Talking To A Moon escrita por Rach Heck


Capítulo 12
Everything About You


Notas iniciais do capítulo

Vocês nunca leem isso, e me irrita UAHUSA Enfim, estou de mudança, mas como prometi, vou postar esse antes de ficar o tempo indeterminado sem internet na casa nova. Não esqueçam o review, pois vocês deveriam ver a minha felicidade sempre que vejo um novo review, sério. Obrigada à todas vocês que leem, espero que não me abandonem até o fim. E bem vindas novas leitoras! :3



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Sorri ao jogar a mochila na cama e correr para a janela. Não que houvesse novidades para contar, mas esperava que ela tivesse.
- Como vai? - Cantarolei enquanto colocava meu CD para tocar. Sabe como são essas coisas de entrar no clima. - Espero que esteja cuidando deles. - Sorri, porem uma careta engraçada se formou em meu rosto. Nunca havia usado o plural nessa frase. Não com esse sentido. - Eu sei que você está olhando pela Lotte por aquela pelúcia. Mas sei lá, ainda tem o Steven que sumiu... E o meu Niall que caiu ontem no show. - Não contive uma gargalhada.  - Acho que andou aprendendo com o Harry. - Another World soava pelo quarto, e sem sentir, percebi que estava dançando ao som da batida eletrizante.  - Faltam tão poucos dias... Quero dizer, estou feliz pela minha prima se casar, e sem a parte do Robert ser primo do Ed Sheeran, ele realmente parece ser um cara legal, mas minha tia disse que iria fazer de tudo para que eu conheça os meninos, ou seja, dessa vez vai dar certo. Tem que dar.
- Já preparando o ambiente do nosso ninho? - Gabriela entrou no quarto. Bom, acho que era ela, pela voz e pela brincadeira, trazia tantos pacotes de salgadinhos que não conseguia ver seu rosto. Ambas gargalhamos. - Dá me ajudar aqui, ou vai ficar só assistindo?
- Estou bem aqui... - Disse ainda encostada na janela.
- Mariana, se você não me ajudar aqui, vou jogar tudo no chão.
- Joga.  - Dei de ombros, como se ela pudesse ver. Ela realmente jogou tudo no chão.
- Muito engraçadinha você. - Tentou vir até mim sem pisar nos pacotes espalhados. - O que está fazendo aí na janela? Algum vizinho...  - A morena de uniforme escolar levantou as sobrancelhas maliciosamente. Gargalhei histericamente.
- Só se for o velho do prédio da frente. Anda, tira logo essa mochila e vá se banhar, você está imunda.
- Ai que mentira, foi você quem correu pelo colégio atrás dos pombos.
- Nenhum deles era o Kevin. - Fiz menção de chorar, o lábio inferior sobrepondo-se sobre o superior.
- É eu vi. Todos ignoraram seus gritos. - Ela gargalhava. - "Late Kevin, late!!" -Dizia entre gargalhadas, com uma voz destorcida, acho que estava tentando imitar a minha.
- Eu não falo assim! - Protestei.
- Fala sim! Não reclame da minha imitação. - Gabi fez uma careta engraçada e virou-se, jogando o cabelo em cima de mim. - Ah, são novos?  - Apontou para um grupo de pôsteres que eu havia trazido de Londres. - Vou te contar, ele está parecendo um tubarãozinho com esse aparelho.  - Sorriu dócil ao me encarar. - Sabe que foi um elogio, não? Disse tubarãozinho como algo fofinho... Ah você sabe, chamo todos que usam aparelho de tubarão. - Deu de ombros. - Porque parecem mesmo.
- Tanto faz. - Revirei os olhos. - Conte mais sobre o Rafael. - Sorri maliciosamente enquanto sentávamos na cama. Rafael era o garoto de quem Gabriela gostava desde que entramos nesse colégio. E parecia que finalmente todas as noites de prantos que ela passara alugando meu colo como porto seguro valeriam a pena.

Seria uma noite longa. Mas eu estava animada. Além do mais, seria ótimo para espantar o nervosismo.

Respirar o ar londrino se tornara tão... Familiar. E sempre que eu desembarcava, parecia que eu nunca havia ido embora. Sorri ao ver Lotte caminhando, com toda a dificuldade, ao meu encontro.
- Merrri. - Ela riu. Meus olhos pareciam ter sido possuídos por todas as constelações do universo. Como aquele anjinho me fazia falta.
- Sentiu minha falta?
- Sim. - Respondeu, balançando a cabeça, como se dando mais ênfase. Eu quase enfartei.
- Você... Meu Deus... Lotte!
- Nem se anime, essa daí, depois que aprendeu a falar, não para mais.  - A mulher de cabelos coloridos de castanho, como se o loiro fosse comum demais para ela, aproximou-se, fazendo-se de saco cheio.
- Duas semanas e ela engoliu um dicionário?  - Minha mãe apareceu com as malas.
- Quase isso. - Ambas riram enquanto Lotte mostrava a pelúcia de lua, que incrivelmente se chamava Lua. Tudo bem, para ela era diferente, mas não deixava de ser um trocadilho.

A casa ainda parecia vazia, porém lotada de brinquedos. Lotte resolvera ser mais bagunceira, mesmo que não largasse a Lua. Era engraçado, um anjo segurando a lua.
- Vocês pensaram sobre a ultima conversa que tivemos? - Karla abriu a porta do quarto enquanto eu e minha mãe arrumávamos as coisas fora das malas.
- Ainda não sei. - Minha mãe levantou, virando-se para sua irmã. - Mariana está no ultimo ano do colegial, e eu não sei se ela conseguiria fazer uma faculdade aqui. - Revirei os olhos, e como se soubesse que eu tinha feito isso, ou como se tivesse olhos atrás da cabeça, completou. - Por mais que o inglês esteja me surpreendendo, usarão termos que ela não conhece e...
- Ela não será a única, afinal, estará na faculdade para aprender. - Minha tia rebateu.
- Você não é brincadeira hein. - Suspirou. - Preciso de mais tempo para analisar tudo. Além do mais, as notas dela caíram muito com essas vindas para cá. Se viéssemos morar, essas vindas a passeio teriam que acabar para que ela se foque nos estudos e pelo menos passe de ano.
- Tudo bem! - Me apressei em dizer, e minha mãe me olhou de cara feia.  - Que foi? Viríamos morar ano que vem mesmo.  - Dei de ombros e sorri, ignorando o olhar fulminante que praticamente cortava minha pessoa ao meio.
- Desculpa se estou pressionando demais, mas é que... - A mulher à soleira da porta suspirou, e percebi que mais uma palavra e as lágrimas viriam.
- A culpa não é sua se a minha mãe é chata o suficiente para não perceber o quanto seria maravilhoso. - Revirei os olhos novamente.
- Já disse que vou pensar, não disse? Então parem as duas com isso. Estou parecendo uma bruxa. - Dona Fernanda Skart protestou.
- Pronto, já teve tempo pra pensar. Ah mãe, vamos lá, você sabe que tem tudo para dar certo, não complique as coisas.
- Você abre mão de vir para cá até o fim do ano?  - Ela me encarou séria. Como se soubesse de algo. Meu cérebro fazendo um nó a cada segundo em que aquilo ecoava em mim.
- Sim... - Sussurrei desconfiada. Nah, deve ser coisa da minha cabeça.

Agradeci mentalmente enquanto me vestia para o casamento. Como acordara tarde, não precisei ajudar em nada em casa, e nos dias anteriores ficara cuidando de Lotte, ou ela ficara cuidando de mim. Que seja.
- U-A-L. - Steven disse ao entrar no quarto. Ele estava me esperando na sala, mas provavelmente não aguentara. - Pensei que a noiva fosse a sua prima.  - Ele me encarava, os olhos arregalados.
- Agora só falta o noivo. - Gargalhei.
- Bom, estou aqui pra isso. - Ele abriu os braços, um sorriso malicioso no rosto.
- Não seja bobo, a não ser que se chame Niall James Horan. - Não contive outra gargalhada.
- Espera, estou indo mudar minha certidão agora mesmo... - Virou-se, mas logo retornou, vindo em minha direção, um sorriso bobo nos lábios. - Sem brincadeiras, você está linda. Acho que vou leva-la um dia comigo para o trabalho, ver se você se anima...
- Já disse que não gosto de fotos. Não sou fotogênica, nem bonita como você diz. E não vem desmentir. Não sou e fim de papo.  - Revirei os olhos enquanto passava mais rímel.
- Se fosse o seu Niall quem falasse isso...
- Vai começar o ciúmes?
- Não é ciúmes, só acho que você deveria acreditar mais em mim. Eu vivo nesse mundo da moda, sei bem quem é bonito e serve para isso.
- Tudo bem Steven... - Peguei minha bolsa em cima da cama, como se não fosse perdê-la no casamento. - Só não me deixa sozinha lá, ok?
- Pode deixar, não irei desgrudar de você.

E lá estava eu sentada na mesa comendo, sozinha, e com meus fones de ouvido. Nem mesmo Lotte me restara.

Meus ouvidos martelavam ao som da batida que ecoava pelos fones, mas um impulso debaixo da mesa me fez tirá-los, sendo ensurdecida pelo mundo exterior.
- Ahn... - Abaixei confusa, o pano que cobria a mesa não me deixava ver se havia alguém ali. Provavelmente alguma criança, algum de meus primos. - Oi?
- Elas já foram?  - Uma voz familiar soou. Forcei meus ouvidos a reconhecerem, mas ainda estavam dormentes. Provavelmente algum de meus primos. Havia conhecido um monte mais cedo. De onde surgiram eu não faço a menor ideia.
- Elas quem? - Perguntei confusa. Mas não levantei o pano. Deixei que a brincadeira corresse.
- As meninas que estavam atrás de mim... Ah, tanto faz. Só não deixe que saibam que estou aqui. - Assenti, como se ele pudesse ver.
- Nossa, o senhor é muito disputado, que isso. Tem meninas correndo atrás e tudo? - Ele riu. Que risada mais familiar... Ai, esses meus primos.
- Isso tudo é agora, antes ninguém queria saber de mim.
- Devo acha-lo modesto ou metido?
- Não sei, o que acha?
- Acho que tem umas meninas histéricas se aproximando... - Um grupo de menininhas se aproximou, e perguntaram, ácida e grotescamente, o que eu fazia ali. - Um dos meus brincos caiu.  - Sorri para cima, tentando parecer amigável, mas sinceramente não fui com a cara de nenhuma. Logo se afastaram. - Pronto, já foram. Mas acho melhor ficar aí, elas ainda estão por perto.
- Ai que droga. E tudo por que minha mãe precisava vir no casamento da filha da amiga dela. E como é aqui em Londres, e ela veio de longe, me arrastou para cá. - Bufou.
- Pois eu estou muito feliz de estar aqui.
- Você não está sendo perseguida. - Lembrou-me.
- Joga na cara que ninguém quer me perseguir. Tenho certeza de que Lotte deve estar me procurando, mas provavelmente Genevieve não a deixa sair do colo.
- Lotte?
- Charlotte. Você não conhece? É a outra filha da tia Karla. - Que estranho. Ah, acho que ele disse algo sobre sua mãe ser apenas amiga da minha tia... - Se você vir um anjinho loiro, é ela. Sério, parece um anjo. Eu digo que ela é minha filha com o meu futuro marido... O.k, ele ainda não me conhece, mas...
- Quando te conhecer vai se apaixonar por você. - Ele completou. Acho que sorria. - É o seu ídolo, não?
- Muito óbvio?
- Não, apenas deduzi. - Gargalhou, e acho que bateu com a cabeça na mesa. - Droga. Mas me fale de você, quero dizer, contei sobre o por que de estar aqui. Sua vez. - Desci na cadeira e sentei no chão, ignorando o fato de que iria sujar o meu vestido.
- Bom, eu e minha mãe viemos do Brasil apenas para vir nesse casamento. O.k, não vou ser cínica, eu também vim por que meu sonho é conhecer o meu ídolo, sim, o suposto pai da minha prima que é minha filha... Te confundi?
- Não, não. - Ele riu. - Estou entendendo.
- Mas eu não sei, até esses dias eu estava animada, crendo que iria conhece-lo, mas agora que estou aqui, é como se...  - Arriei os ombros, a pausa óbvia em minha fala. - É a minha terceira vez aqui, e em nenhuma das outras eu o vi. Cheguei perto, mas não perto o suficiente.  - Tentei engolir as lágrimas que se formavam em minha garganta. - Talvez eu deva aceitar minha vida como é. Ele não vai se apaixonar por mim, se um dia me conhecer... O que duvido que aconteça.
- Você não pode desistir. - Ele pareceu meio sem jeito.
- Desculpa despejar isso tudo em cima de você, mas lembre-se que você quem pediu. - Ele riu.
- Elas já foram? Quero conversar melhor com você sobre isso. Tenho uma história para contar, se quiser ouvir, claro.  - Levantei a cabeça, quase ficando de joelhos, o suficiente para enxergar por cima da mesa.
- Já foram.  - Sussurrei. Ele lentamente levantou o pano que nos separava desde então.

Meu coração não acreditou.


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