Fecho Os Meus Olhos E Ouço A Sua Voz escrita por MaarySantiago


Capítulo 11
Planos e propostas.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem não ter postado ontem! Problemas de família ;/
Me perdoam, né?
Enfim, boa leitura *u*



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Nem vi o resto do filme direito (desculpe, não sei beijar de olhos abertos).

Quando saímos da sala do cinema, Daniel me cutuca:

- Tô me sentindo meio estranho... – e então ouço um ronco vindo de seu estômago.

- Isso se chama FOME, esqueceu?

- Ah... É mesmo. – ele aparenta se lembrar.

- Do que você gostava de comer?

- Sabe que eu nem lembro mais... Do que você gosta de comer?

Resolvi então que iríamos até o Mc Donald’s. (Que adolescente não ama Fast Food?) Após uma generosa porção, vamos até a entrada do shopping, perto de uma fonte, e nos sentamos em um banco. Ele me olha nos olhos.

- Julie, obrigado. Por tudo. Você me fez sentir vivo quando meu coração ainda não batia. E agora, ele só bate por você. – ele entrelaça nossos dedos.

- Nossa, Daniel. – ele põe o dedo em meus lábios.

Quase nos beijamos, mas um guarda do shopping apita, nos mandando sair dali, e somos obrigados a nos retirar. No caminho pra casa, Daniel faz uma pergunta que me deixa nervosa:

- E agora, Julie? Agora que eu estou vivo, onde vou morar, com seu pai em casa à noite? Aliás, não só eu, mas o Félix e o Martin também... Não dá mais pra ficar invisível. E depois daquele quase flagra no seu quarto, é melhor pensar em algo... - ele parece preocupado.

- Vou dar um jeito. Meu pai falou que teria que viajar a trabalho por muito tempo, mas não queria que a minha vida e a do Pedrinho mudassem, que tivéssemos de nos adaptar à vida na Holanda tão de repente, então queria nos deixar aqui...

- E a sua mãe?

- Ainda tá na Antártida.

- Sente falta dela?

- Só um pouco...

- Mas quanto seria esse “muito tempo” da viagem do seu pai?

- Uns três anos... O que vamos fazer depois disso?

- Ah, Julie, três anos é muito tempo... Até lá a gente já fez muitos shows, e com o dinheiro dá pra dar entrada num apartamento.

- É... – abaixo a cabeça e ando olhando o chão. Chegamos na porta de casa.

E agora, com meu pai lá dentro? Como entrar com um garoto sem ser interrogada? Daniel me olhava, até que me lembrei de uma coisa.

- O muro do quintal do fundo. – murmurei.

Ele entendeu e seguimos para lá. Foi meio chato de pular o arame, mas ele conseguiu. Eu tinha que entrar pela porta da frente, fingir que estava chegando.

E assim fiz. Abri a porta da sala.

- Oi pai! – acenei.

- Oi Julie. – ele assistia a um daqueles game shows chatos na TV. – Tudo bem, filha?

- Tudo.

- Com quem você estava?

- Sozinha. Fui dar uma olhadinha no shopping. – respondi rapidamente, sorrindo.

- Tá bom então. – ele me fitou de um jeito estranho.

Fui até a edícula, e só quando vi Daniel tocando a guitarra, me lembrei de duas pessoinhas que ainda deviam estar perdidas por aí.

- Daniel, e o Martin e o Félix? Onde será que estão?

- São grandinhos, devem ter passado despercebidos pelo seu pai, e provavelmente estão com o Pedrinho, sei lá.

Alguns segundos de silêncio se passaram, até que escuto um barulho vindo da janela. Daniel olha para o lado não vê nada.

- Deve ter sido o vento. – comenta.

Alguns segundos depois, ouvimos o mesmo barulho, seguido de um “psiu!”

Acabou que abri a janela e vi Martin e Félix tacando pedrinhas para nos chamar a atenção.

- O que foi? – perguntei.

- Ficamos aqui pra fora! – exclamou Martin, indignado. – Como nos abandonaram naquele shopping? Quase que nem voltamos pra casa!

- Como assim?

- Não sabíamos o caminho.

- Ah, mas o que importa que vocês chegaram. – tentei amenizar a situação. – Agora pulem o muro!

E assim o fizeram. Quando entraram na edícula, algumas providências precisavam ser tomadas. Fui até a garagem na ponta dos pés e fucei as tralhas velhas. Não foi difícil achar três sacos de dormir (minha família acampava quando meus pais ainda eram casados) e uns travesseiros.

Tão logo voltei à edícula e impus:

- Temos nesta edícula três fantasmas recém-transformados em humanos. E aqui em minhas mãos, três sacos de dormir. Sabem o que tem que fazer. – eu disse completamente autoritária.

- Mas Julie...

- Fale, Félix.

- O Daniel não precisa de saco de dormir!

- Como assim, “Não preciso”? – ele fica indignado.

- Ele dorme na sua cama, Julie. – Félix ri, seguido de Martin. Minha cara séria faz os risos cessarem.

- Outra piadinha e os dois vão dormir no quintal.

Martin afrouxa a gravata e Félix pigarreia. Os dois pegam os sacos de dormir e ficam bem quietinhos.

Melhor assim.

Daniel se aproxima e me sussurra ao pé do ouvido:

- Sabe, seria legal se eu não precisasse de saco de dormir hoje.


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Notas finais do capítulo

~le Daniel mó safadinho, LOL
Ainda vou postar mais hoje, ;*