The Bet escrita por StardustWink


Capítulo 2
O armário da sorte é o 887!


Notas iniciais do capítulo

Avisando outra vez, os capítulos a partir desse serão em 3ª pessoa. :3 Obrigada aos que comentaram no primeiro capítulo. ♥
Espero que gostem desse!



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O dia estava chuvoso quando Yellow acordou. Ela fez algo para comer normalmente, deixou o café pronto para seu pai e saiu de casa.

Como hoje os armários seriam distribuídos aos alunos, a garota conseguiu se apressar um pouco e sair de casa mais cedo, caminhando por entre as ruas vazias para chegar à escola.

Poucos alunos estavam lá; ela notou enquanto fechava seu guarda chuva na frente do prédio. Devia ser por causa da chuva, ela fazia todos ficarem com sono... É melhor que eu pare de pensar em sono senão vou acabar dormindo aqui mesmo.

Yellow tinha algumas más memórias a respeito de dormir em lugares. Quando se cansava muito, era normal que ela acabasse pegando no sono sem mais nem menos. Como no intervalo de uma partida de futebol, ou no meio de um teste, ou até estudando.

Pelo menos eu estou um pouquinho melhor agora... Ela comentou para si mesma, passando pelos corredores vazios até sua sala.

Como esperado, não havia quase ninguém lá. Mesmo assim, a jovem pôde observar Crystal dormindo em uma das cadeiras da frente e Paul no canto da sala em silêncio. Sorrindo, colocou sua mochila em uma cadeira ao lado de sua amiga e resolveu a deixar dormindo mais um pouco.

Ela foi então até uma mesa que tinha sido posta no corredor principal do prédio, e cumprimentou a professora que estava encarregada de supervisionar a caixa onde estavam os números.

- Tire um só, ouviu? – A mulher falou, sorrindo.

Vamos lá... Yellow tirou um dos papéis de dentro da urna, e viu o número. Armário 887? Mas os armários daqui não são até o 800?

- Com licença... – Ela começou, se dirigindo para sua professora. – É que eu peguei um número que não tem nesse prédio...

- Ah, sim! Você é aluna nova não é? – A loira apenas assentiu timidamente. – É que não há armários suficientes nesse prédio para todos os alunos. Assim, alguns armários de alunos que se formaram no prédio do ensino médio podem ser sorteados. – Ela explicou.

-Ok...– Yellow murmurou para si mesma,  desapontada.Ela teria que ir de um prédio ao outro todos os anos? Droga. – Entendi. Obrigada, professora.

Bom, já que não tenho escolha... Vamos até o meu armário! A garota pensou, virando até a saída e caminhando até o outro prédio. Pelo menos parece que é no primeiro andar. , Ela constatou, vendo os números escritos nas portas dos armários.

- É... Aqui. – Ela murmurou, chegando a frente ao seu armário. Não era muito grande, mas era espaçoso o suficiente para guardar tudo o que ela precisava.

-Será que eu dou um olá para a Blue? Melhor não, faço isso depois. – Ela fechou a portinha do armário, andando calmamente pelos corredores que só agora começavam a ficar cheios de alunos.

Quando voltou para sua sala, viu que Crystal já estava acordada e distraidamente escrevendo coisas em seu caderno.  Yellow foi até ela, que olhou para cima e sorriu.

- Bom dia, Yellow.

- Bom dia para você também, Crys. – A outra respondeu , já quase se acostumando a disfarçar sua voz.

- Já pegou seu número de armário? O meu é 701. – A garota de olhos azuis claros comentou, mostrando o número em suas mãos.

 Mas ela não estava dormindo quando eu cheguei...?

- Nossa, você chegou aqui que horas?

- Bem cedo. – Crys respondeu, com uma gota. – Mas então, qual o seu número?

- 887, lá no prédio do ensino médio. – Yellow respondeu com uma gota.

- Dá para pegar armários lá? – A garota perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- É , a professora disse que não tinham armários o suficiente nesse prédio e-

Ela só pôde perceber que fora cercada por um grupo de garotas quando foi sacudida para os lados por uma delas.

- Você pegou o 887? – A garota perguntou, incrédula. – Troca comigo, vai! O meu é muito melhor, perto da sala!

- Uh... – Yellow murmurou, não entendendo nada. Ela ficaria feliz de trocas seu armário sim, mas primeiro queria descobrir porque todas as garotas queriam ficar com um armário tão longe assim.

Era só um armário, certo?

E foi nessa confusão que Misty se encontrou ao entrar com suas amigas na sala. Ela arqueou uma sobrancelha, vendo a montoeira de garotas que aumentava a cada segundo entre o que aparentemente eram Yellow e Crystal.

- Huh, o que tá acontecendo aqui? – A ruiva perguntou para uma das garotas do aglomerado.

- O Yellow pegou o armário 887! – Ela respondeu, ainda animada.

- Ela pegou o quê?  - Dawn falou, surpresa. Misty, sabendo que provavelmente sua prima e Crys não sabiam nada do armário, tratou de tirá-las do meio das garotas.

- Olha, o Yellow não vai trocar de armário e ponto final. Agora dá para pararem com isso e deixar ele em paz? – Ela gritou, se metendo no meio das garotas.

- Mas ele nem precisa daquele armário! – Uma das garotas respondeu, indignada, movendo seus cabelos loiros bem claros de lugar.

- E por acaso você precisa? – May interveio, cruzando os braços. – É melhor assim do que se uma de vocês  conseguisse.  Agora dá para deixar meu amigo em paz?

- Humph! – A mesma disse, bufando, mas pareceu desistir. As outras tentaram insistir, mas viram que não iria ter resultado e voltaram para seus grupos no canto da sala.

- Tá, agora que a poeira baixou... – Crystal começou, virando para suas amigas. – Por que diabos todas aquelas garotas queriam esse armário?

- É o armário do lado dos armários do Red e do Green. O garoto que tinha esse armário ano passado, Bill, saiu da escola. Mesmo assim, não achei que fossem sortear ele para alunos do fundamental.

- E ele ainda é bem longe da nossa sala... – Yellow comentou, com uma gota. – Se elas não tivessem vindo para cima de mim e só tivessem perguntado , eu provavelmente aceitaria na hora...

- É melhor não, Yellow. – Hikari falou, cruzando os braços. – Como a Misty disse, é melhor que você fique com esse armário do que elas.  Aqueles dois já sofrem diariamente como a Blue por causa dos fãs, ninguém merece ter que ficar no armário ao lado de uma.

-Talvez você esteja certa. – A loira concluiu, suspirando.  – Não quero nem imaginar o que deve ser ter pessoas te perseguindo o dia inteiro. E isso também me dá tempo para falar mais com a Blue...

- Ok, está certo então! – May concluiu, sorridente.  – Mas ainda sim, você até que tem sorte. Eu vou ter que ficar do lado de uma daquelas garotas do grupinho. – Ela terminou, se irritando um pouco.

- Boa sorte, May. – Crystal respondeu, sorrindo. – Eu vou ficar bem perto da sala, então saí ganhando.

- E pelo que parece, Dawn e eu estamos a dois armários de distância. – A ruiva do grupo constatou, enquanto tirava seu material da mochila. - Acho que essa arrumação não foi tão mal assim.

- Bom dia pessoal! – A professora de português falou, entrando sorridente na sala. – Sentem-se em suas carteiras, por favor. – Como pedido, todos relutantemente sentaram.

A aula passou tranquilamente. Depois de dois tempos de português, as garotas tiveram de se separar novamente para outra aula. Esta, para Yellow, poderia ter sido menos demorada , mas finalmente o recreio chegou.

- Física não é uma matéria que eu me dou bem... – Crys comentou, se espreguiçando. – Prefiro muito mais química, tem menos zero para todos os lados.

- Sim. – Yellow teve de concordar, não conseguindo segurar seu bocejo. –Acho que caí no sono umas duas vezes...

- Bom, vamos? – A garota de cabelos azuis perguntou, sorrindo. –O resto já deve estar lá nos esperando para lanchar.

A loira concordou, e as duas se puseram a caminhar até as grandes cerejeiras do jardim da escola.  A chuva já tinha terminado há algum tempo, e algumas poças ainda restavam na grama.

As duas avistaram suas amigas, sentadas em cima de algum pano de piquenique -provavelmente Misty tinha trazido, ela sempre é prevenida- e conversando.

Ao se aproximarem, Yellow não evitou que sua sobrancelha levantasse: Por que diabos sua prima estava vermelha? E por que Dawn estava com cara de que ia matar alguém?

- Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou, sentando-se junto de sua prima perto da árvore.

- Ah, vocês chegaram, finalmente. – Misty falou, nervosa. – A Dawn estava falando o que deixou ela com raiva, e eu estava com medo de ter que controlá-la sozinha.

- O que houve? – Crystal perguntou, também curiosa, encarando a jovem de cabelos negros azulados do grupo, que estava praticamente tacando seu sanduíche pelos ares.

- Aquele idiota, isso o que houve! – Ela bradou, mordiscando seu sanduíche. – Pervertido, vai ver quando eu chutar ele direto para a lua...

- Calma Hikari. – Misty falou, com uma gota. – Explica primeiro de matar esse “idiota”, pelo menos.

- Ah, tudo bem, tudo bem... – Ela bufou, e, ajeitando-se um pouco em sua posição, começou a contar.  – É o seguinte...

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Dawn andava apressada pelos corredores. Como sempre, tinha ficado tempo demais falando com suas amigas e nem percebera que já estava atrasada para sua aula de sociologia no segundo andar.

Malditas aulas separadas. A garota tentou se mover mais rápido, começando a correr quando viu que não tinha mais ninguém nos corredores.

E, é claro, toda a vez que ela está atrasada, o chão tem que ter a idéia incrível de ficar molhado e fazê-la escorregar.

...Ué, por que eu não to dolorida mesmo?  - Ela pensou, e só aí percebeu que a pessoa com quem trombara a tinha segurado pelo braço quando ela estava a milímetros do chão.

- Ah, obrigada... – Ela começou, se virando para agradecer e olhando diretamente para Paul. – Eh?  - Ela murmurou, não acreditando que justo ele fora gentil o suficiente para não deixá-la cair.

- O que foi garota, perdeu algo na minha cara? – Ele perguntou, rude como de costume.

- Não. – Ela respondeu, franzindo as sobrancelhas e corando um pouco. – De qualquer modo, obrigada. Eu fico te devendo uma, Paul.

- Não precisa não. – Ele respondeu, a soltando. Porém, antes de se virar, oilhou-a por uma última vez . – A gente se vê depois, cerejinha.

E, com isso, ele se foi pelos corredores.Dawn, confusa, parou para pensar: cerejinha? De onde diabos ele tinha tirado esse... 

Espera aí, não era essa a estampa de sua roupa de baixo hoje?

- Seu... – Ela virou na direção de que ele tinha ido, corando mais que um tomate. – Seu pervertido! Nunca te disseram que é rude ficar olhando para a roupa íntima dos outros?!

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- ...Huh. – Crystal comentou, não sabendo outra coisa para falar. – Que...estranho.

-Nunca soube que o Paul pudesse ter um lado pervertido... – Yellow disse, com uma gota.– Ele deve ter visto por acidente.

- Acidente ou não, aquele palhaço vai se ver comigo... – Sua amiga agora murmurava, envolta no que parecia ser uma nuvem negra.

Dawn pode ser um pouco estranha às vezes... – Era o que provavelmente todas pensavam no momento.

- Mas agora que a Dawn já falou a parte dela... – Crystal começou, se virando para Misty que estava quieta demais. – Pode me explicar por que você está assim, Misty?

- Assim o quê? – Ela perguntou, corando ainda mais.

- Com a cara parecendo um tomate. –Dawn respondeu, terminando o sanduíche.

Ela não poupou um segundo...– Yellow pensou, ainda com uma gota.

- E-eu? – A ruiva murmurou, inutilmente tentando esconder o fato de que alguma coisa tinha acontecido.  – Não foi nada de mais.

- Se você está assim, então aconteceu alguma coisa. – Yellow comentou, desconfiada. – Vamos, prima, não deve ser tão sério. – Ela insistiu, chegando mais perto de Misty.

- Tá, eu falo. – A ruiva bufou, cruzando os braços. – Mas não foi nada mesmo.

- Do jeito que você está corada, eu duvido. –Dawn falou, dando um risinho ao fazer sua amiga corar outra vez.

- Que seja. – Misty encarou levemente sua amiga, e começou a finalmente contar o que havia acontecido...

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A aula de biologia que Misty tinha separadamente acabara mais cedo, mas parecia que ela não estava muito feliz com isso. Além de ter que ficar esperando suas amigas saírem para poder ter alguém para conversar, ainda tinha o fato de sua aula ter acabado de ser um desastre.

E claro, isso tudo tinha que ter sido falta de ninguém mais ninguém menos do que Ash.

Aquele garoto, desde que se conheceram, arrumava confusões. Primeiro com a bicicleta dela, que ele teve de roubar para chegar a tempo na aula quando nem se conheciam direito.

Segundo, por fazer a classe inteira achar que eles tinham um caso no dia seguinte por ele entregar uma caixa de chocolates como ‘pedido de desculpas’ por ter destruído a bicicleta dela ao cair com ela em uma ladeira.

Não é que ela o odiasse, claro. Ele só era bem irritante. Mas como May e Dawn também eram amigas dele e o convidavam para se juntar a elas no recreio de vez em quando, era meio impossível de escapar.

Ugh, se pelo menos ela pudesse se teletransportar por um momento para um mundo que ele não existisse...

- Hey, Misty, espera!

Falando no diabo. A ruiva se virou, encarando o jovem de cabelos negros e bagunçados enquanto ele corria para chegar até ela. Recompondo sua respiração, ele sorriu um pouco sem graça.

- Desculpa pelo que aconteceu hoje...  – Ele disse, e Misty teve que seriamente se controlar para não tacar seu lanche na cara dele e sair dali.

- Você quase explodiu o laboratório inteiro hoje na sala, e ainda conseguiu derramar um pouco de sei lá o quê que você fez no meu cabelo. Acho que uma desculpa não vai bastar. – Ela respondeu, ainda tentando se controlar.

- É sério, foi sem querer! – Ele insistiu, chegando mais perto da garota. – E também, você já tirou toda aquela... Gosma do seu cabelo, né? A professora até falou que não ia acontecer nada com ele...

- Ash. – Ele parou imediatamente, deixando com que Misty continuasse. Ele estava com medo de que se não fizesse isso, estaria assinando sua sentença de morte. – Se você não tem mais nada para falar, dá para me deixar em paz?

- Ah, espera, eu tenho algo sim. – Ash falou, olhando em volta. Misty bufou, batendo incessantemente os pés para mostrar que não iria esperar por muito tempo. Finalmente, o garoto voltou, em suas mãos o que parecia ser uma flor.

- O que é isso? – A ruiva murmurando, recebendo a tulipa de um tom branco que parecia ter pontas em um azul bem leve, quase imperceptível.

- Um pedido de desculpas. – O garoto respondeu, nervoso. Sua mãe sempre dizia que garotas  gostavam de flores, então ele esperava que Misty ficasse pelo menos um pouco menos nervosa.

A ruiva corou um pouco, tentando murmurar alguma coisa mais falhando. Ash, vendo isso como um sinal de que ela ainda estava brava, resolveu aproveitar o aparente “curto circuito” dela para escapar.

- Então... Nos vemos mais tarde! – Ele disse, se despedindo e correndo dali o mais rápido possível.  

- Huh, espera... – Misty tentou o chamar, mas quando conseguiu falar alguma coisa o garoto estava muito longe para ouvir. Ela suspirou, olhando outra vez para a tulipa que ganhara de presente.

- Obrigada. – Ela sussurrou para a flor como se ela fosse ele. De alguma forma, ele não parecia mais tão irritante.

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- Que pedido de desculpas criativo.– Crystal disse, sorrindo. Ela sabia exatamente o significado daquela flor, e esperava que o garoto não tivesse a usado apenas por “coincidência do destino”.

- Se pelo menos o Paul tivesse me tratado dessa maneira também... – Hikari falou, cruzando os braços e bufando. O grupo arqueou as sobrancelhas, ela corou e tratou de se corrigir. – Não que eu teria gostado disso.

-E quem disse que eu gostei? – Misty falou. Todos a lançaram um olhar, e ela se calou.

 Mas, de repente, Dawn percebeu alguma coisa diferente no grupo.  – Pessoal... Não tem algo de errado aqui não?

- Errado...? – Yellow perguntou, olhando para os lados. – Como assim Da... Espera aí. – Ela se interrompeu, olhando para os lados.

– Onde é que tá a May?

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Notas finais do capítulo

A tulipa, segundo a floriografia, significa uma "declaração de amor". Além disso, a cor branca em flores também é interpretada como um pedido de desculpas. Só para alguém que pudesse ficar curioso com o que a Crys pensou~
Bom, esse capítulo acabou. Acho que postarei o próximo lá pelo fim de semana. Um bom feriado para vocês! ~le distribui chocolates~