Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara


Capítulo 22
Capítulo 22 - Tempo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/21475/chapter/22

Dois anos e seis meses haviam passado desde a última vez. Para alguns, o tempo se arrastava lentamente enquanto para outros, passava intempestivamente, mas de modo inevitável... O tempo havia cicatrizado algumas feridas.

Umi iniciou sua carreira de arquiteta após voltar da Itália, projetando fachadas e design de interior para a rede de hotéis dos Kaneshiro. Seu trabalho mais recente a trouxe de volta para Yokohama, onde precisava resolver uma simples pendência.

– Senhorita Obara? – um rapaz decentemente vestido num terno cinza a abordou.

_ Sim?!

_ O senhor Kaneshiro...

_ Daichi? – ela o interrompeu.

_ O senhor Yuji providenciou um carro para seu uso pessoal, que está parado logo à frente da estação – o rapaz entregou-lhe a chave do carro.

_ Obrigada. Por um acaso seria uma Ferrari vermelha? Era o que eu temia... – disse ao vê-lo anuir.

Alguns minutos mais tarde, ela parava o carro descendo diante do hotel.

_ Senhorita Obara... Não a esperávamos tão cedo – surpreso e preocupado, o gerente a seguia.

_ Qual é o problema, Yazawa-san?

_ Errr... Estamos lotados e só teremos reserva para a senhorita precisamente daqui a dois dias para quando aguardava a sua chegada – ela gostou da abordagem clara e sem desculpas.

Umi não teve tempo para falar, pois seu celular tocou. Ela retirou o aparelho da bolsa para atendê-lo.

_ Alô?! Oi, Natsu. Acabei de chegar ao hotel. Ah! Então você é a culpada... Onde vou ficar? Na casa de praia. Bem, que remédio! Sim, Yuji me deixou o carro. Preciso resolver alguns imprevistos aqui no hotel. O quê? Você está aqui? Está bem, nos encontramos no restaurante assim que estiver livre. Até daqui a pouco.

O gerente esfregava as mãos, parecia ansioso por saber seu veredicto sobre o assunto.

_ Parece-me que houve um mal entendido. Minha reserva continua para daqui a dois dias, não se preocupe. Agradeceria se puser minha bagagem novamente no carro.

O homem respirou mais aliviado e continuou a segui-la solicito, após sinalizar para que cuidasse de sua bagagem. Ela entrou em seu gabinete e esperou que o homem fechasse a porta e chegasse em sua mesa.

_ Bem... Vou direto ao ponto. Quais os problemas que meus fornecedores apresentaram para que fossem preteridos?

_ Ah! – Yazawa-san parou no meio do caminho por um momento antes de sentar na cadeira.

_ Vou ser direta. Quero que aceite meus fornecedores sem a cobrança de nenhuma taxa extra. Daichi tem ciência dos fatos e não se importa com suas jogadas desde que não atrapalhe meu cronograma – o homem empalidecia enquanto olhava-a estupefato. – Espero que tenha o bom senso de fazer o certo porque a próxima conversa poderá ser com ele... Daichi é um homem muito ocupado e você não vai querer ter esta conversa franca com ele. Estamos entendidos? – ela se levantou e ao vê-lo concordar saiu fechando a porta.

Umi dirigiu-se para o restaurante do hotel e vendo Natsu sentada à mesa caminhou até ela.

_ Natsu! – sentou-se abraçando a amiga. – Você está radiante.

_ É apenas felicidade – sorriu mostrando os dentes perfeitos.

_ Que bom! Então, não seja egoísta e distribua um pouco de sua felicidade.

_ Ora, onde está Asuka?

_ Terminando o mestrado na Itália.

_ Não seja má, conte-me tudo – a amiga encostou-se nela.

_ Está bem! Eu conto, mas se afaste. Não quero ser pivô de um escândalo às vésperas de seu casamento com Yuji – ela riu. Natsuko continuava a mesma garota simples apesar da aparência sofisticada.

_ Então, vocês ainda continuam juntos?

_ Não. Eu terminei antes de voltar – disse sentindo-se culpada.

_ Desculpe... Uma curiosidade que não me deixa. Você dormiu com ele?

_ Natsu! – ela corou violentamente fazendo a amiga rir a valer.

_ Vamos! Você ainda é virgem?

_ É você a noiva. – ela bebeu o drink de Natsu.

_ Ah! Temos feito progressos. Mas, não... – disse mordendo os lábios. – Serei má até o último momento.

_ Não acredito. Nenhuma vez? – Umi estava abismada. – Como uma namoradeira e um mulherengo conseguiram a façanha de se tornarem abstinentes?

_ É amor? – os olhos dela brilhavam.

_ Oh, Natsu! Eu fico tão feliz por você.

_ Certo. Não pense que conseguirá se safar da pergunta. E você?

_ Eu?? O que? – levou uma cotovela da amiga e riu. – Bem... O que você acha? Eu estava na Itália, um lugar propício para um clima romântico.

_ Sério? E por que terminou?

_ Por que eu não posso competir com Maya... Eu sinto como se estivesse sendo comparada, entende?

_ Acho que sim, mas ele fala isso?

_ Não. Nada que ele diga. Na verdade... Acho que sou eu.

_ Kenzo? – Natsu encarou-a profundamente.

_ O que tem ele?

_ Ora, vamos! Está preparada para vê-lo novamente?

_ Quando? – franziu a testa esperando vê-lo a qualquer instante.

_ Em meu casamento... – a amiga riu. – Em que mundo você está. Não me diga que o trabalho está tomando a sua mente que nem se deu conta disso?

_ Ele vai vir?? – gaguejou sem querer já pensando na possibilidade de reencontrá-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lágrimas por Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.