Parte Dois– XXXXI

- Kuran Yuuki, aceita Kuran Kaname como seu legitimo esposo? – perguntou o reverendo me olhando para eu responder.

Sabe aquele papo de ter mínimas esperanças de que Zero apareceria para acabar com toda a cerimônia como naqueles finais de novelas?

Então, ao ter que responder essa pergunta que mudaria toda a minha vida vi todas as minhas esperanças se acabarem em milésimos de segundos.

Porque eu ainda fui idiota em acreditar que ele viria me resgatar em um cavalo branco como fez da ultima vez?

E porque eu ainda pensava nesse idiota prestes a me casar com outro?

- Er, - e eu simplesmente travei, não consegui dizer nada naquele momento.

- Yuuki? – chamou o reverendo. – Responda.

- È Yuuki, diga a eles o quanto deseja ser a minha mulher. – falou Kaname sorrindo. – Apenas minha mulher e de mais ninguém.

- Teu cu que a Yuuki vai ser sua mulher, merda. – e xingou aquela voz tão conhecida descendo de paraquedas durante a cerimonia.

Era ele.

Era o Zero.

- Mas o que está ... – tentou dizer alguma coisa, mas ele foi impedido por uma simples ação de Zero.

E Zero simplesmente chutou a cabeça de Kaname enquanto chegava ao chão de paraquedas.

Sim, ele havia chegado de paraquedas pela no meio da cerimonia junto com Yagari que estava segurando uma especia de sirene que anunciava a chegada deles .

Ele havia chegado de paraquedas no meio de uma cerimonia, chutado a cabeça de Kaname e ainda xinga em um local sagrado.

Esse era o Zero.

O meu Zero.

- Obrigado por amortecer a queda, Kaname. – agradeceu Zero tirando todo aquele equipamento que ele havia usado para pular de paraquedas.

- Zero? – é, eu ainda não havia acreditado que ele havia feito tudo isso. – C-como você conseguiu e porque você fez isso?

- E como dizem por aí, o pouco que a gente tem parece enorme quando perde. – falou Zero sorrindo de lado. – E eu não ia me perdoar se eu te deixasse casar com o Kaname.

- Tarde demais Zero. – falou Kaname ainda sonso com o chute que havia levado. – Você não vai estragar meus planos novamente, não agora que eu estou quase conseguindo.

- Você não vai poder fazer nada enquanto estiver preso, Kaname. – falou Yagari rindo ao lado de alguns caçadores e membros do Conselho. – Sua merda de show acabou.

- Do que está falando, Yagari?

- Dos assassinatos que cometeu contra os caçadores e contra os nobres sem autorização do Conselho, e o pior por motivos extremamente pessoais. – explicou um dos mais velhos Anciões, pegando uma espécie de pastas.

- Se é para você matar uma pessoa, mate direito Kaname. – falou Yagari acendendo um cigarro e tragando o mesmo. – Não deixe provas como essas.

E de trás dos caçadores, saiu um jovem caçador ainda com horríveis cicatrizes em seu rosto e corpo.

Kaname engoliu seco quando vi o mesmo.

- Surpreso? – perguntou o jovem. – Eu sou Akira, o que fazia o trabalho sujo juntamente com você, Kaname. E que quando tentei sair dessa vida medíocre que você me fez entrar, quase me matou por saber como, quando e quem matei por ordens suas – por fim falou Akira. – Fim da linha, Kaname.

- Eu avisei que você não ia me calar, Kaname-sama. – falou Yagari , se deliciando com aquela sensação de incriminar Kaname.

- Realmente fizeram um trabalho excelente, até o final da guerra entre Caçadores e Nobres botaram fim só para poder me ferrar. – falou Kaname rindo diabolicamente, ele me deu medo. – E não, eu não me arrependo de ter matado todas essas pessoas, elas não eram dignas de viver mesmo.

- Você é um merda mesmo, Kuran. – por fim falou Yagari prendendo ele com algemas e o entregando para os nobres. Eu olhava para aquela cena em choque.

Sabe aquela sensação de ter tudo que você acreditava que era perfeito, não passar de meras fantasias?

Então, era isso que eu estava sentindo.

Eu sabia que Kaname era malvado, mas chegar a matar pessoas?

Isso me indignava e me fazia ter nojo dele.

Fazia-me ter vergonha de ter o mesmo sobrenome que ele.

Então, como uma coragem que eu não sei de onde eu arrumei, falei:

- Esperem. – pedi enquanto o vi ser levado pelos Anciões. – Eu quero dizer uma ultima coisa para o Kaname. – falei ficando frente a frente com o mesmo.

- Eu sabia que você voltaria Yuuki, você não suporta me ver nesse estado deplorável não é mesmo?

- Eu tenho vergonha de pertencer a mesma família que você, Kaname. – gritei, jogando meu buque de rosas vermelhas em seu rosto.

- Ah sim, você tem vergonha? – perguntou Kaname tirando as pétalas de rosas do seu rosto, assenti. – Tenha vergonha mesmo, eu dei um fim naqueles que eu chamo de pais mesmo. Nem família você não vai ter mesmo.

E com aquelas palavras totalmente chocantes para mim, foi embora da minha vida para sempre sendo levado pelos Anciões e Caçadores.

Eu não posso acreditar que ele fez uma coisa dessas, eu não!

Senti lagrimas descerem sobre o meu rosto sem cessar e eu realmente me senti uma idiota por ter acreditado em toda aquele encenação.

- Ei, acabou. – falou Zero secando minhas lagrimas com os dedos. – Você não tem mais motivos para chorar, eu não vou deixar. – me confortou, me abraçando.

E como eu não poderia ficar feliz com Zero dizendo palavras assim?

- Me desculpe, Zero, me desculpe. – pedi varias vezes enquanto minha voz estava embargada pelo choro.

- Vamos esquecer tudo isso, só importa o que acontecerá daqui para frente.

- Falando em acontecer daqui para frente, devo encerrar essa cerimônia, certo? – falou o reverendo, nos olhando. – Depois dessa bagunça não haverá nenhum casamento mais.

- E quem disse que não? – falou Zero sorrindo, nos olhamos cúmplices com aquela situação.

[...]

- Kuran Yuuki, aceita Kiryuu Zero como seu legitimo esposo?

- Sim. – aceitei dando o sorriso mais feliz que se podia ter nesse mundo.

- Kiryuu Zero, aceita Kuran Yuuki como sua legitima esposa?

-... – ele nada falou. Entrei em desespero ao ouvir esse silencio vindo de Zero.

- Zero? – o chamei, e ele balançou a cabeça sorrindo.

- É claro que eu aceito. – falou Zero para meu alivio naquele momento.

- Então, eu os declaro marido e mulher.

E aquela frase bastou para concretizar toda a felicidade que  estávamos sentindo naquele momento.

Zero me puxou para si e me beijou demoradamente,  me fazendo ficar vermelha com aquela situação.

Alias, nota uma nota mental para sempre seguir.

Eu não ficaria mais vermelha quando Zero me beijasse ou coisa assim.

Eu não poderia ficar vermelha, alias nem tinha motivos mais.

Eu era esposa do Kiryuu Zero, o que eu mais poderia querer dessa minha vida?

-x-

[...]

Alguns dias depois, em Seul.

É, aqui estava eu com a garota na Coreia do Sul.

Ok,  que eu não aceitei numa boa vir para esse pais onde a cada um segundo Yuuki surtava ou babava com as musicas e com aqueles viadinhos coreanos.

É,eu já deixei bem claro quando chegamos aqui.

Se algum coreano vier de gracinha para cima dela, eu não vou ter piedade de matar da maneira mais dolorosa possível.

E não, eu não estou com ciúmes.

- Zero, eu preciso te contar uma coisa. – falou Yuuki se sentando do meu lado do sofá, para variar eu estava jogando Guitar Hero.

- Fala, Yuuki. – respondi nem dando muita importância, já que estava solando uma musica no nível Hard.

- Eu estou apaixonada por outra pessoa.

- Ok Yuuki, eu conserto depois que eu terminar de jogar. – respondi, mas depois que eu fui me ligar no que ela realmente havia falado. – VOCÊ SE APAIXONOU POR QUEM? – gritei pausando o jogo e a encarando assustado.

- Isso mesmo que você ouviu Zero, eu me apaixonei por outro cara.

- Eu sabia! – resmunguei – Eu sabia que não era uma boa ideia te trazer para essa cidade. Não, pode falar, de qual banda ele é?

- Zero, ele não é de nenhuma banda.

- Ah, ele é normal. Melhor ainda. – falei indignado com aquela noticia e revoltado com a naturalidade que a garota dizia isso. – E eu conheço por acaso, o maldito? – perguntei já planejando a morte mais dolorosa possível. Pelo não iria preso por matar uma celebridade

- Eu não conheço Zero, eu só vou conhecer daqui uns 9 meses mais ou menos. – falou Yuuki me olhando, logo a minha ficha não caiu, praticamente despencou!

- Você está... – eu nem consegui terminar a pergunta de tão em choque que eu fiquei.

- Sim, Zero eu estou grávida. – confirmou Yuuki sorrindo, eu não consegui esboçar nenhuma atitude decente com isso.

Véi, na boa.

Eu ia ser pai.

Véi.

Véei.

VEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI!

Eu vou ser pai, a Yuuki está grávida e eu vou ser pai.

Isso é muito, muito, muito , sei lá, o que eu eu estava sentindo agora nesse momento.

Eu só sabia que eu estava rindo que nem um retardado de tanto que eu estava feliz.

- Eu, Kiryuu Zero, você ser pai?

- Sim Zero, você vai ser pai. – riu Yuuki da minha reação.

- Tipo, pai mesmo? – perguntei. – Pai que troca fraldas, dá mamadeira e acorda no meio da noite por que o pirralho, quer dizer, a adorável criança está chorando?

- Sim Zero. Esse tipo de pai.

E eu só tive uma reação ao ter essa noticia confirmada.

- Eu vou ser o pai! – gritei abraçando Yuuki com toda a minha força. – Eu vou ser pai! O mais fudido, mas eu vou ser pai. – ainda gritava balançando a garota, ela riu da minha reação. – E eu vou fazer você e esse pirralhinho a família mais feliz do mundo, cara!

- Não chame ele de pirralho, Zero. – repreendeu Yuuki me olhando mortalmente, ri da sua cara de quem queria botar moral.

- Ok. – continuei rindo. – Ele não vai ser chamado de pirralho, mas vai gostar dos bons e saudosos rock in roll, não é filho? – falei cutucando a barriga da Yuuki, ela fez uma careta.

- Claro que não Zero, ela vai ser apaixonada por K-Pop.

- Rock In Roll. – serio,  vocês precisavam ver minha cara ,parecia com aquele meme No face.

- K-Pop.

- Rock In Roll, muito Rock.

- Minha filha não vai escutar só Rock, Zero.

- Mas é claro que não vai. – falei. – Ela vai escutar Heavy Metal, HardRock.

E assim ficamos discutindo qual seria o gosto musical da nossa pequena ou pequeno até chegar a noite.

No fundo, eu sabia que não puxaria varias coisas minhas e varias coisas da Yuuki.

Mas ela puxando a doçura da mãe, aquela mesma doçura na qual sou apaixonado já seria suficiente.

- Yuuki? – a chamei de madrugada, é acho que era 89846447 vez que eu fazia isso.

- O que você quer, Zero? – perguntou ela mal humorada, eu adorava ver aquela coisa fofa de mal humor.

- Você está bem? E o bebe?

- Zero, nós estamos bem, que droga. – resmungou Yuuki voltando a dormir, sorri de lado.

- Yuuki? – a cutuquei novamente, era hoje que eu morria.

- Eu acho bom ser algo importante, Kiryuu Zero. – ameaçou ela virando para o meu lado e com o olhar mais mortal do planete, sorri mais ainda ao a ouvir dizer isso.

- Eu te amo e amo muito esse pirralhinho que você está esperando, sabia?

- Eu também te amo, Zero. – por fim falou Yuuki, depositando um rápido beijo em meus lábios. – Já que me ama tanto, poderia fazer um favor para mim?

- O que quiser, Yuuki. – falei sorrindo, não seria algo difícil, como buscar água para ela.

- Eu estou com um desejo louco de comer lasanha, compra para mim?

- Agora Yuuki? – perguntei. – È de madrugada.

- Agora, Zero.

É, desejos de mulher grávida.

Agora sim a coisa ia ficar seria.