Ryden Exists escrita por thisistherealryanross
Notas iniciais do capítulo
Desculpem-me novamente, estou em período de provas trimestrais e um pouco sem criatividade, então não sei se vou ter tanto tempo de postar, mas vou fazer o possível. Aqui está
Era segunda-feira, e fazia uma semana que Ryan não ia à escola. O garoto estava tão doente que mal conseguia se mover. Ryan estava mais calmo: não era mais grosso com as pessoas e não ficava mais estressado. À medida que ia piorando, Ryan parecia mais feliz, e isso era estranho. Alex começava a pensar que seu amigo queria mesmo morrer
Spencer foi até a casa de Ryan lhe fazer companhia
- Você parece estar feliz
- Não estou feliz, só não estou preocupado comigo
- Mas devia estar
- Por que?
- Porque você está muito doente
- Se quer saber, eu estou pouco me lixando para isso
- Então quer dizer que você não se importa de não poder nem se mover?
- Sim, é exatamente isso que eu quero dizer
Para a surpresa de Spencer, Ryan conseguiu estender seu braço para pegar um CD que ficava na prateleira, mas quando foi apanhá-lo, a manga de seu casaco caiu
- O que são essas coisas no seu braço? - Spencer perguntou
- Nada
- Ryan?
- Não são nada, é verdade
- São sim. São cortes. Por favor, me diga que você não tentou se matar
Ryan não respondeu
- Ryan, por favor...
- Sim, é verdade! Eu tentei mesmo me matar! Feliz?
- Você é louco?
- Spencer, apenas olhe para mim. Meu caso não tem solução, minha mãe já tentou de tudo, mas nada adianta, ela está desesperada!
- Iria ficar mais ainda se soubesse que você cortou todo o seu braço na esperança de morrer!
- Me diga uma coisa: o que você faria no meu lugar?
Spencer calou-se
- Não sabe, não é mesmo? Eu mal posso me mexer de tão doente, já tomei bilhões de remédios, cada um mais forte que o outro. Eu sinto dores horríveis todos os dias, e para piorar eu só posso andar com muletas! Você não sabe como eu me sinto. Você não sabe como é sofrer, você não sabe como é sentir dor de verdade, você não sabe como é chegar em um ponto de doença que nem um milhão de remédios podem ajudar! Você acha que eu quero viver nessas condições? Você acha que é legal ficar trancafiado em casa o dia todo? Acho que não.
- Você tem razão, Ryan. Eu não sei. Mas eu te imploro, não tente se matar novamente. Para tudo tem uma solução. Por favor, Ryan, por favor!
- Droga, Spencer, eu não aguento mais essa vida!
- Eu sei, Ryan, mas por favor...
- E para piorar tudo, o Brendon está me ligando de novo
- Atenda. Só desta vez
- Você acha que eu vou conseguir segurar um celular?
- Eu seguro para você
- Ok... - Ryan cedeu - A-alô?
- Ryan! Que saudades! Como você está?
- Eu... Prefiro não comentar sobre isso
- Alex já me contou que você disse a ele que não quer mais viver. V-você n-não tentou se matar... Né?
- Eu... Não, não tentei - Mentiu-
- Ainda bem, eu fiquei preocupado
- Não se preocupe, eu estou bem. Como está sua prima?
- Melhor do que eu esperava, talvez nós até voltemos mais cedo
- J-jura?
- Sim!
Aquela havia sido a única boa(e também melhor) notícia que Ryan recebera em uma semana
- Legal
- E então, o que você tem feito?
- Nada demais, e você?
- Também. A minha mãe me matriculou em uma escola nova, é um tédio, eu não conheço ninguém
- Veja pelo lado bom
- E qual seria?
- Você não precisa aturar a zoiuda. Quero dizer Sarah
- É verdade - Brendon riu - E como está a escola aí?
- Escute, Brendon, eu não vou mentir: não estou indo à escola desde segunda-feira passada
- O-o q-que houve?
- Melhor eu desligar
- Ryan? Está tudo bem? Por favor, diga que sim
- Eu... Tchau, Brendon
Ryan desligou o celular
- E aí?
- Ele me disse que talvez volte mais cedo
- Viu só? As coisas estão começando a melhorar
- Só se for para você. O Brendon pode voltar um ou dois dias antes, não faz a mínima diferença para mim. E isso não vai diminuir minha dor, se você quer saber
- Ryan, por favor...
- Por favor você, Spencer. Não me julgue, porque você não sabe a dor que eu sinto
- Então me prometa uma coisa
- Eu já sei o que, e eu não prometo nada, me desculpe.
- Pense melhor no que você está fazendo, Ryan. Pense na sua mãe, pense nos seus amigos, pense em todos que sentirão sua falta
- Você acha que e não me importo com essas pessoas, Spencer? É claro que eu me importo, acontece que a minha vida já deixou há muito tempo de depender dessas pessoas. É a minha vida, e eu faço o que quiser com ela.
- Ouça, eu sei que você está sofrendo, mas por favor, pense nessas pessoas antes de fazer besteira. O que você acha que sua mãe sentiria se chegasse do trabalho e encontrasse a única alegria da vida dela morta no chão da sala? Eu estou te implorando, Ryan, pense.
- Chega. Não quero mais falar sobre isso, vamos mudar de assunto
- Então, sobre o que você quer falar?
- Eu não sei. Sobre o que você quer falar?
- Bem, eu... Não sei, quer ver algum filme
- Claro, já que é uma das poucas coisas que eu posso fazer
- Qual filme?
- Escolha você
Spencer colocou um filme no DVD, que terminou duas horas depois
- Olá, amores!
- Oi, mãe
- Oi
- Tudo bem com vocês?
- Tudo - Ryan mentiu -, e você?
- Tudo. Você está bem mesmo, Ryan?
- Estou, só não consigo me mover muito
- Eu comprei um remédio
- Só pode ser uma piada
- Por que?
- Mãe, você já me deu uns dez remédios diferentes, e nenhum adiantou
- Não custa tentar outra vez. Alguma solução tem, e nós vamos encontrá-la
- Claro, no dia que descobrirem a cura da AIDS
- Ah, Ryan, eu repito: não custa tentar outra vez. Você sabe que eu me preocupo
- Eu sei, mas... não quero que você fique perdendo seu tempo com uma coisa que não tem solução
- Alguma solução tem, agora venha cá que eu vou te dar o remédio
- Eu não consigo ir aí
- Ah, é verdade, me desculpe. Eu vou pegar a água e já volto
- Tudo bem
- Pronto
Ryan engoliu o comprimido e em seguida bebeu a água
- Eu gostaria de poder sair daqui. Não aguento mais ficar sentado ou deitado o dia todo dentro de casa
- Eu também gostaria, querido, mas você sabe que não pode
- É, eu sei
- Vocês vão querer jantar o que?
- Eu acho que preciso ir
- Ah não, fique para jantar Spencer, você pode ligar para sua mãe
- Ok, obrigado - Spencer sorriu
A mãe de Spencer permitiu que ele ficasse
- O que vocês vão querer?
- Não sei. O que o Spencer quiser está bom para mim
- Eu também não sei
- Vocês são muito indecisos. Macarrão, que tal?
- Spencer?
- Por mim tudo bem, seria ótimo
- Então pode ser
- Ok, vou preparar
Depois de meia hora a mãe de Ryan os chamou para jantar
- Está delicioso
- Se eu pelo menos conseguisse comer, poderia dizer que está maravilhoso - Ryan disse, enquanto ria
- Eu te ajudo, querido. Abra a boquinha
- Para, mãe!
- Spencer já é de casa, ele não se importa
- Obviamente não - Spencer ria
- Mas eu me importo. Mal a boca eu consigo mexer
- Oh, Ryan... Pelo menos tente
- Ok. Ah, isso dói
- Nossa, Ryan, tudo dói
- Para você ter uma noção. Deu, mãe, deixa pra lá
- Não vou deixar você passar fome
- Não tem problema, não estou com fome
- Eu sei muito bem que você não come nada durante a tarde, e vai ficar mais doente ainda se não começar a mudar isso. Agora abra essa boca e lute contra a dor
- Está bem... - Ryan disse, de má vontade
Enquando isso, Brendon conversava com a prima
- Estou preocupado
- O que houve?
- Ryan disse que não vai à escola desde segunda-feira passada, mas quando eu pergunteo o que tinha acontecido, ele disse que precisava ir e desligou na minha cara
- Talvez ele precisasse mesmo ir
- Não, não precisava. Ele sempre usa essa desculpa para não falar as coisas. E agora, o que eu faço?
- Se acalme, talvez só seja coisa da sua imaginação
- Bem que eu gostaria, mas pude escutar perfeitamente o tom de preocupação em sua voz
- Então por que você não liga para ele de novo?
- Para ele desligar na minha cara novamente? Eu vou ligar para o Spencer
- Ok
Brendon discou o número do celular do amigo e esperou
- Alô?
- Spencer, é o Brendon
- Ah, oi
- Oi. Está tudo bem com o Ryan?
- Sim, por que?
- Porque ele disse que havia faltado aula desde segunda-feira passada e quando perguntei o que tinha acontecido, ele desligou na minha cara
- Que estranho... Mas é porque as aulas foram canceladas, mas amanhã já voltamos - Mentiu
- Ah ta... Desculpe incomodar
- Não incomodou
- A gente se fala, tchau
- Tchau
- E aí? - Lucy perguntou
- Spencer disse que as aulas foram canceladas e que amanhã eles voltam. Ele está mentindo, alguma coisa está acontecendo com o Ryan. E coisa boa, não é.
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