Talking To A Moon escrita por Rach Heck


Capítulo 13
Stole My Heart


Notas iniciais do capítulo

Só porque a Laís lê as notas. Só ela também torind. Bom, já estou na casa nova, com internet, podem festejar. Leitoras novas, sejam bem vindas, saibam que sou possessiva e carente, e nunca esqueço de nenhuma de minhas leitoras, então, se forem me abandonar, avisem pf para que eu não entre em pânico pensando que vocês morreram euri. O nome do capitulo é em homenagem à minha irmã Alicia, já que é a música favorita dela :3



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Levantei a toalha da mesa. Os olhos dela me encaravam arregalados. Meu Deus, como ela é linda.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali encarando seus olhos com expressão assustada. Creio que não o suficiente para descobrir tudo o que havia guardado neles.
– Tem certeza? – Perguntei estupidamente. Eu sou estúpido.

Não obtive resposta, e ela não dava sinal de que iria me responder. Nossos rostos estavam tão próximos, pois a única barreira que nos separava era a toalha da mesa e eu a erguia com uma das mãos, que podia sentir a respiração dela no meu rosto. Lutei contra a vontade de ficar ali, e saí de baixo da mesa, sentando-me na cadeira ao lado da que provavelmente ela estava sentada antes de sentar ao chão para conversarmos. Ela fez o mesmo.
– Quando eu tinha dez anos, - Comecei, certificando-me de que com certeza ela não falaria nada. Apenas me encarava. – estava cantarolando no carro com meu tio, e ele disse que eu poderia ser cantor. Não era tão mirabolante assim, pensei depois que mais pessoas de minha família disseram o mesmo. – Ela sussurrou algo estranho, não me pareceu inglês. Mas não sei dizer, dissera tão baixo, como se lhe faltasse o ar. – Eu sabia que não seria fácil, e não foi. Perdi as contas de quantas vezes pensei em desistir. Nunca passaram de ideias. Continuei insistindo, e quando tinha dezesseis anos me inscrevi em um programa na televisão. – Outro sussurro daquilo que eu não sabia identificar o que era. Hesitei em perguntar. Ela parecia tão estranha, como se o oxigênio houvesse acabado. – Não foi fácil. Passei por conta de meu carisma. Por segundos vi toda a minha vida, todos os meus sonhos, nas mãos de três pessoas. Por segundos pensei que tudo desabaria, senti-me sufocado pelos escombros da realidade. Eu não conseguiria. Pensei em sair correndo, desistir de tudo, percorrer o caminho de volta e me esconder em casa. Ser “normal” – Fiz aspas com as mãos. – Então um sim mudou tudo. Toda a minha vida. Hoje faço parte de uma banda com meus amigos, as melhores pessoas que já conheci no mundo. – Outro sussurro, as mesmas palavras estranhas. A falta de ar dela estava me deixando sem ar também.
– Ah, você tem companhia... – Minha mãe colocou a mão no meu ombro. – É que nós já vamos. Você tem que descansar para mais tarde. – Ela sorriu para a... Não me lembrava do nome da menina ao meu lado. Na verdade, eu não me lembro de ter perguntado. Minha mãe se afastou.
– Nunca desista dos seus sonhos. Eles vão demorar a se realizarem, tenha isso em mente, porém, quando se tornarem reais, será único e inesquecível. – Outro sussurro. Aquilo já estava me deixando confuso. Inclinei-me, peguei o guardanapo de pano em cima da mesa e tirei a caneta esferográfica que Zayn colocara no meu bolso mais cedo, ao desenhar uma caricatura minha. Anotei meu numero e o deixei ali, guardando a caneta de volta no bolso. – Desculpe, eu preciso mesmo ir. – Dei um sorriso torto e me levantei. – Ah, nem perguntei o seu nome.
– Mariana Skart. – A voz dela falhou. Que nome bonito. Estranho de falar, e eu não fazia a menor ideia de como se escrevia, mas bonito.
– Prazer. – Abri meu melhor sorriso. – Sou Niall Horan. – Ela sussurrou novamente aquelas palavras estranhas. Não contive a expressão confusa que se formava em meu rosto. – O que... – Hesitei. Não queria que ela me achasse um tolo. – Esquece... Nos vemos. – Sorri novamente e me virei. O sorriso não querendo se desmanchar de meu rosto.


POV Mariana

Eu... Eu... Não... Não...

Conhece alguém que gagueja pensamentos? Prazer, Mariana Skart. Meu subconsciente satirizou.

Niall Horan saíra de baixo da mesa em que eu estava, me pedira para não desistir, e tudo o que eu consegui falar foi eu sei. Você sabe o que Mariana? Sabe que é estúpida?

Não sentia minhas pernas. Na verdade, não sentia parte alguma de meu corpo. Eu estava sonhando. Era isso. Só podia ser.
– Mari, a Charlotte quer ir para casa... Você poderia cuidar dela para nós? – Encarei minha mãe por longos segundos, os olhos inexpressivos. Um mundo fervilhando dentro de mim, mas não conseguia mover os lábios. Assenti depois de muito esforço. Enquanto Fernanda ia buscar Lotte para irmos, encarei a mesa, e tudo o que vi foi o guardanapo. A letra dele pintava o pano creme com bordados em outro. Um numero de telefone e os escritos:

“Ligue, se quiser”

E um desenho rustico no canto de uma mesinha e um garoto embaixo. Não contive um riso interno, já que meu exterior parecia estar em coma.

Lotte parecia estar vidrada no desenho que coloria a enorme TV de plasma, a Lua em mãos. Certifiquei-me de que ela estava segura no cercadinho e fui para o quarto. Minha cabeça doía. Tudo parecia estar lento e fora de controle, como gelatina de framboesa.

Adormeci abraçada ao guardanapo que ele escrevera, feito aquelas meninas do século antigo que acabaram de ser prometidas em casamento.


POV Niall

Minha mãe se despedia de tanta gente que minhas pernas já doíam. E a conversa com a mãe da noiva parecia não ter fim. Acho que seu nome é Karla... Deve ser a tia de Mariana...
– Mãe, vou voltar para onde estava, quando realmente tiver acabado, me chame, ok? Minhas pernas estão doendo. – Ela assentiu e eu fiz o caminho de volta.

Não havia ninguém à mesa. Bufei frustrado, mas algo chamou a minha atenção.

Uma pequena bolsa lilás esquecida em cima da mesa. A musica ambiente trazia uma voz conhecida, o que foi irônico.
“With just one look, when I saw your face I fell in love...”

– Como ela era? – Perguntou Harry interessado.
– Bonita. – Tentei parecer o mais desinteressado o possível. Tentei.
– Como você vai fazer para devolver a bolsa dela? – Liam disse sem tirar os olhos do computador. Provavelmente estava no twitter.
– De onde disse que ela era mesmo? – Pensei que Zayn estivesse dormindo...
– Do Brasil. – Respondi.
– Ah, nós vamos fazer show lá ano que vem! – Louis exclamou. Não sei se estava animado com o show, ou se fora um grito comum, como todos os outros, afinal, sempre gritava. Mas ele me pareceu realmente feliz.
– Ele não pode esperar até o show, no ano que vem, para devolver as coisas da garota.
– Não disse para ele entregar no show, Cachos, apenas fiz um comentário sobre o Brasil. – Louis se aproximou de nós dois no sofá e bagunçou os cachos de Harry.
– Você não disse que a tia dela é amiga da sua mãe? Pede o endereço e entrega para a tia dela. – Zayn estava quase dormindo novamente. Gostei da ideia. Mas queria entregar pessoalmente para a Mariana.
– Acho que descobriram a sua namorada. – Liam deu ênfase na palavra namorada e virou o notebook para que eu pudesse ver. A tela mostrava uma foto nossa no casamento. Não contive xingamentos múltiplos.

POV Gabriela

A Mariana me estressa. Como se eu já não estivesse estressada demais com o Rafael. Como esquecer o aniversário do nosso primeiro mês de namoro?
– Você não vai largar o celular? – Ela disse, tirando os olhos do livro de física.
– Ele vai lembrar. Tem que lembrar. – Apertei o celular com força.
– Sim, ele vai. Mas você veio aqui para estudar, então, que tal enquanto esperamos, estudarmos? – Não disse? Está toda estudiosa agora que ficou sabendo que vai se mudar para Londres. Parece que nem está se importando em me deixar para trás. Mas isso não é o que mais me estressa. Ela realizou seu sonho. Tem o numero de telefone do seu ídolo, do amor da sua vida, e o mantém trancado no armário há um mês. Como ela consegue?
– Ainda está de castigo? – Indaguei. Lutando por mais algum tempo com o celular em mãos. Ele vai lembrar, sei disso.
– Sim. Acho que continuarei até nos mudarmos. Se nos mudarmos. Depois de toda aquela conversa sobre responsabilidade, e que eu não tenho nenhuma...
– Vai sim. Sua mãe não vai estragar seu futuro por causa de um celular.
– O celular, a bolsa, como meu comportamento mudou após o casamento...
– Mas ela sabe que foi por causa do Niall?
– Claro. Qual seria o outro motivo? – Ela ficou arredia. Como todas as outras vezes em que o assunto parava nele. Não sei quantas vezes mandei ela ligar, mas ela é Mariana Skart, a teimosa.
– Eu sei lá, o professor de física desgraçado? – Ela riu. – Como andam as ameaças? – Mudei de assunto bruscamente. Não sei por que sou assim às vezes.
– Não sei. Nem entro mais na internet. Se entro não faço login, vejo as novidades deles e saio. – Sorriu triste. Era horrível vê-la assim.

Desde que uma foto deles no casamento havia saído, nada demais, fora tirada enquanto eles conversavam, minha melhor amiga não parava de ser ameaçada. Pensaram que eles estavam pegando ou algo do tipo. Desculpe acrescentar, mas que coisa mais ridícula. Então o seu ídolo não pode sentar numa mesa em que está uma garota, que vocês surtam e fazem da vida dela um inferno? O que deveria trazer alegria, uma foto com ele, a primeira foto deles juntos, primeira de muitas, sei disso, a fez infeliz.

Talvez esse tenha sido o motivo para ela não ter procurado ele ainda...

Eu preciso fazer alguma coisa. Preciso ajudar.
– Gabi, vou tomar banho. Quando voltar quero que estude comigo, ok? – Assenti sem nem mesmo escutar direito, preocupada demais em bolar um plano.

Pulei da cama e abri o armário. Os milhares de pôsteres me encaravam assustadoramente. Procurei o guardanapo, anotei o numero em meu celular, guardei tudinho direitinho e me joguei de volta na cama.

“.”

“?” – Ele respondeu. Gargalhei enquanto alguma música deles soava no banheiro.

“Não sei se lembra de mim.”

“Tente.” – Direto e objetivo. Gosto assim. Estou aprovando ainda mais esse meu cunhadinho.

Fazia quase uma hora que estávamos conversando. Era engraçado fingir ser a Mari, e eu estava louca para dar um passo adiante. Claro que teria de desmentir, dizer que eu era uma amiga dela e que estava ajudando. Mas tanto faz. Trocamos usuários de Skype, e me certifiquei de que o da Mari estivesse logado. Agradeci aos céus ao ver que sim.

Uma chamada. Confesso que meu coração acelerou.
– Oi. – Ele acenou contente para a câmera.
– Oi. – Sorri de volta.
– Ér... – O garoto com carinha de bebê e enormes olhos castanhos hesitou. – Bom, como pode ver eu não sou o Niall. Na verdade, sou um amigo dele... É que ele falava tanto em você, e quando mandou a mensagem ele estava no banho e eu estava com o celular dele e... Pode me achar um idiota, mas resolvi ajudar. – Minha risada histérica abafou a musica que vinha do banheiro.
– Coisa feia hein senhor. – Ainda gargalhava. – Mas eu também não sou a Mariana. Sou Gabriela, amiga da Mari, e, também estou tentando ajudar. – Ele gargalhou também. – Aliás, esses dois são umas poias.
– Ahn?
– Ah, isso não existe no inglês. Ignore. Ahn... Dois idiotas, lerdos...
– Ah sim. – Ele riu novamente. – Prazer Gabriela, sou Liam.
– É, eu sei. – Eu não conseguia parar de rir.
– Sabe? – Seus olhos encararam a câmera confusos.
– Digamos que a dona Mariana seja um pouco... Só um pouquinho viu... Fã de vocês...
– Como assim? – Esses gringos são lerdos, vou te contar.
– Espera, vou te mostrar. – Peguei o computador e o virei para que mostrasse todo o quarto, passando por cada parede, pelo menos acho que tinham paredes embaixo daquelas toneladas de pôsteres.
– U-A-L. – Ele pareceu realmente perplexo.
– Para você ver o que eu tenho que aguentar... Enfim, vamos aos negócios. O Niall fala na minha amiga?
– Todos os dias. Em geral reclama da foto, pois sabe que devem a estar ameaçando, diz sobre a bolsa...
– Bolsa? Que bolsa? – Minha vez de encarar a câmera confusa.
– A que ela esqueceu no casamento.
– Está com ele? – Praticamente gritei. Depois me lembrei que a Mari estava em casa. Aliás, na suíte. Isso Gabriela, estrague tudo como sempre.
– Sim... Já dissemos para ele pedir o endereço da família dela à mãe, mas ele sempre diz que vai e desconversa. Acho que tem medo dela não ter gostado dele, ou sei lá. Sempre comenta que ela não falou nada depois que ele... bem... saiu debaixo da mesa.
– Acho que agora você sabe o por quê né. Ela é simplesmente completamente apaixonada por ele. Mas também não sei por que ela não entrou em contato, se fosse eu já tinha ligado no dia seguinte. Nunca soube o porquê exatamente, mas vou sentar com ela e conversar seriamente sobre isso. Precisamos saber se quisermos ajudar.
– Então nós vamos ajuda-los? – Inquiriu. Seu sotaque britânico fazendo meu coração perder o ritmo.
– Com certeza.


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