Ryden Exists escrita por thisistherealryanross


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me novamente, estou em período de provas trimestrais e um pouco sem criatividade, então não sei se vou ter tanto tempo de postar, mas vou fazer o possível. Aqui está



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Era segunda-feira, e fazia uma semana que Ryan não ia à escola. O garoto estava tão doente que mal conseguia se mover. Ryan estava mais calmo: não era mais grosso com as pessoas e não ficava mais estressado. À medida que ia piorando, Ryan parecia mais feliz, e isso era estranho. Alex começava a pensar que seu amigo queria mesmo morrer

Spencer foi até a casa de Ryan lhe fazer companhia

- Você parece estar feliz

- Não estou feliz, só não estou preocupado comigo

- Mas devia estar

- Por que?

- Porque você está muito doente

- Se quer saber, eu estou pouco me lixando para isso

- Então quer dizer que você não se importa de não poder nem se mover?

- Sim, é exatamente isso que eu quero dizer

Para a surpresa de Spencer, Ryan conseguiu estender seu braço para pegar um CD que ficava na prateleira, mas quando foi apanhá-lo, a manga de seu casaco caiu

- O que são essas coisas no seu braço? - Spencer perguntou

- Nada

- Ryan?

- Não são nada, é verdade

- São sim. São cortes. Por favor, me diga que você não tentou se matar

Ryan não respondeu

- Ryan, por favor...

- Sim, é verdade! Eu tentei mesmo me matar! Feliz?

- Você é louco?

- Spencer, apenas olhe para mim. Meu caso não tem solução, minha mãe já tentou de tudo, mas nada adianta, ela está desesperada!

- Iria ficar mais ainda se soubesse que você cortou todo o seu braço na esperança de morrer!

- Me diga uma coisa: o que você faria no meu lugar?

Spencer calou-se

- Não sabe, não é mesmo? Eu mal posso me mexer de tão doente, já tomei bilhões de remédios, cada um mais forte que o outro. Eu sinto dores horríveis todos os dias, e para piorar eu só posso andar com muletas! Você não sabe como eu me sinto. Você não sabe como é sofrer, você não sabe como é sentir dor de verdade, você não sabe como é chegar em um ponto de doença que nem um milhão de remédios podem ajudar! Você acha que eu quero viver nessas condições? Você acha que é legal ficar trancafiado em casa o dia todo? Acho que não.

- Você tem razão, Ryan. Eu não sei. Mas eu te imploro, não tente se matar novamente. Para tudo tem uma solução. Por favor, Ryan, por favor!

- Droga, Spencer, eu não aguento mais essa vida!

- Eu sei, Ryan, mas por favor...

- E para piorar tudo, o Brendon está me ligando de novo

- Atenda. Só desta vez

- Você acha que eu vou conseguir segurar um celular?

- Eu seguro para você

- Ok... - Ryan cedeu - A-alô?

- Ryan! Que saudades! Como você está?

- Eu... Prefiro não comentar sobre isso

- Alex já me contou que você disse a ele que não quer mais viver. V-você n-não tentou se matar... Né?

- Eu... Não, não tentei - Mentiu-

- Ainda bem, eu fiquei preocupado

- Não se preocupe, eu estou bem. Como está sua prima?

- Melhor do que eu esperava, talvez nós até voltemos mais cedo

- J-jura?

- Sim!

Aquela havia sido a única boa(e também melhor) notícia que Ryan recebera em uma semana

- Legal

- E então, o que você tem feito?

- Nada demais, e você?

- Também. A minha mãe me matriculou em uma escola nova, é um tédio, eu não conheço ninguém

- Veja pelo lado bom

- E qual seria?

- Você não precisa aturar a zoiuda. Quero dizer Sarah

- É verdade - Brendon riu - E como está a escola aí?

- Escute, Brendon, eu não vou mentir: não estou indo à escola desde segunda-feira passada

- O-o q-que houve?

- Melhor eu desligar

- Ryan? Está tudo bem? Por favor, diga que sim

- Eu... Tchau, Brendon

Ryan desligou o celular

- E aí?

- Ele me disse que talvez volte mais cedo

- Viu só? As coisas estão começando a melhorar

- Só se for para você. O Brendon pode voltar um ou dois dias antes, não faz a mínima diferença para mim. E isso não vai diminuir minha dor, se você quer saber

- Ryan, por favor...

- Por favor você, Spencer. Não me julgue, porque você não sabe a dor que eu sinto

- Então me prometa uma coisa

- Eu já sei o que, e eu não prometo nada, me desculpe.

- Pense melhor no que você está fazendo, Ryan. Pense na sua mãe, pense nos seus amigos, pense em todos que sentirão sua falta

- Você acha que e não me importo com essas pessoas, Spencer? É claro que eu me importo, acontece que a minha vida já deixou há muito tempo de depender dessas pessoas. É a minha vida, e eu faço o que quiser com ela.

- Ouça, eu sei que você está sofrendo,  mas por favor, pense nessas pessoas antes de fazer besteira. O que você acha que sua mãe sentiria se chegasse do trabalho e encontrasse a única alegria da vida dela morta no chão da sala? Eu estou te implorando, Ryan, pense.

- Chega. Não quero mais falar sobre isso, vamos mudar de assunto

- Então, sobre o que você quer falar?

- Eu não sei. Sobre o que você quer falar?

- Bem, eu... Não sei, quer ver algum filme

- Claro, já que é uma das poucas coisas que eu posso fazer

- Qual filme?

- Escolha você

Spencer colocou um filme no DVD, que terminou duas horas depois

- Olá, amores!

- Oi, mãe

- Oi

- Tudo bem com vocês?

- Tudo - Ryan mentiu -, e você?

- Tudo. Você está bem mesmo, Ryan?

- Estou, só não consigo me mover muito

- Eu comprei um remédio

- Só pode ser uma piada

- Por que?

- Mãe, você já me deu uns dez remédios diferentes, e nenhum adiantou

- Não custa tentar outra vez. Alguma solução tem, e nós vamos encontrá-la

- Claro, no dia que descobrirem a cura da AIDS

- Ah, Ryan, eu repito: não custa tentar outra vez. Você sabe que eu me preocupo

- Eu sei, mas... não quero que você fique perdendo seu tempo com uma coisa que não tem solução

- Alguma solução tem, agora venha cá que eu vou te dar o remédio

- Eu não consigo ir aí

- Ah, é verdade, me desculpe. Eu vou pegar a água e já volto

- Tudo bem

- Pronto

Ryan engoliu o comprimido e em seguida bebeu a água

- Eu gostaria de poder sair daqui. Não aguento mais ficar sentado ou deitado o dia todo dentro de casa

- Eu também gostaria, querido, mas você sabe que não pode

- É, eu sei

- Vocês vão querer jantar o que?

- Eu acho que preciso ir

- Ah não, fique para jantar Spencer, você pode ligar para sua mãe

- Ok, obrigado - Spencer sorriu

A mãe de Spencer permitiu que ele ficasse

- O que vocês vão querer?

- Não sei. O que o Spencer quiser está bom para mim

- Eu também não sei

- Vocês são muito indecisos. Macarrão, que tal?

- Spencer?

- Por mim tudo bem, seria ótimo

- Então pode ser

- Ok, vou preparar

Depois de meia hora a mãe de Ryan os chamou para jantar

- Está delicioso

- Se eu pelo menos conseguisse comer, poderia dizer que está maravilhoso - Ryan disse, enquanto ria

- Eu te ajudo, querido. Abra a boquinha

- Para, mãe!

- Spencer já é de casa, ele não se importa

- Obviamente não - Spencer ria

- Mas eu me importo. Mal a boca eu consigo mexer

- Oh, Ryan... Pelo menos tente

- Ok. Ah, isso dói

- Nossa, Ryan, tudo dói

- Para você ter uma noção. Deu, mãe, deixa pra lá

- Não vou deixar você passar fome

- Não tem problema, não estou com fome

- Eu sei muito bem que você não come nada durante a tarde, e vai ficar mais doente ainda se não começar a mudar isso. Agora abra essa boca e lute contra a dor

- Está bem... - Ryan disse, de má vontade

Enquando isso, Brendon conversava com a prima

- Estou preocupado

- O que houve?

- Ryan disse que não vai à escola desde segunda-feira passada, mas quando eu pergunteo o que tinha acontecido, ele disse que precisava ir e desligou na minha cara

- Talvez ele precisasse mesmo ir

- Não, não precisava. Ele sempre usa essa desculpa para não falar as coisas. E agora, o que eu faço?

- Se acalme, talvez só seja coisa da sua imaginação

- Bem que eu gostaria, mas pude escutar perfeitamente o tom de preocupação em sua voz

- Então por que você não liga para ele de novo?

- Para ele desligar na minha cara novamente? Eu vou ligar para o Spencer

- Ok

Brendon discou o número do celular do amigo e esperou

- Alô?

- Spencer, é o Brendon

- Ah, oi

- Oi. Está tudo bem com o Ryan?

- Sim, por que?

- Porque ele disse que havia faltado aula desde segunda-feira passada e quando perguntei o que tinha acontecido, ele desligou na minha cara

- Que estranho... Mas é porque as aulas foram canceladas, mas amanhã já voltamos - Mentiu

- Ah ta... Desculpe incomodar

- Não incomodou

- A gente se fala, tchau

- Tchau

- E aí? - Lucy perguntou

- Spencer disse que as aulas foram canceladas e que amanhã eles voltam. Ele está mentindo, alguma coisa está acontecendo com o Ryan. E coisa boa, não é.


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