Capítulo 12 - Tudo começa a melhorar

POV Apolo

Hades apareceu no Olimpo nas primeiras horas da manhã. Perséfone foi ficar junto com Deméter e ele ficou o dia inteiro no quarto.

– Apolo. - ele me chamou algumas horas antes do pôr do sol, a hora em que ele teria que ir embora. - Eu reconheço que não quero ver você com a minha filha, mas se ela estiver feliz ao seu lado, se ela quiser estar ao seu lado mesmo você sendo um deus, eu não irei me opor. Mas esteja avisado,...

– Não precisa voltar a falar sobre isso, Hades. Eu já sei o que você vai falar e você também sabe o que eu vou falar. Mas eu tenho uma coisa a acrescentar. - eu falei. - Quero me casar com ela. Pretendo dar a ela a imortalidade, se ela aceitar é claro. - eu continuei depois que ele assentiu pedindo para que eu continuasse.

– Não vou falar que estou satisfeito. Mas se for o que ela quer, se ela ficar feliz com isso, eu não irei me opor, Apolo.

– Obrigado Hades.

– Mas meu irmão, ele vai aceitar isso? - ele perguntou com um tom de deboche, típico de Hades.

– Zeus foi obrigado a aceitar. Afrodite, Deméter, Hera, Héstia, Athena e até minha irmã se uniram contra Zeus. Depois consequentemente, Ares, Hefesto, Poseidon, Hermes e Dionísio também. Praticamente o Conselho Dos Deuses se virou contra ele e, digamos, que ele não teve saída. - eu contei o que tinha acontecido ontem a noite.

O silêncio que se seguiu depois que eu terminei de falar foi um tanto constrangedor, mas continuou até que Hades precisou ir embora.

– Quero ser informado assim que ela acordar, Apolo. - ele falou voltando a assumir o tom de ameaça.

– Será o primeiro a saber. - eu garanti antes que ele saísse do quarto. Voltei para o lado dela, tinha passado o dia inteiro longe da cama por Hades estar aqui. - Queria que você acordasse logo. Não sabe como é duro olhar para você nesse estado e não poder fazer nada. - sussurrei passando a mão por seus cabelos e acariciando seu rosto.

– Ela estará bem em breve. - me virei para a porta. Athena estava sorrindo enquanto olhava para nós.

– Assim espero. - eu falei sorrindo tristemente para a deusa da sabedoria.

Mais dois dias se passaram e nenhum sinal de que Annabelle fosse acordar. Eu estava ficando cada vez mais preocupado com ela. Toda preocupação foi para o espaço quando ela se mexeu na cama pela primeira vez em dias.

– Annabelle... - eu a chamei. Sorri quando seu rosto virou na direção da minha voz, na minha direção.

Ela abriu os olhos bem devagar, mas voltou a fechá-los assim que a luz penetrou seus olhos. Me aproximei dela bloqueando a claridade e ela voltou a abrir os olhos.

– Apolo... - ela sussurrou ao me ver sobre ela.

– Estou aqui, Anna. - eu falei me segurando para não beijá-la, para não tomá-la em meus braços. Ela voltou a se mexer e soltou um gemido fechando os olhos com força. - Aonde dói? - eu perguntei passando a mão pelo seu rosto preocupado.

– Minhas costas, principalmente. E estou dolorida. - ela respondeu voltando a fazer uma careta.

Passei o braço pelas suas costas e a levantei da cama colocando-a sentada e arrumando vários travesseiros para que ela se encostasse. Depois murmurei um encantamento antigo que iria tirar qualquer dor de seu corpo.

– Você ficou quase seis dias deitada na mesma posição, por isso a dor nas costas. - eu falei.

– Eu estou aqui há quase uma semana? - ela perguntou arregalando os olhos.

– Sim.

– O que foi que aconteceu? - ela perguntou. - Eu não me lembro de nada depois que aquele dragão lançou fogo no prédio.

– Você sofreu queimaduras pelo corpo inteiro e ficou à beira da morte. Depois que eu matei o dragão, trouxe você para cá. Afrodite, Athena e Hera me ajudaram a cuidar de você. Em questão de poucas horas, você já estava sem nenhuma queimadura, ferimentos ou cicatrizes. Mas mesmo que seu corpo estivesse perfeito e intacto por fora, por dentro você ainda estava frágil e debilitada. - expliquei. - Eu queria morrer, Annabelle. Ver você tão frágil nessa cama e não poder fazer nada, não faz idéia de como foi torturante. - eu estava com o rosto enterrado nas mãos e lutava contra as lágrimas. Lágrimas que eu tinha contido nos últimos cinco dias. Estava de costas para ela, não queria que ela me visse dessa forma.

– Apolo. - ela me chamou baixinho depois de algum tempo. Não olhei para ela. - Olhe para mim. - ela pediu, mas eu neguei como uma criança birrenta. - Olhe para mim. - ela repetiu agora tocando meu braço.

Ela tinha se esticado para alcançar meu braço e como o encantamento ainda não tinha feito efeito totalmente, uma careta de dor estava estampada em seu rosto e um gemido saiu de seus lábios. Olhei para ela e ela voltou a se encostar nos travesseiros.

– Venha cá. - ela pediu esticando uma mão para mim. Fui até ela obediente. - Não volte a pensar em uma coisa dessas. Não volte a falar que queria morrer. - ela falou passando um braço pelo meu pescoço me abraçando desajeitadamente.

Passei os braços pela sua cintura erguendo-a da cama e a abraçando com força, deixando finalmente as lágrimas correrem soltas pelo meu rosto. Me sentei na cama e a coloquei entre minhas pernas fazendo com que ela se apoiasse em meu peito e escondi o rosto em seu pescoço.

Ela não reclamou, não falou nada. Apenas se aconchegou em mim e colocou uma mão carinhosamente sobre minha cabeça, enquanto a outra segurava a minha sobre sua barriga. Ficamos naquela posição por um bom tempo.

Minhas lágrimas escorriam pelo seu pescoço e colo, mas ela não reclamava, ela estava em silêncio.

– Eu te amo. - murmurei contra sua pele e depositei um beijo em seu pescoço, ela se arrepiou com isso. Sorri internamente. Tinha descoberto um ponto fraco dela.

– Eu também te amo. - ela respondeu me surpreendendo. - Obrigada por me salvar. - ela falou colocando a cabeça em meu ombro.

Inclinei a cabeça na direção de seu pescoço e distribui beijos por ali, depois fui subindo na direção de seu rosto, na direção de sua boca.

– Eu vou te beijar. - avisei antes de tomar seus lábios com os meus. Ela correspondeu e eu pedi passagem com a língua, ela cedeu soltando um gemido abafado enquanto eu explorava cada canto de sua boca.

Puxei sua cintura para mim e a peguei facilmente no colo, deitei-a na cama e fiquei sobre ela. Minhas mãos corriam pelo seu corpo sem desgrudar nossas bocas, suas mãos estavam em meus cabelos, ela me puxava para mais perto enquanto bagunçava meus cabelos. Só nos separamos quando o ar faltou. Minha boca foi para seu pescoço. Ela gemeu e voltou a puxar meu rosto voltando a grudar nossos lábios.

Ela ainda estava com o vestido, puxei a única peça para cima. Minhas mãos corriam soltas pelo seu corpo agora em contato com sua pele. Ela então, pareceu perceber o que estávamos fazendo e me empurrou, ou pelo menos tentou. Percebi o que ela fazia e saí de cima dela.

– Desculpe. - pedi me sentando na cama. Ela ainda estava com a respiração descompassada e não respondeu. - Não vai acontecer novamente. - falei olhando para ela.

– Eu também queria. - ela murmurou se sentando. - Não foi só sua culpa. - ela sorriu segurando minha mão. - Eu só parei porque não quero que a minha primeira vez seja assim. - olhei para ela surpreso.

– Você ainda é virgem? - perguntei.

– Sim. - ela respondeu ficando vermelha e virando o rosto.

– Quando a hora certa chegar, eu farei com que a sua primeira vez seja inesquecível. - prometi puxando seu rosto para mim. - Não vou fazer nada que você não queira. - beijei ela calmamente.

Voltei a deitá-la na cama e me afastei. Passei a mão pelo seu rosto e ela fechou os olhos inclinando o rosto na direção de meu toque. Me deitei ao seu lado puxando seu corpo para mim, ela descansou a cabeça em meu peito e colocou a mão sobre meu coração, ficamos daquele jeito.

– Eu estou no Olimpo, certo? - ela perguntou de repente.

– Está.

– Onde eu estou exatamente? - ela ergueu a cabeça.

– No meu palácio, no meu quarto. - respondi e ela voltou a abaixar a cabeça. - Algum problema? - perguntei curioso.

– Eu sempre quero saber onde eu estou. Principalmente quando eu acordo em um lugar desconhecido. Mas hoje... Hoje quando eu acordei, eu deixei os sentimentos falarem mais alto.

– Não deveria ter feito isso. - eu a repreendi.

– Você quem começou. - ela retrucou.

– Tem razão. - eu ri. - Mas por que conseguiu deixar seus sentimentos falarem mais alto do que o instindo de sobrevivência?

– Assim que eu vi você, eu me senti segura. - ela respondeu. - Mesmo que estivesse confiando, talvez cegamente, em você eu me senti segura, me senti protegida.

– Sempre estará protegida comigo. - falei começando a brincar com seus cabelos. - Descanse.

Assim que ela estava dormindo em um sono solto, tirei ela de cima de mim e me levantei. Não queria deixá-la sozinha, mas eu precisava avisar Hades e os outros deuses, assim como Quíron no Acampamento, de que ela estava bem. Saí do quarto depois de ter certeza que ela estava e ficaria bem.

Mandei várias mensagens de Íris. Hades sorriu feliz e agradeceu. Athena e Afrodite vieram assim que receberam o recado, os outros apenas agradeceram por saberem agora que Annabelle estava bem. Quíron suspirou aliviado com a notícia e agradeceu.

Voltei para meu quarto, para minha cama onde a minha garota estava dormindo, onde ela me esperava.

Annabelle estava deitada do mesmo jeito que eu tinha a deixado, me deitei ao seu lado e voltei a puxá-la para meu peito.

– Aonde você foi? - ela perguntou sonolenta.

– Estava acordada? - eu perguntei.

– Acordei quando Afrodite e Athena vieram aqui, mas como você não estava não falei nada, nem me mexi. - ela respondeu. - Aonde foi?

– Fui avisar seu pai e os outros deuses que você tinha acordado e que estava bem.

Ela sorriu e passou o braço pelo meu corpo, me abraçando da mesma forma que eu a abraçava.

– Não vai sair de novo, vai? - ela perguntou.

– Não, ficarei com você. Durma. - falei encostando os lábios em seus cabelos.

Ela dormiu rápido, fiquei por um tempo velando seu sono até que eu também dormi. Dormi com aquela que eu amo nos braços.