Talking To A Moon escrita por Rach Heck


Capítulo 17
Kids In America


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer de coração à todas vocês, muito obrigada por todo o carinho, por todos os elogios, e por todo o apoio! Saibam que se essa fic ainda está de pé é por vocês. Obrigada por me fazerem sentir melhor.



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– Você está chorando? – Pude ouvir a voz lenta e rouca de Harry indagar. Todavia esta parecia distante, como se ele estivesse em outro plano, em outro planeta. Por hora erámos apenas Niall e eu.
– Oi? – Tentei sussurrar no idioma certo, enquanto o corpo dele se distanciava do meu, enquanto sentia cada célula de meu corpo dormente.
– Por que está chorando? – Harry parecia realmente preocupado. Encarei o desfile enquanto tentava raciocinar, meu corpo choramingando por mais alguns segundos grudado ao dele. Meus olhos se focaram na fadinha de vestido verde, baseado em uma enorme folha que ela cortara para adequar-se em seu pequenino corpo, porém, acho que foram cortes demais.
– Eu não sei... – Suspirei atordoada. – Acho que é muita informação para mim, sabe? Foi um ano e tanto.
– Imagino. – Niall sorriu amigável e suas bochechas ficaram vermelhas quando eu sorri junto, provavelmente feito uma boba, pois me sentia assim quando olhava para ele, uma completa boba. Droga Mariana, pare de se iludir. Mas que droga, garota idiota.

Já era tarde, pois faziam algumas horas que era noite. Descíamos de um dos brinquedos quando ouvimos um pai dizer à sua filha que o parque já estava fechando, na verdade Liam ouviu, pois eu estava tão atordoada que não consegui entender uma palavra do que diziam à minha volta.
– Era para termos ido embora há uma hora! – Ele exclamou.
– O que vamos fazer agora? – Zayn tinha as mãos nos bolsos da jaqueta estilo colegial norte-americano, como se não estivesse completamente preocupado.
– Teremos de fazer reserva no hotel daqui. – Louis pareceu menos preocupado ainda.
– Mas nossas coisas estão no outro hotel! – Harry exclamou.
– Vemos o que iremos fazer pela manhã, o importante agora é nos instalarmos por aqui para termos pelo menos onde passar a noite.

Fomos para o hotel, e os meninos se despediram de nós na entrada de nosso quarto. Algo no fundo do meu cérebro gritando: “Pelo amor de Deus, entrem!”, provavelmente meu lado pervertido.
– Ér... Eu até poderia oferecer algo como “ah, não se preocupem, podem passar a noite aqui” Mas não acho que uma garota de respeito faça isso. Até porque, sem desconfiar de vocês, somos duas meninas, e vocês são em cinco e... Ah, vocês entenderam. – Gabriela torceu ao nariz ao terminar de falar, e se a conheço bem, e conheço pode ter certeza, ela cederia se eles insistissem muito, e queria que eles insistissem.
– Não, claro. Compreendemos. – Louis pareceu não perceber o que eu havia percebido, talvez porque, obviamente, ele não conhecia Gabriela como eu.

Assim que fechamos a porta, e esperamos alguns minutos, até as luzes do corredor se apagarem, nós duas surtamos completamente. Mas logo me lembrei do que ela fizera.
– Considere-se uma menina morta. – Levantei uma sobrancelha, completamente irritada.
– Não aja como se não quisesse me agradecer. – Ela deu de ombros, virando-se e jogando o cabelo para trás de propósito. – A propósito, discordo dessa sua insegurança, ele está afim de você. E não é pouco. – Ela não citara nomes, mas ambas sabíamos de quem ela falava. Gabriela entrou no banheiro, ignorando minha expressão atordoada e irritada.

Corri para a janela, e quis gritar, porém não sou tão louca assim. Eu acho.
– Você viu o que aconteceu hoje? – Não contive e disse em voz alta, usando todo o ar preso em meus pulmões. Gabriela cantarolava debaixo do chuveiro, e não pareceu me ouvir.



POV Niall


Voltávamos para o hotel na Disney, nossas malas no porta-malas do taxi. Harry dizia algo sobre querer alugar um carro, mas eu não conseguia me concentrar.

Era cedo, e repeti algumas vezes sobre elas talvez estarem dormindo ainda, mas meu coração palpitou quando ela atendeu a porta. Respirei fundo, não era nada demais, certo?
– Bom... – Ela colocou a cabeça atrás da porta novamente, como se estivesse verificando as horas. – dia...?
– Bom dia! Já estava acordada? Ou nós te acordamos? – Liam praticamente pulava. Ele é um pouco... digamos... hiperativo.
– Não, não, nós já acordamos faz algum tempo. – Ela sorriu para ele, e olhou para mim. Não sei o que me deu, fiquei meio sem reação, e quando percebi havia levantado a bolsa dela na altura do meu rosto, enquanto sorria nervoso. Quando Liam me disse que a tinha trago em sua mala, eu realmente pude perceber o quão maligno ele havia sido desde o início com essa história de comemorar meu aniversário na Disney. – O que... – Ela parecia à beira de um surto. – Minha bolsa! – Foi a única coisa que ela disse em meu idioma, antes de começar a gritar em português. Bom, espero que aquilo tenha sido português.

Enquanto passeávamos pelo parque, ela não desgrudava os olhos do celular que, por vezes arrancava risadinhas nervosas. Aquilo fazia minhas orelhas queimarem.
– Está nervoso por quê? – Louis acompanhou meu ritmo, só ele, afinal, ela estava ocupada demais em seu celular. Agora me pergunto por que diabos fui devolver aquela bolsa a ela. Deveria ter esperado até o último dia.
– Eu não estou nervoso. – Bufei.
– Niall, seu pescoço está vermelho, você está fazendo bico e negando que está nervoso. Anda, o que está acontecendo?
– Eu... Estou com fome. É isso. – Tentei não encará-lo. Não sei se sou bom com mentiras. Tudo bem, ninguém é pior que Zayn, mas Louis me conhece muito bem...
– Pessoal, acho que já está na hora do almoço... Vamos dar uma paradinha para comer? – Ele gritou para o resto. Acho que o parque inteiro ouviu, mas tudo bem. E depois, como se nada tivesse acontecido, saiu cantarolando um trocadilho estúpido... – We’re the kids in America ohow.

Estávamos todos comendo. Menos ela. Mas agora parara de digitar e tagarelava ao celular. Pelo o que pude entender, seu nome era Steven. Provavelmente o namorado dela. Boa Niall, só manda dentro.




POV Gabriela


Eles iriam embora logo, e nós também, os dias passavam rápido e quando víamos, já estava na hora de voltar para o hotel. O que era para ser um presente de aniversário estava mais para esforço em vão, já que os dois não se falavam direito e Niall andava meio pelos cantos, esse garoto é burro ou o quê?
– O que deu em você? – Disse quando Mari saiu do banheiro enrolada numa toalha.
– Ahn?
– Você tem toda a chance do mundo, e a está perdendo para ficar de papinho com um carinha que conheceu por acaso? Acorda Mariana, logo nós vamos embora, com esse Steven você pode falar sempre, mas com o Niall Horan, com o amor da tua vida? Nunca. Vai mesmo perder essa chance?
– Gabriela, não tem chance! Acorda você! – Ela iria desabar ali, na minha frente. E eu não saberia o que fazer. – Você está cega, achando que ele iria querer algo comigo. Gabriela, ele tem a garota que ele quiser, a hora que ele quiser, acha mesmo que... – Ela suspirou. – Ainda estou brava contigo. Sim, sim, obrigada por me trazer, por me fazer vê-lo mais uma vez, mas me sinto humilhada! A cada olhar, a cada toque, a cada brinquedo que vou ao lado dele, é como se meu cérebro enviasse uma mensagem ao meu coração: Não nessa vida. Ele não gosta de mim, nem vai gostar. Por favor, não me iluda mais do que sou capaz de fazê-lo sozinha!

E assim ela correu com uma muda de roupas e se trancou no banheiro, as lágrimas escorrendo. Tudo o que eu merecia. E era assim que ela me agradecia, tentando parecer uma fraca. Ambas sabíamos que ela não era. Ambas sabíamos que não era impossível que ele se apaixonasse...




POV Mari


Destranquei a porta do banheiro depois de fungar mais algumas vezes. Me odiei por ter esquecido a frasqueira em cima da cama, meus olhos estavam inchados. Respirei fundo e saí de fininho, Gabriela assistia à TV concentrada, tentando realmente acompanhar a programação.

O pátio do hotel estava vazio e silencioso. Era estranho. O frio pareceu ultrapassar o limite do meu casaco de couro. Aquilo era couro mesmo? Enfim. Raciocinei alguns minutos, tentando engolir o choro que vinha junto ao gemido do vento. Não estava com fome, mas também não estava saciada... Procurei em meus bolsos e agradeci por ainda haver alguns trocados ali, o suficiente para um lanche.

O McDonalds estava praticamente vazio. Outra coisa estranha. Afinal, não era tão tarde assim. Pedi o de sempre e me sentei em um dos bancos acolchoados, de costas para a porta.

Parecia uma brincadeira tola, como se, enquanto eu brincasse com uma batata sobre a bandeja, as lagrimas em meus olhos não se moveriam, continuariam ali, deixando-me quase cega.
– Pensei que seria o único. – Aquela voz familiar, até então familiarmente acústica, fez todos os meus ossos se arrepiarem, derrubando as duas e masoquistas lagrimas. Ambas por ele. Assim como as outras. – Ah, você está... – Ele pareceu hesitar, não pude perceber direito, o nervosismo me deixava quase surda. – Brigou com o namorado?
– Namorado? Eu não tenho namorado... Cinco maridos, com certeza, mas namorado? Não, não.
– Cinco maridos? Eu conheço isso... Não me diga que... – Ficamos algum tempo em silencio, eu ainda brincava com minha batata, e não iria responder, tinha medo de chorar descontroladamente se abrisse a boca novamente. – Então por que você estava chorando?
– Chorando? Não, as lagrimas foram de frio, sabe, não estou acostumada...
– Mariana, seus olhos estão inchados. Não me faça de bobo, por favor.
– É só que... – Suspirei pesadamente. Não acreditava que iria desabafar com ele, dizer tudo o que sufocava meu coração. Parecia piada.


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