A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?

Bom, eu estou exausta. Não é para qualquer um ficar desde às sete da noite até as três da manhã escrevendo.

Eu mal sinto meus dedos, de tanto que eu já digitei.

Esse é o capítulo mais longo da fic, então espero que aproveitem bastante.

LÁ VAMOS NÓS PARA A FESTA DA PANSY, GALERA! :D

Como escutei várias músicas para escrever esse capítulo, elas vão estar dento dos colchetes [...], no meio do capítulo.

Se puderem, peço que as ouçam. Dão bastante emoção para o momento.

Bom, vou parar de falar. Vocês têm muito o que ler, hahaha.

Boa leitura :)



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[Welcome To St. Tropez – Dj Antoine vs Timati feat. Kalenna]

– Nott, você já está a quase quinze minutos estacionando esse carro – disse Granger, impaciente.

– O que eu vou fazer se o lugar está lotado? Não vejo uma vaga aqui!

Granger soltou um suspiro cansado e voltou a afundar as costas no assento do carro. Ela ficou olhando pela janela, como que procurando alguma coisa.

– Ah meu Deus – ela se recolheu e tentou esconder o rosto, olhando para os bancos traseiros.

– O que foi? – eu soltei uma pequena risada pelo nariz.

– É o Ron ali no carro da frente? – ela apontou, colocando sua bolsa de mão na frente do rosto ao mesmo tempo.

Olhei para onde ela apontava e vi Ron no volante. No banco ao lado estava Lilá, com o cabelo chapado e um vestido rosa choque brilhante. Weasley parecia mais entretido em procurar uma vaga do que dar atenção a ela, que fazia carinho nele ao mesmo tempo em que tentava ajeitar seu cabelo ruivo e a gravata.

– Ali – Hermione gritou, animada.

– É - respondi-, eu já vi os dois. Lilá parece ter se confundido ao comprar o vestido. Aquilo mais parece uma embalagem laminada de bombom.

Hermione riu.

– Não, não é isso! Olhe ali. É uma vaga!

Segui com o carro para onde ela havia apontado e, no meio do caminho, notei que Ron também se dirigia para lá.

– Se segure – eu alertei sorrindo à Hermione, que instintivamente já havia levado as mãos até o cinto de segurança.

Acelerei, pisando fundo. Ultrapassei o carro do Weasley e virei à direita, quase derrapando, o que fez Hermione soltar um gritinho. Ela agarrou minha perna para não voar para cima de mim.

– Nott! Desacelere esse troço, você não vai conseguir parar!

O Weasley viu logo o desafio, e também acelerou.

– Parar? – eu indaguei a Granger – Quem falou em parar? Eu vou é estacionar!

O motor roncou, Weasley cerrou os olhos, eu sorri, Granger apertou a mão no meu joelho e Lilá acenou para uma amiga da janela. Tudo foi tão rápido que chegou a me deixar com o coração acelerado e as mãos tremendo no volante.

Comecei a rir e, Granger, que ainda tinha uma cara de susto, riu junto comigo. Havíamos conseguido a vaga, e Ron passava logo ao nosso lado, com a cara amarrada.

– Foi divertido – admitiu ela, entre risos.

Sua mão continuava no meu joelho e, quando desliguei o carro, ela pareceu notar. Tirou a mão rapidinho e procurou não me olhar diretamente.

Saí do carro e fui até a sua porta, abri-a e peguei sua mão direita, a mesma que antes estava sobre minha perna. Plantei um beijo um pouco acima de seus dedos e ela sorriu de lado, saiu do carro e ajeitou a barra do vestido.

Seguimos para a entrada da boate, que estava apinhada de gente. Todos nos olhavam com certo quê de dúvida, como se não acreditassem que havíamos vindo juntos. Demos nossos nomes na recepção e logo pudemos entrar.

Digamos que lá dentro a festa já rolava solta. Luzes piscavam me deixando desorientado, a música explodia em meus ouvidos e vários garçons passavam com bandejas cheias de bebidas coloridas. A um canto, na parede, havia um telão que passava o ensaio fotográfico que Pansy havia feito.

Ela apareceu entre as pessoas para nos recepcionar. Eu a abracei forte, desejando parabéns e tudo mais. Puxei Hermione para o meu lado quando ela fez menção de se afastar. Pansy também a abraçou.

Eu não sei bem o que havia com ela, pois Pansy e Granger nunca se deram muito bem. Devia ser alegria de festa, de repente.

– Parabéns – Hermione murmurou em um fio de voz, abraçada na aniversariante.

Pansy sorria de um jeito radiante. Ela estava linda, mas muito diferente da Pansy do colégio. Ela parecia mais comportada, se assim posso dizer.

– Aproveitem a festa, certo? – ela tocou meu braço e o de Hermione e nos juntou – Façam o que quiserem e não se acanhem. A noite está só começando! Ei, mãe...!

Ela saiu apressada até uma mulher que, pela aparência, devia ser sua mãe. Ela me conhecia desde que eu era pequeno, então acenou para mim de um jeito animado. Acenei de volta.

Peguei na mão de Hermione e ela apertou meus dedos, um pouco nervosa. Seguimos um pouco mais para dentro da boate, onde parecia estar mais quente. Malfoy passou com Astória e fez um aceno de cabeça para mim. Disfarçadamente ele olhou para Hermione, que estava tímida. De repente, ela quase caiu.

– Desculpe – Ron a segurou e, eu tive certeza que ele mesmo havia a feito se desequilibrar.

Hermione amoleceu. Eu apertei sua mão, puxando-a de volta para a realidade. Lilá a fuzilava com os olhos, enquanto Ron tentava dar uma de bonzinho e sorria de um jeito inocente.

Lilá o pegou pelo colarinho e eles se afastaram, onde se encontraram com o Potter e... Gina.

Ela estava tão... diferente. Eu estava acostumado a vê-la de chuteiras, shortinhos soltos de ginástica e cabelo preso em um rabo de cavalo. Foi quase chocante vê-la usando maquiagem e salto alto. Algumas mechas do seu cabelo estavam presas para trás e o resto do cabelo caia ondulado pelos ombros. Potter sussurrava coisas no ouvido dela, o que a fazia dar risadinhas.

Hermione apertou minha mão, desta vez me trazendo para a realidade. Apertei de volta, virando minha cabeça para olhá-la. Sorrimos fracamente um para o outro.

– Venha – ela me puxou pelos nossos dedos entrelaçados - Vamos dançar.

– - -


[Give Me Everything Tonight - Pitbull ft. Ne-Yo Afrojack & Nayer]


Eu já havia perdido a conta de quantas músicas havíamos dançado. Peguei Hermione pela cintura e fomos até o bar, onde tudo estava liberado.

Pansy devia querer falar com sua mãe por causa disso, porque depois de uma hora da manhã, as bebidas foram liberadas totalmente.

Bebi vodca com energético, enquanto Hermione preferiu ficar só com os drinques mais fraquinhos, com frutas e guarda-chuvas na borda do copo.

Eu conseguia ver Draco e Blaise dançando com Pansy no meio da pista. Os dois meio que a prensavam em um abraço sanduíche. Gina e Harry estavam em um canto meio escuro e conversavam com os rostos bem perto um do outro.

Virei o copo em um gole e senti tudo descer queimando pela garganta. Hermione riu da careta que eu fiz e depois ficou olhando para mim.

– O que foi? – questionei, enquanto gesticulava para o barman que queria outra bebida.

– Não é nada – ela respondeu, e então pensou de novo – É que eu já entendi tudo.

– Como? – eu fiquei confuso. O barman me entregou a bebida e eu a coloquei sobre a mesa.

– É tão fácil decifrar vocês, garotos – Granger revirou os olhos enquanto balançava a cabeça em um sinal de negação.

Olhei de novo para Gina e... ela e Potter estavam se beijando. Hermione olhou também e entregou meu copo, para que eu bebesse.

Eu me senti tão estranho que nem conseguia me entender. De repente meu estômago revirou e eu senti um calor imenso na região do pescoço. Peguei meu copo da mão de Hermione e bebi quase até a metade.

– Está assim, tão na cara? – eu perguntei entre um gole e outro.

Ela apenas sorriu e saiu me puxando para o meio da pista de novo, não me respondendo nada.

Atravessamos a pista de dança lotada. Vi Ron vindo na direção de Hermione, aproveitando que Lilá havia ido ao banheiro retocar o reboco que ela chamava de maquiagem.

Peguei a mão da Granger e a girei em um paço de dança. Ela riu, não entendendo nada. Aproximei meus lábios do seu ouvido.

– Deseja acionar a manobra “ciúmes”?

Com o canto do olho, ela olhou para um ponto acima do ombro, onde eu tinha certeza que estava Ron. Ela sorriu animada, se afastou uns dois passos de mim rebolando e, mordendo os lábios, levantou a mão e sinalizou com o dedo indicador, como que pedindo para eu me aproximar.

Eu ri, achando tudo aquilo muito engraçado. Me aproximei dela, que tinha no rosto uma expressão sedutora, e fingi que ia beijá-la. Bem na hora, ela virou de costas e encaixou o quadril no meu. Ficamos dançando, olhando discretamente para um Ron que parecia um tomate de tão vermelho. Coloquei minhas mãos na sua cintura e a girei, deixando-a de frente para mim mais uma vez. Ela colocou os braços sobre meus ombros, os fechando na curva do meu pescoço. Começamos a dançar mais agarrados, o que fez com que nós dois rirmos ao ver Ron com as orelhas quase da cor dos seus cabelos. Como uma base, eu segurei um pouco abaixo de suas costas, enquanto Hermione inclinava o corpo para trás e fazia uma meia lua. Seus cabelos balançaram com o movimento, e ela sorriu ao voltar à posição normal.

– Acho que já está bom – ela murmurou para mim – Não quero que ele fique descontrolado. Pelo menos por enquanto.

De mãos dadas, ela saiu andando e dançando comigo pela pista e acabamos em uma rodinha, onde estavam fazendo a brincadeira da carta.

Nela estava Pansy, Blaise, Draco, Astória, Simas, Cho, Dino e outra garota que eu não conhecia. Eles logo nos puxaram para brincar também.

A brincadeira era a seguinte: todos deviam ficar em roda. Uma pessoa colocava uma carta na boca e deveria passa-la para a pessoa ao seu lado, sem deixar cair ou colocar a mão. A outra pessoa, por sua vez, deveria fazer o mesmo em sentido horário. Quem colocasse a mão ou deixasse cair, estava fora da prova.

Entrei na roda ao lado de Pansy e Hermione. A brincadeira começou bem, pois na primeira rodada ninguém deixou a carta cair. O mesmo foi na segunda, menos a garota que eu não conhecia e Cho, que acabaram perdendo por colocar a mão.

Enquanto a carta percorria de boca em boca, eu olhava para Gina, que ainda estava com o Potter grudado nos seus lábios. Eu dizia para mim mesmo que não olharia, que não tinha mal nenhum naquilo, mas eu sempre traía minha própria promessa.

Nhuuum – Pansy sacudiu meu ombro e eu me virei para ela.

Ela estava com a carta na boca e precisava passar para mim. Inclinei-me e suguei a carta contra meus lábios, firme. Virei minha cabeça e vi que Hermione tinha saído da roda. Ela estava um pouco mais atrás, como que desistindo da prova.

Saí correndo atrás dela e a puxei de volta, segurei na sua nuca para lhe passar a carta e ela não pôde fugir. Quando ela se virou para passar a carta adiante, deu de cara com Draco.

– - -


[Chasing the Sun – The Wanted]


Ela ficou na ponta dos pés - mesmo estando de salto – e Draco teve de se curvar um pouco para baixo.

Na hora, tive uma ideia. Fiz uma careta engraçada para ele, que riu de nervoso e acabou deixando a carta escapar.

Todos gritaram animados, não só por Draco ter saído da brincadeira, mas também porque ele e Hermione acabaram se beijando quando a carta escorregou.

Hermione, com um reflexo, se afastou do loiro. Ele foi andando na direção dela, e ela foi indo cada vez mais para trás. Pansy e Blaise começaram a bater palmas sincronizadas e gritar por Draco, enquanto todos na roda entravam na mesma onda.

Draco dava um passo para frente, Hermione dois para trás. O loiro sorria de um jeito maroto e acabou encurralando-a contra a parede. Draco olhou bem para ela, segurou seu queixo e voltou a beijá-la. Hermione relutou no início, mas acabou retribuindo o beijo. Foi isso ou Draco tinha superpoderes para mexer sua boca no mesmo ritmo que a dela.

Astória, que estava na roda bem ao lado de Draco, olhou para mim.

Ele havia a vindo com ela à festa, e então resolveu beijar Hermione. E eu não o julgo, sabia muito bem dos sentimentos de Draco pela Granger.

Astória foi se aproximando de mim, passou pelas minhas costas e senti sua mão apertar minha bunda. Virei-me rápido para a loira e ela estava sorrindo de uma maneira provocante.

Ela foi me puxando pela gravata até um canto mais afastado, perto dos banheiros da boate. Pansy e Blaise deram tchauzinho para mim, rindo. Eu bati continência na testa, como um marinheiro, e os dois riram ainda mais. Astória, com uma força que eu nem sabia de onde vinha, me jogou contra a parede e prensou seu corpo contra o meu.

Eu sorri de lado, ela arranhou minha nuca com as unhas perfeitamente quadradas e assoprou de leve minha orelha. A loira deslizou com a boca até meu pescoço e começou a me beijar por ali. Variando na pressão, ela roçava os lábios e me mordia de leve.

A porta do banheiro feminino abriu e Gina brotou do chão. Astória não havia tirado a boca do meu pescoço, e Gina estava bem ali, parada, nos olhando.

Lembrei-me do Potter a beijando e fiz Astória parar. A loira me olhou, mordendo os próprios lábios, olhei para Gina de novo e, num movimento rápido, inverti as posições, deixando Astória contra a parede e ficando de costas para a ruiva.

A imagem dela e do Potter estava gravada na minha mente, eu via e revia aquilo sempre que fechava os olhos. Eu fiquei com tanta raiva. Tanta.

Astória passou a mão pelos meus cabelos e eu a agarrei pela cintura, tomando seus lábios com força. Ouvi os barulhos do salto de Gina se afastarem, parei o beijo por um momento e fiquei encarando a loira.

– Se eu soubesse que você beijava tão bem não teria recusado todas as vezes que você pediu para ficar comigo – disse ela, e me puxou de novo para um beijo que fez meus pulmões ficaram murchos.

Eu havia conseguido o que queria há tanto tempo, havia ficado com Astória, mas então por que me sentia vazio desse jeito? Quero dizer, o beijo foi bom e tudo mais, mas... Não pareceu ser tudo aquilo que eu achava que seria. Acabou que eu pensei bem e não achei graça nenhuma no beijo da loira. Sentia-me culpado por ter feito aquilo na frente de Gina, o que me deixou ainda pior.

Quando Astória separou seus lábios dos meus, nem olhou diretamente para mim e seguiu até o banheiro. E foi a minha vez de ficar ali sozinho, parado.

– - -


[One More Night – Maroon 5]

– Você já não bebeu demais? – o barman insistiu em perguntar, antes de me entregar o copo.

– Só cala a boca – eu arranquei a bebida da mão dele e virei tudo em um gole só. Foi como se minha garganta fervesse e a pele do meu pescoço estivesse prestes a descolar.

Eu já estava no bar há pelo menos uma hora, devia ter tomado mais de uns vinte copos de whisky de fogo. Senti nojo de mim mesmo, por estar bebendo feito um descontrolado. Bebendo igual ao meu pai.

O barman ficou me olhando, como se esperasse que eu fosse pedir mais uma dose. Eu era um dos únicos ali, portanto ele não tinha tantas pessoas para atender.

– Ei – alguém tocou meu ombro e eu me virei – Já estou indo.

– Granger? Por que, o que aconteceu?

– Não é nada – dizia ela enquanto se despedia de mim com um beijo na bochecha e um abraço apertado – Minha mãe já está me esperando lá fora.

– Por que você já vai? – eu segurei sua mão, enquanto tentava me concentrar no seu rosto. Tudo já estava ficando um pouco turvo, e eu não tinha certeza de mais nada. – E o Draco...? Foi alguma coisa com ele?

– Nem me fale daquele idiota – Granger ajeitou meu cabelo para trás, e minha cabeça seguiu seu movimento também.

Apenas isso foi o suficiente para me desequilibrar, e eu agarrei fortemente a mão no balcão. Ela segurou meu rosto entre as mãos, examinando meus olhos.

– Quanto você bebeu?

– Não muito – respondi, esperando que ela acreditasse.

– Passaram de vinte e sete doses de whisky de fogo – disse o cara atrás do balcão. Barman intrometido!

– Você quer que minha mãe lhe deixe em casa? – perguntou Granger, com uma expressão de surpresa no rosto – Vinte e sete doses, Nott. Você só pode ser louco.

– Não quero ir para casa – murmurei, me lembrando do meu pai. Provavelmente ele estaria mais bêbado do que eu.

Hermione ficou me olhando, como que não querendo me deixar ali sozinho. Eu podia ver o cuidado nos seus olhos, já meio borrados pela maquiagem.

– Vá lá, sua mãe está te esperando – eu beijei sua mão, do mesmo jeito que havia feito quando abri a porta do carro para ela mais cedo.

– Cuide-se, está bem? – ela me abraçou de novo, respirando fundo – Não beba mais. Isso é um veneno de máscara.

– Tudo bem – eu concordei. Beijei sua bochecha e ela a minha.

Ela foi se afastando em passos lentos, provavelmente por dor nos pés devido ao salto alto. Deviam ser mais de três da manhã, e eu agradeci internamente por ser homem e não precisar andar sobre aqueles instrumentos de tortura. Antes de passar pela porta, ela se virou e acenou para mim, dando um último tchau.

Passei os olhos pela boate, que já não parecia tão agitada quando antes. As músicas ainda explodiam nos meus ouvidos, as luzes ainda piscavam, mas algumas pessoas já estavam sentadas em sofazinhos e pufes a um canto.

Procurei por Gina, mas não a achei. Meus olhos já estavam ficando pesados, eu sentia o gosto do álcool na minha boca e meus pés já não pareciam mais capazes de sustentar meu corpo com firmeza.

– Se divertindo? – Ron apareceu do meu lado, e sua pergunta não pareceu algo casual. Sua voz tinha algo a mais, algo como... fúria.

– Você não vê na minha cara o quanto eu estou me divertindo...? Ouch – eu senti um murro acertar meu estômago. Ron havia me dado um soco e, o barman - que estava atrás do balcão - não viu nada. Inclinei-me sobre o Weasley e ele me segurou, como se estivesse me ajudando.

– Ele não deve estar se sentindo bem – murmurou o barman.

– Não, eu estou muito bem e... – eu tentei protestar.

– Você parece um pouco pálido, Nott – comentou Ron, me dando um chute na perna. E de novo, o barman não viu.

– Quem sabe ele queira vomitar...? Bom, com todas as doses que bebeu, é bastante provável.

Barman filho de uma puta!

Eu mal conseguia me manter de pé, meus braços pesavam e eu tinha certeza de que se fosse brigar com Ron, ele levaria a melhor. Eu mal conseguia fechar minha mão em um punho, ainda mais acertar um soco.

– Talvez seja isso – Ron sorriu, tentando parecer amigável na frente do barman – Vamos, Nott. Vou te levar até o banheiro.

Abri minha boca, para dizer que estava bem, que não queria ir a banheiro nenhum, mas ele colocou a mão bem a tempo, me calando.

– Opa, segure até chegarmos lá. Não vamos querer sujar tudo aqui, amigão!

Ele foi meio que me arrastando até o banheiro masculino, onde os sons das músicas pareciam mais batidas abafadas.

Ron fechou a porta e, assim que se certificou de que não tinha mais ninguém lá, me jogou no chão com um empurrão. Bati com a cabeça em uma pia e aí sim, senti vontade de vomitar.

– Isso é por beijar Hermione – ele me deu um chute que acertou direto a região das costelas, e eu urrei de dor, me fechando um uma posição quase fetal.

– Weasley... – eu tentei conversar com ele, mas isso apenas pareceu deixa-lo mais furioso.

Ron me acertou um soco no peito e, quando estava se preparando para dar mais um, eu já não conseguia mais respirar direito.

Eu estava sendo praticamente afogado fora d’água.

– - -


POV Gina Weasley



[Break Your Herat – Taio Cruz ft. Ludacris]

– Alô? – eu indaguei ao celular – Mãe? Alô?!

– Gina, querida... Onde você... ainda está na festa, meu amor?... tão preocupada... quatro da manhã... vem dormir em casa?

– Ahn? – tirei o celular do ouvido e vi um “chamada encerrada” brilhar na tela. – Ugh, droga.

A ligação estava tão cortada e a música tão alta que eu mal conseguia ouvir meus próprios pensamentos. Segui para fora da boate, onde tudo se tornou mais silencioso. Não totalmente silencioso, mas pelo menos ali eu conseguia pensar sem ficar zonza. Disquei o número de casa e, no momento em que ia clicar para chamar, a tela ficou preta.

Ótimo, Gina! Meus parabéns, quanto orgulho de você. Quem vem a uma festa com o celular quase descarregado? Ah, você, é claro!

Voltei para a boate, torcendo para achar Harry e pedir seu celular emprestado. Assim que pisei lá dentro notei várias pessoas me olhando de um jeito muito estranho. Nunca ninguém havia me olhado daquele jeito antes, o que dirá quase uma centena de ninguéns!

Continuei andando, tentando ignorar tudo a minha volta. Acabei batendo de frente com o Malfoy, que tinha o rosto um pouco vermelho.

– Você viu a Granger? – ele segurou de leve nos meus ombros, mas sua voz parecia estar mergulhada em uma bacia de desespero. – Você a viu?

– Não, não vi – eu o olhei, e jurei que vi um rastro de decepção nos seus olhos. – Você viu o Harry? Preciso falar com ele.

Malfoy ficou me olhando, como se não soubesse ao certo o que falar. Ele levou a mão até os cabelos e mirou o chão, o que foi tudo muito estranho. Ele não era de baixar o olhar e prolongar situações.

– Você o viu? – eu repeti, cruzando os braços na frente do peito.

Ele assentiu e, depois de colocar as mãos no bolso, sinalizou com a cabeça para um lugar as minhas costas. Uma nova música começou a tocar, e eu simplesmente odiava aquela música.

Virei-me e segui até onde Malfoy havia apontado, mas ainda não achava Harry no meio da multidão que dançava.

Eu nunca fui muito de dançar, até acho que não saiba fazer isso direito. Geralmente as músicas que eu escutava eram mais para relaxar ou me concentrar na minha corrida matinal pelo campus, e não posso dizer que elas são exatamente dançantes. São mais para escutar e sentir, e não para sair gingando por aí.

– Ruiva! – Blaise Zabini surgiu ao meu lado e colocou o braço sobre meus ombros, começando a me guiar para o outro lado. – O que acha se dançarmos mais para lá? Soube que do outro lado da boate o som é melhor.

Tive a ligeira impressão de que ele estava inventando toda aquela baboseira de som. Neguei com a cabeça e tirei seu braço de cima de mim.

– Não, obrigado. Preciso falar com o Harry, você o viu?

– Ah, não. Não! Não vi, não! – ele começou a fechar a cara em negação. – O que você acha se procurarmos por ele por lá? – ele apontou para o lado em que disse que o som era melhor.

Aquilo estava mesmo muito bizarro. Zabini ainda murmurava vários nãos e já saia me puxando pelo braço para o outro lado.

Espera um segundo! Volta a fita e... para!

Virei meu rosto para trás e o vi, finalmente o encontrei. Harry estava quase engolindo uma garota em cima de um sofá.

Bem na hora, a tal da música que eu odiava, gritava em meus ouvidos:

“I'm only gonna break break your, break break your heart”

(Eu apenas vou partir partir seu, partir partir seu coração).

Ver as pessoas pulando e dançando, murmurando essas palavras malditas sem ao menos prestar atenção no que estavam cantando, me deixou enjoada. Olhei de novo para Harry e, agora, a garota estava sentada no seu colo, de frente para ele.

Senti nojo. Muito nojo.

Blaise, que estava tentando me puxar para longe, acabou desistindo, vendo que eu trancara meu salto no chão.

– Sinto muito – murmurou ele, com a mão no meu ombro.

– Não – eu ergui o rosto o máximo que podia, não me permitindo chegar ao nível de garotinha chorona. – Sou eu que sinto muito.

Com os passos firmes, eu rumei até o banheiro feminino. Incrivelmente, eu não sentia vontade de chorar. Ao invés disso, meu estômago estava queimando de raiva. Todas aquelas pessoas me olhando, como se eu fosse só mais uma traída pelo pegador da Grifinória. Mas que imbecis!

Empurrei a porta e entrei no banheiro, indo até uma das pias e analisando meu reflexo no espelho logo acima. Fora meu cabelo um pouco desarrumado, com o penteado já entregando os pontos, eu parecia bem.

Duas garotas, que já estavam no banheiro quando entrei, me lançaram um olhar de pena e saíram, me deixando ali sozinha.

Seria estúpido negar que aquilo não me deixou mal, isso é obvio, mas eu meio que já estava esperando por isso assim que cheguei nessa festa. Depois que Harry me beijou, ele olhou para Nott - que toda hora nos vigiava com o canto dos olhos - e soltou uma gargalhada. Ele não havia ficado comigo porque queria, mas sim para provocar alguém.

Sentia-me suja. Eu via a raiva nos meus próprios olhos. Minhas mãos estavam tremendo, apoiadas nas laterais da pia. Abri a torneira e as coloquei debaixo d’água, sentindo um alivio quase que imediato. Aquele lugar estava tão quente que, só com a água escorrendo desde os pulsos até os dedos, eu já me sentia revigorada.

Comecei então a escutar alguns sons estranhos. Desliguei a torneira para escutar melhor. Fechei os olhos, me concentrando no som, e notei que vinha do banheiro masculino, que era aqui do lado.

Será que eu devia me preocupar com isso?

Por um momento pensei que fosse algum casal pervertido, pois os sons se assemelhavam com gemidos. Ouvi mais um pouco, e notei que eles precisariam ser um pouco masoquistas, pois alguém estava gritando, e não gemendo.

Sequei as mãos e saí dali, ficando de frente para o banheiro masculino. Só uma fresta da porta estava aberta, então direcionei meu olho até ali.

Escutei a voz de Ron. Ouvi sons de algo batendo com força contra algo. Alguém gemeu de dor.

– Quem é o melhor agora, ahn? – a voz de Ron sibilou, quase venenosa – Quem é o melhor, Nott?

Quase torci o pé ao me desequilibrar em cima do salto. Minhas mãos, geladas pela água da pia, começaram a esquentar muito rápido. Empurrei a porta para o lado e entrei quase em desespero no banheiro.

– - -




[My Medicine – Taylor Momsen]

– Gina? – Ron virou-se para mim, surpreso – Isso aqui é banheiro de homem. Você não pode entrar!

Nott estava no chão, quase desacordado.

– Ah, faça-me o favor, Ronald! Se tiver algum homem aqui, é bem capaz de ser eu, e não você!

Fui até Nott, que estava no meio termo entre gemidos e caretas de dor. Sentei-me ao seu lado, no chão frio, mas mal me importei. Segurei seu rosto e quase o larguei quando vi a marca do chupão de Astória no seu pescoço. Tentei não olhar para aquilo, e me concentrei nele.

– Nott? – eu dei leves batidinhas em suas bochechas, para que ele abrisse os olhos – Ei, olha para mim.

Ele abriu os olhos com dificuldade e focou o olhar no meu. Senti sua mão apertar a minha e, com o reflexo da luz, seus olhos brilharam um pouco.

Ron ainda estava parado, de pé, no meio do banheiro. Ele parecia um pouco assombrado, olhava de mim para Nott, e vice-versa.

– Caia fora daqui, Ronald, se não quem vai levar a próxima surra vai ser você – eu concentrei toda a minha raiva naquelas palavras, e me senti muito bem ao vê-lo arregalar os olhos.

– Gina, você não...

– Não vou contar a ninguém? Há, Ronald, é só nisso que você pensa, não é?

– Você sabe que não... Eu não posso ter mais uma advertência. Vou ser expulso da escola.

– Pois devia ter pensado nisso antes! – minha raiva aumentou – É sempre você, Rony. Só você. Duvido que se importe com outra pessoa.

– Cale a boca! – ele gritou, suas bochechas se tingindo de vermelho. – Eu me importo com as pessoas!

– Só se for com o que elas vão pensar de você, pelo visto!

– Não! – ele gritou, tentando convencer mais a si mesmo do que a mim – Não é assim!

– Ótimo, então suma daqui e vá procurar a vadia da sua namorada antes que ela perceba que você não dá a mínima para ela e fique com outro! – eu gritei de volta.

– Vadia é você! – ofegou ele, fechando as mãos em punhos.

– Gina não é vadia! – Nott fez menção de se levantar, mas eu o mantive deitado.

– Tudo bem, Ronald. Então suma e deixe a vadia sozinha aqui, antes que a vadia telefone para o escritório de Dumbledore e dê queixa. Deixe a vadia, Ronald, concertar suas brigas, como sempre!

Olhei para Ron, que parecia cada vez mais entorpecido. Ele sabia muito bem que eu não era uma vagabunda, e só falou aquilo para tentar me machucar. Ele já devia saber que eu sabia destruir as pessoas com palavras.

– Eu tenho vergonha de ser sua irmã, Ronald.

Ron pareceu quebrar diante das minhas palavras. Soltou um muxoxo de ira e, antes de sair pela porta, deu um soco na parede mais próxima.

Fiquei olhando para Nott, que não tirava o olho de mim. Uma de suas bochechas estava mais vermelha do que o normal, e estava começando a inchar.

– Não precisava ter brigado com ele, por minha causa. – disse ele, apenas piscando os olhos de uma maneira tranquila.

– Precisava – eu afirmei, apertando seus dedos contra os meus – Precisava sim.

Ele apenas sorriu de um jeito fraquinho, fazendo-me fazer a mesma coisa.

– Você quer ir pra casa? – perguntei a ele.

Nott fez que não com a cabeça.

– Não gosto de ir pra casa – disse ele, como se de repente ficasse desconfortável – Meu pai... Enfim, eu tenho alguns problemas com ele.

– Você está com o seu celular? – perguntei.

Ele assentiu e o tirou do bolso, fazendo uma careta de dor ao se mexer.

– Vai ligar para quem?

– Para minha mãe – respondi, já discando – Só para avisar que não vou dormir em casa esta noite.

Nott arregalou os olhos, ao mesmo tempo em que fazia uma cara confusa.

– Para onde você vai, então?

Levantei, ajeitando o vestido, e estendi a mão para ele, para ajuda-lo a se levantar.

– Venha, vamos voltar para o colégio.

– - -

[Breakeven – The Script]

– Acho que somos os únicos no campus – disse ele.

Passaram das quatro da manhã até que chegamos ao colégio. Nott bebeu muito, por isso eu vim dirigindo no seu carro enquanto ele ficou no banco do carona.

A recepção do meu prédio estava vazia, e as luzes de todos os dormitórios, apagadas.

– Então acho que ninguém vai reparar se eu fizer isso – subi em uma mesa comprida onde costumam ficar panfletos e anúncios sobre qualquer coisa, e desfilei para frente e para trás.

Nott cantou uma música e eu me remexi ao som dela. Quando ele terminou, fiz uma reverência com toda a pompa.

Um faixo de luz passou rapidamente por mim. Saltei da mesa e olhei para Nott. Aquilo era uma luz de lanterna.

– Rápido – ele correu em direção às escadas.

Ele abriu a porta e esperou até que eu passasse correndo, me atrapalhando toda no salto alto. Estávamos rindo, o que era entusiasmante quando se está subindo uma escada com os pés queimando de dor dentro do sapato. Ele seguiu logo atrás de mim e vacilou por um momento. Este não era o prédio dele.

Mesmo assim, ele seguiu até o topo da escada comigo e riu mais um pouquinho quando cuspi para o lado, tentando acertar um anúncio de lingerie colado na parede.

Passamos correndo pelo saguão e paramos na frente do meu dormitório. Ainda estávamos rindo, e Nott resmungava de dor por ter corrido, mas mesmo assim sorria.

Coloquei a chave no trinco da porta e Nott pigarreou.

– O que? – me virei para olhá-lo.

– Eu não podia nem estar aqui, Gina, o que dirá entrar no seu quarto.

– Mas tem seguranças vasculhando o campus – eu retruquei – Vão ver você.

– Eu tenho que ir para o meu prédio, de qualquer jeito – ele deu de ombros – A menos que...

A menos que o quê? Ele estava hesitante, mudando de ideia. O momento passou, lancei lhe um olhar questionador, mas ele se virou, seguindo pelo corredor até o saguão.

– Vejo você amanhã – disse ele.

Senti-me estranha. De alguma forma, eu percebi que queria que ele me abraçasse antes de ir embora. Levantei minha mão em um aceno. Ele estava estranhamente parado no fim do corredor. Empurrei a porta do meu quarto, não entendendo como as coisas mudavam de perfeitas para estranhas entre nós.

Seus passos voltaram a ficar próximos, e eu notei que ele estava regressando até mim. Nott parecia nervoso.

– Foi uma boa noite.

Eu ri, não me contendo. Ele apanhou do meu irmão quase até ficar inconsciente e disse que a noite foi boa. Ele sorriu de lado, deixando tudo bem novamente.

– Esta foi a primeira boa noite que eu tive em muito tempo – ele se aproximou vagarosamente de mim. – Não quero que acabe. Não quero ficar sozinho agora.

Fiquei parada, segurando a porta entreaberta. Ele parou a minha frente, observando meu rosto.

– Tudo bem se eu ficasse aqui com você? Não quero que você se sinta desconfortável...

– Não – eu já estava dizendo, meio confusa. Minha cabeça girava, mal podia pensar racionalmente. – Quero dizer... Sim, claro. Tudo bem.

Nott ficou parado por um momento, e então concordou. Entrei no quarto e, ele, logo atrás de mim.

Mal percebi que minhas mãos voltaram a tremer, como naquela hora, na pia da boate. Mas desta vez, eu não estava sentindo raiva. Muito pelo contrário, eu não me sentia em paz desse jeito há muito tempo.

Deixei minha bolsa em cima da escrivaninha, tirei os sapatos e desfiz o penteado do cabelo. Nott havia sentado no chão e me olhava a fazer todas essas coisas, apenas desabotoando, abotoando e desabotoando de novo a correia do relógio. Sentei-me na sua frente.

– Como está se sentindo? – perguntei, cruzando as pernas feito um índio para sentar.

– Dolorido – murmurou ele, com a voz rouca de cansaço. Junto, ele emendou um sorriso tímido.

– Eu estou total e completamente acabada – disse, contendo um bocejo.

E essa era a verdade. Meus músculos estavam duros como pedra, meus olhos cansados e minha cabeça implorando por um travesseiro.

Rastejei para a cama, imaginando o que ele iria fazer. Deitar no chão? Voltar para o quarto dele, no prédio dele? Mas não. Ele colocou o relógio na minha escrivaninha e pulou na minha cama. Deitou do meu lado. Ele ficou por cima das cobertas, e eu embaixo.

Ele se levantou. Tive certeza de que ele ia embora e não sabia se ficava aliviada ou desapontada, mas... ele apagou as luzes. Meu quarto ficou completamente escuro. Ele se arrastou de novo para a minha cama e caiu sobre ela.

– Ooof – disse ele. Eu ri.

– Cuidado. Tem uma cama aqui.

– Obrigado pelo aviso – eu quase podia vê-lo fazendo uma grande expressão irônica.

– Sem problemas.

– Está congelando aqui. Você tem ventilador ou alguma coisa ligada?

– É o vento. Minha janela não fecha por inteiro – expliquei – Tem uma toalha socada nela, mas não ajuda muito.

Ele ajeitou um lugar na cama e se deitou.

– Ai – disse ele.

– O que foi?

– Meu cinto. Seria estranho se...

Agradeci internamente por ele não me ver corar.

– Claro que não – murmurei, e ouvi o desafivelar do cinto conforme ele o tirava das calças. Ele o colocou no chão.

– Hmm – disse ele – Seria estranho se...

– Sim.

– Ah, se liga. Não estou falando da calça. Só quero saber se posso entrar debaixo das cobertas. Aquela brisa é horrível.

Ele entrou debaixo das cobertas e ficamos lado a lado. Minha cama era muito estreita, e eu não sabia se ficava feliz por isso. Engraçado, mas nunca imaginei a minha primeira noite dormindo com alguém.

Uma pausa silenciosa seguiu.

– ...

– ...

– Nott?

– Oi?

– Seu cotovelo está matando as minhas costas.

– Caramba. Desculpe – ele mudou de posição umas três ou quatro vezes, até que nós dois ficássemos confortáveis.

Uma de suas pernas ficou sobre a minha. Ele se moveu novamente, e então toda a minha perna, desde a panturrilha até a coxa, ficou contra a dele. Levou algum tempo para que eu conseguisse relaxar meus músculos, acalmar minha respiração.

Sua mão deslizou até minha cintura e me puxou para mais perto, e eu me retraí de novo.

– O que está fazendo? – perguntei em um tom risonho.

– Não sei – ele respondeu, me apertando em uma espécie de abraço confortante. - Mas é bom, não acha?

Pensei por um instante, e então percebi como estávamos bem encaixados um no outro.

– É bom sim – levei minha mão até a lateral do seu abdômen e o abracei também.

O vento bateu nas janelas, e as luzes zuniram suavemente no corredor. Ele dormia profundamente, e às vezes sua mão me apertava um pouco mais do que o normal ao redor da cintura.

Levantei o rosto para olhá-lo, mas a escuridão não permitia. Deitei de novo, e percebi que não precisava vê-lo. Eu estava o sentindo por completo bem a minha volta. Abracei-me de novo a ele, deitei minha cabeça na curva do seu pescoço e respirei fundo.

Foi então que eu percebi uma coisa. Era uma das primeiras noites em semanas e mais semanas em que eu ia dormir sorrindo.

Nott me apertou de novo, e eu o apertei de propósito. Acho que ele acordou, pois me apertou muito mais forte, enquanto eu me sentia totalmente liquefeita e embebedada pelo seu cheiro. E isso era bom... eu acho.



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Notas finais do capítulo

E então...?

Gostaram que eu acrescentei uma parte no ponto de vista da Gina? :D

Vocês, se não for muito incômodo, podem gastar só um minutinho para me dizer o que acharam?

Deem esse presente para essa autora que vos escreve quase de olhos fechados, de tanto sono!

Poxa, eu mereço não é? Estou a OITO HORAS escrevendo. Caramba, até eu me assustei ao contar. Não pensei que fosse tanto assim, hahaha.

Enfim, façam isso por mim, meus amores?

Não dói, eu juro.

Bom, por enquanto isso é tudo, pessoal.

Até a próxima, um super beijo e um abraço apertado a la Nott lindão *O*

Giu ♥