XXII

‘As pessoas podem estar em seus pés, mas sempre pensarão em puxar o seu tapete para ver a sua queda. ‘

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Ponto de Vista: Kuchiki Tsumugi.

Quem diria?

Eu, Kuchiki Tsumugi, que sempre teve todos os homens aos meus pés quando queria estava passando o Dia dos Namorados sozinha comendo brigadeiro de colher e vendo aqueles filmes idiotas com garotas retardadas que se apaixonam pelo bobão numa cena bastante inusitada.

Aquilo me dava aos nervos.

Porque esse mundo tinha que ser tão fofo e adorável?

Maldita hora em que fui tentar ficar com o Zero e acabei perdendo o Ichiru. Ele até que era uma opção para não poder passar esse dia Forever Alone.

E lá terminava mais um filme da enorme maratona que passava na televisão.

Merda, eu estava com tedio e se estão pensando que eu passaria esse dia tão repugnante sozinha vocês estão redondamente errados.

Eu ia aproveitar esse dia.

Me arrumei toda. Amarrei meus longos cabelos num rabo de cavalo de lado super alto e coloquei uma tiara branca.

Vesti uma blusa rosa de bolinhas brancas com uma saia curta meio rodada branca e um oxford branco. Estava lindo, eu acho.

Eu me odiaria mais tarde, por fazer isso, mas ou era correr atrás dele ou passar o dia dos Namorados sozinha.

E eu preferia a primeira opção.

                          -x-

- Tsumugi? – perguntei ao ver ela na porta da minha casa.

Ok. Isso era uma coisa que jamais pensaria que fosse acontecer.

Calma Ichiru, você irá ser forte e não irá se render aos encantos desse monstro.

Com coisa que isso era humanamente possível para mim, ela era linda.

- Oi Ichiru, er, feliz dia dos Namorados. – desejou ela sorrindo, dei um sorriso torto.

- Er, obrigado para você também. – é, eu estava nervoso. – O que você quer comigo? – perguntei friamente e olhando para o relógio, tomara que ela não chegue agora.

- Eu queria te ver, senti sua falta.

Devo admitir que essa frase mexeu bastante comigo.

Tsumugi, você era realmente minha droga.

Mas felizmente, eu estava sobre fase de reabilitação.

Eu não queria mais sofrer. Sim, eu ainda sinto algo muito forte por ela, mas eu não confio mais nela.

Quer dizer, desde que terminamos eu não confio mais em ninguém. Tenho medo de me envolver com outras garotas e acabar me machucando novamente.

E eu realmente espero que com ela seja diferente.

- Pena que eu não posso sentir o mesmo de você, Tsumugi. – revelei, ela arregalou seus olhos.

- Você realmente já me esqueceu, Ichiru?

Eu ia até responder, mas logo vi que ela estava na porta da minha casa olhando aquela cena.

Rumei até a sua direção e peguei na sua delicada e fria mão. Ela sorriu quando fiz tal ação, Tsumugi me olhou ainda mais assustada.

- Isso responde sua pergunta? – respondi, entrelaçando meus dedos ao dela, ela corou.

- Perfeitamente. – disse ela indiferente. – Você é mesmo um idiota, Ichiru.

E foi embora, talvez para sempre da minha vida.

Ela me olhava ternamente e eu sorri.

É, eu estava dando novamente uma nova chance ao amor.

- Eu vou te fazer feliz.

- Eu sei disso.

Eu estava sorrindo bobamente olhando para aqueles olhos tão lindos. Logo, encostei meus lábios nos delas num beijo terno e cheio de carinho.

Eu tinha certeza, ela me faria feliz.

                             -x-

Sai bufando dali com uma raiva que não consegui explicar até agora.

Eu me rebaixo a um nível lamentável e levo um fora pela segunda vez seguida.

Quem aquele retardado do Ichiru pensa que é para achar que pode me desprezar.

Quer saber também, eu quero que ele e essa namoradinha dele explodam junto com o Zero e a Yuuki. Bando de retardados apaixonados...

Estava pisando forte, até que trombei feio com alguma pessoa infeliz que passava no mesmo caminho que o meu.

- Me desculpa. – se desculpou ele de cabeça baixa.

- Me desculpa a merda! Por acaso não vê por onde anda não, seu retardado? – xinguei ficando mais irritada, droga hoje não é meu dia mesmo. –Quer saber, foda-se também. Não preciso das suas desculpas...

Quando ia atravessar aquela rua deserta para ir embora, ele segurou meu braço.

Ok, esse cara estava pedindo para morrer.

- Eu apenas quis ser educado, mas pelo jeito educação não funciona para pessoas como você.

- Dá para soltar meu braço? – mandei, e ele fingiu não me ouvir. – Solta meu braço agora!

Ele começou a rir ainda de cabeça baixa. Qual era o problema dele?

- Tenho pena de pessoas como você. – falou ele soltando meu braço, rindo. Serio eu estava quase batendo nesse cara ridículo com uma touca mais ridícula ainda.

- Eu não preciso da sua pena. Melhor, eu não preciso de ninguém! – deixei bem claro e ele continuou rindo.

- Ok. Foi bom te conhecer e feliz dia dos Namorados, se possível. – desejou ele. – Ah, me esqueci. Pessoas como você não são capazes de amar...

- Você vai se arrepender de ter dito isso!

Foi a gota d’ agua ele falar isso.

Ele não sabia nada minha vida, ele não tinha o direito de ficar me julgando de uma maneira tão tosca assim.

Fui para cima dele e comecei a dar tapas e socos na região do seu ombro, eu queria dar um na cara mais eu era baixinha demais para alcançar uma pessoa tão grande como ele.

Ele murmurou algo incompreensível e segurou meus pulsos me fazendo ficar bem próxima dele.

- Chega. – falou ele, me calei.

Pude ver claramente como ele era.

Ele usava uma touca preta que caia um pouco da sua cabeça deixando seu cabelo preto cair sobre seus olhos que eram de um verde hipnotizante.

Ele usava óculos como de nerd o que deixava suas feições mais delicadas ainda, ele era de um tom de pele bastante pálido.

Ele trajava uma blusa branca de uma banda chamada Asking Alexandria, uma blusa de frio listrada preto com cinzas, uma bermuda jeans dobrada na barra e um tênis All Star preto.

Ele podia ser um chato, mas era lindo.

E sim, eu estava meio balançada com ele tão perto assim de mim.

- Er, qual é o seu problema?

- Eu só odeio quando meninas idiotas como você me faltam com o respeito, só isso.

- E com coisa que você merece meu respeito.

Ele me olhou mortalmente e me empurrou até um muro pichado que havia naquela rua.

Ele colocou suas mãos entre minha cabeça impedindo que eu saísse de lá. Eu queria sair dali e deixar esse idiota sobrando naquela rua, mas ele me impedia com essa maldita mão.

Seu cheiro me deixava um pouco sonsa, era um tanto quanto exótico.

Ele estava próximo de mim e meu coração estava acelerado. Por algum motivo desconhecido.

- Retire o que disse, ruivinha.

- Nunca.

- Irei repetir mais uma vez, retire o que disse sobre mim.

- Me obrigue.

Ele foi se aproximando cada vez de mim e quando vi nossas testas quase estavam coladas. Suas mãos desenhavam o contorno do meu rosto, suas mãos eram frias e era como um pedaço gelo acariciasse meu rosto.

Seus olhos verdes estavam fixados nos meus e aquilo era hipnotizante demais para mim. Seus dedos frios saíram do meu corpo e foram até meu pescoço, o acariciando carinhosamente.

Não vou mentir, eu senti meu corpo arrepiar por completo com tal ação.

Logo depois, ele me puxou pela cintura me trazendo cada vez mais perto do seu corpo, colando nossas testas.

Eu senti sua respiração ofegante junto com a minha, nossos narizes ficaram se batendo.

Ele podia ser um chato, irritante, mas estava me deixando completamente seduzida por ele.

E finalmente quando pensei que fossemos nos beijar, ele dei um sorriso torto e me soltou.

- Novamente, feliz dia dos Namorados, garota ruiva.

E saiu dali me deixando totalmente louca de desejo por ele.

Quem era ele?

- Quem é você? – perguntei, ele sem se virar respondeu.

- Me chama apenas de Andy.