Uma Segunda Chance escrita por KelBumBi


Capítulo 13
Naufrago


Notas iniciais do capítulo

Hey galaerinha!
Bom, eu estou meia doente, por isso vou só postar o cap.
Sem comentários hoje.
Boa leitura,



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Freddie não sentia dificuldades em acompanhar o balanço do meu ritmo. Ele seguia com perfeito sincronismo, formando uma bela dupla de dança na pista da boate. Nossos sorrisos iam de ponta em ponta, e nossos olhos se mantinham fixos em um duelo para ver quem o desviaria primeiro. De um jeito incompreensível, não conseguia desviar daquele par de olhos castanhos em mim, eles me completavam. E era impossível perder para esse nosso pequeno joguinho, eu amava aqueles olhos.

Minha duvida era se Freddie estava tão obstinado quanto eu a seguir adiante com isso.

–Não acha que está bom? Esse já é seu quarto copo de uísque com energético- reprendeu Freddie responsável, reprovando com o olhar o copo que eu segurava na mão.

–Ok, mamãe, vou parar de beber só por que você mandou em mim- retruquei, engolindo uma dose exagerada só para irrita-lo. Ele aborreceu-se com atitude infantil.

–Você não precisa ficar bêbada para se divertir.

–E você não precisa ser tão santinho, Madre Tereza de Calcutá- ele revirou os olhos- Desde quando virou meu marido?

–E desde quando virou um barril de álcool?- ele me devolveu, começando a se irritar com a minha oposição.

–Tá, eu vou parar de beber- prometi a ele, bebendo o que restava no copo de plástico. Vazio, joguei-o em um canto qualquer da boate e me voltei para Freddie- Feliz?

–Melhorou.

–Então, vai me dizer que nunca ficou de porre?- perguntei, tentando amenizar nosso clima.

O DJ decidiu alegar com La La Land, da Demi Lovato.

Mesmo o efeito sendo pouco, eu já estava ousada o suficiente para agarrar a clavícula do nerd, unindo nossos corpos para a dança. Ele prendeu os braços ao redor da minha cintura, sem resistência nenhuma. E, embora, a música fosse agitada, Freddie e eu seguíamos em um ritmo lento, conversando ao pé do ouvido devido ao som alto no ambiente.

–Não. Não depois daquela festa da Tori, em Los Angeles- por algum motivo ele emburrou-se com a lembrança, que seu comentário o trouxe.

–Você sempre foi fraco para bebidas- zombei, deitando minha cabeça em seu peito.

–Digo o mesmo, olhe seu estado. Quatro copos e já está me agarrando, o que você faz com 7 copos?

–Fico com o Gibby- respondi, tirando minha cabeça do seu peito, apontando para o lado que Gibby dançava.

Carly o acompanhava na dança, e eles pareciam estar se divertindo também. Ao contrário da gente, eles dançavam seguindo no ritmo da música.

Freddie enrijeceu o corpo, e me contemplou desapontado. Ter aquele olhar não me animou nem um pouco, ele me culpava de algo que não conseguia distinguir.

O que ele esperava de mim?

O que ele queria realmente?

Após se recompor, ele questionou curioso.

–Você nunca vai me contar o que rolou entre vocês, não é mesmo?

Eu não me orgulhava de ter ficado com o Gibby, éramos jovens e imaturos. Passamos por uma fase solitária, e ambos procuraram apoio nos braços do outro. Foi passageiro, não teve importância, meu sentimento nunca passou de amigável pelo Gibby. E eu deixei isso claro quando posemos o ponto final no que quer que seja que tivemos, mas eu percebia que Gibby se envolveu mais do que devia. E para não machuca-lo, eu apenas me fingia de boba aos sentimentos dele.

–E por que isso é tão importante?- questionei a ele, querendo mudar o rumo que a conversa levava.

–Por que vocês são meus amigos. Eu tenho que torcer pelo amor de vocês...

Ouvir algo tão desagradável sair assim da boca dele, me levou para o chão. Até parecia que para Freddie não influenciava nem um pouquinho o risco de me perder, para ele tanto fazia; eu me resumia a apenas amiga dele, e ele torcia pelos meus relacionamentos como torcia pelos da Carly. Não pude evitar as lagrimas se formarem em meus olhos, e quebrei a dança me afastando dele o mais rápido possível. Ele chamou confuso por mim, mas ainda não era o meu momento para explicar que eu ainda o amava.

O melhor caminho era o bar, e esse eu já tinha decorado. Aproximei-me do bar da boate e sentei em um banco de estofado vermelho, pedindo uma batida de uísque. O barman atendeu ao pedido, se afastando para preparar minha bebida.

–Nossa, parece que alguém aqui deseja se embriagar hoje. Perdeu o namorado?- um timbre grave se fez ao meu lado. Fuzilei para o rapaz que me atirou o gracejo. Ele aparentava ter mais ou menos minha idade, cabelos escuros, corpo atlético, belos olhos azuis. Era um homem atraente, não nego.

–Vai cuidar da sua vida, cachos titica de passarinho- eu respondi ríspida, insultando-o pelo cachos grandes. Ele me observou com interesse, como se eu fosse um bichinho que o instigasse. O cara se divertia com minha selvageria.

–Como é seu nome?- perguntou ele, apostando em um sorriso sedutor.

–Isso é o melhor que pode fazer? Vai procurar outra garota, essa aqui não é pro seu bico.

O barman chegou com minha bebida, e quando fiz menção de pagar minha bebida, ele se prontificou na frente, tirando uma nota de 100 dólares da carteira entregando ao cara.

–Pode ficar com o troco- ele disse pretensioso ao barman. O outro o encarou meio agradecido e meio de saco cheio com caras assim- Eu paguei sua bebida e dei uma boa gorjeta, não acha que agora mereço saber seu nome?

–Talvez. Eu me chamo: meu murro na sua cara se não me deixar em paz- respondi, me negando a beber a bebida paga por ele.

–Agressiva, gostei- seu sorriso saiu malicioso. Ele saiu do banco de onde jazia e aproximou-se, apoiando o cotovelo no balcão do bar, ficando ao meu lado- Acho que vou te chamar de Loira Felina.

Devo admitir que o cara tinha pose, e era muito estiloso também. Um sorriso apertado tentou escapar dos meus lábios, como fuga, fui obrigada a beber o drink.

–Está gostoso?- ele perguntou com segundas intenções.

 A confiança que ele tinha em si era admirável, modesto era uma palavra não adaptada no dicionário dele.

–Você sempre observa as pessoas beberem seus drinks?

–Só nas que estou interessado.

–Você é bem direto.

–O serviço exige. Não sou do tipo que faz joguinhos, se me interessou parto pra cima e signifique o que deve ser.

–Você ainda vai ter que pagar muitos drinks pra conseguir dormir comigo. Uma nota de cem dólares não me impressiona.

–Você ainda não conheceu meu apartamento- ele brincou, me fazendo sorrir- Um sorriso! Isso quer dizer que estou conseguindo atravessar a muralha- convenceu-se ele, apreciando ambicioso os meus lábios.

–Isso quer dizer que meu murro possa te fazer sentir menos dor.

–Acabou sua bebida- observou ele, apontando para meu copo vazio- Me faz companhia em outra dose? Sabe, não gosto de beber sozinho.

–E dormir, também.

–Sim, e dormir, também.

–Por sua sinceridade, eu o acompanho.

–Menos mal, achei que esse fosse o momento em que conheceria o poder da sua força.

–Não aproveite da sorte!- cantarolei, escorrendo sarcasmo.

Rimos. Ele chamou o mesmo barman que me atendeu.

–Dose dupla, por favor- o barman assentiu com a cabeça, ele se retornou a mim- Então, eu posso saber o seu nome?

–Ainda tem muito trabalho pela frente, garanhão.

Ele bufou insatisfeito.

Nossas bebidas vieram e logo acabamos com ela. Depois outra, outra, outra e lá pela quarta dose eu já sorria por qualquer motivo.

– Sam! – a conhecida voz do Gibby me chamou estático- Vamos Sam, a Carly está querendo ir embora- acrescentou zangado, aproximando-se do bar. Ele agarrou meu braço e puxou-me a força, para descer do banco.

Gibby olhou calculista para o cara que estava do meu lado, e ele não se intimidou. Apenas tocou meu ombro dizendo, enquanto Gibby me arrastava dali.

–Descobri seu nome, Sam! Lindo nome! Parece muito com você. O meu é... – mas o barulho ensurdecedor na boate falhou meu sistema auditivo, e não foi possível ouvir as ultimas notas.

–O que fazia com aquela cara?- exigiu Gibby saber, fazendo o papel do namorado ciumento.

–Estávamos conversando.

–Ele queria muito mais que uma conversa! Você sumiu, e todos nós ficamos preocupados.

–Procuraram no bar, por que eu estava lá.

Tropecei em alguma coisa e Gibby me prendeu mais forte no seu corpo.

–Bebeu tanto que nem para em pé!

–Argh! Gibby quer calar a boca! Sua voz tá me irritando.

Chegando perto da mesa, onde Carly e Freddie esperavam sentados, notei o olhar desconfiado do Freddie no Gibby e em mim, em nossa proximidade. Ele ergueu as sobrancelhas, sugestivo.

–Onde ela estava?- Carly veio ajudar Gibby a me pegar, indagando preocupada.

–No bar, pra variar...

Eles me ajudaram a sentar no sofá partilhado. Freddie pegou um copo em cima da mesa bebendo-o, indiferente com meu estado.

–Freddie!- ralhou Carly, tomando o copo e devolvendo na mesa- O que deu em vocês dois hoje, hein? Resolveram ver quem fica mais bêbado?

–Ah, Carly, que parar de ser ranzinza- Freddie disse com a voz arrastada, meio sonolenta. Ele aparentava estar pior que eu- Curta.

E depois de falar, ele começou a rir como um idiota. Eu o acompanhei, arremessando meu corpo para cima dele, quando ria desgovernada.

Gibby e Carly trocaram um olhar singelo.

–Vamos embora!- disse Carly indo pegar meu braço. Desviei irritadiça.

–Não, eu quero ficar!

–Eu também!- concordou Freddie, relutante.

–Os dois estão bêbados demais para decidirem alguma coisa- interpôs Gibby.

–Você não manda em mim, seu traidor de sereia!

–Gibby estou muito cansada, tu me leva pra casa primeiro e depois vem buscar os dois? Acho que não vou suportar voltar com esses dois no estado que estão.

Gibby concordou.

Carly pegou a bolsa, despediu-se com um beijo no rosto e se afastou com Gibby.

–Eles não sabem se divertir- resmunguei, observando eles serem consumidos pela multidão.

–Não mesmo!- apoiou Freddie, revirando os olhos. Depois ele se fixou em mim- Então, quer que eu te leve em casa?- quis saber, ficando em pé.

–Você não ouviu, Gibby vem nos buscar.

–Eu tenho meu carro, e não vou ficar esperando pelo Gibbyyy- quando Freddie estendeu o nome dele, percebi uma ponta de repulsa no seu tom de voz.

Analisei a proposta. A festa deu tudo que tinha pra dar, não seria tão mal assim voltar agora com ele, sozinhos.

–Vamos nessa.

Fomos ao estacionamento e logo encontramos o Camaro dele.

–Ah, como esse carro e eu tivemos bons momentos- disse sonhadora, deslumbrando-o antes de entrar.

Freddie se preveniu apertando as chaves nos dedos, eu sorri provocando.

–Entra, antes que eu mude de ideia.

The Pretender, de Foo Fighters, animou nossa volta ao meu apê. Freddie e eu gritávamos o refrão balançando nossas cabeças como dois roqueiros em um show de rock.

–Eu não acredito que ainda tem esse Cd.

–Foi o primeiro show de rock em que fui escondido da minha mãe. Épico!

–É. Eu me lembro da sua carinha assustada quando estávamos na bilheteria. “Ai, isso não é ilegal Sam”- debochei, imitando o que ele tinha dito naquela noite á nossa carteira de identidade falsa- Quase que o segurança nos barra por sua cara denunciante- relembrei.

–Ei, eu tinha apenas 16 anos.

Freddie estacionou na porta do meu apartamento, e desceu comigo.

–Quer entrar?- Era três e meia da madrugada, podíamos dar continuidade na ótima noite com uma festinha particular. Bom, essa era minha intenção. Então, fiquei feliz quando Freddie aceitou o convite.

–Quer beber alguma coisa?- perguntei, largando meu casaco encostado na ripa da porta, no piso de assoalho. Freddie também tirou o seu casaco, mas deixou-o no sofá.

–Tem alguma coisa ardente?

–Pode ser vinho? Não é ardente, mas esquenta.

–Claro- disse ele, acomodando-se no sofá.

Encaminhei a cozinha e fui à prateleira onde estava o vinho que ganhei no natal da minha mãe, como estava na parte de cima, foi necessário eu ficar na ponta dos pés para alcançar o recipiente de vidro. Um calor adotou atrás de mim e senti o corpo do Freddie colar no meu. Ele elevou os braços, que roçaram com os meus, me ajudando com o vinho. Virei, mas ele não se afastou um centímetro se quer de mim, meus seios se espremiam na altura do tórax dele, tamanha era nossa aproximação. Ele absorveu meus olhos nos seus, e vice versa.

Minha respiração aumentou gradativamente, misturando-se com as dele. Eu estava prestes a fazer uma das maiores burradas da minha vida. Mas esse não era o momento para pensar nas consequências dos atos irresponsáveis, esse era o momento de deixar o desejo agir. E meu desejo era o de acabar imediatamente com a menor distancia que nos separava. Freddie pareceu ler minha mente, pois ele finalizou nossa tortura, pressionando sua boca na minha. Impulsivamente, abri meus lábios decretando passagem para aprofundar o beijo, e ele correspondeu fluindo a língua na minha.

Abracei sua nuca e, em desespero, ele agarrou minha cintura, levitando os meus pés do chão. Começamos um caminho pra sala, tropeçando por alguns objetos. Ele pressionou-me contra a geladeira quebrando o beijo, trabalhando no meu pescoço. Arfei inaudível, massageando minhas garras pelas costas dele. Pelos cabelos, o puxei dos meus seios para minha boca, iniciando outro beijo violento entre nós.

Seguimos batendo por alguns obstáculos até chegar no sofá. Freddie me lançou, se deitando por cima de mim, voltando a esmagar sua boca na minha. Ele deslizou a mão por debaixo do meu vestido, provocando ondas prazerosas nos meus sentidos. Notando minhas investidas contra sua camisa, ele se ajoelhou entre minhas pernas, permitindo que resolvesse o problema. Meio atrapalhada, e com ajuda dele, consegui desabotoar alguns botões atirando ela por algum canto qualquer do cômodo. Maravilhei-me com o físico, e com as mãos tremulas, fui declinando do seu peitoral definido até a divisa que a calça cometia, surpreendida com as correntes que eletrizavam minhas artérias ao tocar nele. Freddie fechou os olhos, sentindo as mesmas reações com meu toque. Quando beijei sua barriga, um gemido involuntário esquivou da boca dele, e eu ri atrativa.

Ele agarrou meus cachos enquanto continuava a beijar e mordiscar sua barriga, aventurando-me a puxar o seu cinto para fora. Parei e encarei expressiva nos olhos dele, ele me obedeceu, juntando nossas bocas outra vez. E assim, voltamos a repousar no sofá, sem interromper o beijo.




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Notas finais do capítulo

off*