You can take everything I have

Você pode pegar tudo o que eu tenho
You can break everything I am

Você pode quebrar tudo o que eu sou
Like I'm made of glass

Como se eu fosse feita de vidro
Like I'm made of paper

Como se eu fosse feita de papel
Go on and try to tear me down

Vá em frente e tente me derrubar
I will be rising from the ground

Eu vou me levantar do chão
Like a skyscraper

Como um arranha-céu

P.O.V Julliet

Há poucas horas atrás, eu havia começado o meu dia normalmente como todos os outros, com os meus devaneios e pensamentos de sempre, sonhando em um dia poder sair daquele castelo e conhecer novas pessoas, experimentar diferentes ares e me divertir como qualquer garota de dezesseis anos desejaria.

Após o pequeno incidente com Champae, tudo acontecera exageradamente rápido. Eu andava a beira do lago descalça sentindo a grama molhada sob os meus pés, a brisa fresca da manhã de uma quarta-feira e o vento balançando meus cabelos soltos e bagunçados suavemente. Aquele pequeno momento sozinha me deixava com uma sensação de felicidade e tranquilidade...

Porém, pisei em falso em uma pedra que estava colocada incorretamente e isso me levou a cair no lago. A princípio, não sabia se iria sobreviver ou não, pois estava engolindo bastante água e eu não sabia nadar. Comecei a me debater, tentando subir a superfície antes que fosse tarde demais, mas não obtive sucesso e esse ato me fez afundar ainda mais...

Senti o desespero tomar o meu corpo, meus olhos estavam certamente arregalados e eu não conseguia fazer absolutamente nada para me salvar. Espero que minha mãe não chore tanto, nem o meu pai mande a forca nenhum dos guardas do palácio por eles não terem me protegido o suficiente. A água meio azulada do lago estava começando a escurecer e eu não estava conseguindo enxergar nada a minha frente, minhas vistas ficaram escuras e senti uma pontada de dor na minha cabeça, fazendo com que eu caísse num sono profundo...

E quando percebi, senti a grama molhada sob o meu corpo e o sol esquentando-o, fazendo com que aquele frio desaparecesse. Não consegui abrir os meus olhos de imediato, estava reunindo forças para levantar e recuperar a consciência. Tateei o chão e toquei uma mão, molhada e macia, mas ela estava bem quente. Era bom tocá-la, sorri por alguns segundos e afastei minha mão dali.

Consegui abrir os meus olhos lentamente, a claridade emitida pelo sol os irritou um pouco, mas eu logo me acostumei. Minha vista estava um pouco embaçada, mas eu conseguia avistar uma silhueta bem a minha frente. Alguém olhava fixamente os meus olhos. Aos poucos, eu conseguia ver com perfeição quem era o meu herói, aquele quem salvou a minha vida...

Era um garoto, muito lindo por sinal. Não o conhecia, aliás, eu nunca o havia visto na minha vida. Seus cabelos eram de um tom escuro de castanho estavam encharcados pela água, deixando-os bagunçados e rebeldes. Seu rosto era levemente arredondado e as bochechas um pouco inchadas, a cor de sua pele era branca, mas um pouco bronzeadas. Seus olhos eram completamente viciantes, eram castanhos e pareciam duas poças de caramelo derretidas. Eles brilhavam e era quase impossível desviar minha atenção e o meu olhar...

Passamos algum tempo juntos ali, rindo do drama exagerado do amigo do meu herói. O nome dele é Justin, um nome bem bonito devo ressaltar. E o do amigo é Ryan, ele era bem engraçado. Mas não superava o outro, ele sim me faz rir bastante, principalmente, quando ficou irritado com Ryan e o ameaçou. Eu não consegui me controlar e acabei gargalhando alto. Tentei acalmar, por um segundo, aquele garoto desesperado, mas não obtive sucesso. Em troca de tranquilidade, ele acabou gritando comigo. Irritei-me profundamente com aquilo, ninguém nunca ousou levantar a voz para mim. Não que eu seja mal educada e metida, mas é que eu fui criada em um palácio com todos a minha disposição, eu me acostumei a todos me deverem respeito...

Mas a minha irritação fora embora dando lugar a satisfação de ver Justin jogar Ryan no lago, eu acabei dando um largo sorriso seguido de uma gargalhada alta. Justin era... diferente!

Entretanto, minha felicidade acabou no instante que avistei o General Roger prendê-lo. Eu tinha um súbito ódio por esse cão dos infernos, que me tratava com desrespeito e não aceitava minhas ordens. Se fosse por ele, eu já estaria trancafiada em uma das celas do palácio. Nós nos odiávamos de tal maneira que nos enfrentávamos pelas injustiças que ele sempre cometia...

E agora estou aqui, me debatendo desesperada enquanto Josi e Jake tentavam me levar para o quarto. Eles não entendiam que eu havia de salvar a vida de Justin?! Eu devia isso a ele, se ele fosse realmente à forca, eu iria conviver com aquele sentimento de culpa pelo resto da minha vida...

__Julliet, entenda, não vai poder salvá-lo! – Jacob tentava me convencer enquanto praticamente me arrastava pelas escadas a cima – Até parece que não conhece meu pai, Rainha Emelly sempre atende aos seus pedidos!

__Jacob, você não entende e nunca entenderá... – eu bufei e me soltei dele tentando fugir. Mas ele pôs suas mãos na minha cintura e me levantou com tamanha facilidade, como se eu fosse feita de papel, depositando o tronco do meu corpo em seu ombro, me levando novamente rumo ao meu quarto.

Resolvi sossegar enquanto Jacob subia as escadas, Josi vinha atrás de nós, sua expressão estava séria e seus olhos transmitiam preocupação. O universo realmente não conspirava a meu favor, aquele momento com Justin fora uma das únicas vezes que eu havia me divertido, isso é uma injustiça. Quando chegamos, Jake entrou no meu quarto e praticamente me jogou na cama, o fuzilei com os olhos me levantando e indo diretamente para o meu closet, para escolher um vestido rapidamente, tomar um banho e resolver a palhaçada que o General Roger havia tramado...

__Está mais tranquila, querida? – Josianne me perguntou, fechando a porta. Parece que Jacob ficaria lá fora para tentar-me “acalmar”, até parece que ele ia me parar, eu ia era arrombar essa porta se fosse preciso...

__Estou Josi, me ajude com o vestido e o espartilho, por favor... – pedi.

Ela se aproximou e começou a desabotoar os botões, tirei as alças do meu ombro e deixei o meu vestido escorrer pelo meu corpo até o chão. Tirei a anágua que estava usando e chegou à vez da espartilho, Josi desamarrou o nó que havia feito e começou a afrouxar para o meu alívio...

Enquanto eu terminava de tirar minhas roupas íntimas, Josi fora ao banheiro preparar o meu banho do jeito que eu gosto. Caminhei até lá e coloquei o meu pé direito dentro daquela água quente, depositei todo o meu corpo dentro da banheira. Uma sensação de paz e tranquilidade tomou o meu ser enquanto os músculos do meu corpo relaxaram...

Fiquei no máximo uns quinze minutos ali e saí, peguei minha toalha e me sequei, saindo do banheiro e indo em direção a minha cama, me enxugando. Coloquei roupas íntimas limpas e outro calção, coloquei uma anágua e esperei Josi vir me ajudar a pôr a cinta novamente. Não sei por que eu havia de colocar isso, só me aperta e me tira o ar, mas mamãe exige que eu use...

__Pode me explicar agora o que houve no jardim? – Josi puxou conversa enquanto quase me esquartejava apertando aquele espartilho.

__Bom... – praticamente gemi enquanto tentava respirar – Que estávamos passeando, você já sabe. E que Champae fugiu e Jake foi atrás dele também. Então, como eu estava sozinha resolvi aproveitar os meus meros minutos de liberdade! – eu ri sem humor algum. Ela me ajudou a colocar o meu vestido, abotoando os botões de trás e ajeitando na frente. Josi se dirigiu a porta e abriu a mesma, dando passagem para Jacob entrar, ele deu um leve sorriso e se sentou em uma poltrona que lá havia. Certamente, também estava à espera de uma explicação...

__Prossiga... – Jake tomou a palavra, me olhando com interesse. Caminhei até o meu espelho e comecei a pentear os meus cabelos com minha escova...

__E eu me aproximei demais do lago e acabei pisando em falso em uma pedra deslocada, fazendo com que eu caísse na água. Por isso eu estava toda molhada e com frio... – terminei fazendo um coque e deixando apenas minha franja solta. Vi os olhos de Josianne se arregalarem e Jake começar a ficar meio inquieto. Respirei fundo para continuar – Pensei que iria morrer, pois eu não sabia nadar, mas logo Justin me tirou da água para que eu não me afogasse...

__Justin? – Jake perguntou desconfiado, deixando que a raiva transparecesse em sua voz.

__Sim, o garoto que fora preso pelo seu maravilhoso pai... – eu o respondi, em um tom irônico. Fui até o closet e tirei minha sandália dourada de lá, calçando-a. Olhei-me no espelho mais uma vez, ajeitando o meu visual – Ele salvou a minha vida, Jake. Ele pode ter invadido o castelo e infringido uma das leis de meu pai, mas ele nunca cogitou a possibilidade de me sequestrar e nenhuma dessas bobagens que o seu pai inventou...

__Então, se ele te salvou... – Jacob começou, seguindo o mesmo raciocínio lógico que o meu.

__O crime que cometeu será invalido, portanto, Justin é inocente! – eu concluí. Vi Josi se assustar e Jacob colocar as mãos na cabeça, agora eles entendiam o meu desespero a alguns minutos atrás...

__Meu pai irá fazer de tudo para mandá-lo a forca... – Jacob me avisou. Dirigi-me a porta e a abri...

__Tenho que salvá-lo... – suspirei, saindo do quarto e correndo desesperadamente pelos corredores do castelo, chegando às escadas. Levantei um pouco o meu vestido para conseguir ver os meus pés, para que o pano não se embolasse e eu acabasse caindo degraus abaixo. Desci rapidamente e cheguei à sala do trono, minha mãe já havia chegado e estava escutando atentamente o que aquele palerma do general dizia...

Justin estava ajoelhado no chão, com as mãos acorrentadas e a cabeça baixa. Uma vontade de ir lá e abraçá-lo estava começando a tomar o meu corpo, quando eu havia dito que havia me encantado por ele, não era mentira. Eu ficava totalmente perdida quando seus olhos encontravam os meus, o ar faltava naquele momento e eu ficava hipnotizada por seu olhar tão intenso...

Mas eu sabia que havia de manter o foco se quisesse mesmo ver Justin livre e, principalmente, com vida...

__Desculpe atrapalhá-los, mas mamãe, eu tenho de falar com a senhora... – os interrompi.

Justin levantou sua cabeça ao ouvir minha voz, um sorriso fraco brotara em seus lábios, o que o deixava cada vez mais lindo. Roger olhou para mim, seus olhos transmitiam desprezo e nojo. Ele nunca aceitaria que uma simples garota de dezesseis anos como eu, pudesse ser sucessora ao trono...

__Minha filha, me desculpe, mas não vê que eu estou no meio de uma conversa importante com o general? – o tom de voz de minha mãe era suave, mas ao mesmo tempo agressivo, ela odiava ser interrompida...

__Mas é exatamente sobre este assunto com que eu vim tratar lhe... – parei por alguns segundos e coloquei a mão na cintura. Eu sabia que a expressão do meu rosto estava séria e fria, minha mãe se levantou de seu trono e eu me aproximei mais dela – Peço-lhe que solte este rapaz...

Roger soltou uma gargalhada alta e cheia de sarcasmo. Apenas o ignorei, minha mãe estava pensativa, como se medisse as palavras que sairiam de sua boca daqui a alguns segundos...

__Não há como, minha cara... – o cão dos infernos tomou a palavra. Se eu não fosse uma dama, já teria voado no pescoço deste infeliz há muito tempo... – Este meliante invadiu as propriedades do palácio, infringiu uma lei importantíssima e ainda por cima, tentou sequestrar você. Não sei por que ainda o defende...

__Se metade de suas palavras fossem verdadeiras, eu já teria me silenciado... – eu rebati com o mesmo tom de sarcasmo que ele usara para comigo!

__Ora princesa, não se intrometa. Isto é uma conversa para adultos, não para pirralhas como você... – ele se pronunciou novamente me deixando cada vez mais com ódio...

__General, contenha-se. Tenha mais respeito ao falar com minha filha, sua princesa e um ser superior a tu. Ela pode ter apenas dezesseis anos, mas tem autoridade suficiente para mandar em você! – minha mãe o repreendeu rude e grossa.

__Como eu dizia, peço-lhe que solte o rapaz, minha mãe... – repeti o que havia dito. Ela arqueou uma sobrancelha, me olhando atentamente...

__A troco de quê? Nada poderá ser feito, a lei é totalmente clara: quem invadir as terras reais será mandado à forca... – ela disse simplesmente. Eu estava começando a me incomodar ainda mais com tudo aquilo...

__Minha mãe, mas há algo que a senhora não sabe e que o general, com certeza, o omitiu de Vossa Rainha... – eu disse-lhe, olhando vitoriosa para Roger, que mantinha sua expressão de fúria...

__Porque continuastes com isso? Não dei a entender que o caso dele não há mais volta? – Roger praticamente gritou comigo e, antes que minha mãe pudesse interferir, rebati no mesmo tom...

__E por que continua a omitir e acrescentar mais coisas a este caso? Tu sabes muito bem que ele é inocente! – gritei.

__Já disse para não se intrometer, princesa... – ele se aproximou mais de mim, eu via fúria arder em seus olhos. Mantive minha cabeça erguida, eu nunca havia sentido medo deste homem, não é agora que sentiria...

__Ora general, tu sabes muito bem que não tens argumentos para discutir comigo sobre este caso, então, por que ainda o faz? Está aí uma prova de que tu tens mentido para minha mãe... – eu praticamente berrei.

__Chega Julliet! – minha mãe nos interrompeu, gritando comigo. Arregalei meus olhos, como é?! Ela iria ficar do lado desse infeliz? – Peço que se retire desta sala e não nos incomode mais...

__Mas minha mãe, não vê que Roger está omitindo coisas da senhora, justamente para mandar o rapaz à forca? – eu gritei com ela. Minha paciência está esgotada, nem a minha própria mãe me ouvia, quem me ouviria. Tive que apelar pela ignorância, não deixaria que alguém fosse morto por uma injustiça...

__Eu disse chega... – ela gritou de volta. Senti lágrimas descerem por meus olhos, não queria chorar, não agora. Mas eu já havia sito forte demais e minhas forças estavam esgotadas...

__Não, eu não irei parar. Isso é uma injustiça... – eu disse rude e grossa, minha decepção com minha mãe apenas aumentava...

__Julliet, aceite! O caso do rapaz está encerrado, não há mais nada que você possa fazer minha filha... – minha mãe gritou comigo novamente, era sua palavra final.

__Então, a senhora vai mandar a forca o rapaz que salvou a vida da sua filha? – eu berrei, sentia o ódio ardendo em meus olhos, eu estava descontrolada. O silencio tomou o lugar após minhas palavras, o único som que se ouvia era o meu grito ecoando pelos lugares vazios do castelo.

Minha mãe se virou para mim, com os olhos arregalados. A expressão de seu rosto, que antes transparecia fúria, demonstrava angústia e arrependimento. Por mais que a Rainha Emelly fosse teimosa, fria e incrivelmente sincera, a pessoa com que ela se preocupava mais era eu. Ela dizia que eu era a pequena joia preciosa dela e que se ela me perdesse, ela enlouqueceria e sua vida não teria mais sentido algum...

__Salvou... a sua vida? – ela me perguntou calmamente, tentando se controlar, medindo as palavras.

__Ah, agora Vossa Majestade irá dar ouvidos a essa pirralha? – Roger bufou, parecia indignado. O idiota não aceitava o fato de que eu sempre vencera...

__Cale a boca, Roger! – minha mãe virou sua atenção a ele, um sorriso de satisfação se formou em meu rosto, eu ganhei a batalha...

__Eu me distrai e caí no lago, minha mãe... – eu continuei – E este nobre rapaz salvou minha vida...

__Então... – mamãe parou e virou sua atenção para Justin, que estava nos olhando atentamente – Obrigada, muito obrigada...

__Faria tudo de novo se fosse preciso, Vossa Majestade! – ele se pronunciou pela primeira vez arrancando um sorriso sincero de minha mãe.

__Roger... – ela se virou para o general subestimado e perdedor, que mantinha seu olhar fixo em mim, ele estava furioso e eu não estava dando a mínima. – Solte o rapaz...

__Como é? – ele se assustou – Não irei soltá-lo Vossa Majestade, ele é o culpado. Ele invadiu as terras reais...

__Primeiro, como tem a coragem de se recusar a obedecer a uma ordem minha? – minha mãe disse, ela começaria a ficar brava, a casa irá cair para o cão dos infernos – E segundo, não conhece as leis de meu país, Roger? Ela está claramente falando que se um plebeu fizer algo a favor a realeza, que no caso o salvamento de minha filha, qualquer crime que ele cometeu será invalido. Portanto, o rapaz é inocente... – minha mãe sorriu – Agora que já entendeste, solte-o...

__Continuo a me recusar... – ele cruzou os braços. Eu soltei uma gargalhada, ele não sabe do que minha mãe possa fazer com ele...

__Então, deixe que eu mesma o solte... – me aproximei do general e peguei sua espada da bainha e cheguei perto de Justin, ajeitando a lâmina afiada em minhas mãos embaixo das correntes e levantando-a bruscamente para quebra-las. Justin estava livre...

__Você não presta para nada, sua pirralha... – Roger gritou após eu ter colocado a espada em sua bainha novamente. Me virei de frente para ele...

__Cale-se Roger, as palavras que saem de sua boca não servem para me atingir. Lembre-se que eu sou filha do Rei da França, lembre-se que o sangue real corre por minhas veias e, principalmente, lembre-se que você é um mero plebeu e que não tem nenhum poder sobre mim... – eu disse, estava cansada desse idiota me desafiando e me tratando como se eu fosse uma ninguém...

__Retire-se General, antes que eu o expulse de meu castelo e tire o seu cargo... – minha mãe ordenou a ele. Roger simplesmente bufou e saiu da sala do trono, deixando apenas nós três...

Justin já estava de pé, tentando ajeitar sua roupa. Ele não estava mais descalço e estava vestindo o seu colete. Provavelmente, os guardas pegaram suas vestes e mandaram-no vestir para se apresentar a frente da Rainha. Minha mãe se aproximou dele, Justin pôs seu joelho direito no chão, se curvando e beijando a mão de Vossa Majestade. Mamãe sorriu, parecia estar encantada com esse ato de cavalheirismo de sua parte, mesmo que seja uma obrigação se curvar perante a Rainha...

__Desculpe-me por ter interpretado mal os fatos, nobre rapaz. – minha mãe sorriu – E mais uma vez, obrigada por salvar minha filha, ela é a joia mais rara deste mundo...

__Neste quesito, tenho que concordar com Vossa Majestade. Sua filha é a mais bela princesa que eu já vira na minha vida. E é como eu havia dito, faria tudo novamente se fosse preciso... – Justin a respondeu. Ele se comportava incrivelmente bem, sua postura e educação eram dignas de um príncipe...

__Você é um nobre rapaz, mas ainda me sinto culpada por ter interpretado mal suas atitudes. Há algo que queira? Irei lhe dar, sem sombra alguma de dúvida... – Minha mãe o perguntou fazendo ele se assustar. Ele olhou para mim por alguns segundos, como se o que ele quisesse teria a ver comigo.

__Não se incomode, Vossa Majestade... – ele hesitou um pouco, parecia ter se arrependido de ter recusado – Estou bem com o que tenho...

__Além de nobre, é humilde. Estou começando a gostar de você... – minha mãe parou um pouco, parecia querer saber o seu nome.

__Justin, Justin Bieber... – ele a comunicou.

__Ao menos fique para almoçar conosco, ficarei feliz em ter um rapaz tão educado e nobre em minha mesa, Justin... – ela insistiu. Minh mãe encobriu meu herói de elogios, como o mundo dá voltas. Antes, ele era o meliante culpado, agora, ele é o nobre rapaz que salvou minha vida...

__Aceito seu convite, minha rainha. Apenas, deixe-me ir a minha casa. Preciso me livrar de minhas roupas sujas para ser digno de sentar a mesa real... – ele pediu. Minha mãe sorriu e assentiu.

__Claro que sim! – ela se virou para mim – Julliet, pode acompanhá-lo?

__Será uma honra, minha mãe... – simplesmente respondi arrancando um lindo sorriso de Justin...

Aproximei-me dele e dei-lhe um beijo na bochecha, vi seu rosto corar e eu entrelacei nossos braços. Andamos lentamente para fora da sala do trono, um sorriso se mantinha em meus lábios enquanto eu encostava minha cabeça em seu ombro...

__Ainda nem acredito que eu ainda estou vivo... – ele suspirou, deixando essas palavras escaparem sem ele nem ao menos perceber.

__Não disse que nada de mal iria acontecer com você? – eu o perguntei. Ele riu, balançando a cabeça negativamente...

__Nem tive tempo de lhe agradecer. – ele disse arrancando uma gargalhada minha – Obrigada, linda dama, por salvar a minha vida...

__Fiz isso para quitar a dívida que eu tinha com você, nobre rapaz... – senti meu rosto queimar quando ele parou e juntou minhas mãos, beijando-as.

__Você é inacreditável, princesa... – ele me disse, deixando um sorriso travesso se formar em seus lábios.

__E você é incrível, plebeu... – ri. Meu rosto ficou vermelho ao ver que ele estava olhando fixamente nos meus olhos.

Já estávamos na porta do palácio. Ficamos em silêncio por alguns minutos, eu estava perdida dentro de seus orbes caramelados, eles me chamavam e me passavam uma confiança tão grande, é como se eu me sentisse acolhida quando olhava para eles. E tinha algo a mais, carinho e compreensão e até... amor!

__Bom... – sorri timidamente, desviando o olhar – O almoço será daqui a mais ou menos uma hora e meia. Então, até lá...

__Tudo bem... – ele me disse. Passei meus braços ao redor de seu pescoço, o abraçando, senti suas mãos envolverem minha cintura. Ele tinha um cheiro natural maravilhoso, era viciante assim como seus olhos. Tudo nesse garoto era perfeito...

Afastei-me um pouco, mas mantive meus braços em seu pescoço. Ele tirou uma mão da minha cintura e a elevou até uma de minhas bochechas, fazendo uma pequena carícia ali. Fechei os olhos, sentindo todo aquele carinho que ele estava me dando, mas me surpreendi quando seus lábios tocaram os meus, num pequeno e doce beijo.

Senti meus olhos se arregalarem de início, mas aos poucos eles foram se fechando à medida que eu ia retribuindo. Justin pediu passagem com a língua e logo invadiu minha boca com tamanho desespero, apenas porque deixei uma pequena brecha ali. Nossas línguas dançavam suavemente e sensualmente. Ele beijava super bem e era incrivelmente difícil parar, parece que o mundo parou e só éramos nós dois ali, juntos. Não escutava ou via nada mais a minha volta, era como se tivessem me levado ao paraíso...

Ele partiu o beijo e deu um sorriso imenso, senti minhas bochechas ficarem vermelhas e ele deu um pequeno selinho no meu nariz. Ri com aquele ato e Justin me abraçou novamente, eu me sentia confortável em seus braços. Então, ele selou nossos lábios rapidamente e se afastou de mim, andando de costas e me olhando com um sorriso lindo em seu rosto...

Assim que ele sumiu entre as árvores, eu me virei caminhando lentamente para as escadas. Coloquei minha mão direita em meus lábios, eu ainda não conseguia acreditar que ele havia me beijado. Eu estava me sentindo nas nuvens, uma sensação de felicidade tomava o meu coração que estava acelerando cada vez mais...

Aquele era irredutivelmente e completamente o dia mais feliz da minha vida e, o melhor, é que ele mal havia começado...