Waiting For The End escrita por Raquel


Capítulo 20
Psychosocial


Notas iniciais do capítulo

AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORES, MINHAS VIDAS VENHAM CÁ PARA UM ABRAÇO DA AUTORA MAIS LESA QUE MAIS AMA VOCÊS. ~~ABRAÇANO~~
Eu sei, vocês me odeiam ))))))))))))))): Sei que estão cansados de desculpas, mas eu realmente não pude postar esses últimos dias, queria caprichar pra vocês... E bem, eu fiz a prova do Ifsc (lembram?) o resultado sai amanha, se eu passar vou ter MUITO mais tempo para escrever *-----* mas é um "SE" isso aí pessoal... vamos parar de enrolar Raquel? Ok, vamos.
DEDICO ESSE CAPÍTULO AOS MEUS DELÍCIOSOS LEITORES COM GOSTO DE AMORA: Beatriz_14_ Com seu review carregado de raiva para com o Luke (asdhsiouhdsa), ao meu lindo potterianoroxo que sentiu saudades e me deixou um review lindo *-*, A linda da Izzy Collins que colocou pra fora que quer um Nico também (TODAS QUEREMOS!) em seu review lindo, a minha amora vermelhinha e fofinha Nanda M que me deixou um SUPER review lindo, a Marii que me deixou um review animador, ao meu lindão Heatville que me deixa mais alegre a cada novo review lindíssimo, a Nyssa Weasley Black que apesar do review pequeno me deixou muito feliz. E o que seria das dedicatórias sem a minha amiga Bess? Esse cap é pra você querida, que sempre está aqui pra me apoiar, (AS FICS DELA SÃO DIVAS, OLHEM LÁ!) por fim dedico ao meu amiguinho Patrick que não tem conta aqui mas leu >< MARI SUA LINDA, ME DEIXOU UMA RECOMENDAÇÃO!!! A OITAVA GENTE! OITAVA!
Sabe, eu já quis deletar a WFTE, mas vocês me mantém aqui galera, sinto muito não poder postar com frequencia eu sinto muitas saudades de vocês, sério, porque cada um tem um lugar especial no meu coração, amo todos vocês, e mais uma vez quero lembra-los: NÃO EXISTIRIA WAITING FOR THE END SEM VOCÊS!
Ok, chega que daqui a pouco eu choro :')
Música do cap é do Slipknot e-e
CAPITULO GRANDÃO PRA COMPENSAR O TEMPÃO :3



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POV Thalia Grace

—Acorda... Nicolas... Vamos garoto, acorda! –Falei já dando leves tapinhas em seu rosto. Ele ficava extremamente fofo dormindo, mas já estava na hora de levantar.

Ele murmurou algo como “só mais cinco minutinhos...” e se agarrou na coberta voltando a dormir.

Na noite passada, depois de quase cuspir todo meu passado em cima dele, ele me levou pra cama (parem com a mente poluída, safadinhos) e dormimos juntos. O pesadelo não voltou a me incomodar.

Eu não queria simplesmente chegar e jogar isso tudo em cima dele, só que precisava desabafar, meu passado e meu presente me sufocavam, me deixando incrivelmente mal.

Desisti de falar e pulei em cima dele assoprando seu rosto como meu pai fazia comigo.

—O que você está fazendo? –Ele disse abrindo um olho.

—Estou te acordando, anda Nico... Temos que ir para a aula. –Falei revirando os olhos.

—Thalia? É você mesmo? -Perguntou abrindo agora os dois olhos.

—Sim né bobão. -Ri enquanto ele me olhava estranho.

—Você... Hm... Você está bem? -Perguntou cauteloso. Eu me apoiei em seu corpo e suspirei.

—Sim Nico, dói demais ainda... Mas não posso entrar em depressão agora... E ele não iria querer isso. Obrigado por tudo. -Sorri para ele que me acompanhou.

—Acho isso ótimo e bem... Eu sempre estarei aqui. -Falou e eu devolvi um sorriso radiante. Um silêncio confortável se instalara até ele quebrar. -Aula? É segunda feira... Vamos faltar. –Retomou o assunto sussurrando para mim em tom de confidência. Eu apenas ri e me joguei pro lado.

—Não podemos... Vamos di Ângelo. –Levantei e já fui para a bolsa que Annie preparara para mim. –Vish, só me sobrou uma calça. –Falei observando o interior da bolsa.

—Usa alguma coisa minha, talvez eu tenha algo PPPPP. –Nico falou se dando por vencido e levantou logo vasculhando o armário.

—Muito engraçadinho você. –Disse me jogando na cama. –Falando nisso... Por que tem roupas suas aqui? É tipo seu esse chalé? –Perguntei curiosa, afinal ontem nós nem conversamos direito.

Seu rosto adquiriu uma expressão rígida e eu quis enfiar a pergunta goela a baixo. Ele parou rapidamente de fuçar as roupas e olhou para mim.

—Eu vinha aqui com meu pai quando era criança. Quando ele esqueceu que tinha um filho, eu comecei a vir sozinho. Dormir aqui, em paz... Me faz bem. Às vezes Connor, Travis, Charles e Percy podem ser barulhentos. –Falou com um meio sorriso, logo pegando alguma peça de roupa ali. –Bem, não é muita coisa, tem essa camisa e o moletom. –Disse me mostrando uma camisa xadrez vermelha e preta, muito bonita, só que gigante.

—Ok, me dá aqui. –Aparei a camisa e me dirigi para o banheiro. –A propósito Nicolas, você é gigante. –Falei rindo e fechando a porta.

—São os músculos! –Gritou através da madeira e eu ri.

Tomei um banho rápido, coloquei a calça, o All Star e a camisa, que ficou dois palmos abaixo da minha cintura. Arrumei o cabelo com apenas um coque frouxo, não estava com saco de domar ele. Saí do banheiro e me deparei com Nico abraçado a um travesseiro, de volta à cama.

—O moletom que usei ontem está em cima do criado-mudo. –Murmurou de olhos fechados. –Infelizmente é o único que tenho por aqui. Se você não quiser ele, pode ir enrolada num edredom. –Concluiu com um meio sorriso.

—Você é um amor di Ângelo. –Revirei os olhos.

—Eu sei. –Levantou e jogou o moletom pra mim.

—E você? –Perguntei colocando o moletom preto impregnado com seu perfume.

—Eu fico com o edredom... Hey, você ta cheirando ele?! –Perguntou incrédulo.

—Sim... As garotas vão pensar que eu dormi com um homem!

—E dormiu. –Riu maliciosamente logo recebendo um tapa no braço.

—Vamos logo ou chegaremos atrasados. –Disse já saindo do quarto. –Sorte que meu material acabou ficando todo dentro do carro, então só teremos que passar rapidamente na sua casa.

—Ouvi alguns rumores dizendo que vão colocar armários na escola... –Falou enquanto saía de trás de mim.

—O que você está fazendo? –Perguntei me virando e o vendo abrir a geladeira.

—Estou com fome. –Falou simplesmente voltando a futucar a geladeira. –Porque nunca deixo algo decente aqui dentro? –Resmungou.

—Vamos logo, a gente para no meio do caminho e come alguma coisa, anda! –Quase implorei e ele veio caminhando fazendo bico, parecia uma criança que ficou sem doce.

Saímos (finalmente!) e eu pude me localizar melhor. Estávamos bem no interior de Londres, a casa mais próxima poderia estar a quilômetros. O chalé de Nico era a única construção aparente, era grande e aconchegante, com um aspecto antigo, nostálgico. O tempo estava deliciosamente frio, Nico trancou tudo e veio em minha direção.

—Aqui é muito bonito. –Falei observando a luz do Sol incidir nas pequenas gotinhas de orvalho na grama.

—Sim... Seria ainda mais bonito se eu não estivesse dormindo em pé. –Falou de braços cruzados, rabugento. Eu apenas ri. Fomos em direção ao meu bebê e eu pude sentir um sorriso rasgar meu rosto. Como o Sr. Sonambulo estava quase dormindo e eu estava morrendo de saudade de dirigir, eu que guiaria. Entramos e eu abracei o volante, com tanto carinho como o Scrat com a noz que ele persegue na Era do Gelo inteira.

—Você tem problemas. –Nico falou rindo e eu ri com ele. Lentamente começamos a nos afastar do chalé, com os primeiros raios de Sol nos atingindo através do vidro.

Eu acordara definitivamente bem, depois da noite passada eu me sentia mais leve, mais feliz. Se meu pai soubesse que eu estava tão na fossa por causa dele com certeza me socaria. Claro que eu ainda estava triste e doía, doía muito; só que se teve alguma coisa que eu aprendi com ele nesse pequeno espaço de tempo, foi que a vida é uma só, não dá pra ficar desperdiçando. Todo minuto conta e todas as palavras também, eu iria voltar a viver, ou até mesmo Começar a viver a partir de agora.

Depois de uma meia hora a 140 Km/h avistei um posto com uma lanchonete.

—Vamos parar aqui? –Perguntei olhando para Nico para constatar que ele estava dormindo agarrado aos meus CD's do Red Hot, sorri e diminui a velocidade para ajeitar ele no banco. Fiz ele largar os CD's e abaixei o banco jogando uma manta, antes esquecida no banco de trás em cima dele. Coloquei Otherside para tocar baixo e aumentei a velocidade. Já que eu não estava com muita fome e Nico estava dormindo, decidi que tomaríamos nosso café no Starbucks próximo à faculdade.

Fui cantarolando Red Hot chegando às vezes a 200 Km/h.

No auge de Snow Nico acordou, mas continuou enrolado na coberta.

—E a comida? –Perguntou olhando a paisagem pela janela.

—Vamos comer no Starbucks perto da faculdade, estamos meio atrasados. –Disse e ele me olhou de cara feia.

—Atrasados? São seis e quarenta da manhã! Meus deuses, você é má... –Falou indignado enfiando o rosto na coberta, eu apenas ri e coloquei meu cd A Thousand Suns.

Seis e cinquenta e cinco estacionamos na frente da casa de Nico, que me ensinou o caminho.

—Entregue. Você vai ir comigo ou vai com seu carro? –Perguntei enquanto observava ele se espreguiçar como um gato.

—Vou com meu carro mesmo. –Falou levantando seu banco e jogando a manta no banco de trás novamente.

—Ok, então anda logo que a gente ainda precisa tomar café. –Despejei ele do carro e ele me deu a língua logo indo correndo pra dentro do cercado. Com certeza não era ruim, não mesmo; era uma casa de dois andares azul e branca. Tinha um jardim na frente com uma árvore que eu não consegui identificar. Era linda. Achei um pouco fofa demais para abrigar esses moleques doidos, maaas, cada um na sua.

Depois de quase uma vida...

“Lê-se: cinco minutos...”

CONSCIÊNCIA SUA BASTARDA ONDE TAVA ENFIADA HEIN VADIA?

Eu poderia abraçar ela de tanta saudade se pudesse.

“Falsa...”

Ok! Voltando a ignorar minha consciência... Depois de quase uma vida o di Ângelo apareceu. Mal esperei ele sair da garagem já acelerei em direção ao Starbucks sendo seguida de perto por ele.

Quando finalmente chegamos era 07h10min, saí do carro e entrei com ele no estabelecimento. Escolhemos uma mesa na janela para ficarmos de olho em nossos carros, não que Londres fosse tão perigosa que você não conseguia tomar um café, mas uma onda de assaltos vinha preocupando até os moradores de bairros mais pacatos.

—O que vai querer? –A voz enjoada da garçonete me fez voltar para o café, ela nem me viu, estava ocupada demais encarando Nico. Ela era um tanto “peculiar”.

“Lê-se: Puta.”

Usava a camisa do estabelecimento com três botões abertos fazendo seus dois implantes de seios quase saltarem na mesa. Um batom vermelho “Souumavadiamecoma” delineava seus lábios enquanto os mesmos mascavam um chiclete rosa repugnante. Se eu não tivesse certeza que era humana acharia que era da espécie dos ruminantes, depois de ver ela mascar aquele chiclete qualquer um pensaria o mesmo. Mas ruminantes não piscavam descaradamente para clientes, nem jogavam cabelos estupidamente loiros de um lado pro outro em cima dos mesmos.

—Dois capuccinos com bastante chantili e castanhas acompanhados de pães de queijo por favor. –Nico pediu olhando para o cardápio sem nem perceber a garçonete se jogando em cima dele, imune aos encantos ruminantes da vaca na nossa frente. Com esse pensamento comecei a rir sozinha e os dois me olharam, Nico com um sorriso divertido do tipo que pergunta: Você bebeu? E a garçonete com nojo. Antes dela anotar ele buscou consentimento em meu rosto e eu apenas concordei com a cabeça. Logo ela saía rebolando como se estivesse num desfile.

—O que houve maluca? –Nico me perguntou quando ela se afastou. Eu tive mais um ataque de risos e ele me encarou quase rindo junto por perceber pessoas me olhando como se eu fosse louca.

—O ser ruminante estava quase fazendo uma strip aqui. –Respondi quando consegui parar de rir. Ele me olhou com um sorriso divertido e olhou para a garçonete como se só agora a notasse. Ela estava encostada no balcão e quando viu Nico a observando deu um tchausinho com a mão, imediatamente ele voltou o olhar para mim, agora aflito.

—Ela me deu medo. –Medo? Nicolas di Ângelo com medo? De uma mulher? Não consegui me segurar e comecei a rir de novo enquanto ele me fulminava com os olhos. –Ah meus deuses, ela ta voltando, me ajuda Thalia, por favor! –Pediu suplicante enquanto a garçonete vinha à nossa mesa por nenhum motivo aparente, ri mais um pouco do seu desespero e decidi ajudá-lo. Observei cada passo rebolado dela até chegar na nossa mesa. Ela observou minhas roupas enquanto seu rosto adquiria uma expressão de superioridade, logo seus olhos se voltaram para Nico, que suava frio. Segurei o riso e olhei pra ela adquirindo uma postura sólida.

—Oh, perdão pelas minhas roupas, sei que não são adequadas, mas depois de uma noite de sexo selvagem com esse aí, –Apontei para Nico. –não dá nem pra lembrar o próprio nome. E além do mais, as roupas que ele não rasgou ficaram perdidas pela nossa casa. Não é querido? –Encarei Nico brincando com sua mão. Ele me olhava perplexo e concordou com uma piscadela e um sorriso maroto. A pobre da garçonete nos encarava afetada, murmurou um “tudo bem” e saiu. Logo que ela foi eu escondi o rosto nas mãos e comecei a rir, talvez tenha sido um pequeno escândalo já que alguns clientes nos olhavam, Nico não estava para trás, rindo que nem um doido; e assim ficamos até o café chegar. Dessa vez foi outra garçonete que nos trouxe a comida.

Tomamos nossos cafés descansados e muito esfomeados. Na hora de pagar ele quis pagar tudo, só que não deixei, o que resultou num Nico vermelho de raiva pagando só a parte dele. Pedi mais um café para viajem e fomos para fora rindo e conversando, a garçonete ficou nos observando do vidro com um certo tipo de repugnância nos olhos.

—Direto pra faculdade, ok? –Falei olhando em meu celular, já eram 07h30min.

—Ok. –Me respondeu com as feições tristes. Ri e entrei no carro. Dirigi rapidamente até nossa “amada” faculdade e estacionei meio longe da entrada por já estar meio cheio. Nico estacionou ao meu lado e fomos caminhando juntos. Muitas pessoas me olhavam meio rindo meio com cara feia, mas eu ignorei.

—Muito obrigado Thalia, sério. –Nico me agradeceu enquanto nos aproximávamos da entrada.

—Nada di Ângelo. Só não pegue por costume ter medo de mulheres ok? –Falei enquanto ria loucamente e ele me fuzilava.

—Você vai ver Grace. –Me falou logo correndo atrás de mim que já estava bem adiantada, porém acabei ficando sem ar de tanto rir e ele me alcançou. Resultado: Chegamos perto de nossos amigos comigo no colo do di Ângelo estapeando suas costas.

—Me larga Nico! Agora! Now! –Gritava sentindo meu rosto ficar vermelho por causa do sangue concentrado. Já podia ouvir as risadas. Desisti e apenas esperei ele me largar. Quando finalmente coloquei os dois pés no chão pulei nele e o estapeei inteiro.

—Eu aposto dois dólares no Nico. –Ouvi Connor ao longe falando.

—Aposto dois dólares na Thalia. –O outro gêmeo discordou.

—Aposto no Nico, dois dólares. –Percy se juntou a eles.

—Eu e Annabeth apostamos na Thalia, quatro dólares. –Ouvi Silena dizer e tive vontade de rir.

—Eu também. –Charles se pronunciou com a voz divertida.

—Apostas encerradas? –Connor perguntou e houve silêncio. –FIGHT! –Berrou assustando Nico, o que me deu vantagem sobre ele. Venci. Travis veio ao meu lado e levantou minha mão falando “VENCEDORA” para qualquer um que passasse. Ri com eles enquanto Connor fuzilava Nico por ter perdido seu dinheiro.

—Assim você me envergonha cara! –Murmurou levando um soco leve no braço.

Abracei Annie, Silena e os garotos e ficamos conversando.

—Como foi sua noite? Como se sente? Está bem? Você e Nico fizeram alguma coisa que eu e Annie devamos saber? –Silena pulou em cima de mim me metralhando de perguntas. Annie riu, mas me encarou com expectativa.

—Foi boa, muito bem, demais. Não posso sofrer para sempre. Óbvio que não dona Silena! Pelos deuses, somos amigos! –Esclareci revirando os olhos.

—Thalia, não é querendo falar nada... Mas essas roupas são suas? –Annie falou atraindo os olhares dos garotos que ficaram em silêncio.

—Hm... São do Nico. –Falei vermelha olhando para meus tênis. Eles irromperam em vários “Hmmmmmmmmmmmmmmm” maliciosos e vi Nico ficar vermelho também.

—Não tinhas me falado que a noite foi tão boa hein cara. –Connor falou rindo com seu gêmeo. Todos riam da nossa cara até que o sinal bateu.

—Amém! Os deuses sejam louvados. Tchau pessoas vejo vocês no intervalo. –Nico falou e saiu me puxando corredor à fora. Dei Tchau e fomos. –De jeito nenhum conte a eles sobre o ocorrido do café ok? –Pediu me olhando pidão.

—Claro... Mas não prometo, afinal essas coisas saem naturalmente às vezes. –Falei como quem não quer nada. Ele me fuzilou com os olhos. –E também que é algo meio difícil de não soltar, tipo; um di Ângelo com medo de mulheres? –Disse e ele tapou minha boca rapidamente me fazendo rir.

—Fala baixo! Você não tem amor ao seu carro não? –Perguntou e meu sorriso se desfez.

—Você nunca faria nada com ele, eu te mataria. E lembre-se, eu sei o que você fez no verão passado. –Falei cerrando os olhos para ele. Logo caímos na gargalhada e entramos na sala.

Quando sentamos pude visualizar uma garota nova sentada na carteira de Luke. Meu estômago deu algumas voltas perigosas quando vi eles começarem a se comer sentados. Não era ciúme, depois de tudo que ele fez para mim jamais sentirei ciúmes, era por causa da garota. Não parecia ser das mais santas, mas mesmo assim, se ele fez uma vez pode fazer de novo. Logo que o Jim chegou, ela se sentou ao lado de Luke e eu voltei minha atenção para a aula.

Ultimamente eu andava analisando a possibilidade de mudar de curso, não sei, Psiquiatria não parecia ser feito pra mim. Não me sentia inclusa nesse assunto. Pensei em dar uma olhada em vagas sobressalentes no almoço, mas por hora afastei a ideia voltando meus olhos para Jim, pois mesmo que fosse para outro curso, eu teria que me manter nesse por enquanto.

No geral a aula foi normal, Nico me tirando a paciência, Jim falando de Linkin Park (isso não foi uma reclamação), as vadias sendo vadias, as nerds sendo nerds e essas coisas... Apenas algo me chamou a atenção nesse tempo todo: A garota nova não parava de me encarar com... Nojo, talvez? Mas nem a conhecia, então deixei quieto... Se bem que algo no rosto dela me fazia lembrar de uma experiência ruim, eu a conhecia... Mas de onde? Ela me olhava com tanta intensidade que me peguei já não gostando dela.

Perto do fim desse primeiro tempo... ALMOÇO ALELUIA! ... Eu estava fazendo algumas anotações quando uma voz enjoada chegou aos meus ouvidos, desviando minha atenção para a frente da turma, onde a garota nova estava ao lado do professor.

—Oi, meu nome é Jéssica e sou a aluna nova, espero me encaixar aqui com vocês. Tenho certeza que serão anos adoráveis. –Enquanto falava olhava diretamente para mim, me encarando como se ouvisse meus pensamentos. Seu rosto não mostrava a alegria de que ela falava e num segundo lembrei quem ela era.

Flashback on

“Lá no pátio eu pensei em pular na cabeça daqueles projetos de Bárbie, mas Annie me segurou e eu me controlei, não era bom arrumar briga no primeiro dia de aula.”

Flashback off

Ela era uma das garotas! Sabia que a conhecia e agora gostava muito menos dela. Quando terminou sentou-se ao lado de Luke e eles deram um beijo pornográfico, acho que para “marcar território”. Ouvi várias garotas bufando e cochichando, ri abafado voltando para minhas anotações.

Ao quase fim da aula eu já estava de saco cheio, aquela garota ficava me encarando muito descaradamente, cheguei a achar que tinha um ponto luminoso na minha testa. Faltando uns 10 minutos para o sinal bater eu pude ver Annie, Silena e os garotos na porta fazendo palhaçadas, eu e Nico ríamos abafado tentando não deixar Jim ver, ele porém viu e num ato inesperado riu junto falando:

—Chega, vão almoçar vão. Até eu estou quase dormindo aqui e vocês, –Apontou para meus amigos na porta. –Vão arrumar o que fazer. –Minha turma soltou uma risada coletiva e meus amigos se distanciaram da porta para deixar os alunos mortos de fome saírem. –Aah! A direção mandou avisar que os armários estão prontos, logo na frente da porta, seus nomes estão neles. Dispensados.

—Vamos? –Nico me chamou.

—Pode descer que eu já vou, só tenho que copiar a última frase. –Falei e ele concordou saindo. Quando acabei guardei minhas coisas e fui descendo, acabando por me deparar com Jéssica e Luke se comendo na porta, amaldiçoei-os mentalmente e continuei andando, só que quando fui sair ela deu um passo para trás me fazendo empurrar ela.

—A vadia não sabe andar não? –Falou se virando para me encarar já do lado de fora da sala. Vadia? Pera aí, ela nem me conhece e me chamou de vadia?

—A puta não sabe sair do caminho não? –Devolvi uma pergunta vendo seus olhos faiscarem. Pude perceber algumas pessoas parando para observar e de repente tudo ficou mais silencioso. Senti uma mão em meu braço, mas não me mexi.

—Quem é a puta aqui? –Falou me olhando com nojo. Pensei em voar em sua cabeça e arrancar cada fio loiro oxigenado de cabelo, mas precisava muito dessa vaga na faculdade, então simplesmente me livrei da mão de Annie e fui guardar minhas coisas no meu armário, que ficava logo em frente à porta. –A vagabunda perdeu a voz foi? Emo escrota. –Cuspiu as palavras e eu fechei a porta num baque desnecessário, ainda fiquei encarando o armário, tentando com todas as minhas forças me controlar. Senti ela ao meu lado, mas não me movi.

—Você nem me conhece, quem acha que é pra me chamar de emo? –Perguntei com a voz incrivelmente feroz. O silêncio permanecia e eu podia sentir as pessoas a nossa volta.

—A emozinha acha que as notícias não correm? Eu sei que seu pai morreu... Agora em vez de ficar no caminho dos outros porque você não vai pra casa se cortar? Ah é mesmo! Você não tem casa, afinal foi abandonada pelos pais não é mesmo? –Aquilo me atingiu como um soco. Como ela sabia tanto sobre mim? Pude sentir lágrimas queimando meus olhos, mas se sobrepondo a isso, senti meu sangue ferver de raiva em minhas veias. Não sei se ela ia falar mais alguma coisa, mas no instante seguinte minha mão estava em seu pescoço e sua cabeça estava dolorosamente prensada nos armários. Ela me olhava com um misto de surpresa e dor, seu rosto ficando vermelho.

—Quem você pensa que é para falar do meu pai? Você não me conhece vagabunda. E é melhor não querer conhecer. –Minha voz estava firme e ameaçadora, as pessoas se amontoavam para olhar.

—É aí... Que você se... Engana... Eu t-te conheço... Bem d-demais... Bebezinho do pa-papai... Aé, não tem mais... Um pai... E-ele morreu não é?... Mas foi de que?... Ah! S-sim, foi com... Os miolos cozinhando... D-dentro da cabeça, n-não foi? –Falou com dificuldade e eu comecei a apertar mais seu pescoço, com tamanho ódio que não via mais nada.

—NUNCA MAIS FALE DO MEU PAI VADIA! –Gritei e fui apertando seu pescoço até ela começar a ficar roxa. –Sabe o que é esse desconforto? É meu polegar e meu indicador obstruindo suas vias aéreas. –Falei sadicamente perto de seu rosto. –5, 4, 3, 2, 1... –Ela caiu no chão desacordada e Luke correu para perto dela, seu rosto estava branco. Agora ele sabia que a garota ingênua havia desaparecido de mim. Annie e Silena me olhavam com uma desaprovação divertida nos olhos, eu não era de brigar por nada e elas viram a provocação. Charles e Percy pareceram adquirir um pouco mais de medo, Connor e Travis olhavam de Jéssica para mim e de mim para Jéssica, Nico estava apenas de boca aberta. Eu estava ofegante e quase chorando, saí dali com tudo ao som das palmas da “platéia”, Jéssica não era nada querida entre os alunos.

Fui até a diretoria e acabei interrompendo o diretor e sua... Assistente (?!) que estavam em um amasso tenso.

—Eu desacordei uma garota. –Falei tentando segurar as lágrimas. Nesse mesmo instante Luke apareceu com Jéssica no colo e a assistente do diretor levantou num salto.

—O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA FILHA? –Gritou correndo para perto dela, eu fiquei estática. Quanta sorte hein? –SUA LOUCA! QUEM PENSA QUE É? Ai meu Deus, minha filha...

—Calada mulher! Levem ela para a enfermaria. –O diretor falou apontando para Luke e a sua “assistente”. –Você, fique aqui. –Disse me olhando severo.

—Não chegue mais perto da minha filha sua louca. –Falou enquanto saía da sala acompanhada de Luke e a garota desacordada.

—Se depender de mim, nunca mais quero ver a cara dela... –Falei baixo para mim mesma, mas já que tenho uma sorte incrivelmente incrível, o diretor ouviu.

—Pode começar a contar srta. Grace. –Pediu olhando em meus olhos, achei estranho ele saber meu nome, mas deixei para lá.

Expliquei para ele exatamente o que aconteceu, sem tirar nem por. Ele apenas me olhava, me observava. Sem nenhuma expressão no rosto, vasculhava o meu. Quando acabei ele assentiu e continuou me olhando por um longo tempo, fazendo com que eu me remexesse na cadeira desconfortavelmente.

—Eu sinto muito por seu pai Thalia... Ele era um homem bom. –Falou e eu me surpreendi, afinal, como ele conhecia meu pai?

—Você... Você conheceu meu pai? –Perguntei ansiosa e ele apenas sorriu fraco.

—Sim, o conheci. Mas isso não vem ao caso agora. Você saberá mais quando for a hora. –Respondeu com um brilho de mistério nos olhos. –Sei que Jéssica é uma pessoa difícil, mas você não pode sair desacordando alunos pelos corredores. –Ele voltou o assunto com uma delicadeza severa. –Você está ciente que pode ser expulsa? –Apenas assenti. Ele fez alguns “nãos” com a cabeça baixa e depois me olhou nos olhos. –Não vou te expulsar por hora, mas você está dispensada do resto das aulas de hoje. Nos vemos mais tarde Thalia.

Agradeci com um aceno e saí de sua sala, peguei meus materiais e fui direto para casa, mandei uma mensagem coletiva ao pessoal quando cheguei na garagem. Levei tudo pra cima e me joguei no sofá pensando na vida.

Quando criei coragem levantei e fiz um café, logo me trocando para ficar mais confortável, tomei meu café e fui para meu quarto. Coloquei meus fones e em poucos minutos estava adormecendo, com uma única pergunta em mente:

Afinal, quem realmente é Jéssica?


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Notas finais do capítulo

EAÍ MINHAS GOSTOSURAS GOSTOSAS? Gostaram? Deixem suas opiniões e - e bem, tenho que admitir que não gostei dele, vocês mereciam mais! Masok, é isso aí... Espero que vocês não me abandonem :s Não sei quando volto, mas prometo tentar ser rápida, beijos
amo vocês.