Uma Segunda Chance escrita por KelBumBi


Capítulo 12
Insônia


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que vocês estão querendo me matar, mas como defesa atrasei só meia hora, afinal até 23:59hr, tecnicamente ainda é sábado, né? Então...
Defesa péssima ¬¬'
Enfim.
Boa leitura,



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“Ah, Sam, ela morreu em um acidente de carro. Freddie quem dirigia”.

As palavras insistiam em permanecer fixas no meu pensamento.

A noite foi curta para calcular sobre o que tinha acabado de descobrir, e uma repentina aflição abasteceu-se em mim, fragilizando-me pelo meu amigo. Freddie vivenciava um período obscuro em sua vida. Um período que já vinha atravessando há muito tempo, e Sean também saia afetado. Ele era obrigado a conviver com o eterno luto do pai, aprendendo a lidar com a tristeza muito cedo. Mas o que me preocupava mesmo, era que Sean ainda era muito imaturo para desprezar o pai, no entanto, a adolescência sempre é uma época difícil, um dia Freddie poderia sentir o ressentimento das magoas do filho.

Eu queria ajudar Freddie, queria muito, mas não tinha a mínima noção de como fazer isso, e isso me deixava pra baixo. Eu odiava não saber o que fazer. Eu sei, há muitas coisas que eu odeio, mas querer fazer algo e não saber como, esse é meu pior pesadelo. Eu me sentia uma imprestável, por não conseguir resolver o problema.

Caramba Sam, esquece! Não há nada que está no seu alcance. Freddie quem deve enfrentar isso, e não você!- pensei relutante. Enterrando o travesseiro no meu rosto para abafar um grito impaciente.

Odiava me preocupar com o nerd!

Odiava a respiração profunda e exasperada da Carly!

E odiava insônia!


–Você está horrível- Carly comentou, quando entrei na cozinha, indisposta.

Ela havia preparado nosso café da manhã.

–Também me sinto bonita, Carls. Não precisa ficar anunciando- respondi azeda, preparando uma grande xicara de café para afugentar o sono irritante da noite mal dormida.

–E tá de mau humor- ela levantou os olhos- Que novidade...

Decidi não responder o sarcasmo da Carly e beber meu café, distraída com o noticiário na tv. Na verdade, não era o noticiário que me distraia, continuava obcecada na procura de uma solução para o problema do Freddie.

–Sam?- Carly me chamou inquieta, parecendo inconformada pela minha desatenção - Não me ouviu não? Eu te fiz uma pergunta- disse, agora, rindo desconfiada.

–Nã... Não é nada... O que você perguntou?

–Que horas começa o seu expediente- expediente? Do que ela estava falando?

Encarei confusa, e ela me retribuiu mais confusa. Dai caiu à ficha, lembrei que trabalhava como babá. Pensei sobre isso e minha mente permaneceu em branco.

–Uh... Freddie e eu não conversamos sobre os meus horários- respondi meio alarmada, pousando a xicara na mesa, encarando Carly. Ela pareceu desentender.

–Como assim, ele não te contratou para ser babá?! Como ele não estipulou horário?

–E você quer que eu entenda o que se passa naquela cabeça de nerd enorme?!

Carly deixou os ombros morrerem, ficando corcunda na cadeira. E exigente, perguntou:

–E você ainda fica desfrutando de toda essa paciência?

–Eu tenho que comer, fome me deixa um carrasco.

–Ôh, sério, nunca tinha percebido.

A campainha soou, peguei uma torrada e coloquei na boca preparando bacons no meu prato, sem fazer menção de atender.

–Você não vai atender?- Carly perguntou curiosa.

–Nam- comia os bacons, enchendo meu copo de suco de laranja.

–Sam, pode ser importante.

– Eu com isso. Pode ser um cobrador, ou o Rob- disse, repulsivamente.

–Quem é Rob?

–É um imbecil que não larga do meu pé- Carly arqueou as sobrancelhas, achando graça do comentário.

A campainha persistiu, Carly me fuzilou impaciente. Não delongou muito, logo ela desistiu e foi atender.

–Na cozinha- ela informava para o impertinente que atrapalhava meu ritual, animada- Quer tomar com a gente?

O perfume era conhecido, ligeiramente praguejei coisas horríveis para Carly. Como ela o deixou entrar comigo nesse estado? Eu não estava preparada para receber visitas, principalmente se a visita for ele. E com meu cabelo todo armado para cima, embaraçados, dentes para escovar e um pijama mais surrado que trapo de chão, não ficava nada atraente. Estava mais para uma maconheira, com meus olhos inchados e vermelhos da noite em claro, do que uma mulher interessada em estar bela.

Cogitei a ideia de correr para o quarto, mas foi tarde, pois Freddie já adentrava atrás da Carly.

Nossos olhares se encontraram, e minhas faces ruborizaram pela avaliação de cima abaixo dele, ele parou fixo nos meus cabelos rebeldes, debochando com seu sorriso de canto.

–O que faz aqui?- questionei nervosa com o deboche.

Freddie aproximou-se da mesa em silencio, sentando-se de frente para mim.

–Sam, podemos conversar? Eu soube que descobriu sobre a Julieta, acho que te devo explicações.

–Você não me deve nada, traste.

–É Claro que devo. Não queria que ficasse sabendo da maneira como ficou. Mas quero que entenda meu lado...

–Não quero explicações porque não tô nem ai. Está tudo bem, eu não vou pedir demissão nem nada do tipo.

–Ah... – Freddie parecia entre aliviado e desconfiado.

Ele trocou um olhar com Carly, e depois, mais sossegado, serviu-se de um copo de suco.

Carly sentiu segurança e sentou-se a mesa também, terminando o café conosco.

–Então, quando volta para Nova York, Carly?- perguntou Freddie interessado.

–Eu... Bem, acho que semana que vem.

–Que pena!

–Podemos fazer alguma coisa antes, como uma despedida talvez?- sugeri meio deprimida com a noticia da minha melhor amiga ficar longe de mim de novo, estava me acostumando com a presença dela.

–Claro!- concordou Carly, ansiosa.

–Infelizmente, eu vou ter que trabalhar- comunicou Freddie.

Carly se chateou com a resposta dele.

–Ah, qual é Freddie? Não saímos juntos há séculos. Eu vou voltar para Nova York, por favor, por mim?

–Desculpe Carly, mas estamos em processo para assinar contrato com a Aplle, e eu preciso estudar o caso antes de tomar qualquer decisão precipitada.

–Ah, vamos lá nerdeveider, umas horas não vai te fazer mal. Tá precisando relaxar essa bunda mole que carrega entre as pernas.

–Andou reparando a minha bunda, Puckett?- ele perguntou em tom de malicia, divertindo-se com o que disse.

–Cl... Claro que n... Não!- gaguejei envergonhada com a insinuação dele. No entanto, verdadeira. Eu reparava no físico dele todo- Eu lá ia perder tempo com asneiras. Mas, vamos lá, Freddie. É uma das ultimas chances que temos de estarem todos juntos. Você tem que ir, não será a mesma coisa sem você.

–O que disse?- me pediu, convencido.

Ok, eu estava me irritando com a petulância do bobalhão.

–Você sabe, sem aquela sua dança ridícula do robô. Estou precisando desenferrujar minhas gargalhadas.

Ele pareceu pensar sobre o assunto, Carly e eu o encaramos expectativas.

–Tudo bem... Se for para o bem das gargalhadas da Sam, eu faço.

–Vou ligar para o Gibby- anunciei animada, me retirando saltitante até meu quarto.


–Gibbyboy!!!! – gritei, após sua saudação.

–Hey, eu já deixei claro que não gosto quando faz essas manipulações idiotas!

–Arrrgh, cala a boca e escuta! O que tem pra hoje noite?

–Vou sair com uma princesa, por quê?- ignorei o tom presunçoso na voz dele.

–Desmarca. Você vai sair comigo, Carly e Freddie.

Freddie me deixou no apartamento antes de seguir para a empresa, e para não haver contradições, acertamos que meu horário séria das 10:30hr as 20hr. Não tinha necessidade de chegar tão cedo, já que Freddie se encarregava de levar Sean até as aulas de francês.

Meu segundo dia foi um pouco mais calmo, estava mais preparada para as novas responsabilidades. Sean me fez comprar outro algodão doce, e se recusou a comer o sanduiche vegetariano. Combinamos em não comentar nada a Julieta, e secretamente lhe entreguei um pacotinho de bolos gordos.

Freddie chegou as 19:55hr da empresa, e insistiu em me levar em casa. Mesmo contrariada, concordei.

–Bom... Está entregue Senhorita.

–Obrigada- agradeci destravando o sinto- Ligo quando estivemos prontas, ok?

–Certo. E Gibby?

–Ele vai sozinho, já é assíduo na boate. Íamos sempre que... – parei, corando levemente. Freddie interessou-se curioso, mas mudei de conversa, constrangida- Ah... Então, até logo.

–Okay.

–Okay.

Senti os olhos dele observado o topo da minha nuca enquanto caminhava a minha porta, depois que nos despedimos no carro.

Carly esperava entretida com a tv, assistindo um canal sobre fofocas de celebridades. Decadente.

–Sam!- ela disse com a cabeça virada para mim, depois que ouviu a porta bater.

–Essa sou eu- confirmei, jogando a bolsa e jaqueta em um canto.

–Tem comida no forno, bolo de carne- respondeu sorridente, quando meus olhos brilharam com a palavra “comida”.

–Adoro bolo de carne.

–Eu sei- disse ela, enquanto eu “corria” até a cozinha- E come logo pra gente poder se arrumar- gritou do sofá, voltando à tv ligada.

Peguei a “preciosidade” no forno, dei uma leve cheirada antes de esquentar no microondas, alcancei um prato, garfo e latinha de refrigerante não Diet, e depois que me servi sentei a mesa, matando o que me matava.

–Então, o que escolheu pra Mamãe vestir?- perguntei, chegando ao quarto.

Carly estava indecisa com qual dos brincos combinavam melhor ao seu vestido vermelho, com uma larga faixa preta na cintura acompanhado de alguns babados na bainha da saia, da mesma cor que a faixa.

–Ah, você já está aqui- ela observou, sorrindo radiante- Qual você acha melhor?- perguntou ela, interessada em minha opinião. Posicionando um dos brincos em cada orelha- Pessoalmente, acho o de brilhantes perfeitos, mas o de pérolas é tão clássico e bonito.

Fingi analisar os brincos e resmunguei impaciência, me atirando na cama.

–Carlyy, você sabe que pra mim é só um brinco. Os dois vão ficar pendurados na sua orelha!- respondi entediante.

–Saiba que um brinco faz toda a diferença em uma produção, senhorita. E vá tomar seu banho e se aprontar, quanto mais cedo chegarmos mais divertido será.

–Só um cochilinho... – implorei.

Puxei o travesseiro pra mim, enroscando minha cabeça nele, com os olhos cansados.

–Nem pensar, menina. Amanhã é sábado.

–Amanhã eu trabalho...

–Freddie contou que os sábados são livres. Julieta e ele, quando o mesmo está de folga, cuidam do Sean.

–Que boca grande!

–Vamos, Sam- esforçava-se ela, para me levantar da cama- Deixa de preguiça.

Não era preguiça, estava realmente sonolenta, mas se dissesse isso Carly exigiria explicações, e eu não estava nem um pouco a fim de explicar que clareei a noite preocupada com a vida do Nerd.

Desapontada, resolvi acatar sua determinação e ir tomar meu banho.

–Pronto, já estou cheirosinha... Então, o que me manda? Uôu, você está fabulosa, amiga!- elogiei verdadeira, sorrindo para ela.

–Acha mesma?- perguntou indecisa, alisando o vestido- Não acha que está curto demais?

–Ah vá, né Carls. Você fica linda com qualquer coisa, em compensação eu...

–Pode parar que você também é linda. Bom, escolhi esse.

Ela pegou o vestido em cima da cama e mostrou, animada.

–Dourado?!- protestei enojada. Qual é! Ela sabia que eu odeio essa cor.

–Como esperava por essa reação... – ela deixou o vestido na cama e pegou outro que estava ao lado- Esse?

O vestido era meigo. Com uma pitada sensual, o tecido era cetim, rosa bebê. Ele acoplava por toda a cintura e depois se dava rodado, sem babados.

Era muito bonito, não tinha como negar.

–Melhorou- disse, tomando o vestido.

Carly riu como se tivesse feito à aposta certa e ganhado o premio da loteria.

As 23hr Carly ligou para o Freddie, e as 23:20 ele chegou, magnifico.

Ele vestia uma camisa de botões branca, uma calça jeans escura e tênis brancos, o cabelo continuava no antigo topetinho de lado. A camisa valorizava seus ombros, provocando meus sentidos. Eu tinha remota certeza de que eu estava com uma cara tarada, enquanto meus olhos o secavam percorrendo por toda a produção.

–Estão bonitas. Vamos?

 O que foi isso? Três horas que passei deixando Carly me torturar com aquelas chapinha; baby liss, maquiagem, sapatos... Tudo para um “Estão bonitas”. Minha vontade era de pular no pescoço dele e apertar até ouvir seu ultimo suspiro. Eu ansiava por algo mais ou menos assim “Carly você está bonita, mas você Sam, está linda, maravilhosa. Magnifica. Quer casar comigo, agora mesmo?”

Eu sei, exagerei. Mas, uma Puckett não pode mais sonhar?

–Nossa, Sam, você está tão... Incrível! Acho que não vou poder sair de perto, senão os gaviões se aproveitam- Gibby tentou um flerte. Era isso que esperava do bobalhão parado ao meu lado.

–Valeu, Gibby- agradeci, tentando esconder o rubor nas minhas bochechas.

–Vamos entrar?- interrompeu Freddie a troca de olhares entre mim e Gibby, carrancudo.

–Ah... Sim, claro- respondeu Gibby, indo a bilheteria comprar as entradas.

We Found Love- Rihanna era a musica ambiente, e eu adoro essa musica. Ergui minhas mãos e comecei a balançar meu corpo, enquanto adentrava na boate. Meu corpo bateu com alguém atrás e eu o senti invadir minha cintura, dançando atrás de mim. Só pela dança sabia que era Gibby, Freddie nunca teria esse ritmo. Voltei-me para Gibby sorridente, querendo dançar de frente com ele, não gostava da sensação de uma pessoa atrás de mim, esfregando seu corpo no meu, e para minha surpresa era Freddie quem dançava comigo.

Ele deu o famoso sorrido de lado, roubando todo o meu ar. Puxou meu corpo pela mão que pendia na minha cintura, encostando nossos corpos. A respiração dele roçou na minha orelha, eu estremeci com o toque, ele riu devasso e curto, terminado de me deixar completamente enlouquecida.

–Surpresa por eu não dançar como um robô- eu levantei meu queixo, segurando seu olhar com o meu- Não queria se divertir, estou aqui pra isso.

Ele me levou para a pista de dança, roçando o corpo dele no meu de tão colados que estávamos. Perdi uns tempos perdida, sem acompanhar seus passos. Mas, em seguida, a surpresa passou e comecei a me soltar com ele na pista de dança.



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Notas finais do capítulo

Ok, eu não atualizei a outra fic, mas hoje pela tarde já está sendo postada!
Hoje, poucas palavras. Espero que gostem do capítulo.
Bjus*