Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara
Dois anos e seis meses haviam passado desde a última vez. Para alguns, o tempo se arrastava lentamente enquanto para outros, passava intempestivamente, mas de modo inevitável... O tempo havia cicatrizado algumas feridas.
Umi iniciou sua carreira de arquiteta após voltar da Itália, projetando fachadas e design de interior para a rede de hotéis dos Kaneshiro. Seu trabalho mais recente a trouxe de volta para Yokohama, onde precisava resolver uma simples pendência.
– Senhorita Obara? – um rapaz decentemente vestido num terno cinza a abordou.
_ Sim?!
_ O senhor Kaneshiro...
_ Daichi? – ela o interrompeu.
_ O senhor Yuji providenciou um carro para seu uso pessoal, que está parado logo à frente da estação – o rapaz entregou-lhe a chave do carro.
_ Obrigada. Por um acaso seria uma Ferrari vermelha? Era o que eu temia... – disse ao vê-lo anuir.
Alguns minutos mais tarde, ela parava o carro descendo diante do hotel.
_ Senhorita Obara... Não a esperávamos tão cedo – surpreso e preocupado, o gerente a seguia.
_ Qual é o problema, Yazawa-san?
_ Errr... Estamos lotados e só teremos reserva para a senhorita precisamente daqui a dois dias para quando aguardava a sua chegada – ela gostou da abordagem clara e sem desculpas.
Umi não teve tempo para falar, pois seu celular tocou. Ela retirou o aparelho da bolsa para atendê-lo.
_ Alô?! Oi, Natsu. Acabei de chegar ao hotel. Ah! Então você é a culpada... Onde vou ficar? Na casa de praia. Bem, que remédio! Sim, Yuji me deixou o carro. Preciso resolver alguns imprevistos aqui no hotel. O quê? Você está aqui? Está bem, nos encontramos no restaurante assim que estiver livre. Até daqui a pouco.
O gerente esfregava as mãos, parecia ansioso por saber seu veredicto sobre o assunto.
_ Parece-me que houve um mal entendido. Minha reserva continua para daqui a dois dias, não se preocupe. Agradeceria se puser minha bagagem novamente no carro.
O homem respirou mais aliviado e continuou a segui-la solicito, após sinalizar para que cuidasse de sua bagagem. Ela entrou em seu gabinete e esperou que o homem fechasse a porta e chegasse em sua mesa.
_ Bem... Vou direto ao ponto. Quais os problemas que meus fornecedores apresentaram para que fossem preteridos?
_ Ah! – Yazawa-san parou no meio do caminho por um momento antes de sentar na cadeira.
_ Vou ser direta. Quero que aceite meus fornecedores sem a cobrança de nenhuma taxa extra. Daichi tem ciência dos fatos e não se importa com suas jogadas desde que não atrapalhe meu cronograma – o homem empalidecia enquanto olhava-a estupefato. – Espero que tenha o bom senso de fazer o certo porque a próxima conversa poderá ser com ele... Daichi é um homem muito ocupado e você não vai querer ter esta conversa franca com ele. Estamos entendidos? – ela se levantou e ao vê-lo concordar saiu fechando a porta.
Umi dirigiu-se para o restaurante do hotel e vendo Natsu sentada à mesa caminhou até ela.
_ Natsu! – sentou-se abraçando a amiga. – Você está radiante.
_ É apenas felicidade – sorriu mostrando os dentes perfeitos.
_ Que bom! Então, não seja egoísta e distribua um pouco de sua felicidade.
_ Ora, onde está Asuka?
_ Terminando o mestrado na Itália.
_ Não seja má, conte-me tudo – a amiga encostou-se nela.
_ Está bem! Eu conto, mas se afaste. Não quero ser pivô de um escândalo às vésperas de seu casamento com Yuji – ela riu. Natsuko continuava a mesma garota simples apesar da aparência sofisticada.
_ Então, vocês ainda continuam juntos?
_ Não. Eu terminei antes de voltar – disse sentindo-se culpada.
_ Desculpe... Uma curiosidade que não me deixa. Você dormiu com ele?
_ Natsu! – ela corou violentamente fazendo a amiga rir a valer.
_ Vamos! Você ainda é virgem?
_ É você a noiva. – ela bebeu o drink de Natsu.
_ Ah! Temos feito progressos. Mas, não... – disse mordendo os lábios. – Serei má até o último momento.
_ Não acredito. Nenhuma vez? – Umi estava abismada. – Como uma namoradeira e um mulherengo conseguiram a façanha de se tornarem abstinentes?
_ É amor? – os olhos dela brilhavam.
_ Oh, Natsu! Eu fico tão feliz por você.
_ Certo. Não pense que conseguirá se safar da pergunta. E você?
_ Eu?? O que? – levou uma cotovela da amiga e riu. – Bem... O que você acha? Eu estava na Itália, um lugar propício para um clima romântico.
_ Sério? E por que terminou?
_ Por que eu não posso competir com Maya... Eu sinto como se estivesse sendo comparada, entende?
_ Acho que sim, mas ele fala isso?
_ Não. Nada que ele diga. Na verdade... Acho que sou eu.
_ Kenzo? – Natsu encarou-a profundamente.
_ O que tem ele?
_ Ora, vamos! Está preparada para vê-lo novamente?
_ Quando? – franziu a testa esperando vê-lo a qualquer instante.
_ Em meu casamento... – a amiga riu. – Em que mundo você está. Não me diga que o trabalho está tomando a sua mente que nem se deu conta disso?
_ Ele vai vir?? – gaguejou sem querer já pensando na possibilidade de reencontrá-lo.
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