Depois que Annabeth saiu correndo dali, o tempo pareceu demorar uma eternidade.

Percy ajudou a ruiva a levantar, mas encarava o vazio onde a loira estava, o resto dos semideuses encaravam atônitos a cena.

Rachel quebrou o silêncio:

-Hum, obrigada Percy.

- De nada, - respondeu ele com um sorriso sem jeito.- Não poderia deixar você quebrar a cara no chão.

Thalia estava, realmente, de boca aberta, assim como muito dos outros telespectadores.

Depois do silencio, veio o barulho.

Todos falando ao mesmo tempo, sem ninguém se escutar muito menos entender o que a pessoa ao seu lado falava.

Afrodite então, estava desolada.

Atena gritava constantemente com Poseidon, que respondia na mesma moeda.

Piper estava totalmente perdida, era difícil ver uma de suas melhores amigas sair chorando por ai na mesma noite em que seu aniversário se torna um circo de horrores na mesma noite em que seu namorado some novamente.

Os únicos que pareciam se beneficiar dos fatos eram os Stolls que se tornaram os novos cinegrafistas da TV Hefestos e aproveitavam a oportunidade para entrevistar pessoas e roubar o enfeite central das mesas.

Mas Percy realmente parecia o mais abalado.

Ele odiava ver Annie chorar.

Preferia vê-la sorrindo ou até mesmo brava.

Mas não chorando.

E se chorar, ele queria estar ao seu lado, com a cabeça dela em seu colo enquanto ele brincava com seus cabelos e fazendo outras brincadeiras para que ela parasse de chorar e abrisse um sorriso. Que o chama-se de bobo e lhe desse um beijo que só Annabeth pode dar.

Mas agora isso não ocorreria mais.

A única coisa que ele pode fazer foi correr atrás dela, gritando seu nome e torcendo para encontra-la.

Thalia percebeu isso também e decidiu, pelo menos, dar um fim ao karaokê.

- Ok,- disse ela rapidamente.- Nova brincadeira: Caça o Tesouro. Quem achar a Annabeth ganha 570 pontos, agora vão.

Sem nem mais esperar um segundo, todos correram a procura da loira.

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Annabeth não conseguia acreditar.

Ela era uma filha de Atena, precisava pensar, racionalizar, bolar um plano complicado, que eliminasse todas as possibilidades dele falhar, e não sair correndo do mundo.

Mas não conseguiu.

Precisava fugir.

Fugir e chorar.

Ela sabia que chorar não adiantava nada, mais pelo menos era melhor do que ver o Percy com aquela... aquela... aquela oráculo ladra de namorados.

Foi aí que a ficha caiu realmente: Percy não era mais seu namorado.

As lagrimas que tentara ocultar agora fluíam livremente.

Ela estava sentada em um tronco oco, vendo as lágrimas caírem no lago, formando círculos que borravam o seu próprio reflexo e tentando esquecer o rosto dele.

Mas era impossível.

As lembranças viam num fluxo tão rápido quanto as lagrimas.

Lembrou- se da primeira vez que vira, quando ainda era o menino recém chegado que matara o minotauro.

Lembrou-se do jeito fofo que ele babava enquanto dormia.

Lembrou-se de sua primeira aventura juntos, e de todas as outras que vieram depois.

Lembrou-se do jeito que, de uma hora pra outra, começou a se importar com a opinião dele.

Lembrou-se do jeito que os olhos verdes dele brilhavam quando a via.

Lembrou-se de quando tomou coragem para beija-lo, e de como havia se sentido quando achou que ele estava morto.

Lembrou-se das brincadeiras que dele que a faziam rir.

Lembrou-se de como passavam as tardes abraçados na praia, ela lendo e ele só observando-a.

E agora, tudo isso havia acabado.

Percy, por que você foi fazer isso? Pensou ela. Por que você foi querer acabar tudo?

Ela chorava enquanto uma voz atrás dela a tirou de seus pensamentos:

- Anna, eu sabia que algum dia você acabaria chorando por ele.

Uma voz que ela conhecia muito bem, mas que muito não ouvia mais.

- Você...