The Bet escrita por StardustWink


Capítulo 17
Trabalho de escola ou travessura do destino? 2.


Notas iniciais do capítulo

WOOO, atrasei um dia mas estou aqui. Espero que gostem!



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May prometera a si mesma que ela era forte o suficiente para o que estava prestes a fazer. Como depois percebeu que aquilo não era algo que requeria “força”, contentou-se em se lembrar de que aquele trabalho valia nota e precisava mesmo ser feito.

Era sábado, poucos dias antes da semana de provas, e justo naquele dia ela tinha marcado de fazer aquilo. Maldito garoto cheio de compromissos importantes que foi marcar justo no dia em que ela estudaria.

A campainha soou da porta, e a garota levantou com um suspiro. Andou do sofá da sala até lá, e olhou para a maçaneta emburrada.

Sem outra escolha, abriu a porta de sua casa. O que encontrou foi algo que ela não esperava: Além do parceiro de trabalho, o cabelo verde de quem coincidentemente ela gostava, seu amigo de infância estava lá.

E eles não pareciam estar se dando muito bem. Afinal, nem perceberam quando ela abriu a porta e continuaram se encarando.

Ótimo, esse dia vai ser maravilhoso. - Ela pensou para si com um suspiro. Até estudar para as provas parecia mais conveniente do que resolver isso no momento.

- Hey? - Ela começou, vendo se parava com o jogo de encaradas. Eles finalmente a olharam, Brendan falando primeiro.

- Ah, May! - Ele sorriu, revertendo seu humor. - Eu pensei em ajudar com o tal trabalho que você ia fazer hoje, mas aí eu encontrei esse cara aí parado na porta.

- O parceiro de trabalho dela. - Drew corrigiu-o, emburrado. - E não precisamos da sua ajuda, garoto da touca estranha.

- O nome é Brendan, e pelo menos é melhor do que esse seu cabelo verde esquisito. Sério, quem tem cabelo dessa cor? - Logo os dois estavam brigando novamente.

- Ei! - May, perdendo a paciência por estar sendo ignorada em sua própria casa, chamou-os. - Podem parar?

Pronto, ambos calaram a boca. Ela sorriu vitoriosa, continuando em seguida.

- Bren, eu agradeceria muito se você quisesse ajudar, esse trabalho tem muita pesquisa para fazer. - Ela virou para o amigo, que alegrou-se. - Mas se vocês brigarem outra vez, eu termino isso sozinha.

- Isso é até melhor que antes-

- E coloco só o meu nome também. - A jovem cortou Drew, encarando-o. - Entendido?

- ... Tá. - Ambos murmuraram, desistindo.

- Bom. Agora entrem. - Ela levou-os até a sala, indo para a escada. - Vou pegar as coisas que eu pesquisei, esperem aqui.

Ela subiu pelas escadas, parcialmente se arrependendo por deixar os dois sozinhos. Enquanto isso, os garotos olharam para os lados.

- A casa dela é bonita. - Drew comentou baixo. Nunca falaria isso para May, mas era algo que ele podia constatar agora.

- É linda, né? A mãe dela que decorou. - Brendan respondeu, entediado.

Silêncio.

- Eu ainda não gosto de você. - Ambos murmuraram ao mesmo tempo, se encarando.

- Hm? Ué, Brendan e- Max desceu pelas escadas, e parou. - Quem é o cabeça de alface?

- O nome é Drew, garoto. - Ele já estava perdendo a paciência. - E quem é você?

- Max, irmão da May. - Ele deu de ombros, parando em frente aos dois. - Então você é o garoto de quem ela fala no quarto! Ei, quer saber um segredo? Ela-

- Max, o que está fazendo? - Os três olham para a garota que acabara de descer com uma gota. May puxou o irmão pela gola da camisa e, depois de lançá-lo um olhar mais que mortal, apontou para as escadas.

- Tá, entendi. - Ele respondeu, bufando. Quando estava fora de vista, ela virou-se.

- Então, vamos começar?

- Tá! - Ambos responderam ao mesmo tempo, e voltaram a um jogo de encaradas. May olhou aquilo com uma gota, sentando no sofá da sala. Ótimo.

-- x --

Misty checara o espelho pela quinta vez naquela tarde, endireitando o cabelo. Respirou fundo, checando o relógio de pulso. Quase na hora. Ouviu uma campainha lá em baixo, e a voz de Daisy atendendo a porta.

- Ei, Misty, seu amiguinho chegou! - Ela ouviu sua irmã gritar, e corou. Aquela ênfase que ela dera no “amiguinho” certamente não fora sem querer, e a ruiva agradeceu aos deuses que o garoto era denso o suficiente para não perceber a indireta.

...Se bem que, do jeito que ela tava desesperada, até que ajudaria.

- Ai, ai... - ela murmurou, agarrando sua bolsa e descendo pelas escadas. Eles iriam fazer sua pesquisa na biblioteca que ficava por perto, já que nenhum dos dois tinha livros sobre o assunto e Misty sempre gostava de fazer trabalhos usando livros.

- Ah, oi Mi-  Ash começou ao notar que alguém descia a escada, mas a visão que tomou conta de seus olhos impediu-o de falar.

A ruiva usava uma saia quadriculada azul e branca, uma blusa também branca com flores em cinza e um clip no cabelo solto. Não era muito, mas como Misty nunca tinha paciência para colocar saias ou vestidos e sempre prendia o cabelo, vê-la daquele jeito assustou até suas irmãs.

- Nossa, você parece decente. - Sua irmã comentou, sorrindo como se já soubesse o que estava acontecendo. - Acho que pode ter puxado um pouco da beleza dos Waterflower, Mi.

- Que seja, Daisy. - A garota bufou, passando por ela emburrada. Chegou até o parceiro de grupo e sorriu. - Então, vamos? Quero acabar o trabalho logo.

- Uh... - Ash murmurou, não conseguindo tirar as palavras da língua. Ela riu, pegando em um dos braços dele e puxando-o pela porta. Eles teriam uma longa tarde pela frente.

E não é que o tal “charme feminino” tinha dado certo?

--x --

Gold não sabe cooperar com trabalhos de escola. Essa era a conclusão que Crys tomara assim que tinham começado a tarefa. Ela tinha ido almoçar lá como convidada, aproveitando para passar o dia com o namorado.

Não que ela não gostasse, claro. Mas parece que ele tinha entendido que o dia só se resumia aos dois juntos, e não a um trabalho de pesquisa de pelo menos duas páginas a respeito de uma das guerras estudadas no bimestre.

- Mas Crys... - Ele resmungou. - Podemos terminar isso depois! Eu quero ver um filme com você, talvez ir para a piscina-

- Não! - Ela negou, bufando. - Vamos, Gold, é só um trabalho. Se concentrar um pouquinho não é tão mal assim, certo? - Ela devia ter previsto isso. Dar aulas extras para aquele garoto já eram difíceis, ainda mais depois que ele ganhou a permissão para beijá-la ou abraçá-la ou qualquer outra coisa que ele achasse que namorados deviam fazer.

Eu devia ter deixado a confissão para lá... - Ela pensou para si mesma. Facilitaria muito o meu trabalho.

- ...Tá bom, eu coopero. - Ele desistiu, fazendo bico. Mas apossou-se de um sorriso travesso, girando a caneta que tinha nas mãos. - Mas só se me der um beijo.

- De novo? - Ela perguntou com uma gota.

- É! Vai dizer que não gosta?

- N-não é isso, mas vocÊ não acha que está exagerando um pouquinho não?

- Ah, vamos! Só um beijinho.

- Gold, não- Ele chegou perto dela com muito impulso, fazendo-a tombar para trás. Como ambos estavam sentados no chão, não foi muito doloroso, mas não quer dizer que a posição em que eles caíram não tenha sido confortável.

- Ai, minha cabeça... - Ela reclamou, piscando. O garoto, recuperando-se da queda, a olhou um pouco preocupado.

- Tá tudo bem?

- Não, eu estou bem sim, mas... - Ela o fitou um pouco desconfortável. - Pode sair de cima de mim?

- Ah, por quê? - Ele sorriu divertido, tomando proveito da situação e pousando seus dois cotovelos entre a garota, prendendo-a. - Eu gosto dessa posição.

- Argh, vai continuar com isso? - Ela bufou outra vez, mas os olhos dele se aproximando a fizeram ceder. - ...Tudo bem, acaba logo com isso.

Gold riu, aproximando-se instantaneamente dela. Estavam a poucos centímetros um do outro, quando...

- Olá queridos, trouxe um lanche! - Sarah abriu a porta com uma bandeja, corando quando viu a posição dos jovens. - Err, eu vim em uma má hora?

- N-não é isso que você está pensando! - Crystal tratou logo de explicar, ainda por baixo do garoto no chão do quarto. Ele levantou-se , emburrado com a interrupção, e ajudou a pegar a bandeja com bolo.

- Obrigada, Gold. - A mulher sorriu agradecida. Crys também levantou, pegando os copos e colocando-os próximos ao lugar onde eles estavam sentados. - Terminem o trabalho, hein? Depois, podem fazer o que quiserem.

- Tá bom. - O jovem resmungou. Sua namorada sentiu vontade de rir, mas a carinha de desapontamento dele a fez mudar de ideia.

- Sabe... - Ela começou quando Sarah já havia batido a porta do quarto. - Se terminarmos logo o trabalho, eu posso até pensar em te dar aquele beijo...

Ele não precisou de mais incentivo para pegar o lápis.

-- x--

A casa de Paul era bem diferente do que Dawn tinha imaginado. Tudo bem que uma casa com nuvens de chuva em cima permanentemente é algo estranho, mas o ambiente era feliz demais para ser a moradia do garoto que ela conhecia.

Isso se comprovou quando não foi ele que abriu a porta, e sim uma versão mais velha e mais sorridente: Cabelos de mesma cor, presos num rabo de cavalo baixo, roupas casuais e um avental verde por cima.

- Ah, você deve ser a Dawn. - Ele sorriu, um brilho de realização cintilando em seus olhos. - Eu sou Reggie, irmão do Paul. Pode entrar.

- Obrigada. - Ela respondeu, adentrando pela passagem e se deparando com um corredor. Avançou um pouco, vendo uma porta indo até a sala e outra à cozinha, , com mais uma mais para o final que provavelmente era o banheiro.

No fim, uma escada. Não demorou muito para o garoto que ela esperava aparecer, parando à poucos degraus do chão.

- Hey. - Ele a cumprimentou, indiferente.

- Ah, oi... - A garota respondeu, um pouco sem graça. - Eu me atrasei um pouco, mas...

- Não tem problema. - Paul virou-se para o irmão. - Ei, Reggie, vamos fazer o trabalho lá em cima.

- Tudo bem.  - O homem de uns 20 anos assentiu, sorrindo. - Estou terminando de fazer um lanche. Você gosta de panquecas, Dawn?

- Claro! Eu amo doces! - Ela respondeu com os olhos brilhando. Não era que nem a May para comer tudo o que via, mas nunca resistia uma boa sobremesa.

- Ok. Daqui a pouco eu subo com elas então. - Ele direcionou-se à cozinha, e Paul chamou-a com a mão para subir. Ao chegarem no segundo piso, mais duas portas podiam ser vistas pelo corredor.

O garoto entrou pela primeira, e ela seguiu-o logo depois. Era um quarto normal, simples, com uma cama de solteiro com colcha azul clara no canto e uma escrivaninha de madeira no outro. Alguns livros também estavam lá, o que a surpreendeu, Nunca achara que ele tinha hábitos de leitura.

- Tudo bem. Eu peguei umas coisas para o trabalho. - Ele apontou para uns papéis na escrivaninha, ao lado de sua mochila. Depois, lembrou-se de algo. - Ah, esqueci um livro lá em baixo. Não toque em nada, cerejinha.

- Por que eu faria uma coisa dessas? - Ela perguntou com raiva, vendo-o sair do quarto. Bufou, olhando em volta.

É, nada estranho. Não era sua primeira vez no quarto de um garoto - ela ainda fazia várias visitas ao Kenny -, mas ainda podia sentir seu coração bater um pouco mais rápido. Aproximou-se da escrivaninha, pegando os papéis e passando os olhos por eles.

- Parece que ele fez mesmo uma pesquisa... - Ela murmurou um pouco impressionada. Mas então, viu algo pelo canto do olho que a tirou de sua concentração.

Sua pulseira estava brilhando.

- Quê...? - Ela olhou para o objeto em seu braço, confusa. Nunca vira a joia brilhar tanto assim, apenas quando era bem pequena.

- Não, isso não quer dizer que... - Ela olhou em volta, direcionando o braço junto e percebendo que o brilho aumentara quando se encostara à mochila. Abriu rapidamente o bolso da frente, encontrando algo que não esperava ver nunca mais.

- Voltei. - Paul murmurou, retornando ao quarto. Porém, ao ver a garota de costas em silêncio, piscou. - Dawn?

- Paul... - Ela virou-se, e ele arregalou os olhos. - O que é isso?

 Em suas mãos, residia uma pulseira exatamente igual à da garota, ambas cintilando num brilho único de quem encontrou quem antes fora perdido.

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Notas finais do capítulo

É, ferrou. Com o mistério finalmente revelado, o que acontecerá agora entre dois amigos de infância que tornam-se a se reunir? O próximo capítulo será muito bom, não acham? :3
Até~