Hate To Love escrita por Yukime
Notas iniciais do capítulo
Espero que curtam o capítulo!
7º Capítulo – Tenho uma nova irmã
Já estava na hora do voo de Louise. O momento que eu mais temia. Tomei um banho, colocando uma calça jeans, uma regata branca e uma jaqueta de couro preta. Peguei minha bolsa e chamei um táxi, indo na direção do aeroporto.
Chegando lá, Louise estava sentada em um banco e parecia triste.
– Lou – disse me sentando ao seu lado e a abraçando – Não quero vê-la assim, por favor.
– Tudo bem – ela suspirou.
– Cadê aquele sorriso que eu tanto amo? – perguntei, dando um sorriso e acariciando seus cabelos ondulados e ela sorriu. Sentiria saudades daquele sorriso e infelizmente anunciava que era a hora de Louise.
– Tchau, Lou – a abracei fortemente, e chorei.
Ficamos abraçadas por uns dois minutos, apenas chorando.
– Vamos, Louise? – chamou sua mãe, e eu via a dor em seus olhos, a dor de ter que nos separar.
– Vamos – Louise secou suas lágrimas.
– Me ligue assim que chegar, promete? – pedi.
– Prometo – disse ela – Te amo, Carter.
– Também te amo, Lou, agora vá, antes que eu chore mais – disse sorrindo e ela me deu um último abraço, me deixando sozinha no meio daquele aeroporto. Podia não parecer, mas eu estava acabada.
Já em casa, me deitei em minha cama. Olhava para o teto. Ouvi algo sendo tacado na minha janela e imaginei que fosse Kevin. Sequei as lágrimas e a abri. Infelizmente não precisava de lágrimas pra dizer que eu não estava nada bem.
– Louise, acertei? – perguntou ele, cuidadoso.
– E precisa ser vidente pra adivinhar isso? – disse olhando para baixo – Eu... Acho que vou indo.
Fechei a janela e troquei de roupa, como já era tarde, dormi.
Mais um dia de aula chato e tedioso. Não conseguia prestar atenção na matéria nem por um minuto sequer. Mas me surpreendi quando vi um garoto na sala que nunca havia visto antes. Estava sentado na minha frente e só percebi agora. Ele tinha cabelos loiros dourados e olhos castanhos e era incrivelmente bonito. Seria um aluno novo? Talvez. Então a professora o apresentou.
– Temos um novo aluno em nossa sala – avisou uma mulher de cabelos grisalhos e olhos castanhos apontando para o garoto se levantar – Thomas Benson, diga olá para a turma.
– Oi – disse ele desconfortável e voltou a se sentar.
Pensei em puxar assunto com ele, já que estava sozinho, mas como nunca fui boa nisso, deixei para lá.
Kevin estava quieto, o que estava me incomodando. Nunca pensei que fosse dizer isso. Dormia a aula toda.
A próxima aula era de educação física, algo que eu odiava, exceto quando jogávamos vôlei, que eu era boa, para ser sincera. Como sempre, o professor formou os times e tive o azar de ficar no mesmo de Megan, que estava me assustando com seu silêncio. Thomas também estava no mesmo time que eu. Então o professor avisou ser vôlei, o que me deixou, de certa forma, alegre.
– Está vendo aquelas ali? – disse para Thomas, apontando para Megan, Jessie e Molly – Afaste-se delas.
– Obrigado – disse ele e deu um sorriso – Me chame de Tom.
– Sou Catherine, mas me chame de Carter – sorri.
Megan estava me assustando. Não estava aprontando nada comigo desde os últimos cinco dias. Era um milagre, realmente. Nem me olhar ela olhava mais e desconfiava de que Kevin sabia de algo, mas logo me esqueci disso.
No recreio, sentei com Tom e conversamos bastante. Tom era muito legal e era bom conversar com alguém desconhecido, que não ficava te perguntando sobre tudo que havia acontecido e se eu estava bem.
– Por que veio para cá e de repente? – perguntei.
– Meus pais tiveram que se mudar – disse ele – Negócios.
– Entendo – disse me lembrando de Louise, mas me recusei a demonstrar fraqueza nesse assunto.
Então fomos surpreendidos por um anúncio de última hora pela diretora. Ela subiu em uma das mesas com um microfone na mão.
– Uh-Uhn – ela limpou a garganta – Estou aqui para anunciar o grande baile de primavera, que acontecerá daqui a exatamente duas semanas, tempo suficiente para arranjarem seus pares e comprarem uma bela roupa! – anunciou ela, me pegando de supetão. Duvido que eu vá a esse baile.
– Gosta de bailes? – perguntou Tom.
– Para ser sincera? – disse meio sorrindo e meio séria – Não muito.
– Nem eu – ele sorriu – Acho perda de tempo.
– Exatamente – disse – Essa coisa de se maquiar toda e colocar um vestido não é para mim.
– Aposto que ficaria linda – disse ele e eu corei. Ele estava flertando comigo ou apenas me elogiando?
– Uau – disse confusa – Não tenho tanta certeza.
– Desculpe atrapalhar o clima, mas posso me sentar aqui? Não tem mais lugar – disse Kevin, que parecia estar ouvindo nossa conversa.
– Senta – avisei – Esse é Kevin, Tom.
– Oi – disse Tom ao vê-lo.
– Olá – disse Kevin.
– Encontro vocês na sala – disse me levantando e me dirigindo até o banheiro.
Quando saí, percebi que Megan e suas amiguinhas entravam apressadas no banheiro. Curiosa, ouvi por trás da porta.
– Eu não acredito! – rosnou Megan – Isso não pode ser verdade!
– O quê, Megan? – perguntou Jessie, calma.
– Catherine Stewart! – gritou ela e estremeci – É claro! É o mesmo sobrenome de meu pai!
O mesmo sobrenome do pai dela? O que ela queria dizer com isso?
– O que você quer dizer com isso? – perguntou Molly quase lendo meus pensamentos.
– Carter, aquela coisa insignificante, aquela pedra no meu sapato, é minha irmã! – gritou ela dando ênfase em “irmã”.
Como? Eu era irmã de Megan Henley?
– Como é que é? – disse entrando no banheiro – Eu sou... Sua irmã? – disse com um pouco de nojo no “sua”.
Megan me olhou, parecia que seu olhar poderia me matar a qualquer momento, mas continuei a encará-la.
– Meu pai teve o desprazer de ter um caso com sua mãezinha inútil – disse ela, com raiva.
– Não meta minha mãe no meio, sua inconsequente! – gritei – Como descobriu isso?
– Eu vi uma carta de sua mãe para meu pai – disse Megan – Quando eles terminaram e ela disse que estava grávida. Dizia que era menina e que se chamaria Catherine Stewart. E que eu saiba o nome da sua mãe é Sally, correto?
– Correto – disse me segurando para não arrancar seus cabelos – E quem é seu pai?
– George Henley Stewart – disse ela com cara de nojo.
Não aguentei e dei um tapa relativamente forte em seu rosto devido sua cara nojenta. Jessie me segurou e Molly segurou Megan.
– Me solte! – gritei bem alto – A última coisa que eu quero é ficar no mesmo cômodo que essa daí.
E ela me soltou, onde eu corri para fora do banheiro e continuei correndo até dar de cara com alguém e cair de costas no chão.
– Carter? – disse o garoto.
– Tom? – dei um palpite, com a visão turva.
– Kevin, prefiro que me chamem assim – disse ele.
– Desculpe – me levantei, onde ele nem sequer me ajudou.
– Tchau – disse ele indo embora. O comportamento de Kevin não estava normal, mas eu tinha coisas mais sérias com o que me preocupar.
Ignorei todas as outras aulas e voltei para casa correndo.
– Mãe! Pai! – gritei ao entrar, os procurando.
– Sim, filha? – disse meu pai – O que faz em casa?
– Sou irmã da garota mais insuportável de todo o colégio – disse me sentando no sofá, frustrada.
– E como ela sabe disso? – perguntou minha mãe e lhes expliquei tudo – Qual o nome do pai dela?
– George Henley Stewart – disse e minha mãe colocou as mãos na boca.
– Não pode ser – disse ela ainda com as mãos na boca – Ele tinha sumido.
Meu pai se sentou ao meu lado, atordoado.
– Eu quero conhecê-lo – disse quebrando um pouco do silêncio – Não levem para o lado pessoal, quero apenas conhecer uma das pessoas responsáveis pelo meu triste nascimento.
– Não fale assim – disse minha mãe – Você é a minha vida, Carter.
– Aposto que sou importante apenas para vocês – disse.
– Duvido – disse meu pai, pela primeira vez.
– Tudo bem, você o conhecerá, mas com uma condição – disse minha mãe.
– Qual? – perguntei.
– Que você não se aproxime dele – disse ela, olhando para o meu pai.
– Ok – assenti.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então? Como acham que vai ser o dia que Carter e George se conhecerem? Como eles e Megan reagirão?