Influence escrita por jbs313, ArthurLenz


Capítulo 12
Confesion


Notas iniciais do capítulo

Agora eu acho que vai ficar mais fácil e rápido de postar, ganhei um ajudante *---* Pontin amô ♥.
Mas se alguém quiser ajudar tbem, é só deixar um comentário ou uma mensagem que eu mando os contatos e como funciona.



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parece que Santana não entendia, então me tratava como uma peça de porcelana. Ela abria as portas para mim, segurava minha mochila e levava meus livros. O resto do time Cheerio achava que eu tinha uma doença terminal, quando ela esbravejava ferozmente para que elas se ajoelhassem para que eu subisse na pirâmide. Ela me acompanhava a cada aula, sempre de olho em Karofsky, Matt e Mike. Ela tentava tanto despistar eles, resmungando palavrões em voz baixa enquanto desviávamos o caminho habitual ou íamos ao banheiro feminino. Parecia que ela estava me protegendo de todo jogador de futebol da escola, com a vã esperança de que nenhum deles descobrisse o que eu tinha feito. Mas o único de quem ela não fugia era Puck.

Eu a vi quando ele passou por nós no corredor. Ele ainda levantava o queixo e fazia comentários sugestivos para ela, mas ela não retornou o gesto. Ela permaneceu estoica até que ele passasse, revirando os olhos quando ela sabia que eu estava olhando, e olhando tristemente quando ela achava que eu não estava olhando. Eu sabia que no fundo da sua mente, ela se arrependera de terminar com ele, sabendo que ela tinha terminado com ele desnecessariamente. Eu não perguntei se ela sentia falta dele por causa do poder que ele trazia, ou se ela realmente gostava de sua companhia. Francamente, eu não queria saber a resposta. Fosse o que fosse ela não demonstrou qualquer tipo de arrependimento na minha frente.

Mas, não falamos sobre o que aconteceu novamente. Ela substituiu a fala por atitudes, e ela começou a passar algumas noites por semana na minha cama, dormindo com os braços apertados, possessivamente, em torno da minha cintura. Não houve sexo, e o desejo incompreensível que eu sentia por seu toque me deixou um pouco louca nas primeiras noites em que ela se deitava atrás de mim, nua e sem vergonha.

Durante as poucas horas que antecediam o adormecer, ela me ajudou com a lição de casa, e ocasionalmente, com qualquer música que estávamos ensaiando para o Clube Glee. Ela odiava admitir, mas ela gostava cantar e dançar tanto quanto eu.

Não, no entanto, eu tive que impedir as tentativas dela estragar tudo juntamente a Quinn, por instruções de Sue. Eu não concordava muito com isso. Eu me sentia bem em estar dançando e cantando. Acho que ela gostava de colocar todas as suas frustrações na tentativa de destruir o clube. Mas eu não me rendi às emoções como ela estava fazendo, eu gasto minha energia em vez de ficar com planos maléficos.

Todos os integrantes do Glee eram basicamente, os maiores perdedores da escola, mas eram também o mais genuínos. Nenhum deles era o mais realizado, mas as expectativas deles eram de certo modo apalpáveis. Apesar do comportamento quase sempre desagradável, Rachel, era a alma do grupo. A sua voz era a que soava mais alto, quando todos perdiam a esperança ou quando o Sr. Schue perdia o controle. Kurt e Mercedes se uniram no início, formando assim a dupla a qual Santana apelidara de "bicha e bruxa". Eu achava que eles meio que se completavam, da mesma forma que eu e Santana fazíamos, apoiando e protegendo um ao outro. Todo mundo parecia ter um dom especial, e apesar de Finn dançar terrivelmente mal, levamos um tempo para nos unir de forma que isso não era tão visível.

Eu caí em um relacionamento casual com o pessoal do Glee. Eles pareciam gostar de meus comentários sobre o que estava acontecendo a minha volta, cortesia dada pelo aumento das doses do remédio. Foi preciso, por causa da habilidade recém-desenvolvida de Santana, dormir na minha cama... Sem roupa, eu precisava de uma dose que me deixasse aérea o bastante para ignorar tal gesto. O resto do grupo me levava na brincadeira, e nem eu nem Santana corrigíamos. Era mais fácil explicar a minha natureza desligada, do que toda aquela palestra sobre meus medicamentos e o porquê de eu precisar toma-los.

Porque, pensando bem, era melhor ser uma idiota sábia do que uma viciada.

Isso não foi um incomodo até Kurt me pedir ajuda com alguns passos de dança na semana seguinte, então percebi que sem a ajuda de Santana ou até mesmo Quinn, eu havia conseguido me encaixar em um grupo. Isso me surpreendeu tanto, que mesmo sem perceber fiz meio que uma careta de surpresa.

"Devo tomar isso como um 'não'?"

"An?" Ele se aproximou de mim depois do ensaio, se situando da mesma forma que Santana faz, com o quadril e levantou os braços cruzados sobre o peito. Eu não tinha ninguém que me pedisse alguma coisa antes, somente Santana, por isso a confusão.

"É que você é o melhor dançarino do glee", disse ele, continuando sem explicar novamente o que exatamente foi ele queria que eu fizesse. "E eu estou trabalhando em algo... específico. Não é algo para o Sr. Schue, mas eu ensaio fora do grupo. Seria muito bom se você pudesse me ajudar com os passos."

Levei um minuto para processar, e ele esperou pacientemente enquanto a minha expressão mudou de surpresa para confusão e depois para realização e felicidade. "Sério? Eu pensei que todos os gays sabiam dançar. É o que parece pelo menos os de Nova Jersey."

Ele sorriu. "Bem, alguns de nós precisam de um empurrãozinho na direção certa. Eu estou trabalhando em um clássico da Beyoncé,” Single Ladies. Eu gostaria de recriar o vídeo com precisão, tanto quanto possível. "

Era uma das minhas favoritas, e eu sabia a coreografia também. "Legal!" Eu disse alegremente. "Vou perguntar a Santana se nós podemos te ajudar"

"Sobre isso," ele interrompeu, colocando a mão para me impedir. "Eu acho que seria melhor se Santana não soubesse desse episódio em especial, se você não se importa. Não é que eu não gosto dela... Bem, sim, é por que eu não gosto dela. E ela não é particularmente apaixonada mim, também. Você é uma menina doce, Britt, mas ela não é o que eu chamaria de amigável. Eu já ouvi piadas gays o suficiente para um ano.”

Olhei para Santana, que estava me esperando na porta. Ela apontou para o relógio, indicando que era hora de ir embora, e deu um olhar de desprezo á Kurt. Eu me virei para ele, e ele revirou os olhos, correndo o dedo indicador e o polegar sobre a parte dianteira de seu cabelo para alisá-lo. Ele estava certo, eu deveria. Ela não tinha sido muito gentil com qualquer um no grupo, até agora, e demonstrou isso, jogando as mãos para cima quando percebeu que eu não estava atrás dela.

"Ok", eu concordei, um pouco desamparada. "Eu posso sair com Santana depois, eu acho."

"Fabuloso", disse ele, batendo palmas. "Minha casa, amanhã depois do ensaio do glee. Tina se juntará a nós também. Precisamos de uma terceira integrante."

Fora da escola, Santana esperava por mim. "O que a bicha queria?" ela perguntou com veneno em sua língua.

"Ele queria ajuda com um projeto", eu respondi, negando ao insulto. "Por que você o odeia tanto?"

"E por que gostaria?" ela riu. "Ele é um perdedor. Um perdedor gay."

"San, para," Eu disse com firmeza. "Não chame assim. Ele não pode fazer nada quanto a isso"

"Claro que pode", ela me cortou. "Ele não tem que ser gay. E ele certamente pode parar de agir assim em público. Ninguém precisa ver isso."

Foi a primeira vez que ela tinha sido grossa comigo nas últimas semanas, e ele me pegou desprevenida. Eu pensei que ela estava exagerando, mas eu mantive minha boca fechada sobre isso. "Não importa, eu ainda vou ajudar ele", eu disse lentamente. "Ele perguntou, e ninguém nunca me pediu ajuda antes. Eu quero."

"Claro, B," ela disse calmamente, relaxando um pouco quando percebeu quão dura a voz dela tinha soado. "Eu estava pensando em ir à casa do Puck mesmo."

Isso, mais do que ela homofobia inesperada, me surpreendeu. "Espere, eu pensei que você tivesse terminado com ele?"

Ela encolheu os ombros. "Sim, e daí? Estamos saindo."

"Saindo?"

"É, algumas vezes. Só porque estamos fazendo sexo, isso não significa que estamos namorando. Você mesmo disse, eu fico irritada quando eu não transo."

Eu não levei em conta o fato dela estar extremamente irritada, ou que ela teve ampla oportunidade comigo. Do jeito que ela estava olhando pra ele, eu deveria ter suspeitado que ela voltar estaria com ele novamente. A faceta da personalidade de Santana que ela nunca poderia se esconder, era a sua infinita necessidade por atenção e reconhecimento de seus iguais e superiores. Ela andava com Quinn, porque era mais popular do que ela. Ela namorou Puck porque ele era o cara mais gostoso da escola. E esse era o motivo de todo o desprezo delas pelos integrantes do Glee, porque eles não tinham nada a oferecer, pelo menos nada do que ela precisava. Na verdade, eles provavelmente poderiam tomar mais dela do que dar. Então fazia sentido todo esse estresse por eu me aproximar deles. Eu não gosto disso, mas ela era minha melhor amiga. E são pra isso que servem os amigos não é? Entender o que se passa na vida ou na mente do outro?

Ela não disse muita coisa para mim naquela noite em minha casa. Fizemos o nosso dever de casa em silêncio. Eu escapei para o meu banheiro para tomar mais dois comprimidos antes de ela se arrastar para a cama comigo, seu corpo quente pressionado contra minhas costas. Ela me segurou no escuro por alguns minutos antes de falar.

"Você deve ajudá-lo," ela sussurrou, com o queixo no meu ombro. "Kurt. Deus sabe, ele poderia se machucar ou algo do tipo. Eu só... Eu sou sua amiga, B. Esses caras não te conhecem como eu conheço. Basta ter cuidado com o que você vai dizer pra eles, ok?"

Na minha neblina eu não entendi muito bem porque ela deduziu que de alguma maneira iríamos parar nesse assunto, mas eu concordei. "Ok, San".

Ela esfregou seu rosto no meu cabelo e depois usou a mão não envolvida em torno da minha cintura para puxá-lo para longe do meu pescoço. Ela se inclinou e beijou-o, mordendo suavemente e suspirando. "Boa noite, B."

Eu voltei aos pensamentos da primeira vez que ela havia dormido comigo, do sono profundo, sem ajuda de remédios. Então eu comparei com o momento de agora, de modo que se eu quisesse dormir tranquilamente sem sonhos eu deveria tomar os comprimidos, apenas para conseguir dormir. Durante todo esse tempo, abusei da medicação. Se eu não visse Santana, eu poderia passar um dia em um ou dois, mas quanto mais ela estava por perto, mais eu sentia a necessidade de estar entorpecida. O sentimento era incontrolável quando ela estava ao meu lado, a parte traseira de sua mão casualmente esfregando contra a minha. Ela não tinha notado meu comportamento imprevisível, porque ela estava assumidamente distraída com seus próprios problemas. Uma vez que ela sabia que eu precisava dela, porém, voltou suas atenções para mim em vigor. Tomar quatro comprimidos ao invés de um já não era uma opção. Eu tinha encontrado um ritmo constante com dois comprimidos de manhã, um no almoço, e um antes de dormir, me levando de volta a um estado semelhante ao que eu estava em quando comecei com os remédios com doze anos de idade. Era o suficiente para me dar forças para segurar seu mindinho, ou quando agarrava meu braço, ou quando ela se inclinava contra mim em sala de aula. Especialmente quando ela se despia no meu quarto, tirando seu uniforme Cheerio, e andando em torno do lado da minha cama para rastejar atrás de mim, nua, para dormir.

Lá, na minha cama naquela noite, eu não senti as mordidas suaves no meu pescoço. Eu não senti seus seios nas minhas costas ou o calor de sua respiração no meu pescoço. Não senti nada, e foi uma bênção.

"Boa noite", eu sussurrei.

Na tarde seguinte, passei duas horas no porão da casa de Kurt, ensinando a ele e a Tina os passos para a dança. No fundo da minha mente, eu fiquei pensando sobre a conversa que tive com Santana antes do ensaio, quando ela repetiu seu desejo de passar à tarde sozinha com Puck.

"Já tem uma semana que ele pede pra eu ir", ela disse, lixando as unhas enquanto esperávamos o Sr. Schue chegar. "Você vai ajudar o garoto gay mesmo. Qual é o problema?"

A ideia dela era estar na cama dele enquanto eu estava aqui, dançando com um macacão preto, isso me dava dor de cabeça. Mas eu tinha prometido a Kurt, e apesar do nó no estômago, eu estava me divertindo com os dois. Era, por falta de uma palavra melhor, fácil. Eu podia voltar a minha cabeça com meu corpo e existir como uma pessoa normal.

"Não, Kurt, é “hip-hip-mão”, não “mão-hip hop”," eu disse com uma risadinha, quando ele apontou para seu dedo anelar fora de sintonia comigo e Tina. "Hip-hip-mão, toque o calcanhar. Aqui, olha."

Eu demonstrei mais uma vez, pela terceira vez em uma hora, com "Single Ladies" tocando no fundo. Ele imitou os meus movimentos, observando meus pés e mãos, uma fração de segundo atrás de mim. Ele levantou o pé para tocar o calcanhar, mas tropeçou, caindo no chão em um baque surdo. Tina bufou e fez uma pausa na música, e nós duas fomos ajudar ele a se levantar.

"Isso é mais difícil do que eu pensava", ele murmurou, tirando a poeira de seu colete de lantejoulas e verificando suas luvas. "É uma sequencia complicada. Mas se você consegue, deve ser fácil para mim."

"K-K-Kurt..." Tina gaguejou, enquanto ela observava minha mudança de feição pelo que Kurt havia dito. Eu quis esbravejar, neste momento, mas eu tentei me lembrar de que este era Kurt, e ele tinha o hábito de dizer coisas que eram verdadeiras sem pensar sobre como as pessoas receberiam a noticia.

Kurt logo percebeu que seu comentário havia me magoado, e ele tapou a boca, estremecendo. "Deus, Britt, me desculpe. Eu não quis dizer isso assim. Eu...”.

"Está tudo bem", eu disse com um suspiro. "Eu sei que não sou... Eu entendo. Mas eu gosto de dançar. É a única coisa que eu sou boa. E eu posso ajudá-lo a ser bom no que faz, também, basta você apenas relaxar e parar de chutar suas pernas como uma marionete. Essa é da Beyoncé, e não da Broadway.”

Ele sorriu e acenou com a cabeça. "Você está certa. Vamos do começo. E desta vez, vamos começar o vídeo".

Depois de três horas no porão dos Hummel, estávamos quase perfeitos. Ele começou a gravar a coisa toda, mas não me importei em perguntar o por que. Acho que ele não se inscreveria no "Então você acha que pode dançar?" não agora e nem depois, mas acho que ele gostava de ter provas de seu talento ao seu redor, e na mão para compartilhar com os outros. Ele era muito parecido com Rachel nisso.

Nós apenas começamos a nossa última tentativa, Tina e eu em segundo plano enquanto Kurt dançava a frente de sua própria maneira, quando a música parou inesperadamente atrás de nós. Kurt girou mais rápido do que eu já tinha visto anteriormente ele se mover, os olhos arregalados. Seu pai estava junto ao rádio, com seu boné de beisebol gasto protegendo os olhos céticos. Olhei para seus pés e me perguntou se Kurt teria permitido que Burt entrasse naquela sala imaculadamente branca, com os suas botas sujas e gastas.

"Papai", disse ele, tentando esconder o embaraço e o choque em seu rosto. "Você chegou cedo."

“Hoje tem jogo” Burt grunhiu, olhando para trás e para frente entre Tina e eu, então para Kurt em seu collant preto. "O que você está vestindo?"

"É um macacão", ele respondeu rapidamente, sem fôlego e com um som de pânico. "Os caras usam pra, uh, treino hoje em dia. Fazer esportes. Eles absorve o suor do corpo."

Sr. Hummel deu alguns passos mais perto de seu filho, e estendeu a mão para deslizar o dedo sob o elástico do pescoço de Kurt, que assim que solto voltava para a pele. O som ecoou na sala de concreto, e eu estremeci, colocando os braços sobre o peito defensivamente.

"Fu-Fu Futebol!" Tina falou com um grande sorriso, como se ela tivesse dito algo extremamente relevante.

Kurt olhou para ela, com a surpresa que aumentava em seu rosto cada vez mais. "Sim, todos os caras do futebol usam. Eles são jogadores modernos e chiques." Ele riu nervosamente.

Eu observei como o Sr. Hummel olhava para seu filho, vestido como uma bailarina de lantejoulas em seu quarto contemporâneo decorado, e cheguei à conclusão de que ele não tinha visto Kurt assim muitas vezes. Eu tinha a impressão de que todos sabiam que Kurt era diferente. Mas a forma como ele reagiu à presença de seu pai em seu quarto era sensivelmente diferente de tudo que ele já tinha feito na sala do coral. Na escola, ele estava confiante, e ele sabia exatamente quem ele era. Aqui no porão, a presença de seu pai mudou sua atitude em questão de segundos. Ele era uma criança, encolhida nervosamente diante de uma força desconhecida. Ele estava escondido em sua própria casa, da mesma maneira que eu estava me escondendo de todos na escola. Era doloroso de assistir, então eu fiz o que pude para ajudar, seguindo o exemplo de Tina.

"Totalmente", eu pulei interferi "Kurt está no time de futebol agora. Ele é o kicker, que é o menor homem do campo, né?”.

Se Kurt estava nervoso antes, ele estava apavorado agora. Ele sacudiu a cabeça para me olhar em choque e eu soube imediatamente que eu deveria ter mantido minha boca fechada. Eu pensei que faria uma diferença, vendo como seu pai reagira à notícia de que seu filho estava jogando futebol, e não dançando uma musica do Top 40 com um colete cintilante e luvas.

"Sim", continuou ele olhando para mim, sua voz tremendo. "Britt e Tina estavam apenas me ajudar com um... aquecimento."

"Hmm," Mr. Hummel balançou a cabeça, um pequeno sorriso rastejando em seu rosto. "Você sabia que eu joguei no JC antes de estragar meu joelho em um acidente de moto?."

Kurt riu, brincando com o laço em volta do pescoço como se fosse sufocá-lo. "Legal. Acho que finalmente vamos ter alguma coisa pra conversar."

Seu pai assentiu os olhos escurecendo um pouco. "Então, qual das é a namorada dele?" A pergunta foi dirigida a Tina e a mim, e de repente eu vi por que Kurt estava tão ansioso. Ele estendeu a mão e agarrou Tina em torno da cintura, e puxando-a para mais perto.

"Eu ainda não estou pronto pra ser exclusivo, mas," ele sorriu, e eu revirei os olhos. Por mais que eu entendesse o que ele estava tentando esconder de seu pai, não pude deixar de rir.

Sr. Hummel olhou para trás e para frente entre Kurt e Tina, acenando com ceticismo, mas não questionando seu filho. Depois de um minuto ele exalou. "Então, basta manter o volume da música baixo. Eu não consigo me ouvir pensar lá em cima." Dirigiu-se até as escadas e nós três começamos a relaxar, mas ele parou no patamar e se virou para nós novamente. "E Kurt? Certifique-se de me arranjar um ingresso para seu primeiro jogo."

Quando ele se foi Kurt se virou para mim e com raiva jogou as mãos no ar. "O time de futebol, Britt? Sério? Você não poderia simplesmente ter ficado quieta? Agora ele está esperando para me ver jogar, e não há uma chance nem no inferno de que eu entre pro time."

Tina deu alguns passos para trás e agarrou sua bolsa, gaguejando enquanto traçava seu caminho para a escada. Ela não gostava de brigas, e não estava preparado para lidar com os gritos que estava prestes a acontecer. "E-e-eu vo-vo-vou indo..." E ela fugiu, deixando-me sozinha com um Kurt enfurecido.

"Eu só..." eu comecei, mas ele me cortou com a mão enluvada.

"Eu sei que você pensa que está ajudando, mas eu não posso fazer o que você está sugerindo. Meu pai é... meu pai e eu somos muito diferentes. Dizer pra ele que estou no time de futebol era como dizer a ele que eu namoro Quinn Fabray.”

Suspirei e fechei os olhos, tentando eliminar os pensamentos que estavam prestes a serem revelados. "Kurt me desculpe. Eu pensei que estava ajudando. Eu sei o que você está passando, ficar se escondendo. É difícil manter as mentiras em linha reta. Ainda mais se você quer manter sua mentira em casa, você não pode ficar assim sem fazer uma média com o seu pai. Futebol vai ajudar, eu vou ajudar, se você quiser. Você já tem o que precisa pra ser o kicker, lembra? Vai ficar tudo bem.”

Sua boca estava entreaberta, mas com um pequeno sorriso insinuando-se nos cantos. "Eu acho você falou agora mais do que eu já ouvi você falar antes, Britt", comentou ele, corrigindo o seu sorriso e fingindo um olhar irritado, mais uma vez. "O que faz você pensa que sabe alguma coisa sobre o que eu estou me escondendo?"

Dei os ombros. Eu ouvi os insultos que Santana usava para irrita-lo, esse tom venenoso que ela usava quando falava "bicha", "viado" e "gay" em frases sobre Kurt. A realidade de sua situação era que ele tinha amigos na escola que sabiam que ele era gay, todos já tinham essa certeza, e ele estava bem com isso. Aqui, em sua própria casa, ele estava vivendo essa mentira. Nós não éramos tão diferentes, ele e eu.

"Você é duas pessoas diferentes", eu disse lentamente, mais uma vez alcançando a clareza que eu precisava para dizer o que eu estava pensando. "Na escola, e aqui. Aquela coisa com seu pai, não é a mesma pessoa que eu conheço. Eu nunca vi você tão ansioso. O Kurt Hummel que eu conheço não teria mentido para seu pai sobre o namoro com Tina. Ele teria comentado sobre o jeans fora de moda e do colete sujo. Você está se escondendo, Kurt. E está tudo bem. Eu estou me escondendo também.”

Kurt afrouxou o laço do pescoço e jogou na cadeira depois se sentou no sofá junto a parede. Sentei-me ao lado dele, observando a sua mudança de expressões de raiva à resignação silenciosa. Ele suspirou, olhando para suas mãos. "Você é a última que eu que eu imaginei ter essa conversa", ele murmurou, inspecionando as unhas. "Eu não estou confuso, você sabe. Eu sei quem eu sou. O que eu sou. Mas eu não posso suportar a ideia de que isso decepcionaria meu pai. Eu sou tudo o que ele tem, e se ele souber o que eu sou... se ele descobrir que eu sou gay, ele ficaria arrasado. Não temos nada em comum, mas pelo menos temos um ao outro. Eu não quero perder isso.”

Sorri tristemente para ele, a tristeza principalmente para mim. Ele estava certo, ele tinha seu pai, apesar de suas diferenças, e ele tinha os seus amigos que o compreendiam e mesmo assim o amavam. O que eu tenho? Santana, que me tratava como porcelana e ainda me usava para sexo, o tempo todo mudando de ideia quando as coisas ficavam complicadas. Minha mãe, que trabalhava muito, muitas vezes deixando-me sozinha em nossa casa, essas eram as noites em que Santana dormia em casa. Minha irmãzinha, que vivia com o nosso pai e sua nova esposa em Akron. Isso não era a coisa mais confortável do mundo, especialmente quando eu estava em “meio termo”. Mas a sorte de Kurt é que ele sabia o que era e o que queria, eu tinha confusão. E, infelizmente, eu nunca tinha parado para pensar nisso, então só me sobravam duvidas.

"Britt?"

"Sim, Kurt."

"O que você está escondendo?"

Eu não tinha pensado que ele iria perguntar. Eu só estava tentando ser simpática, e lá estava ele, de fato curioso sobre a minha vida. Fora da minha amizade com Santana, ninguém nunca tinha me perguntou sobre mim antes. Eu pisquei para ele, tropeçando em minhas palavras, mas grata por estar finalmente recebendo a oportunidade de dizer o que eu pensava e o quanto eu pudesse me lembrar.

"Eu não sou como todo mundo", comecei, torcendo as mãos e olhando para fora da pequena janela na parte superior da parede atrás do sofá. "Meu cérebro não funciona adequadamente. Não tem funcionado desde muito pequena."

Kurt sorriu e acariciou as mãos confortavelmente, mas com condescendência leve. "Isso não é uma surpresa, querida."

"Eu tomo medicamentos desde que tenho doze anos," eu continuei, tentando explicar que isso não era inteiramente sobre meu cérebro disperso. "Lithium, principalmente, mas eles mudaram as coisas ao longo dos anos. E eu mudei as coisas bem."

Kurt endireitou-se e seus olhos ficaram um pouco mais como se ele entendesse o que eu estava tentando dizer. "Espere, você está... então você se automedica? Eu poderia ficar impressionado se eu não estivesse preocupado."

"Eu tenho que fazer isso," eu disse simplesmente. "Eu não posso estar perto dela se eu posso sentir as coisas."

"Ficar perto de quem, Britt?"

Eu suspirei. "Santana".

Seus olhos saltaram e ele acenou com a cabeça conscientemente. "Meu Deus, eu me sinto como alguém que acabou de ganhar as resposta do jogo final. Isso faz sentido, muito mais sentido. Absolutamente brilhante."

Eu não entendi as suas palavras, mas eu sabia que ele entendia. "Quando você soube?" Eu perguntei, ainda olhando pela janela. "Quando você soube que você era... diferente?"

Ele pensou por um momento e passou os dedos delicadamente em torno de minha palma. "Eu acho que com sete. Foi antes de minha mãe morrer, eu sei disso. Eu sabia que não era como os outros meninos. Eu não queria praticar esportes ou assistir ao futebol com meu pai. Eu queria ter festas de chá e usar roupas que não tinham manchas de grama permanentes nos joelhos. Eu queria beijar Noah Puckerman cada vez que ele me dava um soco no estômago no parque infantil. Minha opinião sobre ele mudou desde então."

Eu balancei a cabeça, mudando o meu olhar para olhar para sua mão na minha. "Eu sou diferente", concluí. "Eu sou diferente, como você é diferente." Eu estava tentando encontrar essa palavra, aquela que ele havia usado para chamar a si mesmo. Não havia soado tão venenoso quando Kurt tinha usado. Talvez se eu tentasse novamente, eu poderia dizer isso, e isso significaria algo mais.

"Então você é ..."

"Eu acho que sou gay", eu terminei. A palavra agarrou-se a minha língua e permaneceu lá. Eu poderia prová-la rolando na minha boca e eu sussurrei algumas vezes mais, me acostumando com ela. Parecia real. Confortável. "Gay".

"O que Santana tem a dizer sobre isso?" ele perguntou baixinho, usando seu polegar para esfregar a palma da minha mão.

"Santana não é gay", eu disse, mas ainda me questionando silenciosamente. "Ela está dormindo com Puck".

"Mas ela passa o tempo todo com você."

"Ela é minha melhor amiga", retruquei, não tenho certeza se dizer a ele nossos hábitos noturnos é uma boa ideia. "Ela me protege. E só às vezes..." Eu não tenho palavras mais.

"As pessoas que estão mais próximas são as que mais temos medo de ferir," Kurt acrescentou. Sua voz estava compreensiva, e eu olhei para seus olhos. Eles estavam carinhosos, e eu sorri para ele, percebendo que eu acabara de dizer tudo o que eu estive pensando e nada tinha desmoronado. Minha vida não festava diferente, porque eu tinha dito em voz alta o que eu estava sentindo na mais profunda entranha da minha alma.

Por um lado, foi realmente muito libertador. Por outro lado, de repente eu estava com medo que eu tinha acabado de revelar algo que, até agora, tinha sido mantido em sigilo absoluto. Santana me mataria se ela descobrisse. Ela até me disse para ter cuidado com o que eu diria para o pessoal do Glee. Ela não confia neles. E eu? Confiava?

"Por favor, não diga a ninguém que eu...”.

"Eu não sei mesmo do que você está falando", ele interrompeu com um sorriso, e eu franziu o nariz, confuso.

"Mas eu acabei de dizer que eu sou..."

"Eu estava brincando, Britt", disse ele balançando um pouco a cabeça. "Ninguém nunca vai ouvir isso de mim." Ele deu a minha mão de um aperto rápido e se levantou. "Está ficando tarde. Eu já estou atrasado para o meu ritual habitual de hidratação noturna. Você deve ir para casa, antes que Santana fique com ciúmes."

Deixei escapar um suspiro pequeno, sabendo que ela estava fora com Puck, naquele momento, e estar com ciúmes de mim sentada no porão de Kurt Hummel era a coisa mais distante de sua mente. Mas mesmo assim, eu peguei meu uniforme Cheerio e guardei na minha mochila depois vesti uma calça de moletom que estava na minha mochila. Tirei o salto, eu só percebi agora que ainda estava usando, e os trocava por sandálias. Kurt já havia começado seu ritual na hora que eu estava pronto para sair, e ele olhou para mim através do seu espelho, enquanto ele passava hidratante através da ponta de seu nariz.

"Obrigado", eu disse de repente, sorrindo de volta. "Eu me diverti hoje." Disse antes de subir as escadas, e caminhar os seis quarteirões de volta para minha casa.

Kurt e eu não tivemos qualquer tipo de conversa na semana seguinte, mas a coreografia de “Single Ladies” funcionou muito bem no jogo de futebol já que eles haviam ganhado. Eu aplaudi mais alto que qualquer um, quando ele fez o chute de ponto extra na noite de sexta-feira, e os garotos que antes o jogavam na lata de lixo, agora o levantavam como se adorassem um deus. Eu observei o Sr. Hummel nas arquibancadas, e eu não acho que eu já tinha visto um homem mais orgulhoso na minha vida.

Segunda à tarde Kurt encurralou-me antes do ensaio do coral, me puxando para uma sala vazia. Ele estava positivamente radiante.

"Você está usando um novo produto? Sua pele parece a de um bebê." Eu perguntei, distraída, correndo o dedo indicador por sua bochecha.

Ele estendeu a mão e pegou minha mão e sorriu. "Eu disse a ele, Brittany. Eu disse ao meu pai."

Eu olhei para ele por um momento, tentando lembrar o que foi que ele teria dito a seu pai. Fazia mais de uma semana desde que tínhamos nos falado, afinal de contas, eu estava em “meio termo”.

"Eu disse a ele que eu sou gay", continuou ele, ignorando o fato de que eu tinha esquecido completamente que tinha falado. "Você me fez pensar. Eu estava me escondendo, e meu pai é a única pessoa que eu tenho na minha vida que se importaria se eu estou vivo ou morto”.

"Isso não é verdade", eu interrompi. "E Mercedes? E eu."

"O ponto é, Britt," ele continuou, ignorando a minha pergunta e não permitindo a sua disposição brilhante desaparecer. "Que eu estava escondendo da pessoa que me amaria, independente do que eu dissesse. E eu estava fazendo isso por razões egoístas. Eu lhe disse que era gay e você sabe o que ele fez?"

Dei de ombros. "Será que ele comprou um arco-íris? Eu realmente gostaria de receber um arco-íris se contasse isso pra alguém. Ooh! E se nós dois ganhássemos um arco-íris? Teríamos um arco-íris!"

Kurt permaneceu em silêncio e continuou imperturbável. "Ele me abraçou. Ele me disse que me amava e ele me abraçou, e foi isso. Eu acho que eu nunca senti esse tipo de alívio antes. É incrível, Britt, sabendo que você não está escondendo mais. Eu sei que você ainda está lutando com isso, mas se você vai contar para ninguém, você não acha que Santana seria a pessoa mais indicada? Ela pode te ajudar com seus problemas... os dois.”

Foi a primeira vez que alguém me disse que as drogas eram um problema, e eu inclinei a cabeça, pensando nisso. Eu não via isso como algo fora do normal. Eu já estava tomando eles a tanto tempo, que eu já estava acostumada com a neblina e a confusão de pensamentos.

"Estou feliz por você, Kurt", eu disse, dando-lhe um abraço rápido, mas de repente desesperada para ficar longe dele. "Mas eu ainda não estou pronta."

Deixei-o na sala de aula e me dirigi à sala do coral, mais insegura do que nunca.


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Notas finais do capítulo

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