A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 53
2ª Fase: Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

ADIVINHEM QUEM RESOLVEU APARECER? ISSO MESMO!

Explicações e esclarecimentos na nota final.

Ademais, boa leitura!



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Anteriormente...

Edward gritou e foi tudo que precisei para dar um murro em seu rosto com minha mão livre. Ele caiu ao meu lado e por esguelha, vi seu rosto ensanguentado. Meio tonta, levantei-me do chão e corri em direção da janela mais próxima, desviando-me das chamas.

Só que não olhei para trás.

Deixei que o fogo consumisse tudo.

Inclusive o amor da minha vida.

***

As sombras projetadas pela noite dançavam ao meu redor.

Meu corpo inteiro delirava de dor, e minhas pernas vez ou outra ameaçavam vacilar. Caso eu caísse, tive plena certeza de que talvez eu não tivesse força o suficiente para levantar. Fiz o máximo que pude para deixar o fogo em meu peito aceso, mesmo que parte de mim tivesse ficado para trás, queimando. Mordi os lábios com toda a força e segurei as lágrimas.

A lua brilhava intensamente. O feixe de luz prateado acompanhava meus passos apressados. Minha respiração estava pesada, e quando percebi, parei de correr. Apoie-me em uma árvore e passei o dorso da minha mão na testa, jogando alguns fios de cabelo para trás. Engoli em seco. Respirei lentamente, e o ar gélido envolveu meus pulmões lentamente.

Notei que eu não tinha nenhum plano formado, e correr sem direção resultaria em meu fracasso. Em primeiro lugar, eu sabia que parte do motivo da minha corrida desesperada se dava pelo fato de querer se afastar o mais rápido possível de Edward. Assim, sem nenhuma alternativa, só restaria a opção de salvar minha irmã.

A ânsia de voltar para salvá-lo era anulada pela necessidade de salvar a minha irmã. E mesmo que eu tivesse a opção de poupar a vida de Edward, o que me garantia que ele não avançaria contra mim, seguindo as ordens de Jasper feito um cão domesticado?

Por essa razão, fechei os olhos e deixei que os minutos corressem despercebidos. Relaxei todo os músculos do corpo, concentrando-me em um ponto especifico de minha coluna, conectando-me diretamente com os meus poderes. A pequena ardência surgiu inesperadamente a uma velocidade avassaladora, preenchendo todas as lacunas existentes de meu corpo. Cada molécula de meu ser ganhou vida, e tive que sorrir mediante a onda de prazer. De certa forma, meu corpo já estava acostumado com aquela ardência familiar, como se fizesse parte de quem eu havia me tornado.

Preciso encontrar Nessie. Preciso encontrar Nessie. Pensei, praticamente gritando para receber respostas, ou algo do tipo.

Tudo aquilo era muito novo para mim. E se parasse para pensar, também um pouco bizarro. Contudo, eu tinha uma única certeza: bastava acreditar, que de certa forma, o poder me levaria para o lugar certo.

Inesperadamente, consegui sentir a presença de algo muito ruim ao meu redor, que cobria todo o pátio como um manto. Ao invés de ficar maravilhada, fiquei petrificada devido a sensação de medo que se manifestou em meu consciente.

Respirei fundo.

Por alguns segundos, apenas me concentrei inteiramente na cortina que cercava todo o pátio. Simultaneamente, deixei que meus poderes emanassem de meu ser, expandindo-se pelo local. Pouco a pouco, abaixei a guarda, rejeitando a nebulosidade presente em minha cabeça. À medida que me permiti sentir todo aquele mal, pior fiquei. Engoli em seco a ânsia que se manifestou na minha garganta, e me ocupei em procurar pelo centro de todo aquela coisa repugnante. Quanto mais me permiti envolver pelas trevas, mais senti a presença de Jasper.

Até que encontrei.

Minhas pernas começaram a se movimentar involuntariamente. Minha mente foi invadida pelo completo breu, e de repente eu já não sabia aonde estava indo. A sola de meu pé doía por causa de algumas pedras e gravetos no caminho, mas não parei. O vento pareceu avançar contra mim, e meus pulmões pareciam congelar cada vez mais.

Em um momento, eu estava em um gramado totalmente aberto. Em outro, adentrei por um amontoado de árvores. Tive que pular por cima de um galho enorme, e por incrível que pareça, não doeu quando atingi o chão novamente. A calda de meu vestido deslizava sobre as folhas no caminho, e a voz de rejeição de Alice surgiu em minha mente por poucos segundos. Meus cabelos compridos atrapalhavam minha visão, e fui obrigada a correr ainda mais rápido, deixando os fios para trás junto com o vento.

Senti-me revigorada. A adrenalina corria por meu sangue de forma avassaladora. Eu já não sabia distinguir mais nada ao meu redor, e por alguns segundos fiquei curiosa para saber a quantos quilômetros eu estava correndo. Afinal, jamais fui capaz de correr daquele jeito quando humana.

Se você não é humana, o que é, Isabella? Perguntei-me, conscientemente.

Inesperadamente, escutei o barulho de passos apressados atrás de minhas costas. Não parei para conferir. Ao contrário, corri ainda mais rápido. Desconsiderei a possibilidade de estar sendo seguida por Jasper, pois senti seus poderes ainda muito longe. Muito menos, Edward, uma vez que meu corpo reconheceria sua presença imediatamente.

Seu rosto materializou-se em minha mente, e tive vontade gritar de pura frustração.

Sem querer, tropecei em uma pedra e acabei atingindo com toda força o gramado. Não tive a oportunidade de me levantar ou me segurar em qualquer coisa no caminho, pois meu corpo rolava e várias folhas secas grudavam em meu rosto. Dada a circunstância, pude jurar que meu corpo rolava em um morro íngreme. Nenhum som escapou dos meus lábios quando senti alguns galhos aranhando minha pele. Entretanto, fui obrigada a soltar um gemido no instante em que senti uma dor latejante surgir na parte de trás de minha cabeça. Quando finamente meu corpo parou de rolar e finalmente encontrou equilíbrio, apoiei minhas mãos no chão e tentei impulsionar meu corpo para cima. Contudo, minha cabeça começou a queimar e meus olhos ficaram embaraçados. Cai de cara no gramado.

Um líquido pegajoso começou a pingar em minha nuca. Passei a mão na ferida provocada durante minha queda, e meus dedos mergulharam em uma poça de sangue. Provavelmente minha cabeça raspou na ponta de uma pedra durante minha queda.

Minha respiração estava muito pesada, e meu corpo contorcia-se de frio devido ao gramado molhado. Que estação do ano era mesmo? Outono? Não importava, na verdade. Eu precisava me levantar e correr novamente. Infelizmente, não consegui distinguir aonde meu corpo começava e terminava. Infernos, por que minha cabeça doía tanto?

Não poderia ser o fim, não aquele jeito.

De repente, minha visão foi preenchida por um par de sapatos masculinos. Levantei a cabeça e me deparei com uma pessoa, com o rosto coberto por um capuz. Tentei gritar de frustração, mas nenhum som saiu de meus lábios. Eu estava fraca por culpa da perda de sangue. Era ele que estava me seguindo, sem dúvida alguma.

Maldição. Maldição. Por que não prestei mais atenção quando pensei que alguém me seguia?

E então tudo passou como um raio.

Lembro de ter sido envolvida por braços fortes, que em seguida me carregavam. Tentei lutar inutilmente, mas meu sistema nervoso ignorava todo os comandos. Consegui olhar para o rosto coberto pelo capuz, mas minha visão estava borrada.

Não durma Bella, não durma. – disse a voz enigmática.

Quis chorar e rir devido ao meu estado. De tanto que lutei, no final, deixei o amor da minha vida para trás e me despedacei no trajeto. Tentei salvar a minha irmã e não obtive êxito. Talvez Alice e Emmett conseguissem, afinal. Era mais do que obvio que eu estava sendo carregada por um dos capangas de Jasper. Meu fim nunca foi tão certo.

No fim, o ‘’ felizes para sempre’’ não existia. Somente mais uma piada, feita para rechear os contos de fada de ilusões e falsas esperanças.

Minha pálpebras pesavam. Meu peito doía a cada tragada de respiração e meu corpo não respondia aos meu comandos. Então, pensei em Edward.

Na primeira vez que me joguei em seus braços, que praticamente me ofereci na porta do seu quarto. O barulho da lareira nunca me pareceu tão acolhedor. Avancei para cima dele, e estávamos lutando. Edward foi muito ágil, e conseguiu me derrubar no chão e nossos corpos ficaram muito próximos um do outro e seus lábios invadiram os meus e aquela era a melhor sensação do mundo. Agora seus olhos dourados me fitavam maravilhados. “Tão linda.” Suas palavras ecoaram pela cabana, e nunca me senti tão maravilhosa e pronta para me entregar completamente para aquele homem.

Memórias. Foi tudo o que me restou. De repente, o anel pesou em meu dedo. “Você aceita se casar comigo?” Edward me salvou uma vez. Porém, dessa vez ele não tinha essa opção.

Não importa se vou morrer. Eu já estou morta há muito tempo, de todo jeito. Pensei amargamente.

Gentilmente, o dono do capuz pousou meu corpo dentro de um buraco proporcional à minha estatura. A luz da lua invadiu meus olhos e fiquei ainda mais confusa. O cheiro de terra era repugnante e comecei a sentir muito, muito medo. De repente, ele pegou uma pá e começou a jogar terra em cima do meu corpo. Quis gritar de terror, e não consegui evitar as lágrimas que rolavam por meu rosto.

– Jasper mentiu quando disse que essa era a sua última chance e a de Edward.

Mais terra. Ficou difícil respirar.

Tentei me mexer, mas não consegui. Minhas costas começaram a arder como nunca e uma nuvem negra cobriu a lua. O vento esbofeteou meu rosto e o capuz caiu do rosto da pessoa que estava me enterrando.

Não acreditei no que vi.

Minha garganta deixou escapar o som de surpresa e senti o gosto de sangue na bile. Encarei aqueles olhos castanhos e a pele morena e pensei que era um fantasma. Ouvi seu grito de terror ecoar na minha mente e lembrei do pesar que senti quando ele caiu do abismo.

– Você precisa confiar em mim, está certo? – Ele jogou terra no meu rosto e tapou minha visão.

Foi horrível. Não era justo morrer daquele jeito.

– Quando for o momento certo, você vai saber o que fazer para voltar. É a nossa única chance. Sua e a de Edward, principalmente. Vocês jamais serão felizes enquanto Jasper viver.

A terra começou a pesar incrivelmente em cima do meu corpo e fui perdendo os sentidos. Me senti muito, muito traída. Como sempre.

– A única coisa que precisa fazer é achar o antídoto. Edward escreveu tudo o que você precisa saber em um diário e vai encontrá-lo na mansão, em Dark Roses.

Os minutos passaram lentamente, e meus pulmões começaram a queimar dentro do peito, como se estivessem derretendo. Quando finalmente faltou oxigênio, meu consciente me levou para um abismo.

Eu caí.

E fui caindo...

Caindo...

Até que tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

Isso mesmo, eu voltei e ainda resolvi colocar lenha na fogueira. Então, vocês (minhas leitoras fiéis e que sempre deixam comentários) provavelmente se perguntaram aonde foi que andei, e aqui vai: A faculdade e o meu trabalho estão tomando a maior parte do tempo. Mas como sou uma alma boa, e com a ajuda da minha beta, resolvi escrevi DOIS capítulos. Esse eu já postei, e o outro vai ser postado AMANHÃ!
TENHO UMA SURPRESA PRA VOCÊS. DUAS, NA VERDADE.
Não deixem de comentar. Estou curioso para saber a opinião de vocês.
Aguardem.
Abraços, Ruan
27/09