Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara
Capítulo 23 - Reencontro
_ Kenzo voltou há alguns dias. Vai vê-lo mais cedo que pensa... Talvez, no coquetel de inauguração da nova fachada.
_ Posso faltar a esse compromisso?
_ Não! E nem tente desaparecer no meu casamento. Você é a madrinha e ele o padrinho. O que foi? – Natsu preocupou-se ao ver o desânimo de Umi.
_ Depois das boas notícias, acho que o cansaço da viagem bateu. E ainda preciso seguir viagem até a casa de praia.
_ Quer ficar em nosso apartamento?
_ E quebrar o ninho de amor? Melhor não... Dizem que a maldição de uma noiva é terrível. Deixe-me seguir meu caminho, é bom que descansarei por dois dias – despediram-se com um abraço e rindo muito da piada.
***
Era noite quando Umi estacionou na frente da casa, estava realmente cansada, queria somente engolir algo, tomar um bom banho e cama. Ela inspirou o ar profundamente para encontrar forças, abriu a porta descendo do carro e arrastou as pernas para retirar as bagagens. Olhou para o céu, mas não havia nenhum luar, a noite estava um breu, algo em sua consciência lhe alertava... As luzes da casa... Por que uma casa supostamente vazia estaria com as luzes ligadas?
O que poderia esperar de Natsuko e Yuji? Estaria a casa alugada ou emprestada para outra pessoa? Bateria à porta para tirar a dúvida ou telefonaria do celular para sua amiga trapalhona? Quando por fim resolveu ligar, a porta se abriu de supetão, assustando-a.
_ O que está fazendo aqui? – a voz profunda num certo tom amargo era conhecida.
_ Como vai Kenzo? – sorriu desconcertada pela surpresa.
_ Bem... – ele passou a mão nos cabelos num gesto impaciente e cruzando os braços aguardou que ela respondesse sua pergunta.
_ Natsuko esqueceu de mudar minha reserva no hotel, de modo que só me esperam para daqui a dois dias. Yuji me deu as chaves... A casa supostamente deveria estar vazia.
_ Ninguém sabe que estou aqui – ele desceu os degraus indo diretamente para sua bagagem e sem mais uma palavra, carregou-os para dentro.
Umi estava aturdida demais até para pensar, pegou o resto de suas coisas e seguiu Kenzo para dentro de casa. Ele não estava no saguão, portanto, sua dedução lógica lhe dizia para subir. O coração dela pulava descompassado enquanto procurava andar lentamente até seu quarto.
Eles se cruzaram no vão da porta, sem querer os corpos haviam se tocado e despertado algo dormente, era como uma corrente magnética percorrendo o corpo, de repente o calor invadia as veias, que pulsavam num rítmo acelerado, bombando o sangue que colorava sua face... Ela precisava reagir, a razão disparava em sinais de alerta.
_ Obrigada, Kenzo – foi tudo que conseguiu dizer para quebrar aquele silêncio perigoso tomado por sentimentos tão intensos.
Os olhos dele lhe perscrutaram um pouco mais, porém ela não tinha coragem para encará-lo e aguardou inquieta até que ele sumisse fechando a porta. Umi tremeu, as pernas fraquejaram e ela se agachou no chão abraçando seu próprio corpo. Não era medo, mas uma ânsia infinita que a consumiu por inteira, fazendo-a descobrir que o tempo foi suficiente apenas para cicatrizar a ferida, mas não foi suficiente para imunizá-la.
Kenzo estacou no corredor... Estaria ela tão abalada como ele? Olhou para trás, estava a dois passos dela, mas havia uma distância quase intransponível entre eles. Ele suspirou pesado decidindo descer os degraus o mais rápido que podia, pois não confiava em suas pernas traiçoeiras que poderiam levá-lo até Umi. O tempo para ele não foi capaz de apagar nada, as emoções continuavam tão intensas como naquele último dia e o pior era que desta vez ele podia facilmente perder o controle.
Umi renovou suas energias tomando um banho vigoroso, não queria descer e encontrá-lo, mas aplacar sua fome era uma necessidade. Precisava ingerir algo, quem sabe forrando o estômago o sono viesse mais rápido. Os passos rápidos a levaram até a cozinha. Fazia um esforço enorme na tentativa vã de não fazer barulho, se pudesse passar desapercebida seria ótimo. Ela montou seu sanduíche e voltava apressada. E novamente eles se encontraram no meio da escada. Ele vinha descendo enquanto subia levando o prato para seu quarto.
_ Hei! – reclamou ao vê-lo pegar seu sanduíche.
_ Muito bom. Está gostoso – ele foi embora para a cozinha levando sua comida.
Ela ficou parada no meio da escada, entre surpresa e irada, mas a fome era maior. Retornou pelo mesmo caminho e ao entrar na cozinha, viu Kenzo sentado à mesa degustando o resto de seu sanduíche.
_ Estava muito bom. Sente-se aí... – apontou para o lugar vago. - Agora como recompensa, é minha vez de demonstrar meus dotes culinários. Nestes dois anos aprendi a fazer uma infinidade de sanduíches.
Ela se sentou no lugar apontado e esperava enquanto ele se levantava para ir até a geladeira. Kenzo massacrava o pão com uma variedade enorme de geleia, fatia de queijo, presunto e salada.
_ Especialidade da casa! O famoso “Qualquer Coisa” – ela não conseguiu deixar de rir ao vê-lo deixar o prato na frente dela, que imediatamente se dispôs a comê-lo pegando o garfo e a faca. – Não! Você deve comê-lo com as mãos garanto que é mais gostoso.
_ Vou me lambuzar! – e mesmo assim mordeu uma fatia generosa.
_ É para isso que existem os amigos... – ele pegou o guardanapo e limpou onde estava lambuzado, sem sucesso piorava a sujeira.
_ Hummm. Vai ter bastante trabalho – conseguiu dizer entre uma abocanhada e uma risada.
_ Este aqui parece que não quer sair... – ele chegou mais perto para limpá-la novamente.
Os olhos se encontram não mais que alguns segundos eletrizando-a por completo. O sanduíche foi esquecido no prato. Tentava limpar os resquícios com sua língua, mas Kenzo foi mais rápido lambendo o molho no canto de sua boca. Lábios, línguas e bocas se tocaram numa dança sensual, mordendo, explorando e provocando.
De repente, a distância era grande demais para o ardor não satisfeito, ele se levantou trazendo-a pendurada em seu pescoço. Num acesso de loucura, ele derrubou tudo o que estava sobre a mesa, virando-a. Mas nem em seus sonhos mais secretos, Umi imaginou-se debruçada e imprensada pelo corpo dele. Imobilizada, ela recebia as mãos dele tocando-lhe nos pontos mais sensíveis sob a camisola enquanto seus beijos na nuca a arrepiavam.
_ Oh... Ken... – tentava voltar a razão enquanto os delírios a levavam docemente para outro caminho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
***Adoro fazer maldade. xD