Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 26
Capítulo 26 Mais uma noite trabalhando


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaa meus leitores lindos, sentiram saudades? Espero que sim. Então, capítulo de hoje é dedicado para minha linda Rosie, que recomendou minha fic. E tenho uma boa notícia (ou não) para vocês, estou começando a escrever outra, mas não entrarei em detalhes. Boa leitura (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223571/chapter/26

Piper já havia ido embora quando Percy chegou em casa. Eu me sentia... diferente. Me sentia mais leve, como se um enorme peso fosse tirado de minhas costas. Desabafar com Piper foi a melhor coisa que já fiz. Escutar seus conselhos, então, foi melhor ainda. Ela mais do que a minha prima, era minha amiga, minha irmã. 

Senti meu estômago revirar assim que escutei a campainha tocar. Eu sabia quem era. E sabia também que teria que encarar aqueles belos olhos verdes por mais algum tempo. Sabia que teria que caminhar ao seu lado, mesmo sabendo que não poderia tocá-lo, nem fazer nada mais do que lhe dar um abraço. Meu peito pesava por isso, mas eu tinha que aguentar mais um pouco. "Trabalho primeiro, assuntos pessoais depois" esse era nosso lema. Não diria ou faria nada sem antes descobrir quem matou Thalia.

Corri para a porta e respirei fundo uma última vez. Eu havia tomado um banho rápido depois que Piper saiu de casa. Troquei de roupa e deixei meus cabelos soltos. Normalmente eu nunca os deixava soltos, mas hoje sentia que eles deveria ficar daquele jeito. Coloquei um casaco preto por cima de uma camiseta de mangas longas branca e continuei de All Star. Assim que abri a porta, me deparei com alguém que não deveria estar ali.

- Luke? - digo o encarando.

Ele estava com o mesmo sorriso malicioso de sempre no rosto. Me estudou por um minuto e colocou a mão no bolso. Fiquei confuso e com um pouco de medo. Mas, caso Luke tentasse alguma coisa, eu acabaria com ele. Afinal, tinha uma arma em casa justamente para isso.

- Oi, Annie. Acho que vim em uma má hora, pelo visto está saindo. - ele disse se aproximando.

Recuei um passo cerrei os punhos. Não gostava dessa proximidade de Luke.

- Sim, tenho que voltar para meu trabalho. - eu disse enquanto procurava, esperançosamente, a Ferrari vermelha que agora pertencia a Percy. Infelizmente, não a avistei.

- Tudo bem então. Mas, o que acha de me ligar qualquer hora dessas para a gente conversar? Te dei meu telefone, não dei? - Luke perguntou convensidamente.

Queria revirar os olhos, mas me contive. Me lembrei então que, alguns dias atrás, ele havia sim me dado um papel com seu telefone marcado nele. Devo ter deixado no bolso de alguma de minhas calças.

- Sim, deu. - falo secamente.

Luke continuava muito bonito, mas eu não o queria por perto. Não o queria simplesmente porque ele havia me machucado uma vez, e então prometi para mim mesmo que nunca mais me deixaria levar por suas palavras. Na verdade, prometi para mim mesma que não me deixaria levar por palavra de homem nenhum. Prometi que nunca mais me permitiria sentir por algum outro homem o que um dia senti por Luke. Mas o destino é mesmo traiçoeiro. Acabei então me apaixonando por Percy. Aquele mesmo cara que um dia chamei de irmão. 

E ele continuaria sendo meu irmão para sempre. Mas, infelizmente, meus sentimentos por ele não são apenas isso. As vezes queria que isso nunca tivesse acontecido.

- Nos falamos depois, então? Promete que me liga? - Luke perguntou.

Eu não iria ligar de modo algum, mas assenti do mesmo jeito. Para a minha sorte, avistei Percy se aproximar de minha casa dentro da Ferrari. Fechei a porta e a tranquei. Me despedi rapidamente de Luke e fui até o carro. Queria sair dali o mais rápido possível. Bati a porta com força e coloquei o cinto. Dei uma olhada rápida para Percy e vi que ele estava se segurando para não rir.

Arqueei a sobrancelha e indaguei:

- O que foi? Está rindo só porque acabei de dar um fora em Luke?

Percy abriu a boca e soltou uma gargalhada gostosa. Revirei os olhos e não contive o riso. 

- Ele não desiste mesmo. - Percy disse só então colocando aquela Ferrari para andar.

Eu simplesmente não consiguia não olhar para ele. Seus olhos estavam fixos na estrada, mas as vezes vacilavam e encontravam os meus. Percy parecia estar feliz, mais feliz do que nos dias comuns. Seus lábios formavam um pequeno sorriso. Me perguntei qual seria o motivo daquela felicidade. Mordi o lábio inferior, tentando conter minha curiosidade. 

Percy então, num ato involuntário, olhou para mim. Virei o rosto assim que percebi que ele me encarava. O semáforo fechou e ficamos parados. O silêncio estava começando a ficar constrangedor.

- Então... Como foi na casa do Willian hoje? - Percy perguntou.

Senti meu rosto corar instantaneamente. Eu não havia comentado nada sobre o beijo em Will. Na verdade, eu não queria comentar sobre isso, pois sabia que, se o fizesse, teria que explicar o porquê de eu ter beijado Will. Eu não estava querendo falar o que havia acontecido lá, muito menos que eu havia visto seus olhos e que eram seus lábios que eu queria beijar. Precisava inventar outra coisa, caso Percy descobrisse o que aconteceu lá. Mas Percy era meu amigo, me senti mal escondendo o que havia acontecido.

- Foi... esclarecedor. Fora os ataques que Will deu, foi bem proveitoso. - digo com um tom malicioso.

Percy não teve tempo de falar nada porque o semáfora abrira, e ele teve que seguir com o carro. Mas, com a cara que ele fez, juro que precisei me controlar para não rir.

- O que quer dizer com isso? - ele perguntou revesando o olhar entre mim e a estrada.

Dei risada e arrumei minha franja. 

- Ele me beijou. - eu disse sentindo meu rosto corar até a raiz dos cabelos.

Percy então arregalou os olhos e acelerou o carro. Fiquei com um pouco de medo, mas vê-lo ficar assim, foi muito hilário. O modo como me olhou, o jeito como trincou o maxilar, até mesmo a falta de contato visual que tivemos depois que eu disse aquilo, me fizeram pensar que poderia haver algo ali. Tive que conter meu sorriso assim que pensei na possibilidade de Percy ter ficado com ciúmes. Claro, porque esse sentimento geralmente vem acompanhado de outro. E este, me agradou.

Percy continuava emburrado. Ele dirigia sem olhar para mim. 

- Oh... Ficou bravinho, ficou? - provoquei.

Para minha sorte, já estávamos quase na casa dos Olimpius. Percy pareceu ficar ainda mais irritado com meu tom de voz.

- Não! Eu só não quero você perto dele. Nem sabemos ainda se tudo o que ele te disse foi verdade. Vai ver ele que matou Thalia. Só não quero que... - Percy não conseguiu continuar. Sua voz vacilou naquele momento.

Meu sorriso se desfez. Eu sabia do que ele estava falando. Ele estava com medo de eu terminar como Thalia. Entendi seu lado. E fiquei contente com aquela preocupação toda. Me aproximei e lhe dei um beijo no rosto. Percy ficou corado na mesma hora. Parou o carro e se virou para mim:

- Me desculpe. Eu só não quero que você acabe como Thalia.

Sorri.

- Eu sei me cuidar, Percy. Afinal, quem foi que ganhou o campeonato de Tiro ao Alvo três anos seguidos? - digo saindo do carro.

Percy também desceu. Zeus nos esperava na porta de sua mansão. Agora meu amigo estava rindo. Me senti melhor assim. Não gostava de vê-lo triste. Caminhamos até Zeus. Ele trazia consigo uma enorme caixa. Levantei a sobrancelha assim que a vi. Parecia que teríamos um noite um tanto longa.

- Já comeram? Se quiserem, peço para minha empregada cozinhar alguma coisa. - Zeus disse assim que chegamos perto.

Assentimos. Eu não havia comido nada, isso nem sequer se passou por minha cabeça. Percy e eu caminhamos lado a lado até a casinha. Zeus me lançou um olhar confuso que me fez corar. Tirei o cabelo do ombro e o joguei em minhas costas. Percy ainda me encarava. Sim, eu estava constrangida. Mas por algum motivo, me sentia bem com aqueles olhos me observando. Amor...

Entramos no escritório e Zeus virou a caixa de ponta cabeça. Fazendo com que todos os papéis contidos ali dentro fossem parar em sua enorme mesa. Olhei preocupada para Percy. Eram todos os garotos chamados "Louis Willian" com idade entre 20 e 30 anos que moravam em Nova Iorque.

- Bom, temos muito trabalho pela frente. Acho melhor começármos. - digo puxando uma cabeira e começando a revirar os papéis.

Só então notei que os nomes não eram apenas "Louis", eram todos que tinham o primeiro nome começados com L e "Willian" como segundo nome. Isso, provavelmente, havia contribuido para que aquela pilha se tornasse tão grande.

Zeus, percebendo minha confusão, explicou:

- Verifiquei quantos "Louis Willian"s haviam em Nova Iorque nesta faixa etária e acabei encontrando apenas dois. Um deles é casado e paraplégico e o outro morreu seis mêses atrás. Como o tal Willian disse que não se lembrava claramente do nome, imaginei que poderia ser algo parecido. O pessoal no Serviço Secreto disse que não queria mais que eu entrasse no sistema por motivos legais. Não sou mais um empregado, não tenho mais direito a isso. Então, acho que teremos que continuar isso aqui.

Assenti e voltei para os nomes. Eram tantos rostos, tantos nomes, que ficava até difícil. Decidimos começar com os da mesma faculdade, havia apenas um. E na fixa dizia que o "Lucca Willian" havia se mudade de Nova Iorque oito mêses depois de se formar em figurino. Parece que ele e seu namorado estavam felizes vivendo na Itália.

Suspirei por mais de uma vez e descartamos os mais improváveis. Como os que estavam vivendo fora ou que estavam mortos. Infelizmente, ainda tínhamos muitos rostos pela frente.

Continuei o trabalho olhando, vez ou outra, para Percy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Percy com ciúmes é muito fofo HUEHEUHEUHEUHEUHEU E para os amantes de Percabeth: calma, como eu disse, o momento deles não está tão longe assim. E mais uma vez, não sei se entro amanhã, essa semana foi meio tensa, espero que a próxima seja mais suave. Até domingo então (ou não) NHAC ;3