A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 52
2ª Fase: Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

- Primeiramente, não posso deixar de agradecer pelas últimas recomendações. Fico realmente satisfeito e gratificado quando percebo a dedicação de algumas leitoras, vocês são demais!

— Como estou de férias, resolvi postar o mais rápido que pude. E não deixei de colocar um POV da Rose, pois percebi que muitos gostaram do anterior.

— Leiam as notas finais e boa leitura!



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Bem, pelos menos parecia com o inferno.

Minha queda foi rápida e tudo passou como um borrão diante de meus olhos. Meu corpo caiu com um baque oco no chão, e não pude evitar o gemido de dor que escapou de meus lábios. Não gostei do sentimento de fraqueza que preencheu cada lacuna do meu ser.

O pior não era a dor que eu estava sentindo, e sim o choque causado pela atitude bruta de Edward.

Assim que pisquei e as lágrimas caíram de meus olhos (culpa da ardência causada pela fumaça), sustentei todo o meu peso nas palmas das mãos e impulsionei meu corpo para cima. Minhas pernas vacilaram, resultando no encontro dos meus joelhos com o chão. Minhas narinas receberam o cheiro de carne queimada.

As chamas me cercavam e invadiram minha pele. Vou morrer. Vou morrer. Foi tudo o que eu conseguia pensar no momento, enquanto que as chamas dançavam ao meu redor. Esperei pelo momento em que toda minha vida passasse diante meus olhos, pois era exatamente isso que os livros que li diziam: a vida passa diante de seus olhos no leito de morte.

Por um momento, me vi novamente no campo. O cheiro de grama seca deixava-me tranquila, com a certeza de que eu estava novamente naquele lugar. Segura, longe de toda a confusão que minha vida tinha se tornado. Nessie estava com a cabeça apoiada nos meus braços. Seus olhos estavam fechados e ela riu tranquilamente. Fiz o mesmo. Nosso riso ecoou em uníssono em meus pensamentos.

– O que foi? – Pergunto.

– Gosto de ficar assim. – Ela diz. Estamos deitadas debaixo de um salgueiro.

– Eu também... É tão tranquilo. – Suspiro.

– Gosto de viver aqui.

– Eu também.

– Você acha que quando crescermos, ainda vamos morar aqui?

– Não sei. – Deixo transparecer a incerteza em minha voz.

– Tomara que sim. Quero ser veterinária.

– Sério? Isso é bom.

Eu sabia que meu futuro era incerto. Sabia que não me encaixa em nenhum lugar.

– Eu acho que você deveria ser uma policial, Bella.

– É, e por que acha isso?

Ela demora para responder.

– Porque você é durona.

Fico surpresa com a resposta. Em seguida, me jogo para cima dela, pronta para fazer cócegas em sua barriga. Ela começa a rir antes mesmos de meus dedos tocaram sua barriga.

– Agora você vai ver a durona! – Tento imitar uma voz masculina.

Sua risada vai se tornando distante...

Distante...

E o fogo estava ao meu redor novamente.

Segurei as lágrimas.

Preparei-me para entrar em chamas.

Só que não foi isso que aconteceu.

Por incrível que pareça, meu corpo estava cercado por uma barreira que não deixava as chamas me queimarem. Ao invés disso, elas brincavam ao meu redor, pinicando levemente na minha pele. Demorei algum tempo para processar o acontecimento, e quando o fiz, arrastei-me pelo cotovelo para longe do fogo, aos poucos. Um pedaço de madeira despencou bem perto de mim. Arfei.

Eu ainda estava no chão quando encontrei os olhos dourados de Edward por trás das chamas. Sua expressão demonstrava certa admiração.

– Não é possível. – Eu o ouvi murmurar.

Senti que minhas costas ardiam como nunca. O poder emanava de meu corpo para todo o ambiente. Algo estava preso dentro do meu peito, e quase gritei para libertar todo aquele emaranhado de sentimentos. Ao invés disso, agi de outra forma.

Levantei do chão e avancei para cima de Edward.

Meu corpo colidiu com o dele e caímos no chão. Ou melhor, deslizamos pelo chão até que por fim nosso ombros colidiram com a parede. Segurei as lágrimas de dor. Eu já estava farta de chorar.

Por pouco, não mergulhamos nas chamas que estavam por perto, aquecendo meu corpo de forma avassaladora. O suor escorreu por minha nuca, grudando alguns fios de cabelo em minha pele. Arranquei a maldita máscara do rosto de Edward, cheia de ódio.

– Adoro uma mulher brava. – O desgraçado brincou. O sorriso digno de um cafajeste estava exposto nos lábios, provocando-me.

Inesperadamente, ele girou nossos corpos e ficou por cima. Grunhi de raiva e consequentemente, tentei arranhar seu rosto com o pouco de unha que ainda me restava. Edward foi muito mais rápido e com a mão livre, alcançou meu pulso no ar. Não se importou em forçar os dedos no ato de imobilizar meu braço, causando-me dor. Meu outro braço estava preso pelo peso do cotovelo dele. E o pior de tudo?

Edward continuava sedutor, ainda mais com o brilho em seu olhar. Engoli em seco.

Cada pensamento me causava uma nova dor interna. Era horrível ter que machucar Edward. Porém, era eu ou ele. O feitiço de Jasper estava funcionando muito bem, e sei que a Fera não pensaria duas vezes antes de matar na primeira oportunidade que tivesse.

O sentimento de frustração praticamente dançou dentro do meu peito. Ótimo. Usei aquilo ao meu favor e me concentrei no ponto de ardência em minhas costas. Juro que fui capaz de ouvir em minha mente uma mutirão de vozes, gritando em sinal de liberdade. Em seguida, meus olhos foram capazes de acompanhar o inacreditável: Algo se ascendeu dentro de mim... Ou melhor, minhas veias ganharam luz por debaixo da pele. Pode ser uma palpite em vão, mas simplesmente sei que começou no centro de minha coluna e seguiu caminho por meu braço preso, alcançando meu pulso. E então libertou um feixe de energia que atingiu os dedos de Edward.

Bizarro.

Edward gritou e foi tudo que precisei para dar um murro em seu rosto com minha mão livre. Ele caiu ao meu lado e por esguelha, vi seu rosto ensanguentado. Meio tonta, levantei-me do chão e corri em direção da janela mais próxima, desviando-me das chamas.

Só que não olhei para trás.

Deixei que o fogo consumisse tudo.

Inclusive o amor da minha vida.

Rosalie Cullen

Acordei assustada.

Sentei na cama abruptamente, enquanto meu coração batia fortemente dentro do peito. Meu cabelo provavelmente estava uma bagunça, e eu realmente ficaria “P” da vida se alguém me visse naquele estado lamentável.

Olhei para fora da janela e encontrei tudo escuro. Meus dedos deslizaram pelo colchão até que se depararam com um pequeno pedaço de papel, do qual fiz questão de tomar entre os dedos e levar até meu campo de visão.

O tempo está passando, vadia.

Com amor, Irina.

Amassei o papel e o joguei no chão. Assim que eu encontrasse Irina, iria socá-la até que o silicone saltasse dos peitos falsos. A realidade atingiu-me com um baque: Irina no quarto. O líquido azul. O travesseiro. E finalmente, o breu.

Rapidamente, saltei de cima da cama e olhei para minha imagem refletida no espelho. Meus olhos azuis continuavam radiantes e meu corpo esbelto de dar inveja continuava com tudo em cima. Eu estava pronta para dar as costas para minha imagem até que reparei um bom maço de fios brancos tomando conta de minha cabeleira loura.

– Que diabos... – Murmurei, passando as mãos nos fios.

Ok, todo mundo tinha alguns fios brancos. Mas aquilo? Não estava certo. O que Irina tinha me dado para tomar?

Passei meus dedos ao redor do pescoço ao sentir um gosto de azedo indesejável em minha boca. Eca. Cautelosamente, saí do quarto e espiei cada cômodo. Ao passar pela cozinha, peguei uma frigideira velha de dentro da pia mofada. Se a vadia ainda estivesse por ali, receberia algo bem enferrujado nos peitos. Minhas costas doeram um pouco, e gemi de dor.

– Só o que me faltava. – Murmurei, atônita.

Vasculhei cada lugar da cabana e não encontrei nada. Larguei a frigideira em cima da cadeira com uma das pernas quebradas, por culpa da surra que o duende levou.

E então tive uma ideia.

Desesperada, corri para fora da cabana. Talvez o duende soubesse de alguma coisa. A floresta estava um pouco escura. Porém, meus olhos conseguiam distinguir alguns gravetos caídos no chão e as pedras em meu caminho.

Quando cheguei na arvore em que o duende estava amarrado, tive que recuperar boa parte de meu folego. Céus, desde quando eu me sentia tão cansada após uma corrida? Lembrei que várias meninas do meu passado praticamente desistiam de tentar lutar comigo quando um produto estava em liquidação. Nada elegante, eu sei. Mas por favor, uma dama precisa ser uma guerreira algumas vezes.

Cory continuava com a mesma expressão cansada de sempre, e alguns hematomas revestiam seu rosto.

– Escuta aqui, baixinho. – Ele levantou a cabeça, confuso. – Por um acaso você viu uma loira com peitos falsos andando por aqui?

Pensei que ele fosse responder. Ao invés disso, seus olhos se arregalaram e ele se encolheu no tronco da árvore.

– Essa não é a reação que eu estava esperando. – Admiti, cruzando os braços.

– Saia de perto de mim! – Ele gritou, apavorado. – Você está amaldiçoada!

– O quê?

– Você está amaldiçoada! Eu consigo sentir.

Atônita, me agachei para que ficássemos na mesma altura. Uma rajada de vento forte atingiu meu rosto, fazendo-me estremecer de cima a baixo.

– E o que isso quer dizer?

O duende não se afastou. Muito pelo contrário. Ele aproximou seu rosto do meu, exibindo um sorriso cruel e ao mesmo apavorante.

– Isso quer dizer que você está com os dias contados, loirinha.

Bem, pelo visto, Irina teria que ficar sem os cabelos, pois eu usaria cada fio para ascender uma fogueira. E então sim, eu queimaria o silicone.

Rapidamente, comecei a desfazer o nó da corda que prendia o duende na árvore.

– O que está fazendo? – Perguntou. E inutilmente tentou se afastar das minhas unhas que vez ou outra o tocavam. Por favor, não era como se eu estivesse com catapora. Talvez ele tivesse algumas tendências homossexuais. Afinal, qual homem se desviava do toque de uma mulher?

Pelo visto, uma maldição tinha esse poder.

– Vamos ter que ir atrás de Emmett e Alice. – Contei meus planos. – Mas primeiro, vamos passar em uma bazar. Preciso comprar uma tinta para o meu cabelo.

Nem morta que eu apareceria com metade dos cabelos brancos para Emmett. Ainda mais depois de sua declaração. Senti certo entusiasmo percorrer minhas veias, mas logo ignorei o sentimento.

Assim que as cordas caíram no gramada, Cory se levantou com um pulo. Acompanhei seu passo com certa dificuldade. O que estava acontecendo comigo?

– Se você tentar alguma gracinha, juro que vou fazer Bella ir atrás de você e acabar de uma vez com todas com sua raça. – Avisei ao passar por ele.

E então caminhei em direção da cabana.

O tempo está passando.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês estejam gostando, pois tenho DUAS GRANDES SURPRESAS PARA VOCÊS.
*Rufam os tambores*
Que só vou revelar nos próximos dois capítulos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Por isso, não deixem de acompanhar e muito menos de comentar.
Espero ansioso para ler suas opiniões, criticas, etc..
Até a próxima!
RO.
02/07