Talking To A Moon escrita por Rach Heck


Capítulo 7
Torn


Notas iniciais do capítulo

Sem querer fofar, mas já fofando, vocês são as leitoras mais fofas do mundo :3 Não me abandonem, ok? ok.
Ps. Estou escrevendo uma shortfic, vocês leriam? ~hm~ e sim, é de 1D haha



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Não queria falar, não queria pensar, não queria levantar da cama. As lágrimas desciam intermináveis, como se meus olhos fossem poços sem fundo, assim como minha alma. Ah, solene perturbada alma... Outro soluço. Faziam dois dias que eu havia voltado de Londres, mas ainda não me acostumara. Não me acostumara a falar em português, não me acostumara ao clima seco, não me acostumara ao meu antigo e monótono quarto, não me acostumara a falta das risadas de Lotte, não me acostumara... Outro soluço. Não me acostumara a sensação de coração vazio, sem esperanças, sem adrenalina de poder vê-lo a qualquer instante, em qualquer lugar.

Nunca me acostumaria.


POV Niall

– Mas tinha aquela garota... - Harry fechou os olhos como se tentasse lembrar seu nome. Ele estava sentado no sofá, enquanto eu comia à mesa.
– Alexis. - Disse sem tirar os olhos do prato.
– Sim, essa mesmo. Ela não parava de te olhar, e o que você fez? Fugiu.
– Eu não fugi! - Protestei. - Fui pegar outra bebida. E ela estava olhando para você, não para mim. - Revirei os olhos.
– Ela não estava...
– Pare de atormentá-lo, Harry. - Liam interveio.
– Terminou aquela música, Nialler? - Zayn se jogou no sofá.
– Música, que música? - Liam me encarou sério. Ele odiava quando eu esquecia de contar as coisas. Mas dessa vez eu não havia esquecido... Eu só não queria que ninguém soubesse. Já havia me irritado quando o Zayn entrara no quarto enquanto eu estava compondo, e depois, sempre que me via com um caderno, perguntava se já estava pronta. Se fosse qualquer outra música eu não iria me importar, mas aquela... Não sei explicar...
– Não disse nada porque toda hora mudo algo, não consigo terminar, é como se... Como se faltasse algo.
– Acho que alguém precisa se apaixonar... - Zayn gargalhou e tacou uma almofada, que por milimetros não atingiu minha cabeça.


POV Mariana

– Ou você levanta dessa cama, ou... - Uma figura de longos cabelos negros abriu a porta bruscamente. - Está chorando de novo? - A voz dela pareceu preocupada. Não contive outro soluço. - Mariana, pare de chorar, vai. Terão outras oportunidades. Pensa que essa foi a sua ultima ida a Londres? - Minha melhor amiga sorriu e sentou-se no pé da cama. - A próxima será comigo. Imagine nós duas aloprando pelas ruas, pulando em cima dos ônibus vermelhos.
– De dois andares. - Completei, a voz rouca pelo choro.
– De dois, três, cinco andares! - Ela gargalhou. - Trouxe chocolate...
– Não quero. - Resmunguei e afundei a cabeça no travesseiro, lembrando que meus olhos estavam inchados. Muito inchados.
– Mariana Skart, você não come desde que voltou de lá.
– Isso foi há dois dias, não vou morrer por passar dois dias sem comer, Gabriela.
– Sim, dois dias... Mas e amanhã? E depois? Acha mesmo que o seu Nini iria querer vê-la esquelética?
– Por favor, sai do meu quarto? Eu realmente não quero falar com ninguém, desculpe.
– Mariana para com isso! - Ela gritou.
– Pare você, sai do meu quarto enquanto eu ainda estou sendo educada. - Outro soluço, e as lágrimas voltaram, mais intensas que nunca.

Três meses. Três meses e sorrir ainda doía. Todas as noites, minha eterna companheira ouvia meus soluços, sussurrava em minhas feridas, iluminava todas as dores com sua luz fria. Mas seu querido irmão dourado mostrava toda a sua imponência naquela manhã. Não havia frio exterior, mas meu âmago estava congelado, portanto, nem mesmo o casaco que cobria minha pele parecia me esquentar. Alguns já estavam comentando que eu havia emagrecido, e perguntavam o por que. Não que eu tivesse parado de comer, mas, simplesmente não conseguia comer como antes, ou apenas não conseguia comer. Disfarçava, comia um pouco, mas logo sentia enjoo. Tudo me lembrava ele. Comer então...
– Você fez o dever de português? - A voz de Bianca me fez focar a realidade.
– Ahn....?
– O dever de... - Ela revirou os olhos. - Deixa pra lá. - Ela se afastou, mas pude ouvir quando sussurrou para Isabella. - Essa menina está mais estranha que antes. Cada dia pior. - Suspirei. Aqui não é o meu lugar.

Ultimamente era assim, ir ao colégio, voltar, ligar minhas músicas, deitar e adormecer chorando. Todos os dias. Três meses seguidos. Mas aquela noite, minha amiga brilhava rechonchuda em meio ao céu pintado de breu.
– Boa noite, Lua. - Sorri amargamente. Era como se, cada vez que meus lábios se curvassem, se esvaísse um pouco do veneno que corria em minhas veias. - Como andam as coisas aí? Aqui não tem sido fácil... Acordar e perceber que nada nunca dará certo. Me perguntei várias vezes se você realmente me ouve, ou se, por alucinação da minha mente atormentada, eu esteja apenas falando com um ser inanimado. - As lágrimas voltaram. - Sabe, eu sei que fui um pouco negligente enquanto estive por lá, peço desculpas minha amiga, minha melhor amiga, mas, ponha-se em meu lugar, eu estava prestes a conhecê-lo, estava a um passo de... - Não contive um soluço esganiçado. - E então perdi tudo. Peço perdão, mas não entendo o propósito de se vingar... Por que não deixou que eu conhecesse... Apenas por que estava animada demais para ir até a janela e lhe dar um oi? Saiba que muitas vezes tentei, mas sempre alguém vinha me fazer companhia, pelo menos até que eu dormisse... Não foi minha culpa. - Enxuguei as lágrimas. - Mas não importa... Não vai ser fácil daqui para frente, mas o que faremos? Não há mais nada o que fazer. - Fechei os olhos e me forcei a parar de chorar. - Faz um favor esta noite? - Sussurrei, como todas as noites. - Cuida dele? Guarde seu sono por mim? Enquanto eu não posso guardá-lo... - Pisquei lentamente, processando o pensamento que me vinha a mente. - Será que ele também está conversando contigo? - Sorri a simples ideia de que ela também poderia ser a melhor amiga dele. Às vezes tenho uns devaneios tão insensatos... Até mesmo para mim.

As batidas na porta me fizeram levantar a cabeça do travesseiro, ainda me cobria quando minha mãe entrou no quarto.
– Está tudo bem? - Ela perguntou, os olhos fixos nos meus.
– Você diz, bem, bem, ou... bem? - Minha voz parecia não querer sair.
– Você já estava indo dormir?
– Sim... Por quê?
– É só que... Acho que um telefonema pode mudar tudo.
– Do que você está falando? - Minhas sombrancelhas se uniram em uma linha, ou minha mãe estava bêbada, ou eu estava bêbada.

O telefone tocou...


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