Influence escrita por jbs313, ArthurLenz


Capítulo 13
Managing The Situation


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora é que os capitulos tão ficando cada vez maiores pra cada vez menos tempo, e o pontin (Arthur) que tinha ficado de fazer esse mas ele viajou, so...
Boa litura



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As coisas nunca são simples. Não há preto e branco na vida, não tanto quanto gostaríamos que houvesse. Há algumas perguntas que não têm respostas. Não importa o quão duro você procure por elas, você não pode fazer com que soluções inventadas e inconcretas  solucione os problemas mais graves. Eu gostaria de imaginar que esses tipos de problemas são daqueles que as pessoas usam para se “fortalecer”. Como aquele ditado: “O que não te mata te fortalece”. Mas eu acho que tem um momento em que você precisa parar e se perguntar por que não existe uma resposta. Talvez a falta de resposta é, em si, a solução.

Ou talvez você esteja tão fodido quanto todo o resto do planeta, e você precisa aprender a lidar com seus problemas em silêncio.

A passagem de Kurt pelo time teve uma influencia no clube glee maior que a esperada. No dia seguinte ao que o time venceu o seu jogo (e só), o primeiro da temporada, três novos membros vieram nos visitar, depois da escola.

Mike, Matt, e Puck vieram com as mãos dentro dos bolsos. Eu dei o meu melhor para não resmungar, e imediatamente verifiquei qual havia sido a reação de Santana. Seus olhos poderiam ter perfurado uma armadura. Ela se mexia com uma raiva que eu ​​não tinha visto antes, e ela jogou o seu olhar para trás e para frente entre Matt e Mike, em seguida, Puck, por sua vez. Eu coloquei minha mão em torno de seu antebraço e apertei discretamente.

"Não", eu sussurrei. "Agora não". Minha mão em seu braço a acalmou, e ela olhou para mim, um pouco da raiva se dissipou em seus olhos.

"Por você", afirmou. "Ok".

O ensaio correu tão bem como poderia ser esperado com três novas vozes masculinas. Todo mundo ficou surpreso quando Mike começou a dançar no meio de uma musica, mas eu apenas sorri feliz por ser a única a ter conhecido o seu segredo. Ele e eu não tínhamos nos falado depois da festa, e depois do ensaio, ele veio até mim timidamente, coçando a cabeça, enquanto olhava para o chão.

"Ei, Britt", ele disse enquanto eu arrumava minha mochila. Santana estava do outro lado da sala, conversando calmamente com Quinn. "Eu só queria ter certeza de que estávamos bem. Nós não nos falamos a um tempo, mas ... sem ressentimentos, né?"

Eu sorri e abri minha boca para responder, mas antes que eu tivesse uma chance, Santana estava entre nós.

"Não", disse ela, apertando o seu dedo indicador em seu peito, fazendo-o estremecer. "Eu não quero você falando com ela. Eu não vou deixar."

"Santana, você não acha que você é exage...”

"Eu disse não!" ela gritou, tirando os dedos na frente do seu rosto, cortando-lhe a meio da frase.

Puxei-a pelo braço e e a afastei calmamente dele, olhando por cima do meu ombro e dizendo em baixo tom “Sinto muito” na esperança de que ele entendesse . "San, você disse que não iria fazer isso aqui", eu disse, tentando acalmá-la. "Além disso, Mike não é a pessoa que você deveria estar com raiva. Ele é um cara legal. Por favor, não seja cruel."

Ela estreitou os olhos e olhou entre mim e Mike, ela parecia assustada, com as mãos segurando a mochila com os dedos brancos de tanta força posta neste simples ato. "Você tem certeza?" ela perguntou, ainda olhando para ele. "Eu não quero ele por perto se você não está confortável."

"A única que se sente desconfortável com ele é você", eu disse, sorrindo e apertando a mão dela. "Aconteceu uma vez. Nenhum de nós está se preocupando muito com isso. Você pode não se importar também?"

Ela fungou e se endireitou, em seguida, andou de volta para Mike, esticou o pescoço para olhar o menino muito mais alto no olho. "Mantenha as suas mãos para si mesmo, Chang," ela sussurrou. "E nós não vamos ter problemas."

Ela afastou-se rapidamente, deixando-me sozinha com ele. "Sinto muito", eu disse a ele enquanto ela caminhava até Quinn, que estava parada, perplexa, a poucos metros de distância. "Mas como eu disse, ela na ficou feliz. Amigos?"

Eu estendi minha mão, e ele pegou depois de um momento. "Apenas certifique-se de que ela saiba que eu não sou uma ameaça, ok? Eu gostaria de continuar com as minhas bolas".

Eu ri e balancei a cabeça. "Eu gostaria que você continuasse com elas também. Até mais, Mike."

Eu a vi do lado de fora da porta da sala do coral. Ela tinha se acalmado significativamente, mas ela ainda estava desconfiada. "Você tem certeza que está tudo bem?"

"Sim, San", eu suspirei. "E, por favor, não faça isso com Matt também, ok? Eu não quero que todo o clube pense que você é uma barraqueira."

Ela balançou a cabeça e pegou minha mochila. "Se você está certa."

"Eu estou".

Terminou ali, mas eu ainda a peguei dando olhares estranhos para os meninos às vezes, e ela fez tudo que pode para impedir que qualquer um deles fosse meu parceiro de dança. Ela ao contrário de mim manteve-se distante de qualquer um do clube, aderindo às ordens de Sue e seguindo o exemplo de Quinn.

A liderança de Quinn, no entanto, estava visivelmente hesitante. Sempre notávamos um olhar de pânico em seu rosto, e a forma como ela se agarrava a Finn quando eles estavam no mesmo lugar. Esse comportamento não era comum, era o que ela chamava de “piegas”. Era mais desesperada do que isso, como se ambos soubessem que algo terrível estava para acontecer e eles estavam prendendo um ao outro enquanto esperavam pela morte. Não era incomum para Quinn esconder as coisas de nós, mas quando Puck deixou escapar seu segredo na sala do coral em frente a todo clube glee, tanto Santana quanto eu fomos surpreendidos.

"Eu não posso acreditar que ela não me disse," Santana murmurou enquanto caminhávamos de volta para minha casa depois do ensaio. "Era pra ela me achar e melhor amiga dela."

"Eu sou o sua melhor amiga", eu a corrigi, magoada.

Ela sorriu e ligou seu dedo mindinho ao meu, balançando os braços juntos, enquanto caminhávamos lado a lado. "Claro que é B. E eu sou sua melhor amiga. Mas Quinn me considera a pessoa mais próxima em sua vida. Isso não significa que eu a considere também. Mas mesmo assim, eu achei que ela confiasse em mim para dizer isso. Quero dizer, como você vai de presidente do Clube de celibato para grávida adolescente? E com Finnocence? Se o garoto realmente pegou a Quinn eu compro uma caixa de cerveja e um charuto pra ele. Porra, isso é demais.”

Ela disse isso tão sinceramente que não sei como, mas eu vi os cantos da boca subindo à medida que caminhávamos, os dedos ainda presos juntos. Ela estava calculando quanto tempo levaria para a treinadora Sylvester sobre esse acontecimento de Quinn, e depois disso quanto tempo ia demorar para se tornar chefe de torcida. Foi o que ela sempre quis: estar no topo. Não importa o quanto ela seguisse Quinn, o ressentimento que ela exibia era a prova inevitável de que, em seu relacionamento, confiança e lealdade tomou um banco traseiro a aceitação social. Elas eram amigas, porque tinham que ser. Quinn era a chefe de torcida, e Santana era a subchefe. As duas meninas mais bonitas da escola eram obrigadas a gostar uma da outra, e não havia outra razão, Santana se aliou à Quinn. Agora, com a posição social de Quinn em risco, eu podia ver as engrenagens girando em sua cabeça. Cálculo. Era um lado de Santana que eu não tinha visto muito recentemente, mas eu acho que os velhos hábitos custam a morrer.

"Devemos conversar com ela," eu sugeri quando deixamos nossas mochilas no chão do meu quarto. "Ela vai precisar de alguém para conversar, né?"

Ela sorriu para si mesma se despiu do uniforme Cheerio. Ele estava tornando o tempo entre a chegada e a remoção da roupa cada vez menor, pendurou-o no final da minha cama, e deslizando para cima ao meu lado só de sutiã e calcinha para fazer lição de casa.

Lição de casa, com uma mistura de carícias casuais e mordidas no pescoço, é claro.

"Se ela não nos disse antes, o que faz você pensar que ela vai querer conversar com a gente agora?”, ela perguntou enquanto ela passeava ao redor do meu quarto, quase nua em um sutiã de renda púrpura e calcinha combinando. "Se ela quer falar, a putinha pode vir falar conosco."

A vi se curva sobre sua bolsa, sua bunda no ar e os quadris arredondados balançando ligeiramente. Eu suspirei, percebendo que eu estava olhando, e voltei os meus olhos de volta ao meu livro de biologia. "Você não acha que é um pouco cruel, San? Ela não fez nada que qualquer uma de nós ainda não tenha feito."

"Sim, ela fez", ela corrigiu, levantando-se com um caderno na mão. "Ela era controladora sobre isso. Que idiota não usa camisinha quando vai transar? Ah, é. Os idiotas cegos pela religião. Lembra? Era esse o assunto do dia em que a ‘Man hands entrou no clube’,  contracepção "Essa palavra? A que Quinn enchia a boca pra falar. Honestamente, eu só estou surpresa de que isso não aconteceu antes. "

Havia uma pitada de prazer em sua voz enquanto ela rastejava sobre minhas pernas, que estavam estendidas sobre a cama na minha frente, para chegar ao seu lado. Ela se acomodou com seu dever de casa e envolveu um braço no meu.

Eu queria muito discordar de Santana sobre Quinn, havia essa questão, persistente na parte de trás da minha mente. Quinn não tinha sido a única a pregar o tempo todo sobre a espera para o casamento, poupando-se para alguém que você amava? Ela não havia sido a primeira a criticar Santana por ter transado com Puck? E agora, lá estava ela. Grávida aos 16 anos porque nem mesmo ela era capaz de seguir seus padrões ridículos.

Eu me lembro de quando Santana e eu unimos forças com Quinn. Mesmo como calouros éramos implacáveis. Holy Trinity, era assim que nos chamavam depois que Quinn assumiu o controle do clube do celibato. Santana tinha ridicularizado o apelido, mudando o apelido para Unholy Trinity. Eu acho que foi apenas um presságio dos acontecimentos recentes.

Eu admirava Quinn desde o início. Ela parecia ter tudo, e era tudo tão fácil. Ela mantinha as suas crenças, e mesmo que eu não concordasse com elas, que por si só lhe rendeu o meu respeito. Mas depois de tudo isso - os anos de palestras e culpas - ela acabou por ser a hipocrisia em pessoa, em números monumentais. Mesmo que Santana e eu não concordássemos, eu tinha que admitir que era difícil sentir pena dela.

"Talvez você esteja certa", eu murmurei e voltei para o meu livro. "Hipócrita".

"Isso mesmo", respondeu ela, chegando mais perto.

Eu tinha sido insensível ao tirar sua mão do meu braço, mas ainda era difícil me concentrar com os dedos subindo e descendo meu pulso e sua perna se entrelaçando em torno de mim. Eu podia sentir só o formigamento, a sensação de adormecimento em sentir os dedos passeando em minha pele, e eu engoli em seco, me ajustando de modo que o contato não era tão grande. Ela percebeu o movimento e sentou-se, olhando para mim de forma estranha.

"Você está bem?" ela perguntou, olhando para mim de lado, minha colcha cobrindo seus quadris, mas expondo seu estômago, muito natural quanto a isso. "Eu disse alguma coisa?"

Eu não tinha uma resposta satisfatória que permitisse que qualquer uma de nós tivesse a paz de espírito que ambas precisávamos.

Não, eu estou ótima, San. É só o fato de que sentir seus dedos na minha pele faz parecer que está queimando, e ter você perto de mim faz com que eu sinta que minha espinha não está no devido lugar.

Eu estou bem, San, só estava pensando em todas as vezes que transamos nessa cama, e em todas as vezes que eu fiquei aqui te esperando enquanto você estava com Puck.

Nada de errado, San, eu só não estou pronta para o seu toque.

A clareza com que eu pensei em todas essas respostas, e a emoção aquecida por trás delas - a raiva, ressentimento, tristeza amarga - foi avassaladora e por um momento eu olhei para ela. Internamente eu sabia que não era hora de tomar mais pílulas. Eu tinha um horário certo, e eu aderi a ele por que funcionou. Mas aqui, quando eu precisei mais, falhou-me. Minha boca estava entreaberta em descrença com as falhas do meu próprio corpo.

"Eu, uh ... Eu já volto."

Deixei-a sentada na minha cama, apertando os olhos me observando enquanto eu corria, seminua, no meu banheiro do outro lado do quarto eu bati a porta. Eu não percebi até que depois de eu ter tomado uma respiração profunda e me sentado sobre as bordas da pia de porcelana fria que eu provavelmente só havia piorado as coisas. Eu estava em pânico, perdendo o controle da situação.

Mas que controle, se eu nunca tive?

Procurei através do armário de remédios em cima da pia, lendo os rótulos e empurrando-os de lado enquanto eu procurava algo que pudesse me ajudar. Eu estava passando por pílulas muito rapidamente, os remédios receitados acabavam muito antes do prazo certo. Eu acrescentava o que “faltava” com os calmantes da gaveta da cama da minha mãe ou com o Xanax da bolsa da minha madrasta. Elas nem notavam as retiradas deitas por mim, ela usavam somente de vez em quando. Se elas haviam dado falta dos comprimidos não chegaram a me questionar sobre isso. Eu fui um pouco mais longe, adicionando a minha lista os remédios que eram vendidos por um universitário na rua, que achava que eu era fofa e me dava uma mãe cheia de Lithium.

Os recipientes? Eles eram amontoados aos montes, todos vazios, eu procurava por algo que diminuísse ou até mesmo parasse o formigamento que eu sentia no braço. Era incessante, os dedos seguiram comigo como fantasmas muito tempo depois que ela parou de me tocar. Eu odiava, e adorava, mas odiava mais pelo fato de querer cada vez mais ela, e ela continuar resistindo com cada força restante em seu corpo. Será? Será que ela se importa? Ela estava me usando como um objeto na falta de Puck?

Eu já amedrontada, e, vasculhei até o ultimo frasco, que por sua vez estava vazio como tantos outros, bati o punho contra a pia. Senti a dor, e levantei o punho na altura do meu peito, e comecei a me balançar como uma criança. Caí ao lado do vaso sanitário, meus joelhos se dobraram em resposta ao contato. Santana estava esperando por mim na minha cama, mas sem medicamentos, eu debrucei sobre o vazo e comecei a vomitar.

"Britt?"

Santana bateu suavemente na porta do banheiro e eu gemia, pousando minha testa no assento do vaso sanitário com um baque e segurando minha mão que estava doendo a minha barriga.

"Britt, você está bem?"

Eu não podia responder sem gritar cada pensamento que tinha guardado em minha mente, então eu encostei a testa no vazo outra vez, estranhamente à vontade com as estrelas que apareceram quando eu fiz isso.

"Brittany, se você não me responder, eu vou entrar"

"Jesus, Santana, eu estou doente", eu gritei, desesperadamente na espera de que ela não entre e veja todos estes frascos de remédio vazios. "Eu não posso apenas ficar doente em paz? Vá embora e me deixar sozinha."

Houve silêncio do outro lado da porta por um minuto inteiro antes que eu ouvi o som de seus pés descalços se movendo na madeira. Poucos minutos depois a porta do meu quarto foi fechada suavemente, e eu escutei o som familiar de seus sapatos em minhas escadas. Ela desceu em um ritmo que eu conhecia nos passos de dança 1-2-1-2-1-2. A porta da frente se abriu e fechou, e ela tinha ido embora.

Ergui a cabeça e olhei em volta. E lá estava eu, seminua, com frasco de medicamentos vazios espalhados por todo banheiro, encostada no vazo sanitário e com vomito no cabelo. Tudo isso, e eu acabara de mandar embora a única pessoa que poderia cuidar de mim naquele momento.

"Merda".

Ela me recebeu na manhã seguinte no pátio com um abraço que fez minha pele arrepiar. Eu ainda estava sem medicação, agora já passavam de 18 horas desde a minha ultima pílula. Minhas mãos estavam úmidas e tremendo, e eu me sentia fraca. Usei toda a força que tinha para levantar da cama e ir para a escola, e o que era mais temido, a mão dela, estava agora nas minhas costas.

"Ei", ela sussurrou em meu ouvido, ainda não percebendo que eu tremia em seus braços. "Como está se sentindo?"

"Melhor", menti. Em lugar algum eu estava melhor. Pior, na verdade. Definitivamente pior. Eu me senti mal, meu estomago embrulhando fortemente, ele gritava por remédios.

Ela afastou-se, sorrindo para mim carinhosamente com as palmas das mãos envolvendo meus braços. Ela não estava zangada, como eu pensava, e isso fez eu me sentir mais fraca. Eu queria correr e chorar, não ficar lá e blefar. Teria sido mais fácil se ela estivesse chateada comigo, garantindo que sua raiva a deixasse distante até eu saber o que fazer. Eu poderia ter unido forças o suficiente para mandá-la ir se foder, mas não para lhe dizer que estava arrependida por mandá-la embora.

"Ouça B, Eu-"

"San" Tentei interrompê-la, mas ela me parou.

"Não, deixe-me terminar. Eu entendo por que você me mandou embora. Eu não gosto de estar doente e ter pessoas a minha volta me tratando como um invalido, então não posso exigir que você não queira o mesmo quando não está se sentindo bem. Então eu vou respeitar as suas vontades. Mas havia mais do que isso. Você nunca fez isso antes. "

"O que? Ficar doente?"

Ela balançou a cabeça. "Gritar comigo. Você me assustou B, e então eu fui embora."

"Então, eu não estou autorizado a ter um dia ruim?" Eu senti que a raiva crescer dentro de mim.

"Não foi isso que eu quis dizer", disse ela calmamente, olhando para seus pés. "Eu não estou culpando você. Eu só estou dizendo que você não parecia ser você mesma, e eu não sabia o que fazer. Eu não vou deixar isso acontecer de novo. Da próxima vez, eu não vou deixar você sozinha. Mesmo que eu não possa segurar seu cabelo, eu vou estar lá. Você é minha melhor amiga, e sua mãe não está sempre por perto. Eu tenho que cuidar de você. É o meu "

"Seu trabalho," Eu terminei para ela, de repente cansada novamente. "É. Eu sei... Me desculpa." Era tão difícil ficar com raiva dela quando ela fazia isso. Sua natureza de proteção era muito mais prevalente do que a cadela que mundo via, o que muitas vezes me confundiu. Eu tinha a sorte que eles não tinham, eu acho. Ou então, todos se apaixonariam por ela.

"Não se desculpe, eu-" ela começou, sorrindo e subindo seus dedos para passa-los em minha bochecha, mas parou abruptamente quando ela sentiu o calor subindo a minha pele. "B, você está queimando!"

Eu puxei meu rosto e empurrou a mão dela. "Então você não deveria me tocar," eu resmunguei , minha pele queimando cada vez mais, onde seu polegar antes havia me tocado. "Não quero ficar doente."

Ela se aproximou, mas eu dei um passo para trás e olhei para o chão com uma intensidade que eu não sabia que tinha. Ela não podia se aproximar, ela não podia me tocar novamente. Eu desmoronaria.

As pessoas estavam começando a entrar no pátio da escola, ela deu mais um passo a frente e falou baixo: "Brittany, você esta obviamente muito doente. Então por que você esta aqui?”.

O almoço, pensei. Eu só tenho que aguentar até o almoço. Então receberei dois comprimidos. Eu posso falar com a mãe entre suas mudanças de turno, talvez ela reponha. Foi fácil formular a ideia na minha cabeça. Mas era uma coisa totalmente diferente por em pratica, considerando o ataque e preocupação de Santana. Ela havia chegado mais perto agora, seu rosto a centímetros do meu. Ela olhou em meus olhos, mas eles estavam muito vazios para revelar algo. Eu estava muito cansada, e só isso era refletido de volta para ela.

"Eu vou levar você para a enfermeira", disse ela, agarrando minha mão, a que eu bati sobre a pia na noite anterior. Eu gritei e ela se afastou, encolhendo-se em agonia extrema. Sua pele na minha, o osso da minha mão (muito provavelmente quebrado), a sua profunda preocupação com meu bem-estar. Doeu muito.

"Eu estou bem!" Eu gritei, eu gritei para mim mesma e sai andando pela escola. Ela me seguiu, mas um grupo de garotas se pôs entre mim e ela, e assim me perdeu de vista. Porém, ela estava certa. Eu precisava da enfermeira. Primeiro eu fui lá, segurando o pulso da minha mão machucada para imobiliza-la. A mulher idosa de sapatos ortopédicos brancos, levemente passou os dedos onde eu me queixei de dores e estalou a língua. Provavelmente lesionado, talvez fraturado, mas definitivamente não esta quebrada. Porém, foi o suficiente para ser envolto em uma bandagem e para me dar um comprimido, enquanto ela ligou para minha mãe. Enquanto ela estava no telefone, eu me deitei e deixei com que o comprimido formasse uma neblina em minha mente, e poucos minutos depois a não sentia dor na mão. Não há mais formigamento. Não há mais vestígios dos seus dedos em minha pele. Nada, tudo perfeito.

Com a mão livre eu peguei minha bolsa e procurei pelo meu celular. Escrevi uma mensagem lentamente, tentando usar só uma mão. Eu não conseguia pensar em nada para dizer. Tudo o que acabou na minha tela era o seu número de telefone, e uma palavra.

desculpa

Eu apertei o botão ‘enviar’. Eu o observei subir e descer no ritmo da minha respiração, agora estável, minha pálpebras caíram em efeito do analgésico. Cinco minutos que pareceram horas se passaram antes que o telefone vibrou suavemente contra o meu peito.

não se desculpe. vamos conversar hoje a noite. te amo, b.

Eu deixei o telefone cair sobre a ponta do meu nariz e fiquei equilibrando, a tela escureceu e eu o coloquei na testa. Fechei os olhos e permiti que o analgésico tomasse conta de mim, deixava ele me levar além de mim.

Ela ainda queria falar comigo. Ela não estava com raiva. Eu gritei com ela, a mal tratei e, pior, eu estava mentindo. Eu estava doente, mentalmente e fisicamente, caída aos pedaços, e ela ainda queria falar comigo.

Se meu coração não estivesse tão ocupado em continuar batendo, garanto que ele saltaria garganta acima naquele momento.

Ao mesmo tempo, eu pensei no que Kurt havia dito sobre quando ele contou tudo a seu pai. Lembrei-me do que ele disse sobre os meus problemas... Este problema que eu tinha. As pílulas. Eu estava doente por causa delas, isso eu já sabia. Eu estive sem elas por muito tempo, e eu não estava acostumada. O problema, pensava eu, não era o fato de eu precisar delas para me sentir normal. E sim o fato de me sentir anormal quando não tomava. Então a única solução lógica era continuar com os medicamentos, e garantir que as noites como a noite anterior nunca mais se repitam. Se eu pudesse manter meu estilo de vida, como estava fazendo até pouco tempo, eu poderia ficar perto de Santana sem surtar. Eu poderia rir e fazer piadas com as crianças do Glee. Eu poderia sobreviver.

Minha mãe me pegou uma hora mais tarde, e os efeitos da codeína ainda estavam frescos no meu sangue. Eu me sentia tonta, uma sensação muito diferente da que eu estava acostumada. Eu não odeio, mas só por que era melhor do que o estomago embrulhando, a pele queimando, e a agonia da mão machucada. Ela ficou em silêncio no carro, olhando para mim a cada poucos minutos de canto de olho enquanto ela dirigia. Ela parecia tão cansada quanto eu, seu blazer banco posto rigidamente ao redor de seus ombros. No banco de trás está pendurado o uniforme da lanchonete, onde ela trabalhava meio período depois do seu turno no banco. Cheirava a óleo e picles, costumava ser um aroma aconchegante, de certo modo acolhedor, mas agora me trazia lembranças de solidão.

"Machucou sua mão no treino das Cheerios?" ela perguntou suavemente enquanto estávamos paradas no sinal vermelho.

Minha testa estava pressionada contra o vidro frio da janela, e eu assenti, a combinação de suor e pele causou um rangido e eu me mexi. "Deve ter sido."

Ela apertou os lábios e olhou para mim novamente, desta vez com mais vontade. Como Santana tinha feito no pátio. Procurando por algo. "Você me diria se alguma coisa de errado estivesse acontecendo, você diria, Britt? Você parece tão distante." Ela pôs a mão no meu joelho e foi a primeira vez que ela me tocou nas últimas semanas. Eu mal a via, muito menos a oportunidade de falar ou abraçar ela. Eu tinha Santana, e Kurt a pouco tempo. Mas o toque de minha mãe não queima. Eu senti a culpa pesar. Como saudade e desespero. Dela ou a minha, eu não tinha certeza.

"Eu estou bem, mãe", eu respondi, fechando meus olhos e voltando a me escorar na janela, deixando uma explosão de gelo da tarde de outono tomar conta do meu rosto e das minhas mentiras. "Estou apenas cansada. A enfermeira me deu um comprimido para dor."

Seus dedos apertaram minha perna de uma maneira que ela provavelmente pensava ser reconfortante, mas isso só fez me sentir como um peso morto. "Ok, baby girl. Se você está dizendo." Ela entrou na esquina da farmácia e puxou o freio de mão.

"O que estamos fazendo aqui?"

"Eu vi que seus comprimidos acabaram", disse ela secamente, saindo do carro. "Eu fui ao médico pegar outra receita. Eu já volto." Se ela tinha visto um frasco vazio ou todos eles, ela nunca disse, mas voltou alguns minutos depois com um saco de papel e jogou-o no meu colo quando ela ligou o carro novamente. Sentei-me congelada com o saco descansando sobre minhas coxas, minhas mãos trêmulas enquanto eu me forcei a ficar parada. Eu teria destampado os frascos com os dentes em qualquer outra circunstancia, mas a névoa causada fez com que fosse mais fácil resistir. Ela me deixou em casa, e imediatamente voltou ao trabalho, se despedindo apenas com um acenar de mãos. Assim que cheguei dentro de casa, tratei de rasgar o saco de remédios e despejar todo o conteúdo sobre o balcão da cozinha. Peguei três, meus dedos agarram loucamente, mas conforme eu levantei o punho para leva-los a boca, parei, pensando no que havia dito a mim mesma.

Mantenha o controle. Se controle. Pegue o que você precisa, não o que você quer.

Eu já tinha o analgésico. Eu não precisava de três. O que eu precisava era de um controle. Eu coloquei duas pílulas na boca e engoli sem água, então me inclinou contra a parede da cozinha. O cansaço me atingiu mais rápido do que eu pensava .

Eu respirei fundo e me levantei, colocando os comprimidos do balcão dentro do frasco. Eu enfiei os frascos no saco e marchei em direção ao sofá, a combinação de drogas que misturadas começaram a fazer efeito. Fechei os olhos e gemi como se a sala estivesse.

Quando abri os olhos novamente, Santana estava sentada de pernas cruzadas na outra extremidade do sofá, um livro aberto no colo. Ela o fechou quando viu que eu havia acordado, e sentou-se reta.

"Agora", ela disse com firmeza. "Diga-me como você realmente sente."

Parei para me avaliar antes de falar. Minha mão ainda doía, mas o curativo amenizava um pouco, e não me deixava desconfortável. Eu já não estava grogue, mas eu senti a nevoa familiar tomar conta da minha visão, então eu estava mais à vontade. Sentei-me, testei minha força, acho que eu estava mais descansada do que antes, após o que parecia mais um coma ao invés de um cochilo.

"Eu estou ... Eu estou bem," eu comecei, percebendo que minha língua estava grudando no céu da boca. "Com sede. Mas melhor."

Ela se levantou e apertou sua mão na minha testa. Eu quase me afastei, mas a sensação de sua mão na minha pele não queimou, o que me permitiu relaxar depois de uma brevíssima hesitação.

"Você não está tão quente quanto hoje de manhã", afirmou. "Isso é uma melhoria." Ela girou nos calcanhares e saiu da sala, voltando um minuto depois com um copo de água. "Beba isso."

Eu fiz o que foi dito. Ela me observou enquanto eu bebi e coloquei o copo na mesa a minha frente. "Obrigada", eu disse, limpando minha boca.

"De nada", respondeu ela, sentando-se perto de mim mais uma vez e novamente cruzando as pernas. "Então, você quer me dizer o que diabos aconteceu esta manhã?"

Eu pensei que ela seria mais sutil ao tocar no assunto, de acordo com a sua preocupação com minha saúde, mas ela foi rígida, como um caminhão, e eu meio que cambaleei por um momento. "San, Eu. .. uh ..."

Ela não estava com raiva. Seus olhos não estavam estreitos como ela fazia quando estava surtando de raiva, e seus ombros estavam caídos para frente, do mesmo jeito que ela fazia quando estava frágil. Ela era apenas ...

Ela estava com medo.

"Como foi que você machucou sua mão?" ela perguntou, sem esperar por minha resposta a pergunta anterior. "Por que você ficou tão irritada quando eu tentei ajudar? Eu não entendo o que eu pra te deixar nervosa."

Ela se moveu mais a frente no sofá e colocou a mão no meu joelho. Olhei para a mão, então voltei minha atenção para seu rosto. Novamente, ela procurou por respostas em meus olhos. Eu estava começando a odiar esse olhar, sabendo que eles podem ver através de mim se eu não fosse cuidadosa. Eu desviei meus olhos e olhei para minhas mãos, que estavam firmemente no meu colo.

"Eu sei que eu fui grossa com você," ela continuou. "Mas nós estávamos indo tão bem. Pensei que estávamos bem. Você precisa me dizer se eu fiz alguma coisa, então eu posso mudar"

"Não há nada que você precise para mudar, San," Eu a cortei, ainda olhando as minhas mãos. "Eu é que preciso mudar você é perfeita, e eu não sou, isso não... Isso não é culpa sua." Eu não pude deixar de estender a mão, então, e coloquei minha mão em cima da dela. Ela parecia tão mal quanto eu, e eu acho que ambos precisavam do conforto de um melhor amigo.

"Eu ainda não entendo", ela murmurou, virando a mão debaixo da minha para que pudesse se agarrar aos meus dedos . "O que está acontecendo que você precisa mudar? Você está sendo tão enigmática. Você costumava me dizer tudo."

"Todos nós temos segredos", eu respondi, sentindo o aperto se expandir. "Você só vai ter que confiar em mim agora. Eu estou dando um jeito. Eu preciso de você respeite isso."

"Eu confio em você com a minha vida, B," ela disse sem hesitar. "Mas eu não sei se confio tanto quanto você mesma. Eu te conheço. Você não vai pedir ajuda se você precisar."

Ela provavelmente estava certa, eu sabia disso melhor do que ninguém e podia concordar. Apenas pioraria as coisas. "Eu sei até onde eu posso aguentar", eu disse ao invés. "Você não precisa se preocupar comigo ainda. Eu vou me certificar de que você saiba caso isso mude. Até então, eu acho que preciso de algum espaço, San. Você me pediu isso uma vez, e agora eu estou pedindo pra você o mesmo favor. Eu tenho que resolver meus problemas sem que você tente fazer isso por mim. Eu posso fazer isso, eu só preciso de espaço pra fazer sem você no meu pé.”

Ela se inclinou em sua cintura e apertou a testa contra a palma da minha mão. "Eu sempre vou me preocupar. Mas eu vou fazer o meu melhor para te dar o espaço que você precisa. Ainda vamos nos ver na escola, Cheerios, Glee. Mas talvez eu comece a passar mais noite em casa. O que você acha?”

Eu balancei a cabeça, aliviada por ela estar sendo tão compreensiva. "Isso seria bom, sim."

Ela se sentou e me puxou para mais perto dela. Eu não a impedi. "Prometa-me uma coisa, no entanto."

"Qualquer coisa", eu respondi me inclinando em seu corpo, sentindo o calor familiar o peso de seus braços que me prendem.

"Não me ignore mais. Eu preciso de você, você sabe. Ninguém mais pode me entender como você me entende."

Eu ri suavemente em seu peito, respirando seu perfume e me dando conta do quanto eu havia sentido falta dela, embora ela estivesse ali. "Fica esta noite", eu implorei. "Eu tive espaço suficiente hoje. Podemos começar amanhã."

Nós fizemos amor naquela noite, quase em silêncio enquanto ela assumiu a liderança e beijou toda a minha pele, e pela primeira vez sem dor. Ela me segurou por trás, do jeito que ela fazia quando dormimos, o braço envolto em torno de meu corpo com os dedos prensados ​​dentro de mim. Sua boca se arrastou para cima e para baixo em minhas costas e ombros, a nossa diferença de altura fez com que fosse impossível de alcançar meu pescoço enquanto estávamos nessa posição. Não importava. Eu tremia a cada toque e ela sentia meu orgasmo se aproximando quando meus músculos se contraíram em torno de seus dedos, eu agarrei seu pulso como pedido de mais, mais rapidez, mais força. Meus quadris se contraíram quando ela me virou com uma facilidade impressionante e deslizou as coxas ao redor deles, me prendendo enquanto suas mãos exploravam meu pescoço, minha clavícula, meus ombros, meus seios, eu estava queimando por ela, como da primeira vez.

Eu tive que lutar com ela para colocar minhas mãos entre suas pernas, as duas silenciosamente desejando que a outra tomasse atitude, até que eu tomei ambos os pulsos dela em minhas mão e olhei para ela, que ainda permanecia em meus quadris, sussurrando.

"Por favor".

Ela estava ofegante, as mãos em punhos, então ela se inclinou sobre mim e eu não fiz nenhum movimento para impedi-la ou até mesmo tomar o controle. Em vez disso eu passei os dedos até as coxas e deslizei uma mão entre nós, curvando meu dedo indicador e médio para dentro dela. Seus olhos se arregalaram e seus quadris se moveram contra a palma da minha mão, repetindo o movimento enquanto eu manipulava os dedos dentro dela. Ela gemia e respirava com o mesmo ritmo de seus movimentos, e eu senti meus próprios pulmões entrarem em sincronia com os dela. Ela arqueou sua coluna e colocou as mãos atrás dela, de joelhos, a cabeça jogada para trás, sentindo sua pulsação do núcleo, enquanto o meu polegar trabalhava contra seu clitóris.

"Ohh ..."

Uma sílaba de prazer e seu corpo se estremeceu. Ela se agarrou ao lençol a frente e se inclinou novamente sobre mim. Suas mãos encontraram os meus seios e ela os apertou sem piedade quando ela atingiu o orgasmo sobre mim.

Ela beijou minha testa e saiu de cima de mim, gemendo enquanto ela caminhava desajeitadamente para recuperar suas roupas.

"Como nos velhos tempos", eu disse carinhosamente, minha mente ainda nebulosa, enquanto eu a vi amarrar o tênis. "Você vai embora antes mesmo que eu diga alguma coisa que te faça ficar."

"Você não quer que eu fique dessa vez", respondeu ela, pendurando a bolsa por cima do ombro. "Lembra?"

Eu balancei a cabeça. "É. Eu me lembro."

"Vejo você na escola, B," ela sussurrou, e com um sorriso triste ela se foi.

Vê-la novamente era inevitável, mas ambos gerenciavam isso graciosamente. Ela era a melhor amiga independente de quem participasse de tal lista , e manteve a distância, pelo menos quando não tinha ninguém olhando, do modo como eu havia pedido. Seguimos as ordens de Sue firmemente, nos tornando as novas espiãs depois que ela destronou Quinn quando descobriu a gravidez. Por sua vez, Sue apaixonou por nós, e eu me senti estranhamente bem por estar recebendo sua atenção, mesmo quando era negativa. Ela não demonstrava sua decepção quando não conseguíamos, isso era mais do que eu havia conseguido dos meus pais. Mesmo que seus motivos fossem egoístas, qualquer atenção era melhor que nada.

Sem Santana a minha volta, eu tinha poucas obrigações e menos inibições. A liberdade de ser desimpedida me deixou com opções que eu nunca tinha experimentado. Eu ia a festas desacompanhada, e sempre acabava com uma mistura de remédios e álcool. E quando despertava, havia pessoas desconhecidas a minha volta, meninos... Meninas. Qualquer pessoa dentro do alcance dos braços era um alvo, e eu rapidamente ganhei a reputação de “pegadora” por ficar com qualquer um. A lista começou a circular com todas as pessoas eu havia ficado, até mesmo as que eu havia dado apenas um selinho em um momento disperso, e não levou muito tempo até que mudasse, então a lista passou a ter pessoas com quem eu ainda não havia ficado. Era muito mais fácil manter o controle dessa maneira. Eu não me importava por as pessoas saberem minhas atividades extracurriculares, mas parecia que incomodava Santana, apesar de sua promessa de dar-me espaço, ela estava sempre por perto.

"Eu sei que deveria te deixar sozinha", disse ela enquanto saíamos da aula de biologia. "Mas essa coisa que você está fazendo, a lista do beijo, realmente ajuda em alguma coisa?"

"O que você quer dizer?"

"Sair beijando qualquer um por ai ajuda nos seus assuntos que você queria resolver? Ou você está fazendo isso apenas para me mostrar que você mudou? Porque eu entendo. Você pode parar agora."

No fundo da minha mente, eu sempre pensava nela quando ficava com alguém diferente. Como esta menina é em comparação a Santana? Onde é que este garoto colocou as mãos? Santana não fez isso. Mas dizer isso a ela seria uma tortura pra nós duas.

"É a sua vida", ela deu de ombros, não tão distante como ela estava tentando ser. "Mas eu só estou dizendo. Está tudo bem. Eu já entendi."

Eu não sabia exatamente o que ela havia entendido, mas eu parei pra pensar um pouco mais sobre como estava agindo. Fazia semanas desde que eu pedi espaço a ela, e eu ainda não tinha feito nada para mudar a minha situação. Eu estava sobrevivendo, vivendo pílula por pílula, e nada havia melhorado. Nenhuma quantidade de beijos ia mudar isso, independente de quantas pessoas fossem.

E então eu me vi mais uma vez em limites, a minha dose matinal aumentou de duas pílulas para três, e de noite apenas uma. Sem Santana lá, com os braços apertados em volta de mim, eu era capaz de dormir quase nua. Eu ainda estava preocupada que acontecesse novamente a noite que nos separei, então eu ainda complementava minha rotina com os comprimidos do cara da faculdade. Eu havia comprado recentemente, usando o dinheiro da que ganhava nos aniversários. Eu conseguia um preço ainda mais baixo se ficasse com ele na parte de trás de seu carro, eu nem sequer me sentia mal, beijar já não significava nada.

Pelos meus cálculos próprios, o que eu comprei duraria até o final do semestre. Eu estava satisfeita comigo mesma, tanto pelo calculo exato quanto pelo controle que me mostrei quando dizia a mim mesma: “Não, Brittany, apenas um”.

Eu me sentia tão estável enquanto observava Santana se deteriorar. Seu romance com Puck continuou na minha ausência.

"Eu pensei que você estava tendo tempo para si mesma", ela murmurou quando lhe perguntei sobre ele durante o segundo período.

"Eu estou", eu respondi. "Mas você parece tão brava..., San. Todo o tempo. Eu estou preocupada."

"Não," ela rosnou de volta. "Confia um pouco em mim, eu estou conseguindo lidar com isso.”

Ela jogou minhas palavras na minha cara e eu permiti a raiva dela. Ela tinha um ponto. Nós precisávamos lidar com os problemas.

O clube Glee era a única hora em que eu via a felicidade de Santana, a única hora em que eu via seu sorriso. Mesmo que ela nunca tenha tido um solo, seu rosto se iluminava quando cantávamos, e eu não estava muito longe para perceber. Eu senti a agonia dolorosa que ela sentia quando Puck cantou Sweet Caroline para Rachel, em seguida, a frustração de ter que rodar por ai em uma cadeira de rodas por causa de uma lição de vida e moral do Sr. Schue, e eu esperava por ela. Tentei dizer a mim mesma que eu podia aguentar um pouco mais, mas eu sabia que, com a minha rotina de volta aos trilhos, não havia razão para ficar longe dela por mais tempo. Eu me dei conta de que Santana era a única força estável em minha vida. Nós chegamos a um entendimento. Sexo não era namorando. Faríamos novos acordos. Mas eu tinha que recupera-la primeiramente.

Eu não precisei encontrar a maneira correta de trazer ela de volta, o destino encontrou, quando o Sr. Schue nos teu uma tarefa: baladas. Santana tirou meu nome do chapéu cheio de outros nomes, e eu sabia que tinha encontrado a maneira perfeita de falar com ela. Cantaríamos uma balada direcionada uma a outra, transmitindo a emoção que estava sentindo por essa pessoa. Foi à atribuição perfeito, e eu me preparei nervosamente por três dias, escolhendo com cuidado a minha música e rezando para que eu tivesse a força - não, a clareza - para fazer direito.

"Tudo bem, pessoal, sentem-se," Schue gritou por cima do barulho da sala do coral animada. "É dia de balada. Espero que vocês tenham se preparado."

Santana sentou ao meu lado, como sempre fazia no Glee para manter as aparências, e torcia as mãos. Ela estava nervosa. Nenhuma de nós tinha cantado um solo na frente do grupo antes, e eu me sentia mais nervosa ainda quando ela estava olhando.

"Está tudo bem", eu sussurrei. "Você pode fazer isso."

Ela mordeu o lábio e não olhou para mim. "Estou feliz que você tenha confiança em mim, porque eu estou a ponto de sufocar."

Eu não sabia o que ela tinha planejado, mas eu pensei, talvez se eu fosse o primeiro, ela se sentiria mais confortável. Além disso, eu estava muito animada para conseguir dizer o que estava preso dentro do meu peito. Arrumei a minha coluna, atirei a mão ao alto e chamei por Sr. Schue, que ainda estava palestrando sobre o poder de uma balada. "Sr. SchueSantana e eu podemos ir primeiro?"

A sala inteira se virou para olhar para nós, e face Santana queimou em um vermelho brilhante. "O que você está fazendo?" ela sussurrou.

"Confie em mim ", eu respondi e pisquei para ela. "Estou resolvendo a situação."

A expressão pasma em seu rosto era impagável quando eu arrastei-a até a frente da sala e a sentei em uma cadeira. Era para eu cantar para ela, e eu queria ver nos olhos dela se ela havia entendido o que eu queria dizer. Eu entreguei Brad a partitura, arrumei a jaqueta Cheerio e respirei fundo, pisquei algumas vezes para limpar a névoa dos olhos.

I separated my heart from my head
(Eu separei meu coração da minha cabeça)

To feel out what's inside
(Para sentir o que estava dentro)

I don't like what I see
(Eu não gosto do que vejo)

So I say goodnight
(Então eu disse boa noite)

Minha voz começou trêmula, meus nervos levando a melhor sobre o mim quando eu gaguejava nas primeiras linhas, sabendo que cada letra significa algo para mim - e espero que para Santana também.

Don't wake me 'cause I'm dreaming in color
(Não me acorde porque eu estou sonhando em cores)

Black and white is not my friend
(Preto e branco não são meus amigos)

Candy coated figures hold me in my bed
(Doces imagens me prendem a cama)

Ela se ajeitou na cadeira, ouvindo atentamente. Eu fiquei na frente dela, de costas para o resto do grupo, e nem sequer me importei coma presença deles. Isso era para ela, e ninguém mais existia.

I've never been so deep inside a shadow
(Eu nunca estive tão profundamente em sombras)

I've never been so insecure of what I know
(Eu nunca estive tão insegura do que eu sei)

Ajoelhei-me ao piso de ladrilho frio, pegando sua mão como se estivesse pedindo que ela se levantasse. A puxei em uma dança lenta, sorrindo para ela quando ela tropeçou em seus pés e eu a segurei, aumentando o volume da voz ao chegar ao refrão.

I've gotta figure it out
(Eu tenho que descobrir isso)

I need a story to tell
(Eu preciso de uma história para contar)

Where's the feeling I long for?
(Aonde esta o sentimento pelo qual procurei?)

I've gotta figure it out
(Eu tenho que descobrir isso)

Before I lose you, Love
(Antes que eu te perca, amor)

Seus olhos se arregalaram quando eu a levantei novamente, ela olhou ao redor da sala, olhando os garotos e garotas do clube Glee nos observar. Eu coloquei meu dedo indicador no queixo para puxar sua atenção de volta para mim.

Big city streets are calling me loud
(As ruas de grandes cidades estão gritando por mim)

The busy keeps me high
(A ocupação me mantém longe)

Well, this quiet town is wearing me down tonight
(Bem, esta vila tranquila está me mantendo calma esta noite)

Ela engoliu em seco e eu podia ver que ela estava em pânico. Eu a soltei e ela correu diretamente para a cadeira no centro da sala e se sentou, ainda observando-me atentamente com os olhos arregalados.

I know that I should stay here for a while
(Eu sei que eu deveria ficar aqui por um tempo)

Listen to the sound
(Ouça o som)

Of my shaky heart
(Do meu coração frágil)

Looking for gold in the ground
(À procura de ouro no solo)

Não havia nenhum som em nenhum lugar na sala, exceto o piano de Brad e minha voz, agora mais confiante e amparada por um par de comprimidos, enquanto eu cantava o que eu precisava cantar.

I've never been so deep inside a shadow
(Eu nunca estive tão profundamente em sombras)

I've never been so insecure of what I know
(Eu nunca estive tão insegura do que eu sei)

I've gotta figure it out
(Eu tenho que descobrir isso)

I need a story to tell
(Eu preciso de uma história para contar)

Where's the feeling I long for?
(Aonde esta o sentimento pelo qual procurei?)

I've gotta figure it out
(Eu tenho que descobrir isso)

Before I lose you, Love
(Antes de eu perder você, amor)

Ela estava ouvindo, eu sabia que muito atentamente, mas ela continuou sacudindo os olhos para as outras dez pessoas no clube. Eu estava empurrando o meu limite, mas eu estava tão perto de terminar.

It's not okay to make you wait
(Não há problema em fazer você esperar)

To make you wonder why I
(Para fazer você se perguntar por que eu)

Can't hold you close or give you hope
(Não posso segurar você fechar ou te dar esperança)

That this will be all right
(Que isso vai dar tudo certo)

I wanna make it right
(Eu quero fazer isso direito)

Ela congelou, e então eu sabia que ela entendeu.

I've gotta figure it out
(Eu tenho que descobrir isso)

I need a story to tell
(Eu preciso de uma história para contar)


Where's the feeling I long for?
(Aonde esta o sentimento pelo qual procurei?)

I've gotta figure it out
(Eu tenho que descobrir isso)

Before I lose you, Love
(Antes de eu perder você, amor)

A música chegou a as notas finais e eu respirei fundo, recolhendo de volta o ar em meus pulmões. O grupo gritou e aplaudiu, Santana estreitou os olhos. Não com raiva, mas desconfiada.

"Então?" Eu perguntei, sabendo que ela sabia qual era a pergunta.

Ela ficou com todos ainda nos observando, lentamente aproximando-se, contemplando. Eu pensei que ela poderia somente passar por mim e voltar ao seu lugar, mas ela jogou os braços em volta do meu pescoço, e novamente a sala irrompeu.

"Estou feliz por você estar de volta", ela sussurrou. "Isso não muda as coisas, no entanto. Eu te amo. Você é minha melhor amiga. Mas eu não posso te dar mais do que isso."

Eu sabia que a única resposta que eu poderia esperar era essa, e por isso eu estava agradecida. "Eu sei", respondi. "Eu vou tentar entender."


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Notas finais do capítulo

O nome da musica é:
"Gotta Figure This Out" do Erin McCarley
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