Magali entrou na cabana e viu Diana sentada no canto.

Magali – O que foi?

Diana – N-nada.

Magali – Querida, sinto em te decepcionar, mas a mim você não engana.

Magali se sentou ao lado de Diana e olhou pra ela.

Magali – Me diz... O que aconteceu entre você e o Guilherme?

Diana – Já disse que não foi nada.

Magali – Não foi o que pareceu quando o Pedro falou aquilo... O que aconteceu?

Diana – Ta bom, eu falo.

Flash Back

Uma semana antes...

“Eu estava no meu quarto quando o telefone tocou então eu atendi.”

Diana – Alo? Ah, oi Gui! Sério? Claro, não to fazendo nada mesmo. Você vem aqui? Ta bom, te vejo daqui a pouco. Beijo. Tchau.

“Desci correndo e fui pra sala onde a mamãe estava.”

Diana – Mãe! Mãe! Mãe!

Mônica – Que foi? Calma filha vai tirar seu pai da forca?

Diana – Mãe! Lembra do Guilherme?

Mônica – O filho da Ana? Claro, o que tem ele?

Diana – Ele me convidou pra sair!

Mônica – Sério?

Diana – É e ele vai vir daqui a pouco pra gente ir à sorveteria!

Mônica – Espera... Se ele já vai chegar o que você esta fazendo aqui? Vai lá se arrumar.

Diana – Então eu posso ir?

Mônica – É claro!

Diana – Oba! Valeu mãe! Você é demais!

“Dei um abraço nela e subi pra me arrumar. Depois de olhar Algumas roupas (Algumas? Foi o guarda-roupa todo.) Eu resolvi vestir um vestido florido, quando terminei de me arrumar à campainha tocou e eu desci a escada correndo de novo.”

Diana – Eu atendo! Eu atendo!

“Quando abri, vi aquele garoto lindo que eu estava a fim já fazia um tempo.”

Diana – Oi Guilherme.

Guilherme – Oi Diana... Nossa! Você ta linda.

Diana – Obrigada... Vamos?

Guilherme – Claro.

“Começamos a caminhar em direção á sorveteria, chegando lá pegamos os sorvetes, sentamos na mesa e começamos a conversar um pouco. Quando terminamos, pagamos e saímos”

Guilherme – Que tal se a gente for à praça?

Diana – Parece uma ótima idéia. Vamos.

“Chegamos à praça e tinha algumas pessoas lendo jornal, conversando ou cuidando de umas crianças. Nos sentamos em um banco perto de nós.”

Diana – Legal aqui né?

Guilherme – É... Muito.

“De repente ele me olhou de um jeito meio estranho, chegou um pouco mais perto de mim e começou a ma beijar, hesitei em pouco no começo, mas comecei a retribuir na mesma intensidade que ele.”

??? – Caham...

“Alguém tinha chamado nossa atenção, parei o beijo e quando vi que era levei um susto.”

Diana – O que você quer?

Julio – Desculpa interromper o momento meloso de vocês, mas é que tem um treinador muito furioso te procurando Guilherme.

Guilherme – Ai meu Deus! Eu me esqueci que tinha treino hoje!

Julio – Melhor você ir agora, por que você sabe como o treinador fica se alguém falta sem justificativa.

“Guilherme saiu correndo em direção ao campo, depois fiquei olhando Julio, furiosa.”

Julio – Que foi?

Diana – Por que você fez isso?

Julio – Isso o que?

Diana – Eu sei muito bem que não tem treino hoje. Você inventou isso! Por quê?

Julio – Hora... Você é minha irmã e eu não ia deixar você ficar com qualquer um, principalmente com o Guilherme...

Diana – E desde quando você se importa com as pessoas que eu saio?

Julio – Desde quando você e o Pedro se beijaram.

Diana – Que? Como você sabe disso?

Julio – Ele é meu melhor amigo! E ele gosta de você, mas pelo visto você não sente nada por ele.

Diana – É claro que eu gosto dele! Ele também é meu melhor amigo!

Julio – Se você gostasse mesmo dele, não teria feito isso.

“Depois disso ele se virou e foi embora.”

Fim do Flash Back

Magali – Perai! Você beijou o Pedro?

Diana – F-foi um acidente, a gente estava correndo no campo, ele tropeçou e caiu em cima de mim e sem querer a gente se beijou.

Magali – E quando foi isso?

Diana – Umas duas semanas antes do encontro com o Guilherme.

Magali – E... Você gosta dele?

Diana – Quem? O Guilherme?

Magali – É.

Diana – Bom, eu não sei. O Guilherme é um ótimo amigo, a gente se conhece faz um tempo, mas...

Magali – Mas...?

Diana – Mas quando eu estou com o Pedro é diferente, eu me sinto mais segura e feliz quando ele ta perto, ele é sensível e muito brincalhão.

Magali – Quer dizer que se apaixonou por ele?

Diana – Não! É claro que não, eu não poderia ficar com ele, ele é meu melhor amigo.

Magali – Mas é da amizade que nasce um relacionamento, ou você se apaixona perdidamente por qualquer um que aparece na sua frente?

Diana – Não, é claro que não.

Magali – Olha, acho que você deve conversar com ele sobre isso.

Diana – Você acha?

Magali – É claro, ele gosta de você, e não quer te ver triste por uma coisa boba como essa.

Diana – Acho que você tem razão... Vou lá falar com ele.

Magali – É assim que se fala.

Sentado perto da água, Pedro estava ali sentado jogando algumas pedras. Mônica se aproximou dele.

Mônica – Oi.

Pedro – Oi...

Mônica – Posso me sentar?

Pedro – Se quiser.

Mônica se sentou ao seu lado, ficou observando ele jogar as pedras por um tempo. Até que Pedro quebrou o silencio.

Pedro – O que você quer?

Mônica – Conversar com você sobre a Diana.

Pedro – É eu já imaginava.

Pedro se levantou, mas Mônica continuou sentada.

Mônica – Você gosta dela não é mesmo?

Pedro – Que diferença isso faria? Ela não gosta de mim.

Mônica – Se ela não gosta, então por que são amigos?

Pedro – Sabe que não é disso que eu to falando. Ela não gosta de mim mais que um amigo.

Mônica – Tem certeza disso?

Pedro – Claro que tenho, ela prefere ficar com o idiota do Guilherme.

Mônica – Ciúmes?

Pedro – Claro que não!

Mônica – Pedro... O que a Diana fez é normal, ela apenas saiu com um cara, ela não vai se casar com o primeiro que ela gostar ou namorar.

Pedro – Mas comigo parece que não é normal...

Mônica – Como?

Mônica se levantou e encarou Pedro.

Mônica – Como assim Pedro?

Pedro – Olha eu não sei se devo te contar, mas... Eu acho que segurei isso pra mim mesmo tempo demais.

Mônica – Pode falar. Sou de confiança.

Pedro – É que...

Pedro atirou outra pedra no rio.

Pedro – Acho que eu amo a Diana de verdade.

Mônica – Que? Isso é ridículo Pedro, você ainda é muito novo.

Pedro – Nem tão novo assim.

Mônica – Ta, mas, isso é por que ela é uma garota bonita e...

Pedro – Não tem nada haver com a aparência Mônica.

Mônica – Não? Então o que é?

Pedro olhou pra cima, viu a lua cheia e o céu estrelado, procurou ali palavras pra expressar o que sentia.

Pedro – Comecei a sentir isso quando estávamos na sexta série, à gente brincava e conversava muito, quando as férias chegaram, não sei por que, mas sempre antes de dormir eu pensava nela, quando estava lendo um livro, ou mesmo vendo algum filme. Quando a gente se via eu sentia um frio estranho na barriga, um nervosismo que não entendia. Passei meses sentindo a mesma coisa sem conseguir entender o que significava. Só depois de ler algumas frases no facebook eu entendi o que era... Era amor, eu tinha me apaixonado por ela.

Pedro sorriu ao se lembrar da época em que descobriu aquilo, a sensação de estar apaixonado era ótima, mas ao mesmo tempo doloroso.

Mônica – Mas... Isso já deve fazer quase três anos, por que nunca disse nada?

Pedro – Eu não podia.

Mônica – Por quê?

Pedro – Ela era irmã do meu melhor amigo, seria um pouco estranho, e, além disso, eu nunca tive coragem de dizer com medo que ela não sinta o mesmo que eu.

Ele se sentou novamente olhando a água.

Pedro – Ela não faz idéia de quantas vezes me machucou dizendo sobre os garotos que estava gostando, sobre os beijos e namoros. Eu tinha que agüentar, a decisão de ser apenas amigo dela foi minha, às vezes quase perdia a razão e tentava me declarar pra ela. Quando ela terminava um namoro sempre era por traição, não ela, mas o namorado, ela já ficou dois dias chorando direto por causa disso, cheguei a perguntar pra Bruna onde ele morava só pra acabar com a raça desse idiota por ter a feito chorar...

Mônica ouvia atentamente as palavras de Pedro, ficou um pouco emocionada, pois nunca havia visto um garoto dizendo esse tipo de coisa.

Pedro – Depois de um tempo eu parei de sentir o frio na barriga, e não ficava com ela na cabeça o tempo todo. Comecei a pensar que isso foi apenas uma fase e que eu já estava livre dela, mas me enganei... Teve uma época em que meu tio ficou doente e fiquei com medo de que ele morresse, eu não suportei, fui pra um canto da escola onde não tinha ninguém por perto e comecei a chorar. Mas alguém apareceu, era a Diana, pensei que ela iria rir, mas me enganei, ela secou minhas lagrimas, e ficou ali me dizendo que tudo ficaria bem e disse que estaria ao meu lado sempre que eu precisasse. Acho que foi nesse momento...

Pedro olhou pra Mônica.

Pedro –... Em que meu amor por ela aumentou como nunca. Sempre que eu olhava pra ela eu reparava em cada traço do seu rosto, ou quando alguma parte do meu corpo tocava na pele dela, é como se fosse à última vez. Perdi as contas de quantas vezes senti vontade de beijá-la e não podia. Acho que... Por essa falta, eu percebi uma coisa... Que eu não amo a Diana por causa do seu corpo, eu a amo por que sei quem ela realmente é, com cada defeito, e principalmente pelos seus olhos, eu acho que ela é a mulher mais perfeita que eu já vi...

Mônica – Nossa! Isso é...

??? – Verdade?

Mônica e Pedro olharam pra trás e viram Magali e Diana se aproximarem. Pedro se assustou quando viu lagrimas nos olhos de Diana, mas não pareciam de tristeza...

Pedro – Diana?

Diana – Me diz Pedro... Tudo isso que você falou é verdade? Você me ama?