A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Eu nem sei com que cara eu tenho coragem de aparecer aqui...
Oi galera, como estão?
Eu estou morrendo de vergonha por ter passado todo esse tempo sem postar, mas ainda assim resolvi aparecer e trazer um capítulo novo para vocês!
Eu tenho sido terrível com vocês no quesito postagens, e peço desculpas, mas minhas férias começam na semana que vem e estou programando de fazer uma maratona, postando todos os dias por um período de tempo que ainda não decidi.
Mas de qualquer jeito, estou em semana de provas, mas arranjei um tempinho para escrever este aqui, porque estava morrendo de saudade de A Little Help e, acima de tudo, dos comentários de vocês.
Bom, sem mais delongas, vou deixar vocês lerem.
Espero que curtam! ♥



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[This is Gospel – Panic! at the Disco]

Sabe quando você acorda com a sensação de que já tem de sair correndo? Pois é, eu simplesmente detesto isso!

– Nott, levanta logo daí! Nossa primeira aula começa em menos de vinte e cinco minutos, seu preguiçoso do caramba! – a voz de Blaise veio de algum lugar do quarto enquanto eu só me amaldiçoava internamente por ser obrigado a abrir os olhos.

Resmunguei, virei de bruços na cama e cobri a cabeça com o edredom.

– Bora cara, eu já te deixei dormir por mais tempo do que devia – Blaise jogou uma almofada aonde se encontrava a minha bunda.

Contrariado, eu joguei as cobertas para um lado e levantei da cama. Blaise já estava vestido, arrumando a gola da camiseta polo na frente do espelho. Assim que passei por ele, comecei a tossir quase que imediatamente.

– O que? – ele me olhou sem entender.

– Você derramou um galão de perfume em cima de si mesmo?

– Cala a boca – Blaise revirou os olhos. – Eu só gosto de ser um garoto cheiroso.

– Tá bom, vai nessa. Daqui a pouco vão te chamar para fazer uma propaganda de perfume junto com a Shakira.

Blaise esboçou um meio riso nos lábios, olhou algo no celular, fez uma cara de quem estava feliz e passou por mim, indo em direção da porta.

– Te vejo na aula.

E sem dizer mais nada, ele saiu. Achei estranho, porque em qualquer outro dia normal, ele me esperaria e desceríamos juntos. De qualquer jeito, eu não podia ficar aqui pensando no que havia acontecido. Meu tempo estava acabando e eu ainda precisava tomar banho. Tudo o que fiz a seguir foi no modo automático: banho, escovar os dentes, correr de volta para o dormitório e achar algo pra vestir no guarda-roupa que mais parecia um buraco negro de roupas amassadas e, o mais importante, arrumar a mochila na velocidade da luz, colocando um caderno e alguns livros de que iria precisar.

Saí do dormitório com três minutos de antecedência do que tinha estipulado, por isso não precisei correr até o prédio de aulas.

O campus estava como em qualquer outra manhã de segunda-feira, o sol batia entre algumas árvores e dava certo brilho para o gramado, os estudantes se arrastavam feito zumbis dos seus dormitórios até o prédio principal e eu, particularmente, estava com um sentimento estranho, algo como o meu dia vai ser um desastre e não há nada que eu possa fazer para impedir que isso aconteça.

– Nott – alguém gritou. Era Cedrico, que vinha correndo até mim com a alça da mochila pendida em apenas um dos ombros. – Ei cara, festa maneira a de sábado. Bem que podia ter uma daquelas todos os fins de semana.

– Se deu bem, foi? – eu ri, vendo que ele tinha um sorriso meio pervertido no rosto.

Ele riu.

– Até que dá para dizer que sim. Não foi a primeira vez que levei duas garotas para a cama ao mesmo tempo, mas foi bem... hmm...

– Sei – eu disse, tentando cortá-lo para que me poupasse dos detalhes.

Cedrico era assim mesmo, um grande safado, mas ele era um cara muito gente fina de conversar – quando ele não estava falando de futebol de cinco em cinco minutos, é claro.

Logo uma garota bonita cruzou a nossa frente e Cedrico já me deu aquele olhar de estou vazando, te vejo depois.

– Ei, você é nova aqui? – eu o ouvi perguntando, o que foi meio idiota, já que estávamos mais ou menos no meio do semestre.

Cheguei ao prédio e fui direto para o corredor dos armários. Meu livro de História havia ficado lá desde sexta-feira passada, então precisava dele para o primeiro período. Respirando fundo, eu fechei a porta e quase tive uma síncope ao ver Draco bem ali do meu lado.

– Bom dia, princesa – disse ele, rindo do meu susto.

– Não enche.

– Ui, alguém está de mau humor hoje...

– Draco, é segunda-feira. Preciso explicar mais alguma coisa?

Ele riu, balançando a cabeça em negativa.

– Não culpe a segunda-feira, Nott. Eu e você sabemos muito bem o porquê desta sua frustração matinal.

Encostei-me ao armário ao lado de Draco, fechando os olhos.

– Por favor, muda de assunto. Não quero ficar pensando no quão idiota eu fui logo a essa hora da manhã.

– Quer falar do quê, então?

Pensei um pouco, meio lerdo.

– Blaise – respondi.

– Blaise? – Draco franziu as sobrancelhas.

– É, ele estava todo estranho hoje de manhã, se perfumando ao extremo e sorrindo para o celular.

– O que você acha? – disse Draco, como se fosse óbvio. – Tem uma loira meio lunática envolvida nisso, com certeza.

– Luna? – eu sorri, meio surpreso, meio feliz. - Você acha mesmo?

– Eu não acho, tenho certeza. Lembra ontem, na casa da Hermione? – ele estalou os dedos, meio que dando ênfase no que ia falar. - Não, você provavelmente não vai lembrar, porque estava dormindo e roncando feito um porco com bronquite no sofá da sala.

– Eu não ronco! – eu discordei, me sentindo um pouco ofendido.

– Que seja – Draco continuou. – Eu acordei lá pelas duas da tarde e ouvi um barulho na cozinha. Deixei Hermione dormindo e fui ver o que era. Quando cheguei ao andar de baixo, eu escutei Blaise e Luna conversando. Fui pé por pé até a porta e fiquei espiando. Eles estavam tomando leite e Blaise ficou com um bigode branco.

Ri, achando engraçado, mas alguma coisa me dizia que tinha algo mais envolvido. Draco continuou:

– Só sei que Luna limpou o tal do bigode com um pano de prato e deu meio que um selinho nele depois.

– Mentira! – algo dentro de mim deu uma cambalhota, mas a sensação era pra lá de boa.

– Bom – Draco deu de ombros -, não deu pra ver direito, eles estavam de costas para mim, mas se não foi isso, foi no canto da boca. O que importa é que foi um beijo, deu de escutar o estalinho.

Ri, adorando saber daquilo. Draco riu também, balançando a cabeça de um lado pro outro. Blaise e Luna eram, com toda certeza, um casal improvável, e se tem uma coisa que todos devíamos saber é que, na maioria das vezes, coisas boas acontecem quando menos esperamos. Eu realmente confiava que isso servisse para os dois.

– E a Gina? – perguntou Draco.

Pensei um pouco, e então me dei conta de que eu não tinha o que responder. Eu liguei para Gina o domingo inteiro, e ela não atendeu uma vez sequer, nem para me mandar para o inferno.

O que respondi foi meio piegas, mas apesar de tudo, era a verdade:

– Acho que é como naquela música do Bruno Mars... “Cause my heart breaks a little when I hear your name

(Porque meu coração se parte um pouco quando ouço o seu nome).

– Olha – começou Draco. -, se eu fosse uma garota, eu certamente acharia sua resposta o máximo, mas como não sou... isso soou um pouco gay demais.

Dei um empurrão no braço dele e comecei a andar até a classe de história. Ele veio junto, me importunando, dizendo que não era o tipo de cara que faz coisas fofas para as garotas, que nunca tinha ataques de meiguice com ninguém e blá blá blá.

– Tá bem, Draco. Vou fingir que acredito! – disse eu, assim que adentramos à sala.

– Nott, Draco! – Dino Thomas veio do fundão com um sorrisão nos lábios e cumprimentou a nós dois com apertos de mão. – Baita festa, manos. Está todo mundo comentando e... Eita cara, o que houve com o seu nariz? – ele olhou diretamente para Draco, com certo quê de preocupação.

Quando Draco ia responder alguma coisa, o professor Binns chegou à porta e mandou todo mundo sentar.

Eu e Draco rumamos para nossos lugares, um pouco mais ao fundo e, assim que sentamos, ele cutucou meu ombro e falou baixinho:

– Você não tem ideia de quantas pessoas já me perguntaram o que aconteceu com o meu nariz. E não né, isso não é pior, porque ao contrário de quem pergunta, há outros que simplesmente inventam boatos. Tem gente que acha que eu fui atacado por um urso, outros inventaram que o Potter me bateu quando eu o expulsei da festa e, por fim, mas não menos estúpido, há um grupo que anda espalhando que eu curto apanhar. O que eles estão pensando? Acham que eu sou fã dos Cinquenta tons de cinza?

É, acho que eu não precisava comentar mais nada.

– - -

[Girls/Girls/Boys – Panic! at the Disco]

A hora do almoço demorou a chegar, mas para meu alívio, já estávamos no refeitório. O prato do dia era macarrão com almôndegas, o que alegrou muita gente, entretanto, de algum jeito, eu não estava exatamente com fome.

Não havia visto Gina até agora, o que não era nada de tão estranho, já que nenhuma aula que eu já havia assistido até agora era a mesma que ela teria.

– Por que essa cara de tacho? – Draco me jogou um guardanapo amassado no meio da testa. - Perdeu a fome?

– Sabe o que é? Eu estou olhando para a sua cara desde as oito da manhã, acho que isso meio que influencia minha vontade de comer.

– Ai, como ele está raivoso – Hermione chegou com uma bandeja nas mãos e se juntou a nós. Ela bagunçou meu cabelo, meio que dando um oi, e foi até Draco para lhe dar um beijo na bochecha.

– Sério, Hermione? – ele olhou para ela, meio que desacreditando.

– O que? – ela certamente não havia entendido.

– Deixa de bobagem – ele a puxou um pouquinho e lhe deu um selinho demorado.

Sorri, porque uma das coisas que eu mais queria ver havia se realizado: Draco e Hermione estavam juntos e Draco não estava dando a mínima para o que os outros estavam pensando a respeito.

Hermione estava vermelha quando eles se separaram, e Draco não deixou por isso mesmo.

– Olha só para você, está toda vermelhinha! – ele segurou o rosto dela, rindo.

– Depois sou eu o único que faz meiguices... – eu levantei a sobrancelha, fazendo uma cara irônica. Draco apertou os olhos para mim, mas ficou calado, vendo que nada do que respondesse poderia justificar o que ele tinha acabado de fazer.

– Pelo amor de Deus – Pansy chegou a nossa mesa com sua bandeja. – Digam que eu posso sentar aqui, não aguento mais ficar perto da Astória sem pensar em sacudir a cabeça dela até que os miolos se ajeitem.

– Claro – eu puxei a cadeira ao meu lado para que ela sentasse. – O que aconteceu?

– Ah, nada! Ela só está insistindo em ser idiota – Pansy me olhou rapidamente. – Tipo, muito idiota.

Olhei para a mesa onde Pansy estava sentada antes e acabei encontrando Astória conversando com... Lilá. Puta que pariu, aí tinha alguma coisa.

– E o Neville? – perguntou Draco, sorrindo enquanto tomava seu suco.

Eu e Hermione também rimos um pouquinho. A lembrança de Pansy e Neville se beijando na festa enquanto uma música do Justin Bieber tocava era um tanto quanto hilária.

– Ele não falou comigo ainda – disse ela, mas parecia confiante. – Só espero que ele não leve aquilo a sério. Qual é, galera? Eu estava meio louca aquela noite.

– E se ele te trouxer flores e te pedir em casamento? – brincou Draco. - Ele é o garoto da Botânica, deve te trazer uma estufa inteira.

Pansy riu.

– Ele é fofo, não quero ter de magoá-lo. O que vou dizer quando ele vier falar comigo?

– Pensa rápido então, Pansy – disse Hermione –, porque ele está vindo para cá com Simas e Dino.

Pansy arregalou os olhos e seus ombros ficaram tensos. Ela se endireitou na cadeira e ficou esperando que eles chegassem. O negócio foi que, ao passar pela nossa mesa, Neville sequer olhou para ela, apenas seguiu caminhando até uma mesa mais ao fundo com os dois garotos.

– Como é que é? – Pansy estava de boca aberta, completamente pasma.

Draco estava se matando de rir, o que não estava muito longe do meu estado. Hermione apenas sorria atrás do guardanapo, em respeito à ela.

– Isso nunca aconteceu! – Pansy parecia indignada. – Como é que... Alguém me explica isso! – ela apontou com o braço para a direção da mesa de Neville.

– Pois é, o cara não está nem aí para você! – Draco jogou na cara, ainda rindo.

– Mas... mas – Pansy parecia sem palavras.

– Mas o que? – Draco rebateu. – Não era você que estava com pena de dar um fora nele? Pronto, problema resolvido!

– Resolvido nada! – Pansy enrugou a testa. – Isso não fica assim! Eu vou fazer esse garoto me amar!

A mesa entrou em risos mais uma vez, mas Pansy parecia determinada.

– Esperem, vocês vão ver só como até semana que vem ele já está na minha mão.

Dizendo isso, ela levantou de onde estava e deixou o refeitório, andando daquele jeito confiante dela. E como se fosse combinado, assim que Pansy saiu, Gina entrou, e é claro que eu estava olhando para ela.

– - -

[Demons – Imagine Dragons]

Não vou negar, foi como se todo o clima de risadas tivesse mudado muito rápido, a atmosfera parecia ter tornado tudo mais lento. O olhar de Gina bateu no meu, mas ela logo o desviou e foi até as moças do lanche.

Virei para frente, tentando me concentrar de novo no que estava acontecendo na mesa. Não pire, não seja um idiota. Pare de entrar em pânico toda vez que ela aparece.

Blaise e Luna haviam vindo até aqui e tinham panfletos nas mãos.

– Show de talentos, pessoal – Luna distribuiu entre nós. – Semana que vem!

– E eu até já tenho uma ideia para nós três – disse Blaise, se referindo a mim e Draco.

– Vish, olha bem no que você nos mete – Draco apontou com o garfo para ele, que apenas sorriu.

– Relaxa, é a ideia perfeita! – Blaise o sacudiu pelos ombros, animado. – Mas precisaremos ensaiar.

– Hmmm, vamos ter um número de dança, então? – Hermione sorriu, mordendo os lábios. – Isso vai ser interessante!

– Segredo, coração – Blaise mandou um beijinho para ela e começou a sussurrar algo no ouvido de Draco que, pelas gargalhadas e caretas e que fazia, parecia estar escutando uma asneira atrás da outra.

Voltei meu olhar para trás outra vez, procurando por Gina, e ela parecia estar escolhendo entre gelatina ou salada de frutas para a sobremesa.

– Nott! – Luna gritou. Virei-me de volta muito rápido, o que quase me fez cair da cadeira.

– O que? – perguntei assustado, o coração batendo a mil como se eu estivesse fazendo algo de errado e eles tivessem percebido.

– O show de talentos! – Luna vibrou, animada. – Eu que estou organizando. Diga que vai participar!

– Ele vai – Blaise respondeu por mim. – Já sei exatamente nossos lugares no palco!

– Ah, sim – eu respirei fundo. – O show de talentos. Bom, porque não?

Luna sorriu e Hermione comemorou junto com ela, as duas extremamente animadas para descobrir o que faríamos. Eu não sabia também, mas se tem uma coisa que não dá para não ficar surpreso é com as ideias do Blaise.

Logo eles voltaram a falar sobre o show, como fariam a inscrição e toda essa coisa de eventos. E é obvio que eu voltei a olhar para Gina, que a essa hora, estava acabando de se servir.

Cara, eu precisava falar com ela, simplesmente precisava, mas havia alguma coisa que me fazia permanecer sentado, imóvel. Era algo ruim, muito ruim.

– Eu podia jurar que tinha pegado um tomatinho – divagava Hermione.

– É mesmo? – Draco estava mastigando algo com uma cara irônica, já que ele havia acabado de almoçar já fazia um tempo.

– Você roubou meu tomate! – Hermione o acusou.

– Você não pode provar! – ele rebateu, engolindo o que quer que estivesse mastigando.

E a discussão sobre o tal do tomatinho se seguiu por mais alguns momentos enquanto eu estava em um dilema e tanto: vou ou não vou falar com ela?

Gina estava com raiva de mim, isso era inegável, mas de que jeito eu iria conseguir resolver as coisas se ficasse aqui sentado, escutando uma briga sobre um tomatinho?

– Você vai ir lá pegar mais um para mim – Hermione ordenava a Draco.

– Quero ver quem vai me obrigar – ele cruzou os braços e se encostou à cadeira, mas estava sorrindo com toda aquela situação.

– Draco, para de ser infantil e pega um tomate para mim!

– Para que você quer aquele tomate? Nem estava tão bom assim – ele lambeu os lábios, provocando.

Jesus Cristo. Gina. Tomate. Gina. Tomate. Gina. Tomate. Puta que pariu! Claro que Gina!

– Quer saber, já chega – eu falei baixinho, mas tenho certeza que todo mundo na mesa escutou, ainda mais quando eu levantei e saí andando até onde Gina estava.

Deu pra perceber que eu ia deixando um rastro de silêncio e olhares por onde passava. Meu coração começou a bater descontroladamente, o que me dava a terrível sensação de que ia começar a perder o ar e soluçar assim que fosse colocar as primeiras palavras para fora.

O que eu devia dizer? Pedir desculpas? Dizer que devíamos conversar? Implorar para que ela me escutasse? Eu só queria resolver tudo, mas não sabia por onde começar.

Assim que me viu chegando, Gina virou de costas e começou a andar, mas eu a segui.

– Ei – eu ia falando, mesmo que ela não estivesse ao menos dirigindo o olhar a mim. – Gina...

Ela não falou nada, apenas apressou o passo. Aquilo me fez sentir um verdadeiro idiota, como se eu estivesse falando com as paredes e todo mundo estivesse observando.

– Você vai mesmo me ignorar desse jeito? – eu consegui tocar seu ombro. – Pelo amor de Deus, pare de fingir que eu não existo.

Ela virou de frente para mim, mas manteve a bandeja entre nós dois, para que eu não tivesse chance de me aproximar mais. Seus olhos estavam tristes, porém nervosos.

– Você pode respeitar que eu não esteja disposta para falar com você? – ela me encarou, suas mãos apertavam a bandeja de um jeito forte.

Fiquei calado, como se de repente alguém tivesse dado um soco no meu estômago.

– Mas eu só quero conversar com você, tentar consertar as coisas – eu disse num fio de voz.

Ela me olhou por alguns segundos e, sem falar mais nada, me deu as costas e seguiu andando. Fui atrás dela, segurei seu braço, mas antes que eu dissesse qualquer palavra, ela voltou a me olhar e falou:

– Ai Nott, só... Só me dá um tempo!

Eu não sabia dizer se aquilo era bom ou ruim. Acho que era ruim, pois o que eu senti foi tão péssimo que, se não tivesse um puta autocontrole, eu teria chorado ali mesmo.

E foi mais do que ruim quando eu vi para onde Gina tinha ido. Ela sentou ao lado de Rony, na mesa do Potter. Aquilo simplesmente destruiu comigo, e o pior é que o Potter não perdeu seu tempo ao me olhar provocativamente.

Ele levantou do lugar e falou bem alto:

– Ei, pessoal! OOOOOOW!

Todos pararam de falar, prestando atenção nele. Potter limpou a garganta e continuou.

– Alguém aí não tem dois violinos para amenizar o momento dramático do Nott?!

Rony riu e logo levantou para apoiar o imbecil que ele chamava de melhor amigo. Os dois começaram a imitar com a boca o som da entrada da música do Titanic, e todo mundo no refeitório começou a rir. Rir de mim.

Foquei meu olhar em Gina, mas ela o mantinha baixo, encarando suas almôndegas. Olhei para meus amigos, no outro lado do refeitório, e todos tinham expressões de pena, angústia.

O pessoal continuava rindo, Potter e Weasley só precisavam de um megafone para conseguir gritar mais alto.

Pela primeira vez em muito tempo, eu não só havia sido humilhado, mas também tinha passado papel de bobo na frente de toda a escola e não sabia o que fazer para tentar sair por cima.

E o pior é que eu nem estava ligando para todo aquele fuzuê na minha volta, eu só esperava que Gina me olhasse por uma última vez antes que eu saísse de lá. Só uma vez, só um segundo, só um olhar.

Mas ela não olhou.


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Notas finais do capítulo

Ai, que dó!
HAHAHAHA.
Estou morrendo de pena do Nott, galera :(
Mas então, vocês gostaram? Deu para matar a saudade dos personagens que amamos?
Este foi um capítulo mais simples, mas foi o que deu para fazer em um dia, no meio da semana de provas. Espero que entendam e deixem seu comentário, isso me faria muito feliz, mesmo sabendo que eu não mereça review nenhum por ser uma péssima autora e ficar todo esse tempo sem postar.
Mas se por acaso você sorriu, deu gargalhadas ou até ficou triste com esse capítulo, seria muito legal saber disso. Vocês não tem ideia do quanto um comentário estimula o autor a escrever mais, e talvez até mais rápido!
Bom, acho que eu já falei demais. Vejo vocês no próximo!
Beijão, Giu ♥