Talking To A Moon escrita por Rach Heck


Capítulo 6
Moments


Notas iniciais do capítulo

Bem vindas leitoras novas, e também as do twitter que não tem conta no Nyah! mas que me pedem mais pelo tt mesmo, se quiserem criar conta aqui e darem review eu ficaria muito feliz, psé. UAHUSHUA
Enfim, por mais que eu tenha ciumes das minhas leitoras, essas histórias valem a pena ler, e não só porque são das minhas melhores amigas.
Do You Hear Me? > https://www.fanfiction.com.br/historia/229297/Do_You_Hear_Me_ < propaganda básica que eu estou na fic ~baila~
Same Mistakes > https://www.fanfiction.com.br/historia/229591/Same_Mistakes < evanna muito minha :3



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Genevieve trazia Lotte em seu colo. Encarei o celular novamente. Eles chegariam a qualquer momento. Eu sei que existem milhões de outros estabelecimentos mas... Não sei explicar, sentia uma esperança monstruosa.
– Não consegui fazê-la ficar quieta o caminho inteiro, então ela olha para a Mari e fica paralisada. - Genevieve revirou os olhos, tudo em tom de brincadeira. Tentei focar a cena, voltar a realidade. Os meus meninos logo estariam ali e eu precisava estar inteira. Ou pelo menos raciocinando.
– Mariana Skart, ou você come essa droga de hamburguer agora ou eu vou até aí e te faço engolir. - Minha mãe fechou a cara. Lotte balançou seu corpo em minha direção e Genevieve quase a deixou cair.
– Você pode segurá-la? Antes que a mocinha aqui caia. - Minha prima sorriu. Tentei sorrir de volta, mas obviamente não estava nem me segurando em pé, segurar a cover da baby Lux seria um tremendo esforço, mas que valia a pena.
– Agora come. - Dona Fernanda fechou a cara e eu resolvi comer antes que sobrasse para mim. Pela primeira vez na vida não senti nem o gosto do hamburguer, praticamente engoli, enquanto esperava alguma atualização no fã clube.
– Está feliz agora? - Minha mãe grunhiu e eu tirei os olhos do celular, o ultimo pedaço do hamburguer parou no ar. Segui o olhar dela até ver que o vestido cor-de-rosa de Lotte estava manchado de molho. Respirei fundo e tentei encontrar alguma maneira de pedir desculpas, mas Lotte dançava para frente e para trás, e eu estava começando a ficar enjoada. Uma nova atualização no fã clube.

"#1DNews: Fotos dos meninos no McDonalds...."

Não cliquei. Não podia ver. Eles... Procurei em volta, mas eles não estavam ali. Não estavam no mesmo lugar que eu. O hamburguer pareceu cair como uma bomba, e eu senti o celular escorregar das minhas mãos. Acordei no carro.

Não que tivesse sido drama por "ai eu não os conheci" mas eu estava mal o dia inteiro, e acho que só estava me segurando pela esperança de poder conhecê-los. Conhecê-lo. Droga, isso ainda dói.
– O que aconteceu? - Perguntei atordoada enquanto levantava.
– Você desmaiou. - Minha tia encarou meus olhos pelo retrovisor. - Está se sentindo melhor, ou prefere ir ao hospital?
– Não tia, eu estou bem melhor. Só quero tomar um banho e deitar... - Encarei a janela, o tempo nublado não deixava eu me situar, que horas seriam? Eu estive tão perto... E, pela segunda vez, tudo se esvaziu de minhas mãos, como se de propósito, como se alguém lá em cima não quisesse... Suspirei. Duvidar da fé não vai me ajudar em nada, muito pelo contrário.

A água escorria pelos meus cabelos, e eu podia ouvir as vozes deles entoando o refrão.
– You know I'll be your life, your voice, your reason to be my love, my heart is breathing for this, moments in time... - Tentei cantar junto, mas logo as lágrimas se misturaram com a água do chuveiro, e minha voz não conseguia mais sair além de um soluço esganiçado. Essa musica sempre me fez chorar, mas naquele instante eu tinha mais motivos do que nunca.

Desliguei a ducha, desliguei a música e saí do banheiro, ao abrir a porta uma brisa gélida me fez arrepiar. Por que eu não me vesti no banheiro?
– Está tudo bem? - Minha mãe bateu na porta e abriu apenas o suficiente para que eu visse os seus olhos. - Pensei ter ouvido você...
– Está sim mãe. - Sorri, rezando internamente para que meus olhos não estivesse inchados.
– Vai querer comer? Sua tia está preparando o jantar. - Ela me encarou preocupada.
– Não, estou bem. Vou me preparar para dormir. - Sorri novamente, e ela fechou a porta. Sozinha mais uma vez, logo os pensamentos me atormentariam. Precisava dormir, e rápido, antes que parasse para raciocinar o quanto eu estive perto... Mariana, pare.

Deitei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos com força, obrigando-me a sonhar com algo, obrigando-me a não pensar.

Acordei com o barulho da chuva. Já era dia. Levantei-me e encarei minha mãe, que dormia na cama ao lado, um novo dia, uma nova chance.
– Bom dia! - Pulei o ultimo degrau, fazendo Lotte, que estava no sofá, me olhar sorrindo. - Como a minha baby Lux cover dormiu? - Ela ria enquanto eu a pegava no colo, e me perguntei se ela estava entendendo alguma palavra do que eu estava falando. Afinal, além de ser bebê, estava acostumada ao inglês.
– Vejam só quem está se sentindo melhor. - Genevieve veio da cozinha trazendo um bolo.
– Eu disse que não era nada para pânico. - Disse sem olhar para ela, hipnotizada demais pelos olhos da neném em meus braços. Ela se parecia tanto... Era como uma mistura minha e do meu amor, era como nossa filha... Segurei um suspiro, mas não contive uma risada.
– É porque você não se viu desmaiando. O McDonalds inteiro parou preocupado...
– Se a sua intenção era me deixar com vergonha, conseguiu. - Rimos. - Nossa, está com uma cara ótima, foi você quem fez?
– Não é a unica com dotes culinários na familia, senhorita. - Genevieve sorriu enquanto eu me debruçava de lado para pegar um pedaço.
– Quer? - Segurei o pedaço de bolo em frente à Lotte, e ela abriu a boca. - Estou pensando seriamente em adotá-la e levá-la para o Brasil comigo. - Ri enquanto dava o bolo para a loirinha em meu colo.
– Então você leva a Char e deixa a sua mãe aqui conosco. - Minha tia descia as escadas sorrindo. - É tão bom vê-la melhor. Já estava me sentindo culpada por tê-la feito vir para cá. - Ela me deu um beijo no alto da cabeça e foi sentar-se a mesa.
– Não se preocupe comigo, eu fico doente mas logo melhoro. - Minhas bochechas doíam por ter de sorrir tanto, mas eu já estava feliz por estar em Londres, e ainda tinha a minha familia... Impossivel não sorrir toda hora.

Estávamos aos pés do Big Ben. Era engraçado o quanto minha mãe agradecia pela chuva ter parado, mas eu sinceramente não estava muito contente. Não por estar no Big Ben, muito pelo contrário, estava tão feliz por estar ali, mas por estar suando debaixo de duas toneladas de casaco que me obrigaram a vestir. Lotte sorria em meus braços, e imitava algo que parecia ser uma dança. O sol brilhava em seus cabelos loiros e ralos, e eles pareciam quase brancos. Até que um pom...
– KEVIN! - Gritei e saí correndo atrás de um grupo de pombos que estavam por perto. Lotte parecia se divertir, sua risada era um dos sons mais lindos que eu já ouvira em toda a minha vida.
– Mariana! - Ouvi minha mãe rir.

Os dias se passaram, as esperanças cada vez mais fracas...

A tarde caía, e enquanto o sol se punha alaranjado, eu ouvia os sons da chuva. Charlotte ressonava no meu colo, e eu tentava colocar os pensamentos no lugar. Aprisionar todas as decepções em minha pandora. Mas ainda uma pergunta me assombrava, deveria eu soltar meus medos? Deveria sussurrar a mim mesma o que meu íntimo sempre repetira? ... Eu avisei. Eu avisei que você nunca iria conhecê-lo...

O aeroporto parecia um caos fluorescente. Digo isso pelas luzes amorfas, esbranquiçadas. Mas eu não estava prestando muita atenção. Meu coração doía como tubarões lutando por um rastro de sangue perdido em meio ao oceano. Então era isso, aqui era o fim. O inicio do abismo que nos separaria novamente, sem nunca termos estado juntos. Então era assim? E todos aqueles clichês de "não pare de acreditar" "seus sonhos vão se tornar realidade"? Eram todos mentiras?

Uma voz soou o voo ao qual me levaria para longe de casa, para longe de quem eu era, de quem deveria ser... Para longe do meu amor, e de todas as chances de que ele me conheça.

Close the door, throw the key, don't wanna be reminded, don't wanna be seen, don't wanna be without you, my judgement is clouded like tonight's sky. Entoei, enquanto o pássaro mecânico içava voo, levando-me para longe daquele que era dono de mim.


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