A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 60
2ª Fase: Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

- Aqui estou, cumprindo honrosamente com o #plantãoABEAF!

— Não esqueçam de acessar os links dos personagens!

— BOA LEITURA!



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Enquanto observei os diversos desenhos em vermelhos no espelho, pude vislumbrar o reflexo da minha imagem deitada na cama. Aquele momento foi realmente estranho, pois eu havia me tornado uma desconhecida até para mim.

Lentamente, levantei-me do colchão e a passos lentos, me aproximei de um dos espelhos redondos com uma moldura em azul.

Eu era dona de um par de olhos verdes um pouco grandes. Minha pele branca, bem como a estatura mediana, assemelhava-se com características físicas de Regina. Entretanto, meus cabelos correspondiam a um tom avermelhado, sendo que os fios ondulavam-se até a altura dos meus ombros. Reparei nos lábios cheios em linha reta, no nariz fino e no queixo assimétrico. Senti-me um pouco bochechuda quando reparei nas covinhas do meu rosto.

– Melanie! – Regina gritou lá de baixo. – Você tem mais quinze minutos.

Foi tudo o que precisei para sair do meu estado de estupor.

Rapidamente, procurei pelo guarda roupa algo que não fosse um tanto extravagante, optando por uma calça jeans e uma regata de seda verde. O tecido parecia deixar minha pele exposta e por essa razão, joguei uma jaqueta de couro por cima. Por instinto, fiz uma trança no meu cabelo, a qual ficou caída na altura do meu ombro direito.

Procurei pelo quarto e achei em baixo da cama uma bolsa com alguns livros de Biologia e História dentro. Como não achei nenhum tênis, tive que escolher uma sapatilha preta. Antes de sair do quarto, dei mais uma olhada nos espelhos, suspirando. Como não haveria tempo de limpar, simplesmente tranquei a porta e levei a chave comigo.

Quando desci as escadas, Regina logo me entregou uma maçã e disse que precisávamos nos apressar, pois ela teria que estar na delegacia em dez minutos. No caminho para a escola, já dentro de uma viatura de polícia, ela me fez passar uma delineador e um batom vermelho. Não gostei muito da ideia, mas o fiz mesmo assim. Afinal, eu não lembrava muito bem dos meus hábitos. Ela também fez questão de repetir várias vezes sobre a minha entrevista de tarde, e do quanto a vaga de emprego era importante para mim, já que supostamente, me dediquei por meses até finalmente conseguir a oportunidade. Apenas concordei, com medo de perguntar do que se tratava.

Fiquei preocupada em como chegaria na sala de aula, uma vez que eu não lembrava. Por essa razão, procurei em meio aos livros e nos cadernos algo que servisse de ajuda. Em um ato de sorte, encontrei um quadro de horários. Infelizmente, fui obrigada a perguntar para Regina o dia em que nos encontrávamos.

– Segunda-Feira. – Ela respondeu, enquanto discava um número no celular.

Procurei pelo quadro de horários até encontrar segunda-feira. Lá, dizia que eu tinha aula na sala 301, de Biologia. Ótimo.

Ao chegar a escola, desci correndo do carro ao perceber que não havia ninguém no imenso pátio.A aula havia começado. Fiquei impressionada com a estrutura do local, pois além de um gramado enorme, havia um prédio que me lembrava um dos templos antigos da Grécia.

Rapidamente, atravessei todo o caminho às presas, subindo dois lances de escada até entrar na escola. Passei pelas salas, um pouco aliviada quando reparei nas portas fechadas e as vozes dos professores que ecoavam pelo local. Pelo menos ninguém veria uma aluna louca correndo por ali. Realizei a contagem mentalmente, tomando todo o cuidado para não me perder. 205... 207.... 208.

Até que dei de cara com alguém.

E tudo pareceu acontecer em câmera lenta.

Minha cara foi de encontro ao seu peito e rapidamente meu corpo foi arremessado para trás, em direção ao chão. Por sorte, um par de mãos agarrou minha cintura, impedindo meu suposto tombo. E foi naquele exato momento em que um vento adentrou pelo corredor, enquanto que todos os armários abriam-se furiosamente. Folhas e cadernos caíram no chão. Meu corpo inteiro se arrepiou como se estivessem passando gelo pela minha pele.

Levantei meu olhar, agarrando os ombros do meu suposto salvador.

Era um homem. Ele era alto, tinha a pele branca e os cabelos negros um tanto compridos estavam espalhados para todos os lados, em uma bagunça proposital que lhe caía muito bem. Não pude ver seus olhos por culpa dos óculos pretos. Entretanto, fiquei um tanto hipnotizada com o seu sorriso torto e com o rosto que parecia ter sido esculpido. Ele estava usando um terno preto, uma gravata cinza posicionava-se no meio do seu peito largo.

– Precisa de ajuda? – Ele falou. Sua voz era rouca.

Senti o cheiro de sua colônia amadeirada, misturada com o hálito quente que me fez recordar do gosto de canela.

O vento continuava, enquanto que as portas dos armários balançavam-se furiosamente.

– Eu to bem. – Foi tudo o que eu disse.

E então me afastei dos seus braços e foi nesse exato momento que o vento parou, bem como as batidas dos armários. Como se minha mente estivesse agindo por pura autonomia, desviei do homem na minha frente e comecei a caminhar em direção da sala a passos apressados. Por esguelha, notei que estávamos ao lado do banheiro feminino.

Quando cheguei na sala, fiquei constrangida por interromper o professor no meio de sua explicação. Para a minha surpresa, uma menina levantou a mão enquanto eu escolhia por um lugar para me sentar. Notei que ela estava me chamando para perto. Ela tinha cabelos negros e cacheados, seus olhos castanhos me pareceram familiares. Tudo bem, aquela poderia facilmente uma amiga. Tentando agir normalmente, sentei-me ao seu lado. Ela apenas sorriu e voltou a prestar atenção na aula.

Mordi o lábio. Tudo bem, apenas aja normalmente. Pensei, enquanto pegava o meu caderno e o livro de Biologia da bolsa. O professor explicava sobre fotossíntese, e fiquei surpresa por conhecer o conteúdo, uma vez que eu era capaz de responder as perguntas com muita facilidade, sem ele ter discorrido a respeito. Ao folhear as páginas do meu caderno, em uma tentativa de esquecer o que havia acontecido, encontrei várias páginas rabiscadas com o mesmo desenho dos espelhos. Meu peito começou a pesar e ficou difícil de respirar.

Reparei que se tratava de um retângulo com uma estrela no meio, sendo que por cima, havia um X rabiscado.

Inesperadamente, um grito começou a ecoar pelo local, e todos voltaram a sua atenção em direção do corredor. O professor parou de falar instantaneamente.

– Fiquem aqui. – Ele solicitou um pouco atônito, saindo da sala.

Contudo, ninguém obedeceu.

Todos os alunos saíram da sala de aula, inclusive eu. A menina que guardou o meu lugar permaneceu ao meu lado. No corredor, de fato, um monte de alunos e professores se encontravam ali, murmurando preocupados entre si. Voltei minha atenção em direção do grito, encontrando uma menina caída aos prantos em frente ao banheiro feminino.

– Ela já estava ali... Já estava ali... – Ela gritava sem parar, apontando o dedo em direção ao banheiro.

Rapidamente, me aproximei dela, empurrando algumas pessoas no meu caminho. Por alguma razão, tive a intuição de que eu deveria ver o que estava acontecendo. Por fim, olhei para dentro do banheiro, enquanto que a menina berrava caída aos meus pés.

Eu não quis acreditar no que vi.

No meio de uma poça de sangue, havia as partes do corpo de uma pessoa espalhados por todos os lados. A cabeça estava perto da porta, com os fios loiros de cabelos manchados de escarlate, enquanto que os olhos azuis olhavam arrepiados em minha direção. Tratava-se de uma garota.

Mais acima de sua cabeça, na parede, havia um símbolo desenhado.

O mesmo que havia no meu caderno. E nos espelhos da minha casa.

Instantaneamente, tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, gostaram? Sim? Não? Talvez? Claro?
COMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEENTEEEEM!
Como vocês podem ver, nossa nova Bella (Melanie) será interpretada pela Emma Stone. Pessoalmente, achei uma boa escolha, até porque consigo imaginar ela enquanto escrevo, o que deixa a história ainda mais interessante para todos. Interessados para saber quem será o Edward?
Fiquem de olho.
Até amanhã.
VALEEEU!
— R.