Lá fora, caia uma chuva forte, o céu estava escuro, mas eu e o Math nem ligamos. Ficamos a tarde inteira conversando bobagens e assistindo um monte de filmes.

– Mô, tá tarde... Acho melhor eu ir! - Mathew se levantou.

– Poxa, fica mais um pouco! Ainda tá chovendo... - Pedi.

– Hmm, vou ficar só por causa da chuva, viu! - Math me abraçou.

– Sei, sei...

Caimos no sofá e Math ficou fazendo cósquinhas em mim.

– Hahaha, para Math! - Pedi em meio aos risos.

– Então eu vou embora... - Ele parou e se levantou.

– Não! Continua então. Eu deixo...

– Tenho mesmo que ir, princesa! Meu pai vai me matar, não dei notícias o dia inteiro. - Ele me levantou.

– Tá bom... - Fiz carinha triste.

Mathew me abraçou, logo depois beijando a minha testa.

– Se cuida, mô! Te amo muito...

– Também te amo demais, Mathew!

– Não tenho dúvidas! - Ele sorriu e saiu.

O domingo passou chato, como sempre. Odeio domingos, porque sempre tenho que dormir bem cedo para conseguir acordar na hora, no outro dia.

Quando acordei, eram umas 6:30 da manhã. Acordei cansada, com os olhos pesando, mas eu sempre acordo assim. Me arrastei até o banheiro, escovei os dentes e tomei um banho. A água quente batia em minhas costas com força, então relaxei. Depois do banho, vesti o uniforme, peguei minha mochila e desci. Minha mãe já estava acordada.

– Já vai, filha? Não quer comer nada?

– Não, mãe! Valeu... - Disse enquanto saia.

Coloquei os fones de ouvido, e aumentei a música no último volume. Isso me faz bem, faz com que eu esqueça os problemas e vá "para outro mundo"...

Pov's Mathew

Cheguei na escola procurando por Amy, mas não a vi. Deixei minha mochila numa cadeira lá do fundo e fui andar pela escola, ainda faltavam vinte minutos para o sinal bater.

– Oi cara! - Bruno me cumprimentou.

– E aí? - Respondi.

– Putz, então é verdade?

– O que é verdade? - Perguntei confuso.

– Ué, não tá sabendo? Estão dizendo que você e a Anne... Ah, você sabe! - Bruno riu.

– Não, mas não rolou nada! E como assim " Estão dizendo..." ? - Perguntei irritado.

– Tipo, a escola inteira está falando!

– Droga! - Chutei a lixeira.

– Cara, agora é tarde!

– Mas não aconteceu nada! - Gritei.

– Se você tá dizendo... - Bruno levantou as mãos em sinal de rendição e saiu.

Sai correndo para procurar Amy e tentar poupar de que ela soubesse dessa mentira. Eu não sabia se falava primeiro com a Anne, para esclarecer essa história, ou se procuraria Amy. Decidi ir atrás de Amy, porque depois seria tarde demais. Corri feito um louco pela escola, mas não a achei.

Pov's Amy

Quando cheguei na escola, Katy veio em minha direção ofegante, como se me procurasse a horas.

– Ei, calma! O que aconteceu? - Perguntei.

– Espera, eu vou te contar! - Katy suspirava várias vezes para recuperar o fôlego perdido. - Ufa, pronto! Melhorou...

– Anda, você tá me deixando curiosa! - Apressei-a.

– Tá, mas eu acho melhor você sentar...

– É tão grave assim? - Perguntei sentando num banco de madeira.

– Infelizmente sim.

– Conta logo, Katy! - Gritei.

– Então, vou tentar ser bem delicada... O Math e a Anne transaram no sábado! A escola inteira está sabendo. - Katy disse rápido, tropeçando nas palavras.

– Delicada? Você só pode estar brincando, né? Olha, isso é impossível! O Math estava comigo no sábado...

– O sábado inteiro? - Katy retrucou.

– Isso não te interessa! Mas que droga. Sai daqui!

Sai bufando em direção a sala, quando vejo Mathew correndo pela escola.

– Caralho, te achei! Mô, eu não se já te contaram, mas eu só queria dizer que... - O interrompi.

– Dizer que transou com a Anne no sábado? Ah, é isso? Se for, já estou sabendo... - Sorri sarcástica.

– Não, não é! Quer dizer, é isso sim! Mas a gente não transou...

– Haha, me poupe, né Mathew... Mas na verdade, eu não tenho nada a ver com isso. Até porque eu nem sou sua namorada. Tecnicamente você não traiu. Relaxa! - Dei de ombros e sai.

– Ei, o que é isso? Não vai sair correndo e vai chorar não? Por que tá fazendo isso? - Mathew se colocou na minha frente, me impedindo de passar.

– Ah, então toda vez que você fizer isso eu tenho que correr e chorar? Porra, então parabéns... Cheguei a uma conclusão: Você e aquela vadia se merecem! Vai lá "pegar" ela, que nem objeto, que é assim que ela gosta. De ser tratada que nem um objeto, que você "pega"... - Senti uma coisa quente escorrer dos meus olhos.

– Não foi isso que eu quis dizer, pequena! - Ele passou a mão no meu rosto.

– Sai, caralho! Nunca mais me chama de "pequena"... Não sou mais nada sua, seu otário! - O empurrei da minha frente e sai.

– Amy! Me escuta! - Mathew gritou.

Ignorei e sai.