The Bet escrita por StardustWink


Capítulo 13
Até onde vão as mentiras?


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não me matem? :D /se esconde Eu sei que estou MUITO atrasada com o cap, mas... Provas, projeto ONU da escola, Passaporte, dever de casa, tudo isso meio que atrapalha a minha vida.
Pois bem, nesse cap acontecem...coisas. Espero que gostem :3



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As aulas do dia haviam acabado e, para Crystal, o inferno tinha começado. Claro que o motivo disso era nada mais nada menos de seu mais novo “aluno”. Gold. Por que mesmo ela tinha que tirar notas boas? Devia ter dito não na cara do professor logo.

E, uma tarde inteira com ele tentando ensiná-lo alguma coisa não seria muito divertido. Não mesmo. Ela resmungou, ajeitando sua mochila nas costas e esperando ver olhos dourados em algum lugar.

Ah, lá vem. – Crystal avistou alguém em cima de uma bicicleta pedalando em sua direção. O sorriso torto de sempre, que de maneira alguma afetaria ela. Nem em mil anos.

- Hey, Crys! – Ele acenou, e ela teve que se segurar para gritar para ele que não tinha dado toda essa liberdade para apelidos. Bom, pelo menos era melhor do que garota séria, outro que já estava irritando.

A garota retribuiu o gesto, um pouco emburrada. Logo Gold já estava na sua frente.

- E então, vamos? – Ele apontou para a traseira de sua bicicleta.

- Vamos assim? – Crys arqueou uma sobrancelha. Ele morava tão longe? Tudo bem, ela meio que tinha que andar um pouquinho até chegar em casa, mas aguentava... Melhor que ir andando, pelo menos.

- Desculpa, vai ter que aturar uma viagem me abraçando. – Ele piscou, divertido. – Se bem que isso deve ser até bom, né?

- Cala a boca. – Ela revirou os olhos, montando no veículo mesmo assim. Para a infelicidade do garoto, pousou suas mãos nos ombros dele ao invés de abraçá-lo.

- Tudo bem, só cuidado para não cair! – Gold falou outra vez, antes de começar a pedalar numa velocidade absurda para bicicletas. Crys gritou de surpresa, e se não tivesse praticamente se agarrado na única coisa que a oferecia estabilidade teria a enchido de socos.

- Vai mais devagar, idiota! – Ela exclamou, comprimindo bem os olhos. Ouviu a risada familiar daquele estúpido, que devia estar achando graça daquilo tudo.

- Com prazer, garota séria.

O percurso foi mais longo do que ela esperava. Passaram por várias esquinas, por carros e foram chegando casas maiores, mais luxuosas. Que lugar era esse, Beverly Hills? Não me diga que além de galinha, aquele garoto era podre de rico.

É, se aquela casa lá linda e maravilhosa ali é dele, então a resposta é sim. – Crystal encarou a casa grande, com um jardim espaçoso e parecida com aquelas de filme em que a Elesa ou Skyla sempre apareciam.

- Chegamos! – Ele anunciou, com um sorriso. – Pode me soltar agora.

A garota corou, não demorando nem um segundo para afastar as mãos do torso dele. Aquele garoto a tirava do sério.

- Meus pais são donos de uma empresa de domésticos. – Ele explicou, enquanto guardava a bicicleta num canto do jardim. – Sabe, aqueles de marca Goldenrood?

- Eles são donos da Goldenrood? – Crys perguntou, surpreendida. Aquela marca era uma das mais compradas para móveis. Ele era mesmo podre de rico.

- Surpresa? – Ele riu um pouco, gesticulando para a porta da frente. – Vamos, quero te apresentar à minha casa.

Sem esperá-la responder, o garoto segurou uma de suas mãos e a arrastou pelo jardim até o portal da frente da casa. Quando abriu-o, Crystal não conseguiu nem piscar antes de ser derrubada no chão.

- Ai! – Ela abriu os olhos e deu de cara com um focinho. Não só um , como muitos focinhos. Alguns menores, outros grandes, mas diversos animais tinham vindo se apresentar para a visita.

- Ei garota séria, tá tudo bem aí em baixo? – Gold riu, agachando e tentando distrair seus mascotes para fora de sua amiga. – Desculpa, eles sempre ficam assim quando tem visita.

- Eu percebi... – A garota resmungou, conseguindo pelo menos se sentar. Levou uma lambida na bochecha de um Akita – que era uma, ela foi descobrir depois – e alguns gatos também se enroscaram nela.

Resumindo, parece que Crys atraia animais.

- Caramba, eles gostaram mesmo de você. – Ele comentou, impressionado, tirando um dos gatinhos e colocando-o no colo. – E eu pensando que te achariam sem graça.

- Humpf. – Crys bufou, fazendo carinho em outro cachorro que se acomodara em um de seus lados.

- Ai meu deus! – Ouviram uma terceira voz, e ela virou-se para uma porta se abrindo. Dela saiu uma mulher, não muito velha, ainda usando avental. – Eu esqueci a porta aberta, me desculpem!

- Que isso, Sarah, não tem problema. – Gold riu, levantando e oferecendo uma mão para Crys fazer o mesmo. Depois, apontou para a moça. – Essa é a Sarah, trabalha aqui a muito tempo. Ela é como uma mãe para mim.

- Uh, prazer, meu nome é Crystal. – Crys sorriu, estendendo sua mão livre. A mulher aceitou o gesto, sorrindo.

- Que garota bonita você trouxe, Gold! É sua namorada? – Ela perguntou, olhando diretamente para a posição do casal. A garota corou, retirando sua mão depressa.

- N-não! – Ela pigarreou, sentindo o rosto ficar quente. Droga, ele tinha que a deixar com vergonha em todo o lugar que eles iam!

- Ainda não, Sarah. – O garoto comentou, ignorando o xingamento que veio da menina à seu lado. – Ela veio me dar aulas, lembra?

- Ah, claro! – A moça sorriu outra vez. – Bom, o almoço já está pronto. Vamos, é por aqui! – Direcionou-os para uma sala de jantar grande, com uma mesa não grande como a dos filmes, mas mesmo assim bem chique.

- Wow. – Crystal murmurou, vendo os pratos diferentes na mesa. Tinha algumas coisas ali que ela nunca vira na vida! – Quanta coisa...

- Não precisa ficar com vergonha, coma bastante! – Sarah sorriu, fechando a porta atrás de si.

- Obrigada... – Ela murmurou, pegando um prato. Teve algum problema na hora de escolher o que colocar, mas conseguiu terminar e sentar-se em uma cadeira.

Gold sentou- se ao seu lado, com o prato cheio de comidas diferentes. Sarah, que começava a lavar a louça, olhou para trás e bufou.

- Ei, garoto, cadê os legumes? – Ela chamou a atenção do moreno, que ficou com uma gota.

- Tá, tá, entendi... – Ele murmurou, pegando alguns da bacia da mesa. Crys riu um pouco, surpresa com a facilidade com que a empregada o convencera.

Eles comeram em silêncio, aproveitando o gosto bom da comida. Quando terminaram, Sarah buscou um pudim imenso da geladeira.

- Aqui, eu fiz hoje! – A moça sorriu, rindo quando viu a cara de susto da menina. – Não precisa ficar assim não, Crystal.

- N-não, é que eu... – Ela hesitou, e sorriu depois. – Obrigada.

Depois da sobremesa – e de Crys insistir por meia hora para lavar os pratos e ser recusada - , os dois jovens subiram as escadas e entraram por uma porta.

- Nossa... – A garota murmurou, vendo o lugar de perto: Grande, Uma TV de plasma gigante com um Wii desligado em um dos cantos, uma cama grande e espaçosa, uma escrivaninha de madeira clara grande e com estantes em cima cheias de livros.

O jovem pegou um skate jogado no canto e pousou-o na parede, sorrindo. – E aí, gostou? 

- É bem bonito, sim. – A garota respondeu, ainda observando. Parou os olhos num taco de sinuca encostado num canto. – Você joga sinuca, Gold?

- Huh? – O garoto encontrou seu velho “amigo”, e sorriu. – Ah, jogava. Com meu pai, ainda jogo às vezes quando ele volta de viagem.

- Hum... – Ela analisou o objeto, vendo que estava um pouco gasto. Seria o taco do pai dele, talvez? Crystal achou melhor não perguntar.

Gold achou essa a melhor ocasião para puxá-la até a escrivaninha, e colocou a mochila dela e dele em cima da cama.

-Ok, garota séria, hora de me fazer entender matemática. – Ele anunciou, puxando uma cadeira. Ela suspirou, e partiu para a aula.

Depois de algumas horas de tentativas de estudo, Gold levando tapas por tentar alguma coisa e Crys bufando de nervosismo, eles conseguiram ter algum êxito.

- Então é assim? – O garoto indagou, escrevendo a equação.

- Isso! – Ela sorriu, batendo palmas. – Finalmente! Pensei que levaríamos a tarde inteira.

- Viu, sabia que era demais-

- Agora vamos para a outra matéria. – Crystal puxou o livro, mudando a página.

- Ei! – Gold reclamou. – Pelo menos vamos dar uma pausa, minha cabeça tá doendo!

- Tá, tudo bem... – A jovem bufou, tirando uma mecha solta de cabelo azul da testa. – Mas tem que ser rápido.

- Ok, tanto faz. – Gold bufou, levantando da cadeira e se dirigindo a uma geladeira pequenininha num dos cantos. Abriu- a, tirou duas latas de refrigerante e pegou um biscoito de cima do móvel.

- Aqui, toma. – Ele estendeu a latinha de Soda Pop, abrindo o pacote e comendo alguns dos cookies.

- Ah, obrigada. – Ela agarrou o drink a tempo, abrindo e ouvindo o gás sair. Tomou um gole, virando para o resto do quarto e parando em caminhas. – Seus bichinhos dormem aqui?

- É. – Ele respondeu, sorrindo. – Você só viu os cachorros e gatos, mas eu tenho uma tartaruga, um coelho e uns peixinhos-

- Para quê tantos? – Ela perguntou, com uma gota.

- Ué, eu gosto! – O garoto reclamou. – Sempre trago um para casa quando acho abandonado na rua. Não quero que eles passem a vida inteira sem uma casa.

Ela ficou em silêncio, observando o rótulo do refrigerante. Olhou para Gold, para ele que tinha tudo, mas não deixava de ser ele mesmo. Se fechasse os olhos, a garota poderia sentir a felicidade que aquela casa emanava.

Crystal olhou para baixo, sorrindo. Podia ser um estúpido, pervertido e até meio galinha, mas Gold ainda era incrível.

- Que foi Crys, aconteceu alguma coisa? – Ela levantou a cabeça, e deu de cara com olhos dourados.

- Eu... – Ela olhou para o lado, para o teto, para a janela, e retornou o olhar. – Não contei isso para as garotas, nem sei por que estou fazendo isso, mas...

Ele ficou em silêncio, esperando. Ela suspirou.

- Eu vivo num orfanato desde que eu era criança. – A garota admitiu, cabisbaixa. – Mamãe viaja muito, e é amiga dos donos, então-

- Espera aí, sua mãe te abandonou num orfanato? – Gold murmurou, com o tom de voz mais sério.

- Não! – Ela o corrigiu. – Ela me visita sim, eu sei o motivo dela me deixar lá, e eu amo muito as crianças... É só que é triste.

- Triste...? – Ele perguntou.

- Eles não têm pais, não têm família. – Ela suspirou. – O meu sonho é poder melhorar a vida daquelas crianças, de poder dar roupas melhores, comida, e mais dinheiro para os donos... Eles têm sido tão bons para mim, e eu não posso fazer nada.

- Não pode? – O jovem indagou, franzindo a testa. – Não é você que tem um emprego de meio período e não sai nunca por causa disso?

- Como você sabe disso?

- Eu fiquei curioso do porque você não aceitava meus convites para sair num encontro. – Ele explicou, dando de ombros.

- Você me seguiu? – Crystal perguntou, com raiva.

- Só foi uma vez, tá! – Ele se explicou, e depois bufou. – Garota, você pode querer recompensar o orfanato, mas não acha que tá exagerando?

- Claro que não! Eles precisam de mim.

- Eu sei que você tá se esforçando demais, Crys. – Gold a interrompeu, chegando perto dela. – Dá para ver suas olheiras, e você quase dormiu duas vezes na aula hoje. Tem que relaxar um pouco.

- Por que você se intromete tanto? – Ela perguntou, ficando com raiva. – Já não entendeu que eu não sou mais um alvo seu, que eu não vou prestar atenção em você só por se preocupar comigo?

- Você nunca foi só um “alvo meu”, garota séria. – Ele murmurou.

Ela rebateria, jogaria refrigerante nele ou coraria ao infinito naquela hora. Iria, se ele não tivesse a puxado para frente e a beijado.

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O estudo não estava indo muito bem para Misty. Se ela tivesse alguma dúvida de seus sentimentos antes, agora ela tinha certeza.

Maldito pulso que não para. Maldito garoto que não aprende logo a matéria e não a deixa sair dali correndo.

- Misty? – Ela virou para ele, que segurava o lápis confuso. – Tudo bem? Você tá meio desligada.

-Ah, não é nada não. – Ela respondeu, com uma gota. – Estou pensando no que fazer para o jantar, minhas irmãs vem passar uns dias em casa.

- As modelos?

- Sim. – A ruiva suspirou. – Elas provavelmente vão falar dos desfiles e implorar para que eu entre para o ramo, outra vez.

- Você deveria tentar. – Ash deu de ombros. – Acho que você seria uma boa modelo.

A garota corou, confusa. Ash tinha a elogiado? Ele, que era mais denso que uma pedra?

Deus ouviu suas preces. Melhor tentar ago logo quando ele ainda está de bom humor.

- Err, Ash. – Ela começou, olhando para o lado. – Bom, eu queria saber se, qualquer dia desses...

- Hm?

- Você quer sair comigo? – Ela foi direto ao ponto, ignorando os avisos de “abortar missão!” vindo de seu cérebro. Era agora ou nunca. Ele a rejeitaria, ou...

- Tá, pode ser. – Ash respondeu, sorrindo. – Quer ir agora?

- Eh? – Ela piscou. Ele aceitou assim, do nada? E agora? Ela ainda estava com uniforme, com o cabelo todo desarrumado...

Se bem que era Ash, essa oportunidade era rara.

- C-claro, se você diz. – Ela respondeu, levantando. Será que ele gostava dela? Ou aceitou por pena? Ai, tantas perguntas...

- Ok, vamos lá. – Ele levantou, espreguiçou-se, e foi em direção à porta. – O que tá esperando?

- Não é melhor avisar a Delia? – Ela perguntou, referindo-se à mãe de Ash.

- Não precisa. – Ele deu de ombros. - Vamos!

A ruiva assentiu, e saiu junto dele pela porta. Será que a levaria para passear no parque? Talvez tomar um sorvete, conversar num café?

- Pronto.

Epa.

- Oi? – Ela indagou, olhando para o garoto ao seu lado no jardim de casa.

- Você queria sair comigo, né? – Ash sorriu, inocente à aura que tomava conta da garota. – Estamos do lado de fora!

- Ash Ketchum... – Misty começou, com uma veia pulsando na testa. – Seu idiota! – Ela gritou, entrando de novo na casa e batendo a porta com força.

O garoto ficou lá, olhando para a porta e com uma gota.

- O que é que deu nela?

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Notas finais do capítulo

Como eu disse...coisas aconteceram. Vamos comemorar gente, esse é o primeiro beijo da fic ~le dança~ Ok, mas na fic original foi o primeiro que eu fiz NA VIDA, vocês não imaginam o quão importante ele é para mim. u.u
Sim, o próximo cap é domingo. Já até terminei. Não, não contarei o que acontece depois do beijo, terão que esperar malditos dois dias. Muahaha. Enfim, muito obrigada pelos 25 reviews, seus lindos ♥ Deixem mais, please? o3o
Até mais~