O sol ia despertando e com ele os viajantes; a noite tinha se passado, mas no gramado havia deixado uma camada úmida de sereno e algumas gotículas de orvalho se armazenavam em um amontoado de tulipas que havia no local. O som de uma cachoeira próxima embalava a deliciosa canção da natureza no qual o grupo adormeceu.

Heather foi a primeira a acordar e achou que seria bom dar uma boa caminhada antes que o resto do pessoal acordasse totalmente, o grupo precisava descansar porque teria que partir cedo dali para continuar a jornada em busca do primeiro castelo, onde lá estava em repouso o cristal da sorte.

Após sua caminhada Heather foi logo batendo palmas para que os bruxos despertassem, com um pouco de resistência das pessoas Heather foi obrigada a balançar as barracas ou tacar pequenas pedras em seus interiores.

- Que horas você acordou? – Zac estava com os cabelos desgrenhados e com os olhos pesados.

- Bem cedo, você não sabe como é bom caminhar. – Heather estava em perfeito estado e o sol da manha refletia seus longos cabelos ruivos, aflorando sua beleza.

- Preciso ir ao banheiro... – Zac se contorcia, e, com as mãos esmagava parte da camisa do pijama. – Aonde é?

- Descendo a colina é o quarto arbusto à esquerda. – Robert havia saído da barraca, informando o amigo.

- Ok. – Zac correu na direção que Robert apontou e sumiu de vista.

Um grito ecoou pela colina e tinha origem na barraca das gêmeas.

- Olha só o meu cabelo! – Jess estava saindo da barraca, mas com algo que parecia uma toalha, envolvida na cabeça.

- Não consigo ver nada, por acaso tem uma toalha nele. – Kess exclamou entre um bocejo e um bom dia para o grupo.

- Horrível, horror, medonho... – Jess estava começando a ficar neurótica, repetindo palavras grosseiras. – Aonde tem água aqui?

- Descendo a colina, à direita. – Heather informou.

Como Zac, Jess sumiu de vista após descer a colina.

- Eu poderia comer dois cavalos. – Agora era Leena quem acordava.

- Tem horas que você me assusta. – Kess desviou o olhar de Leena para Heather. – Falta alguém...

- Não falta mais. – Sophi parecia estar pronta para uma festa. Ao contrario das outras meninas, além de Heather, seu cabelo estava em perfeito estado e já estava pronta para partir.

- Tudo bem, levantar acampamento pessoal. – Heather pediu e logo foi ajudar todos a desarmar as barracas.

Após a arrumação do local; desarmar as barracas, colher o lixo espalhado e arrumar as coisas o grupo partiu, foram andando por uma estrada de terra e deserta, vez ou outra Zac parava para pedir água e Jess para passar mais uma exagerada quantidade de filtro solar na pele.

Quando chegaram ao fim da estrada Heather guiou o grupo para uma caverna na qual mudou todo o aspecto do lugar que estavam anteriormente, era fria, gélida e úmida, as gotas de água ecoavam por todo o interior do local e uma floresta de estalactites e estalagmites habitava a profunda e escura caverna.

- Estamos chegando? – Após um tempo de caminhada no interior da caverna Sophi parou e se sentou em uma pequena pedra para tomar ar.

- Sim, estamos quase lá, só peço que façam silên... – Heather foi interrompida pelo grito de Jess que ecoou pela caverna. – cio.

- Ahhh! Um rato! – Jess estava aos prantos, encolhida em uma parede e ao seu lado Zac segurava um rato de borracha.

- Hahaha! – Zac se encolhia enquanto ria, tentou parar quando recebeu os olhares severos de Kess e Heather, mas não conseguiu.

- Que barulho foi esse? – Leena olhava para o teto da caverna, procurando a origem dos barulhos estranhos.

- Eu disse para vocês ficarem quietos! – Heather engoliu em seco. – Aqui tem morcegos, daqueles que chupam sangue.

- Chupam sangue? – Robert arregalou os olhos e então ficou atento para os ruídos que pararam de instantâneo.

O silêncio tomou conta da caverna e por segundos nada aconteceu apenas o grupo ficou ali parado em silêncio, atentos para cada mínimo barulho que ouvissem.

- Acho que pararam. – Heather se atreveu, mas falou cedo de mais.

Uma nuvem negra de morcego rompeu do fundo da caverna provocando terror total, os gritos de Jess superavam o barulho produzido pelos pequenos bebedores de sangue. Os garotos correram para direções diferentes, protegendo suas cabeças ou abaixados. O medo tomou conta de tudo e foi quando um clarão floresceu no local e um estouro tão alto quanto os gritos de Jess, afugentou as criaturas.

- Ainda bem que sempre tenho um desses na mochila. – Leena segurava um grosso cano que depois do grupo avaliar bem percebeu que era um foguete de quatro de julho.

- Não consigo ouvir nada! – Zac protestava aos berros com as mãos em volta da cabeça.

- Ei pessoal. – Robert tomou um pouco de distância do grupo. – Chegamos.

Com o espanto e o alvoroço provocado pelos morcegos, os bruxos nem perceberam que correram metade da caverna e haviam chegado ao fim da mesma.

O fim da caverna era completamente diferente do inicio, o solo mudava drasticamente de pedra para neve, uma neve branquíssima e densa. Mais a frente erguia-se um exuberante castelo de gelo, não havia janelas, apenas uma gigantesca porta e mais a frente um jardim de esculturas translúcidas, servia de varanda.

O grupo saiu da caverna e se enfileiraram lado a lado. Eles haviam chegado ao primeiro castelo.