinegrafista lacaio desapareceram em uma multidão de alunos que se misturavam em salas, eu sorri sentindo orgulho de mim mesma.

Santana dobrou a esquina, observando Jacob e sua tripulação desaparecendo rapidamente e olhou para trás e para frente entre seu rastro de poeira e eu, ainda de pé em silêncio no meu armário. "O que foi aquilo?"

"Ele queria saber sobre a discussão entre você e Quinn esta manhã", eu respondi com um encolher de ombros, jogando meu rabo de cavalo por cima do meu ombro e ajustando a alça da minha bolsa. "Eu não tenho nada para lhe dizer, porque você não me disse nada. Então eu toquei seus cabelos. Parece uma esponja de aço. Eu disse a ele para conseguir um emprego lavando pratos no Breadstix".

Ela enfiou a ponta da língua, pelo canto de sua boca em desgosto, empalidecendo um pouco. "Britt, por favor, não estrague o Breadstix."

Eu sorri. "Vamos," eu disse, pegando seu dedinho no meu. "Você pode me dizer o que aconteceu com Quinn durante o almoço."

"Logo depois de pararmos na enfermaria", ela lembrou-me gentilmente, me puxando para a enfermaria, situada entre o escritório da Sue e o escritório do diretor Figgins. Eu não tinha esquecido, mas eu gostava da ideia de ela se importar tanto a ponto de me lembrar, então eu segui, e tomei a minha dose atribuída pela mulher que se encontrava atrás da mesa. Não era o que eu tinha prescrito para mim, mas seria o suficiente até eu estar sozinha e pegar mais alguns.

Nós estávamos saindo da enfermeira, dedinhos ligados, quando Sue pôs a cabeça para fora do escritório ao lado.

"Ahh, Brittany," ela chamou, sua boca nem sorria nem desprezava. "A garota que eu queria ver. Entre em meu escritório."

Troquei um olhar com Santana, que estava em algum lugar entre curiosidade e terror. Sue Sylvester chamando você em seu escritório significava uma de duas coisas: ela estava chateada, ou ela queria alguma coisa. De qualquer maneira, as chances de eu sair daquela sala ilesa eram muito, muito pequenas. Eu acho que ela me lembrava muito Santana.

Eu balancei a cabeça para ela e ela se moveu através da porta aberta, ainda segurando Santana, mas Sue me parou.

"Não é você, Jenny from the Block", ela brincou. "Eu só preciso de Britt, aqui. Nós vamos ficar bem, não vamos, Brittany?"

Ela colocou o braço gentilmente em volta do meu ombro, e delicadamente separou nossas mãos. Santana olhou para trás e para frente entre mim e Sue, horrorizada. Seus ombros caíram, e não estava claro se ela estava chateada por ter sido deixada de fora de uma reunião com a treinadora, ou em me deixar para trás.

"Britt...?" ela perguntou, e eu sabia que o fim da frase sem ao menos ela terminar. Você vai ficar bem?

Eu concordei com ela, não tenho certeza, mas tentei de qualquer maneira. "Vou te encontro no refeitório, tá?"

Sue me encaminhou através de seu escritório e fechou a porta antes que Santana pudesse responder. "Sente-se", ela ordenou, e eu obedeci sem hesitação. Você não hesita em torno de Sue.

"Bem, Brittany, tenho que dizer que estou um pouco decepcionada com você", disse ela, sentada na cadeira personalizada atrás de sua mesa e apoiando os pés para cima. "Eu esperava que o clube Glee não passasse de memórias de um pesadelo agora. Mas aqui estamos nós. E, ouso dizer, você está se divertindo."

Eu abri minha boca para tentar responder ela, mas ela colocou a mão para cima e eu fechei, e olhou para os meus sapatos.

"Você e Santana são as duas que eu estou considerando para chefe de torcida, agora que Fabray se foi e quebrou meu coração já sem vida. Quer dizer, não exatamente. Por que eu substitui por um dispositivo mecânico, e quando eu descobri sobre a traição de Quinn, a maldita coisa realmente parou de funcionar, mas isso já foi resolvido. "

Ela fez uma pausa, como se estivesse esperando por uma pergunta minha sobre a originalidade da declaração, ou olhe com admiração. Parecia legítimo o suficiente, e então eu me sentei em silêncio.

"Brittany, eu vou te perguntar uma coisa."

Neste momento levantei a cabeça e encontrei seu olhar. Seu olhar habitual de condescendência se foi, sendo substituído por algo que eu jamais tinha visto no rosto de Sue. Ela não era o tipo de pessoa que demonstrava preocupação por alguém, mas ela realmente parecia estar tentando. Ele fez uma combinação de olhos tristes e dor, os lábios franzidos.

"Sim, treinadora?"

"Eu tomei a liberdade de ler o seu arquivo", disse ela, sem um tom de piedade, como a maioria das pessoas nesta situação. "Você já vem usando medicamentos a muitos anos. Modificadores de comportamento, se bem me lembro."

Eu balancei a cabeça, de repente sentindo a grande necessidade de sair da sala e pegar as pílulas da minha bolsa e completar a minha dose de meio-dia.

"Mas você não teve mudanças, teve?!."

E lá estava ela. A pergunta que ninguém se preocupou em me fazer desde que eu comecei a tomar os medicamentos a quatro anos. E vindo de Sue Sylvester, de todas as pessoas. Não havia resposta para a pergunta que, ironicamente, já tinha sua resposta. Como ela sabia que as coisas não estavam mudando, não havia mudado. Não em quatro anos. Eu sabia é claro. Eles não eram mais para o auxilio de alguma doença. Tratava-se de me ajudar a sobreviver. Isso é tudo o que eu queria. Isso é tudo o que o médico queria. Ninguém esperava nada além disso.

Ninguém, exceto Sue Sylvester, que esperava a perfeição.

"Eu nunca fui uma grande defensora de medicar os adolescentes para melhorar o comportamento, Brittany", continuou ela, sem esperar por uma resposta à declaração. "Eu sempre achei que tudo que uma criança precisa para mudar é passar uma tarde vendo um seminário da treinadora Sue Sylvester, no qual eu falo por seis horas sobre os horrores da falta de moradia, pobreza e doenças sexualmente transmissíveis. Alguma vez você já ouviu falar sobre os efeitos colaterais da gonorreia, Brittany? Não é uma imagem bonita. Mas você... Eu passei os últimos dois anos observando. Há algo que está impedindo te impedindo de ser coerente como o resto do mundo... Com o resto do mundo. Eu, por exemplo, culpo os remédios.”

Sue gostava de falar. Isso não era um segredo. Mas ela geralmente falava das pessoas, não diretamente para elas. Ela não estava se dirigindo a mim como um objeto de seu discurso, mas como alguém que realmente queria e precisava ouvir o que ela tinha a dizer.

Mas o que Sue não entendia, é que apesar de suas intenções, os comprimidos não faziam nem mais, nem menos. Eles não me impedem de viver do jeito que ela estava falando. Eles ajudam a me manter em movimento quando tudo que eu quero é parar. Porque não toma-los era doloroso.

"Agora, eu não sou uma médica, mas eu tenho um doutorado de uma universidade online, então acho que meu conselho faz sentido. Faça um favor a si e se perguntar o que exatamente você está ganhando com essas pílulas. Se a sua resposta tiver alguma coisa ligada a benefícios grandiosos, ou felicidade, acho que esta na hora de mudanças. "

A declaração foi inteiramente retórica, de modo que tentar responder era fútil. Assentir daria a ela um sinal de que eu concordava com cada palavra dita, e argumentar traria a tona sua ira, e eu não queria nenhuma das duas coisas. Então eu fiquei sentada, em silêncio, sem nem ao menos ousar me mover.

"Mas essa não é a verdadeira razão pela qual você esta aqui, no entanto," ela disse depois de um momento, quebrando a tensão e permitindo que seu tom habitual abrasivo e superior retornasse. "A verdadeira razão é que eu não vi qual será a set list das sectionals como o Schuester me prometeu. Eu sou a co-diretora. Então você é minha super espiã, Brittany. Então, vamos ouvir. O que Schuester esta guardando em sua manga de poliéster? "

Eu pensei em não responder . Se o Sr. Schue não tinha dito a ela, provavelmente ele tinha um motivo, mas ela estava certa. Eu era sua super espiã, e Sue, de todas as pessoas, tinha sido atenta o suficiente para apontar o que todos obviamente não viam. Ela cuidou de mim, por isso gostaria de retribuir o favor, e dar a ela o que ela queria, mesmo que o Sr. Schue fosse condenado.

Encontrei Santana no refeitório com apenas alguns minutos restantes antes do final da hora de almoço. Ela estava comendo seu aipo descascado e tomando água furiosamente. Tossindo, ela olhou para cima quando me sentei à mesa redonda, imediatamente puxando sua cadeira para mais perto.

"O que foi aquilo?" ela perguntou em um sussurro abafado. "O que ela quer? Você está bem? Ela machucou você?" Ela estendeu a mão e pegou minhas duas mãos, sacudindo os braços para verificar se havia sinais de agressão. Teria sido encantador se não fosse tão engraçado.

"Não foi nada", eu respondi, puxando minhas mãos para trás em meu colo. "Ela só queria falar comigo sobre as minhas notas." Era uma mentira, mas ele provavelmente não estava muito longe da verdade. Eu não estava indo muito bem, e os comprimidos tinham sua culpa nisso.

"Notas?" Ela parecia cética. "Isso é tudo? E por que eu não podia entrar então? Ela sabe que eu te ajudo. Que eu poderia ter proposto um novo plano de lição e casa, ajudar a encontrar um tutor."

"Não se preocupe com isso, San," eu a tranquilizei. "Não é nada demais."

Ela estendeu a mão por baixo da mesa e pegou a minha mão de novo, puxando-a em seu colo, onde ninguém poderia ver. "Claro que é. E se a gente não entrar na mesma faculdade? O que eu faço se você?"

Ouvindo isso, vindo dela no meio do refeitório, enquanto ela segurava a minha mão, mesmo que em segredo, fez meu coração bater contra o meu peito. Minha pele vibrou com a imaginação repentina de um futuro, um futuro longe do McKinley e de Lima. Um futuro com Santana. Eu quase engasguei com a minha língua, eu estava tão feliz.

"Não se preocupe, San," eu disse novamente. "Nós vamos ficar bem. Vamos pensar primeiro  nas sectionals. Podemos nos preocupar com o resto depois."

Ela me deu um sorriso pequeno, pressionado e eu me alegrava com isso. Santana raramente sorria, mas quando o fazia, eu sempre sabia que era para mim. Desta vez, mais real que nunca.

"Sectionals", disse ela com um aceno de cabeça. "Você vai ser incrível lá em cima."

Corei e apertei sua mão debaixo da mesa. "Não tão incrível quanto você."

Seus dedos delicadamente soltaram-se dos meus e eu puxei meu braço para meu colo. Olhando em volta, furtivamente, ela olhou se não tinha ninguém por perto nos observando antes de deixar escapar um suspiro. "Um dia desses, B," ela respirou sonhadora. "Você e eu vamos sair dessa merda de cidade. Vamos morar em um lugar com um pouco de cultura, como Chicago. Casar com homens ricos, que nunca estão em casa. Você pode dançar, se você quiser. Sinto de quando você dança. Nós contra o mundo,sabe? "

Era muito mais do que eu queria. Não exatamente, mas perto o suficiente. "Sim", eu respondi com um sorriso. "Eu sei."

O refeitório estava começando a se esvaziar, deixando ela e eu quase sozinhas  no espaço. De toda a extensão, uma figura se lançou em direção a nós com eficiência surpreendente e velocidade. Mercedes lançou-se em uma cadeira em frente a Santana, seus olhos selvagens. Santana imediatamente se inclinou para mim, um pouco aborrecida com a proximidade de um perdedor Glee Club fora da sala do coral. Seu nariz amassado e sua boca aberta em choque com a audácia da diva.

"Sinto muito, mas você está perdida?" ela perguntou, zombando de Mercedes.

"Olha, eu sei que você não quer ser vista comigo, mas eu tenho esperado toda a tarde para te achar sozinha. Só preciso saber." Mercedes tinha as palmas das mãos dela sobre a mesa em frente a ela, olhando ao redor ansiosamente para ter certeza de que ninguém estava ouvindo.

"Saber o que, Wheezy?"

"Quem lhe disse? Sobre Puck e Quinn? Ouvi dizer que você teve um surto no Denny e derramou café quente em seu colo, isso só pode significar que você sabe agora."

A face de Santana caiu em uma carranca de curiosidade. "Eu não sei por que você acha que isso é da sua conta, mas Puck me disse. Ele me mandou uma mensagem na manhã de sábado e me disse. Eu estava no mesmo restaurante, e eu estava chateada. Então, eu tinha certeza de que ele estava com ela. "

"Deus", Mercedes respirou, quase com reverência. "Se eu fosse você, e eu descobrisse que meu namorado tinha engravidado a minha melhor amiga, eu teria feito muito mais do que despejar café quente em seu colo. Estou tão feliz que eu não sou a única que sabe agora. Foi tão difícil, não diga "

Santana demorou um momento para processar a informação que Mercedes tinha deixado vazar, porque só depois ela se pôs de pé, batendo sua cadeira atrás dela. Ele caiu ao chão, cortando Mercedes no meio da frase.

"Pare," ela sussurrou. "Espera um pouco ai, Aretha. Que diabos você quer dizer com: Puck engravidou minha melhor amiga?"

Mercedes congelou em terror. Ela acidentalmente revelou o que provavelmente, deveria ter sido um segredo de apenas uma menina - além de Quinn.E eu ali sentada, ambas nós boquiabertas.

"Oh Deus," ela murmurou. "E-E-Eu pensei ... Eu pensei que você soubesse, depois da coisa toda com no café. Deus, Santana, eu sinto muito. Que eu não ... Eu não queria"

"Você vai ter que parar de gaguejar e me explicar essa merda de historia direitinho", Santana revidou com um sussurro venenoso, curvando-se em direção a Mercedes, de costas para mim, e segurando seu rosto a centímetros do nariz da outra menina. "E começar a fazer algum sentido, porra."

"Pu-Puck," ela respondeu baixinho, os olhos arregalados. "Puck é o pai do bebê de Quinn, não Finn. Ninguém mais sabia só ele, Quinn e eu. Eu não deveria ter dito nada. Eu não deveria -"

"Você pode sair agora," Santana se endireitou, puxando para baixo a frente de seu uniforme Cheerios e alisando a saia quando o desprezo voltou ao seu rosto. "Você vai se atrasar para a aula."

Mercedes correu pela sala, eu nunca havia visto ela fazer algo desse tipo desde que conheci ela, mas quando Santana demitido, ela realmente correu da sala, segurando sua bolsa de grandes dimensões no peito e olhando às pressas para nós por cima do ombro.

Eu esperava uma explosão como a do restaurante. Eu esperava berros e palavrões, e possivelmente o lançamento de uma ou duas cadeiras. Mas, quando eu a vi, ainda de costas para mim, com os ombros caídos, e ela se virou. Ela jogou se jogou sem cerimônia na cadeira que Mercedes acabara de desocupar, sua expressão completamente ilegível.

"San ..."

Ela fechou os olhos e balançou a cabeça, e eu parei de falar. Lá fora, no corredor, a campainha tocou o que significa que estávamos atrasadas ​​para a aula. Naquele momento, isso realmente não importa. Levantei-me lentamente, movendo-me a seu lado e ajoelhando ali, sentando-me sobre os calcanhares. Ela estendeu a mão para a minha, com os olhos ainda fechados, e eu peguei. Ela apertou com tanta força que suas unhas cravaram em minhas mãos, mas eu deixei. Ela soltou um suspiro longo e forte, como se ela estivesse segurando ele por anos.

"Isso poderia ter acontecido comigo", ela sussurrou por fim. "Poderia ser eu no lugar dela."

Ela abriu os olhos e olhou para mim. Não havia raiva, nem dor ou tristeza. Era alívio olhando para mim; alívio envolto em olhos de chocolate escuro.

"O que eu faria se fosse eu?” ela perguntou, dirigindo a pergunta a mim, como se eu pudesse responder por ela. "Eu teria feito diferente? Mentido? Abortado? Escondido? Meus pais não seriam mais amigáveis que os dela. Você sabe como eles são. Toda aquela devoção a religião. Eu estaria presa aqui, B. Se tivesse sido eu a carregar um filho bastardo de Puck. Eu estaria sozinha. "

"Você não vai estaria sozinha", eu respondi, apertando as costas contra a palma da mão.

Ela bufou. "Você realmente acha Puck faria um esforço para cuidar de mim como ele está obviamente tentando fazer com Quinn? Deus, todos aqueles olhares e gestos fazem muito mais sentido agora."

"Não, não Puck". Eu balancei minha cabeça e fiquei de pé, em seguida, me encostei-me à mesa de modo que ela era obrigada e olhar para mim. Dobrei meu dedo indicador e coloquei-o sob o seu queixo, levantando-o olhar para mim. "Eu. Você teria a mim. Eu nunca te abandonaria, San. Mesmo se... mesmo que isso tivesse acontecido. Eu estaria aqui."

O sorriso que se formou em seu rosto era melhor que qualquer dose de qualquer remédio existente. Eu vi seus ombros se erguerem um pouco, como se quisesse chegar a mim, mas se contendo ao lembrar de onde estávamos, mas com a mão ainda na minha.

"Eu acho que não quero ir pra aula de matemática. Ou história. Ou Glee". O sorriso se espalhou para os olhos, tornando-os incandescentemente. "Você quer sair daqui?"

Puxei-a de pé e apertei mais uma vez, tentar encontrar todos os sentimentos daqueles olhos poderiam levar horas. Respondi com um sorriso: "Com certeza".


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