The Bet escrita por StardustWink


Capítulo 5
O príncipe perdido - parte 2.


Notas iniciais do capítulo

Sentiram minha falta? Não? Ok. Espero que gostem do capítulo... Não que já não fosse óbvio quem seria o príncipe.



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Uma garotinha, de mais ou menos uns seis anos, andava por um parque cheio de crianças. Ela possuía uma fita grande prendendo seu cabelo azul escuro e seus olhos de mesma cor observavam animadamente o pirulito que sua mãe lhe dera.

Ela procurava um lugar para sentar e apreciar sua guloseima, quando dois garotos de sete ou oito anos se aproximaram.

- Olha o que temos aqui! – O mais velho disse, pegando o doce das mãos da garotinha.

- Me dá! Ele é meu! – Ela berrou, tentando alcançar o pirulito, mas sem sucesso. Assim, ela resolveu apelar para a força.

E nesse caso força seria uma canelada na barriga do garoto.

- Ai! Essa é brava! – Ele disse, ao sentir a canelada que a garota lhe dera. Ele começou a ficar, com raiva, bufando. – Quer brigar, hein? Vou te mostrar o que é um soco, sua...

- Parem aí! – Uma nova voz foi ouvida, e as crianças viraram para encontrar um garotinho de sete anos de cabelos roxos. Ele parecia com raiva, se aproximando do grupo e parando em frente à garota.

- E o que você vai fazer, tacar pedras em mim? – O mais velho riu, e seu comparsa tímido fez o mesmo. Sorrindo sarcasticamente, o menino respondeu:

- Boa idéia. – E pegou uma pedrinha mais ou menos grande do chão, tacando na cabeça do mais velho que berrou de dor. Ameaçou pegar outras pedras, só que o garoto começou a chorar, entregando o doce.

- V-você é mal! Muito mal! – Eles falaram, saindo correndo provavelmente para contar tudo para suas mães.

- Patético. – O mais velho disse, se virando para a garotinha. – Aqui.

- O-obrigada... – Ela disse, aceitando a guloseima. – E-ei, espera, aonde você vai? – Perguntou, vendo o garoto começar a se afastar.

 -Já te ajudei, então posso ir embora.

- Nada disso! – Ela disse, bufando. – Você me ajudou, tenho que te recompensar.

- Não quero nada, problemática. – Ele respondeu, arqueando uma sobrancelha.

- Não seja bobo! – Ela falou, mostrando a língua. Ela sorriu de repente, tendo uma idéia. – Ah! Que tal se você fosse meu namorado?

-... E como isso é uma recompensa? – O garoto perguntou, ficando vermelho.

- Ué, você normalmente fica sozinho aqui, sem brincar com ninguém... – Ela deu uma pausa, e depois sorriu. - E agora que me salvou, pode ser meu príncipe!

O garotinho não disse nada, mas suas bochechas vermelhas que competiam com a saia da menina responderam por si mesmas. Ela sorriu outra vez, buscando algo em sua mochila.

- O que é isso? – O garotinho perguntou, olhando pelo ombro dela para ver o que ela tinha conseguido.

- Ah, são braceletes! Minha avó que me deu. – Ela respondeu, pegando duas pulseiras iguais, mas com pedras de tons diferentes. – Ia entregar uma dessas para a Zoey, mas acho que ela não vai se importar.

- E para que servem? – Ele perguntou, recebendo uma pulseira prata com pedras em roxo e um pingente de coração no centro. A pulseira estava brilhando, o que fez o garoto se assustar um pouco.

- Minha avó disse que são mágicos, e que brilham quando estão próximos. – A menina explicou, aproximando os objetos. – Quem usa esse bracelete sempre volta a se encontrar, mesmo que tenha que se separar algum dia... Não é lindo?

- Isso não é só conto de fadas que ela te contou antes de dormir? – O garoto perguntou com uma gota, sendo respondido com um olhar de raiva.

- Claro que não! – Ela reclamou, aproximando os braceletes. – Não está vendo?

Eles até que tem um brilho incomum. – Ele pensou, ao ver os objetos. – Pode ser só glitter.

- Ugh, desisto. De qualquer forma, aqui. – Ela entregou a jóia ao garoto, que recusou a colocar algo assim em seu braço. – Hey, príncipe...

- O que foi?

- Qual o seu nome? – Ela o perguntou, com um olhar confuso.

O garoto não respondeu. Ao invés disso, olhou pelo pátio e viu uma mulher mais velha, bem bonita por sinal, chamando o nome de alguém. – Ei, ela está olhando para cá.

- Ah, é a minha mãe! – A garotinha notou, acenando para a mulher. – Tenho que ir. Até amanhã, príncipe!

- Espera! – Ele gritou, ao ver a garota correr ao encontro da mãe. Ela parou, olhando para trás. – Qual o seu nome?

- Dawn! – Ela gritou de volta, sorrindo. – Não falte amanhã, ouviu príncipe? Quero saber seu nome!

- Sim. – Ele respondeu baixo, vendo a menina abraçar sua mãe. – Não vou faltar.

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Se eu pudesse voltar no tempo... – Ele pensou, olhando para o bracelete que a garota usava e vendo suas memórias surgirem em sua mente.

Mas aquilo estragou tudo. – Paul suspirou. Percebeu que a garota estava se mexendo, parecendo acordar.

Ela abriu os olhos, os esfregando e bocejando. Ao notar onde estava, levantou rapidamente e olhou para o jovem ao seu lado.

- Não acredito que eu caí no sono... – Ela resmungou, caindo outra vez sobre as cobertas. – Quanto tempo se passou?

- Não sei, duas horas? – O jovem arqueou as sobrancelhas, olhando pela janela. – Pode ter sido mais.

- E o que você ficou fazendo aqui todo esse tempo? – Ela perguntou, ficando vermelha. – V-você não fez nada engraçado comigo, fez?

- Você quer que eu faça? – Ele perguntou, sério. – Não fiz nada. Não sou covarde, problemática.

Ela piscou, lembrando de algo. Olhou de relance para seu bracelete, e notou que o outro integrante da sala também o olhava.

- Foi... Um presente de um amigo de infância meu. – Ela comentou, levantando seu braço para olhá-lo melhor. – Na verdade mais que um amigo, mas... Hey,é impressão minha ou ele está brilhando?

O jovem engoliu em seco, ficando um pouco nervoso. Falar ou não? Deixar de lado o fato dela provavelmente te odiar? Será que valia mesmo à pena?

Num surto de coragem, começou.

– Dawn, eu...

- Dawn! – Alguém abriu a porta da enfermaria com um empurrão, e Kenny em um segundo estava do lado de sua amiga.

- Eu ia me desculpar por hoje, mas as garotas me disseram que você não tinha aparecido na aula nem atendido o celular e eu fiquei preocupado-... Espera, o que ele está fazendo aqui? – O garoto parou, olhando para o de cabelos roxos sentado na cadeira.

- Fugindo da aula de física. – Ele respondeu no lugar da jovem, se levantando. – Mas acho que vou embora agora. – Sorriu para o jovem de cabelos castanhos. Se não se enganava, era um dos garotos que brincavam com Hikari em sua infância. Continuava irritante.

- Ei, Paul. – Ele se virou, sua mochila já em seus ombros. Dawnparecia uma boneca desarrumada na cama da enfermaria, os cabelos bagunçados e as bochechas rosadas. – Obrigada por hoje.

- De nada. – Ele respondeu, dando um sorriso curto, mas verdadeiro. – Nos vemos por aí.

A porta da enfermaria bateu, e Paul se encontrou com a enfermeira do lado de fora, esperando.

- Não vai fazer companhia para ela? – A mulher perguntou, o encarando como se soubesse de todos os seus segredos.

- Ela já tem companhia. – Ele respondeu, mirando a porta.

-Parece que quando as pessoas ficam doentes, querem consertar mais do que só seus ferimentos. – Ela comentou, se aproximando do aposento. – Se precisar de alguém para desabafar, a enfermeira está sempre disponível.

- Obrigado, mas vou passar. – Paul respondeu, de alguma maneira curioso com aquela mulher. – Meus problemas já passaram do limite possível para serem resolvidos.

- É isso que todos dizem. – Ela disse por último, com um sorriso triste,  olhando o garoto desaparecer pelos corredores escuros.

Do lado de dentro, Dawn não conseguia se concentrar no que seu amigo estava falando. Também mal notou a porta se abrir e a enfermeira entrar, pois alguma coisa não parecia sair de sua cabeça.

Naquela hora a pulseira estava brilhando, tenho certeza disso. – Ela refletiu, olhando para seu bracelete que não brilhava mais. O que será que ele ia dizer? Posso jurar que ele tinha os mesmos olhos...

Estavam a chamando, e daqui a pouco ela teria que responder. Mas naquele segundo, por aquele intervalo mísero de tempo, ela deixou-se levar pelas lembranças. Pensou em sua infância, no dia que conheceu seu príncipe, e nos olhos.

Príncipe, onde será que você está? – Ela perguntou ao vazio de seus pensamentos. Em seu braço, sua pulseira deu um chamado singelo, brilhando forte por um segundo.

A alguns corredores à frente, outro brilho foi respondido, mas ninguém estava ali para ver. E aqueles dois, separados pelo destino, por um momento pareciam unidos novamente.

É uma pena que momentos passam.

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Crystal não queria comentar do seu dia para as outras garotas. Estava com sorte, pois aparentemente a busca por Dawn pelo final do recreio tinha tirado a concentração de todos e jogado ela pelos ares.

Isso era por causa de um motivo. E esse motivo se chamava Gold.

Aparentemente o garoto tivera a idéia magnífica de trocar de lugares porque estava entediado. E quando você é o suposto “galinha” da sala e dá em cima de quase todas as garotas, carne nova nunca vai mal.

Ele praticamente tinha enchido sua paciência pela aula inteira, e se a garota não quisesse causar problemas ao lugar onde morava teria colocado seus golpes que aprendeu em suas aulas de karatê em prática.

E o pior é que eu tenho mais um tempo dessa aula depois do recreio... – Ela suspirou pesadamente, xingando o garoto em sua mente. Ele tinha mesmo que decidir ‘me conhecer melhor’.

Realmente, sorte era algo que ela não tinha. Pelo menos em seus quinze anos de vida, ela não tinha se apresentado presente.

O melhor a fazer agora é ignorar. Isso Crys, você consegue esquecer, não é? – Ela se assegurou, sorrindo e acompanhando suas amigas.

Até que ela viu um par de olhos dourados, e o dono deles vindo em sua direção. O mesmo sorriso torto, cabeço bagunçado.

É, não vai ser tão fácil assim.– Ela concluiu, fechando a cara.

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Notas finais do capítulo

Ikari, como esperado. E o príncipe se revela...Mas sem indícios de ser descoberto. Primeira apresentação do Gold! Fiquei mal por só ter o apresentado no cap 7 da fic antiga, e como esse capítulo ficou curtinho, resolvi acrescentar. :3
E aí? Gostaram? Odiaram? Tão afim de torta alemã? Deem reviews em todos os casos. Sério. ...Por favor? ;A;