Na tarde seguinte, Ryan estava um pouco melhor, e Alex foi visitá-lo

- Como você está?

- Não muito bem, como você pode notar

- Mas você está mal em que sentido?

- Estou doente

- Só isso?

- Ok, eu admito, estou com saudades do Brendon. Não aguento mais, Alex - Ryan colocou sua cabeça no ombro do amigo e então começou a chorar

- Ah, Ryan, eu não aguento te ver assim. Por que você não liga para ele?

- Não, isso só iria piorar tudo!

- Você tem que fazer alguma coisa, Ry, não faz bem sofrer assim

- Eu sei, Alex, mas eu não consigo evitar - Ryan chorava ainda mais

- Ele está ligando. Você não vai atender?

- Não

- O seu telefone não vai parar de tocar

- Não me importa

- Ok...

- Droga, Brendon, para de me ligar! - Ryan atendeu o celular e gritou, chorando desesperadamente

- Calma, Ryan - Alex disse, quando viu o amigo desligar o telefone

- Como vou me acalmar, Alex, se o Brendon não para de me ligar?

- Apenas fale com ele

- Está ligando de novo. O que você quer?

- Ryan, por que você está me tratando assim?

- Você não tem que saber

- Tenho sim, não aguento mais, Ryan! O que houve? Me conte, por favor

- Não está aguentando? Eu ouvi direito? Você não aguenta mais? Você não está passando nem metade do que eu estou passando, você não está sofrendo como eu estou, então você não tem o direito de dizer isso! Quantas vezes eu vou ter que falar? Não me liga mais, me deixa em paz se não quiser me ver triste! - Ryan disse, desligando na cara de Brendon

- Ryan...

- Droga, Alex, eu não aguento! Eu não quero mais viver!

- Não diga isso, Ry. Vai ficar tudo bem. Eu e os meninos sempre estaremos com você. Se acalme

- Não tem como, Alex. Droga, qual é o problema do Brendon? Ele está ligando de novo!

- Deixa que eu atendo. Alô?

- Alex, o que está acontecendo com o Ryan? Estou escutando ele chorar aí do seu lado

- Brendon, você acha que tem alguma possibilidade de voltar mais cedo?

- Depende de como minha prima estiver

- E como ela está?

- O que você acha? Ela perdeu os pais

- E de alguma visita por aqui?

- Não. Por que?

- É que... - Alex foi para outro lugar da casa, que não ficasse perto do amigo - O Ryan não está bem. Nem um pouco bem. Ele sente muito sua falta, chora todos os dias e há pouco me disse que não quer mais viver

- Ele... Disse isso?

- Disse. Brendon, por favor, faça alguma coisa, não aguento ver ele assim, é doloroso saber que ele está completamente triste e eu não posso fazer nada. Nada mais o anima, ele não consegue te tirar da cabeça

- Por que ele não quer falar comigo?

- Porque ele diz que vai sentir ainda mais sua falta

- Mas e se eu telefonar todos os dias para ele?

- Não sei se eu consigo convencê-lo, mas vou tentar. E não é só isso, o Ryan faltou aula ontem e hoje, ele está muito doente. Já foi no médico e tomou remédios, mas nada adiantou. A mãe dele não sabe mais o que fazer

- Oh meu Deus, deixe-me falar com ele

- Não, o Ryan não vai querer, ele está chorando muito. Vou lá ficar com ele, eu tento convencê-lo a falar com você, daí eu te ligo

- Ok, tchau, Alex, orbigado por me contar

- De nada, tchau, melhoras para sua prima

- Obrigado

- Pronto, Ry. Se acalme, olha, eu tive uma ideia: por que você não liga para o Brendon todos os dias?

- Não, eu não vou. Me nego a falar com ele!

- Eu sei que você não quer, Ryan, mas pense bem. O Brendon também sente dua falta! Ou você acha que é fácil para ele?

- Olhe para mim, Alex. Eu choro o dia todo e ainda por cima estou doente. Você acha que ele está sofrendo tanto quanto eu?

- Não, não acho. Mas está sendo difícil para ele também

- Como pode ter tanta certeza?

- Porque ele me disse

- E você acreditou?

- Escute, Ryan, é só você que não quer acreditar, então eu desisto. Se mudar de ideia me avise

- Não vou mudar de ideia

- Então ta...

Enquanto isso, na casa da prima de Brendon...

- Se acalme, Lucy, vai ficar tudo bem

- Eu sei, mas é muito difícil, Brendon

- Você vai se recuperar ao longo dos dias. Sepois você vai para Los Angeles conosco, vai estudar em uma nova escola que fica perto de minha casa e vai fazer amigos incríveis. Eu tenho uma amiga chamada Anna, e ela é maravilhosa, como você. Vamos ser uma família muito, muito, muito feliz, eu prometo - Brendon sorriu

- Obrigada, Brenny, por tudo! Você é como um irmão para mim. Sempre soube como acabar com minha tristeza. Eu te amo muito

- Eu também te amo muito, Lucy - Brendon abraçou-a

- E então, você está namorando alguém?

- Não... Mas estou apaixonado por alguém

- E como ela é?

- Não é bem ela... É ele

- Oh! E como ele é?

- É um dos meus melhores amigos. Se chama Ryan, ele mora na frente da minha casa. Ele... É muito bonito. Já tentei ligar para ele várias vezes, mas ele sempre diz a mesma coisa: para eu deixá-lo em paz

- Então por que nós não vamos para Los Angeles mais cedo?

- Muito orbigado, Lucy, mas não é tão fácil se adaptar a um novo lugar, longe de onde você cresceu

- Você fez isso por mim, eu vou fazer por você

- Mas você precisava, e eu não preciso.

- Brendon, eu quero fazer isso

- Não, Lucy. Você precisa ficar aqui pelo tempo que meus pais determinaram. Deixe isso para lá, ok?

- Ok...

- E você, está gostando de alguém?

- Sim. Ele é um menino da minha sala, ele também gosta de mim, mas como eu vou me mudar, não vai dar certo

- Eu sinto muito

- Obrigada, mas não tem problema, eu nem gosto tanto assim dele

- Você tem certeza que vai gostar de ir para Los Angeles?

- Claro que sim! Conhecer lugares e pessoas novas nunca será um problema para mim

- Que bom então, fico feliz

- E ainda conhecer o namorado do meu primo? Claro que eu vou amar!

- Ele... Não é meu namorado

- Ainda

- Ultimamente tem sido difícil. Ele não quer me ver nem falar comigo

- Mas ele vai querer, não se preocupe

- Eu espero que sim. Me ver ele vai poder só daqui a um mês, mas ele bem que poderia atender minhas ligações. Ryan está mal. Eu liguei para ele e o ouvi chorando, ele está doente e meu amigo Alex falou para mim que o Ryan disse para ele que não quer mais viver

- Nossa! Ele está mal mesmo

- Nem me fale. Eu estou muito preocupado. E se ele tentar mesmo se matar?

- Acho que não, vai ver foi só uma forma de falar

- Não, não foi. Eu conheço Ryan, ele nunca diria algo deste tipo se não fosse verdade. Ele não brinca com esse tipo de coisa. Eu estou com medo

- Se acalme, Brenny. Quem sabe se ele vai melhorar?

- Espero que sim

Enquanto isso, em Los Angeles...

- Eu acho que vou indo, está tarde. Se você ficar bem é claro

- Pode ir, sem problemas

- Ok. Ryan, por favor, não faça nada., ok? Eu me mataria se algo acontecesse a você. Tente relaxar, não pense que o Brendon está longe

- Ok

- E não vai fazer nenhum mal você conversar com ele. Ambos precisam muito um do outro. Por favor, Ryan

- Isso eu não garanto

- Ok, mas... Pense bem

- Vou pensar

- Promete?

- Prometo. Obrigado pela visita, Alex

- Disponha. Tchau, Ryan

- Tchau

No dia seguinte, Ryan estava um pouco melhor. Bem pouco. Sua mãe faltou no trabalho para ficar em casa cuidando-o, então à tarde Spencer e Jon foram visitá-lo e a mãe de Ryan foi para o trabalho

- Você está bem?

- Por que sempre esta eprgunta? Estou bem, pela bilionésima vez

- Porque nos preocupamos com você

- Vocês não têm com o que se preocupar

- Você está brincando, não é?

- Não, estou falando sério

- Ryan, todos sabemos que você está doente e com saudades do Brendon

- Que se dane o Brendon, ok? Estou pouco me lixando para ele. E por que sempre vocês têm que metê-lo na conversam? Esqueçam ele!

- Ok, desculpe... - Spencer e Jon estranharam a atitude do amigo. Ryan nunca havia dito algo parecido. Eles sabiam que alguma coisa estava errada

- Tudo bem

- Você quer fazer o que?

- Poucas coisas eu posso fazer. Estou andando com ajuda de muletas e estou doente

Spencer e Jon sentiram a dor do amigo ao falar aquilo. Ryan estava péssimo. Nada mais podia o ajudar. Todos tentavam de tudo para vê-lo feliz, mas nada adiantava. Por vezes Ryan abria um sorriso e demonstrava animação, mas todos sabiam que era fingimento. Por dentro, Ryan estava desabando aos poucos, e percebia-se isso claramente. Depois de escutarem o amigo falando aquilo, Spencer e Jon não saíam mais por aí dizendo "eu não sou feliz", pois eles não sabiam realmente como era ser infeliz.

Passaram-se quatro dias, e Ryan estava cada vez mais estranho: ficava estressado facilmente, machucava-se facilmente e era sensível a tudo. Sempre era grosso com as pessoas. Desde então, algumas dessas pessoas afastaram-se dele. Ryan ficava mais triste a cada dia, mas é claro que Jon, Spencer, Alex e Anna não o abandonaram. Faziam visitas a Ryan todos os dias e tentavam sempre deixá-lo feliz. Tudo que queriam era ver um sorriso no rosto do amigo, mas um sorriso verdadeiro, uma felicidade verdadeira. Todas as suas tentativas falharam. As ideias estavam esgotando, e então tiraram uma conclusão: absolutamente nada fazia Ryan feliz.

O garoto caminhava triste o dia todo pela casa. Olhava pela janela todos os dias e via uma casa vazia. Sua mãe novamente levou-o ao médico, que novamente receitou remédios. E novamente, não adiantaram. Enquanto a mãe de Ryan ficava desesperada, sem saber o que fazer, o garoto parecia não se importar consigo mesmo. Ficava todos os dias fazendo as mesmas coisas, recebendo em sua casa as mesmas pessoas. Sua vida começava a se tornar um tédio, mas Ryan continuava sem se importar