PV EDWARD

— NÃO! MINHA FILHA NÃO! - disse Charlie descontrolado quando eu e Esme demos a notícia que o jatinho explodiu em pleno ar.

— Não posso acreditar que minha Bells se foi, não posso. Minha garotinha não, por favor, diz que é mentira! - implorou Charlie chorando.

— Eu sei o quanto está sofrendo Charlie. – Esme fala angustiada com o sofrimento dele.

Eu também estava. Fazer isso estava sendo mais difícil do que o previsto.

— Você não sabe o que é perder alguém, não foi sua filha que morreu.

— Bella era como uma filha para mim Charlie e o meu marido estava no jatinho também. –  Esme soa bem triste.

Charlie travou com o que ouviu. Ele estava tão desesperado com a perda de Bella que nem percebeu que eu e Esme também "perdemos pessoas importantes para nós".

Eu abracei mamãe como se estivéssemos consolando um ao outro, tínhamos de fingir realmente estar sofrendo a perda deles para o plano dar certo.

— E eu perdi meu pai e minha namorada Charlie. – aparento estar bem triste também.

— Me desculpem me esqueci que Carlisle estava lá também, me desculpem. - pediu Charlie se sentando no sofá.

Ele parecia sem forças nem para ficar em pé tamanho era o seu sofrimento.

— Tudo bem Charlie. - diz Esme.

— Minha filha foi mais cedo do que o previsto se eu não tivesse dito a ela que eu queria que fizesse a cirurgia minha Bells ainda estaria aqui. – Charlie soa com culpa em sua voz.

— A culpa não é sua e nem de ninguém. Não tinha como prever que isso poderia acontecer Charlie. – tento fazê-lo ver que não foi sua culpa.

— Atrapalho? - diz Sue entrando já que a porta estava aberta.

— Sue, mi...nha filha Ela...Ela... - disse Charlie chorando muito.

— O que aconteceu com a Bella? - perguntou Sue se sentando ao seu lado.

— Morreu. – Charlie conseguiu por fim dizer.

— Morreu? Mas Bella não estava indo se operar para ficar boa? - Sue fala sem entender nada.

— O jatinho em que meu pai e Bella estavam explodiu em pleno ar. – expliquei por Charlie, já que vi em sua mente que ele não conseguia mais falar e em seguida comecei a chorar e minha mãe me abraçou mais apertado e chorando também.

— Meu Deus! Charlie querido eu não sei o que dizer.

— Não precisa dizer nada Sue só fique aqui comigo, não me deixa sozinho.

— Você nunca estará sozinho querido. –Sue o abraça.

— Er... Meus pêsames, eu não era amiga de Carlisle, mas sei que era um bom homem, além de excelente médico. - Sue fala para mim e mamãe.

Sue, por ser da tribo suspeitava do que éramos, mas felizmente ela não tinha certeza, mas mesmo suspeitando foi sincera no que falou, para Sue mesmo que Carlisle fosse um vampiro era inegável de que ele fez muito por Forks, prestando o seu serviço como médico.

— Obrigada. – agradeceu Esme por nós dois.

— Vocês vão ficar em Forks? – perguntou Sue.

— Não, vamos partir. - Esme respira fundo – A família de Carlisle encomendou uma missa na cidade onde eles moram, nós vamos homenagear Bella também. E vamos ficar com eles por um tempo.

Eu fiz meu choro ficar mais descontrolado, quando vi na mente dela que iria perguntar para qual cidade iríamos. Fiz isso apenas para fazê-la desistir de perguntar, não queríamos deixar nenhum rastro mesmo que fosse falso.

— Calma filho. Vamos ficar bem, precisamos ser fortes. – mamãe fala entendendo o que eu estava fazendo.

— Bom temos de ir agora. - diz Esme.

— Apesar de tudo foi bom conhecer vocês, apareçam qualquer dia desses.

— Apareceremos Charlie.- diz Esme e nos despedimos deles.

Eu e minha mãe saímos e entramos no meu volvo. E fui dirigindo rapidamente em direção a saída de Forks.

Vi Jacob na forma de lobo nos acompanhando correndo entre as árvores.

Eu o olhei pela janela. E Esme também o viu.

Vocês não deviam ter voltado, assim seu “papai” sanguessuga que deve estar queimando no inferno essa hora não teria tido a brilhante ideia de levá-la para Londres em seu jatinho, se Bella tivesse ido com Charlie em um avião comercial ela ainda estaria viva. Vocês são o mal em pessoa, conseguiram acabar com a única chance de cura que Bella tinha, por culpa de vocês ela não está mais entre nós. Eu espero que sofram com o remorso pela eternidade seus sanguessugas dos infernos. E acho bom vocês nunca mais voltarem a Forks, se não eu não respondo por mim. — me disse Jacob por pensamento.

— O que ele queria? - me perguntou Esme depois que já havíamos saindo de Forks e Jacob já não nos seguia mais.

— Nós culpar pela morte de Bella.

— Ele desconfia de algo?

— Não, Jacob acredita que Bella e Carlisle estão realmente mortos. Desde que não nos aproximemos mais de Forks, acho que não teremos problemas com os lobos nunca mais. – e acelero rumo a Seattle onde Bella e minha família já estavam nos aguardando.

Chegamos meia hora depois. Estacionei o carro ao lado do Jipe de Emmet onde estava meus irmãos e do mercedes de Carlisle. Esme sai do carro e foi para o de Carlisle contar como fui tudo lá com Charlie. E Bella entrou no meu carro se sentando no banco do carona. Iríamos de carro para o Alasca, não queríamos ter registros em aeroportos, estávamos sumido sem deixar rastros.

Eu lhe dei um selinho.

— Como Charlie está?- perguntou Bella apreensiva.

— Não foi fácil, mas Sue apareceu na hora certa. Ele ficará bem. - a abraço.

— Assim espero. – desejou Bella.

— Eu tenho certeza disso meu amor, acredite Sue cuidará bem dele.

— Ok! Vamos então, Forks é página virada. - Bella fala decidida.

E partimos rumo a nossa casa no Alaska. Havíamos ligado para os Denali dizendo que estávamos indo para lá, mas eles estavam viajando e que voltariam em poucos meses. Talvez fosse melhor assim, assim eles irão conhecer a Bella já sendo vampira.

— Acorde Bella adormecida. - faço um carinho em seu rosto quando chegamos.

Bella dormiu a maior parte da viagem, eu não queria acordá-la, mas com certeza ela estava com fome e havia dormindo sentada por horas, ela precisava se mexer um pouco tenho certeza que deve estar com o corpo todo dolorido por ter dormido nessa posição por muito tempo.

Ela abriu os olhos preguiçosamente e olhou para mim.

— Já chegamos?

— Sim.

— Nossa! - diz Bella olhando a sua volta - Esse é o segundo lugar que eu me mudo que tem uma cor só.

— Como assim Bella?

— Forks é praticamente verde e aqui é praticamente branco.

Eu sorri do que ela falou e saí na velocidade de vampiro do carro e abri a sua porta.

Estendi minha mão para que ela usasse como apoio para sair do carro. E fomos andando de mãos dadas em direção a casa.

— Bella! - digo alarmado quando  vi seu corpo ficar mole.

A segurei em meus braços antes que atingisse o chão e ela desmaiou. Entrei com ela rapidamente em casa e a pus na cama.

Minha família ficou alarmada ao vê-la desmaiada. E Carlisle pegou sua maleta rapidamente e começou a examiná-la.

— O que Bella tem pai?- perguntei aflito.

— Apenas uma queda de pressão.

— Acha que é sintoma do tumor? Ele está se agravando? – perguntei com medo.

— Creio que não. Deve ser apenas por conta do emocional dela, tem sido dias bem difíceis para ela Edward.

— Tem razão pai.

Bella começa a despertar para o meu alívio. E minha família saí do quarto nos deixando a sós.

— Como se senti?

— O que aconteceu? - Bella me perguntou confusa.

— Você desmaiou.

— Ah! Foi mesmo.

— Está  se sentindo bem agora?

— Sim.

— Já tinha desmaiado antes?

— Não, isso não era um sintoma do tumor.

— Bella eu tenho de te transformar o quanto antes. - digo temendo ela não ter mais tanto tempo assim.

— Tem razão. Quer fazer isso agora?

— Hum! Que tal você descansar essa noite e amanhã tiramos o dia para você se despedir da sua vida humana e no final do dia eu te transformo. O que acha?

— Concordo. - disse Bella me dando um selinho.

Ela comeu a sopa que Esme havia feito e dormiu em seguida, achei que fosse demorar mais para dormir novamente, já que havia dormido por horas enquanto eu dirigia para cá. Não sei de onde ela arrumou tanto sono.

— Bom dia! Meu amor. - digo entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã reforçado para ela.

Eu faria desse dia um dia especial, era a despedida de sua humanidade. Passei durante as horas do seu sono planejando tudo e na hora do crepúsculo eu a transformaria.

— Bom dia!- diz Bella se sentando na cama.

E coloquei a bandeja de café da manhã em seu colo.

— Obrigada. - disse Bella me dando um beijo.

— Edward tira o café de perto de mim. - Bella pede de forma urgente tapando a boca em seguida.

Eu confuso fiz o que ela pediu. Tirei a bandeja do seu colo e coloquei na mesa de cabeceira.

Bella se levanta e corre para o banheiro.

A escuto vomitando e fui até ela rapidamente, segurei seu cabelo enquanto ela continuava vomitando.

— Meu amor o que aconteceu? – perguntei quando ela acabou de vomitar.

Ela respirava com dificuldade. A coloquei em meu colo.

— O cheiro do café me deixou enjoada.

Isso é estranho.

— Vou chamar Carlisle.

— Não precisa, já me sinto bem. Só preciso escovar os dentes.

Eu a ajudei a se levantar e Bella pegou sua necessaire, abriu e paralisou ao olhar para ela.

— O que foi agora?- perguntei preocupado.

Bella pegou o pacote de absorvente e me mostrou.

— O que? Até onde eu sei enjoos não são sintomas de TPM.

— E não é, eu estou querendo dizer que estou atrasada. Eu nunca atrasei e muito menos enjoo com o cheiro do café e ainda tem o fato de eu ter desmaiado ontem.

— Impossível! - dissemos ao mesmo tempo, quando chegamos à mesma conclusão.

Eu ergui um pouco a sua blusa. Mesmo ainda descrente. Precisava saber se havia algum indiciou ali de que isso pudesse ser verdade.

Analisei sua barriga e passei minha mão em cada parte dela. E percebi uma parte discretamente elevada e pouco dura no baixo ventre, um humano deixaria isso passar batido como Bella deixou, mas eu com os meus sentidos aguçados e sabendo o que procurar percebi.

— Pai vem aqui, por favor.- o chamei querendo tirar a dúvida.

Minha família havia escutado a nossa conversa, mas estavam chocados demais para dizer ou fazer qualquer coisa.

Ele saiu do choque e entrou no quarto e me viu com a mão bem em cima da elevação.

— Posso Bella?– perguntou Carlisle querendo saber se podia tocá-la.

Bella apenas assentiu. Ela estava chocada de mais para falar.

Tirei minha mão e ele pôs a dele no local.

— Sim se parece com a textura de barriga de grávida. Eu tenho um teste de farmácia na minha maleta, não são cem porcento, mas se der positivo você certamente está grávida, já que seus sintomas indicam gravidez, mas se der negativo eu sugiro um exame de sangue. Vocês não vão querer seguir adiante com a transformação tendo dúvida com relação a isso, vão? 

— Não, pai.

Bella não disse nada.

— Bella? – chamei sua atenção.

— Ah! É claro que não, eu vou fazer o teste.

Bella estava bastante pensativa, também pudera ela pode estar grávida de um filho meu algo até o momento impossível.

— Sabe como fazer?- perguntou Carlisle entregando o teste a ela.

— Sei sim. - diz Bella indo para o banheiro.

Depois de um tempinho Bella sai do banheiro e entrega o palitinho para papai.

— Agora é só esperar três minutos passarem e teremos o resultado. – diz Carlisle.

Eu me sentei na cama com Bella em meu colo.

Toda a minha família estava no quarto no mais completo silêncio, só se ouvia a respiração e o coração de Bella batendo, enquanto esperávamos os benditos três minutos passarem.

Quando os três minutos passaram Carlisle olhou para o palitinho.

— Positivo. - disse papai.

E ouvi essa palavra ecoar por cinco mentes.

Uma alegria de repente invadiu meu ser, eu teria um filho com Bella, eu podia dar isso a ela.

— Eu estou morrendo... Como eu vou ter esse filho? - Bella fala aflita.

Mas a minha alegria diminuiu um pouco quando ela falou isso. Eu não podia deixá-la pensar assim, tínhamos de ser positivos, e acreditar que conseguiria.

— O médico disse que você tinha dois anos de vida, ainda falta um ano e cinco meses meu amor. - tento acalmá-la.

— Até dois anos Edward, não significa que eu realmente os tenha.

— Mas você pode ter esse tempo, temos de acreditar nisso Bella.

— É que eu não quero ser responsável pela sua possível morte antes mesmo dele nascer. – Bella fala angustiada.

Essa realidade me deixou apavorado, mas escondo isso dela. Eu corria o risco de perder os dois. Eu certamente não iria suportar isso.

— E se é que...

— Se é o que amor?

— Se é que eu já não o estou prejudicando.

— Como assim?

— Meu tumor pode afetá-lo Carlisle?- perguntou Bella preocupada.

— A possibilidade existe.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Bella e eu a limpei.

— Eu falei uma possibilidade filha, não significa que o bebê tenha sido afetado, mas para lhe dar uma resposta segura eu teria que colher líquido amniótico aí poderei dizer como ele está. E também saber o que ele é.

— Como assim saber o que ele é Carlisle?

— Me refiro a natureza dele Bella, qual a porcentagem de humano e vampiro que ele tem. Eu nunca ouvi falar de nada disso, eu não sei como será sua gravidez Bella.

— Então Bella corre riscos.

— Edward eu já estou morrendo então isso não faz diferença alguma.

— Há muitas complicações nisso, mas apesar disso o momento é de felicidade, afinal de contas a família Cullen ganhará um novo membro, vou fazer o que estiver ao meu alcance para ajudá-la nisso. E parabéns meus filhos. – diz Carlisle convicto que Bella conseguiria.

Ele pensou no quão forte Bella foi quando conseguiu sobreviver ao ataque do James, e no quanto ela está sendo forte enfrentado o tumor, ele acredita que ela terá essa mesma força agora.

— Obrigado Carlisle. - agradeci ao mesmo tempo em que Bella.

Todos nos parabenizam, e disseram que faria o que podia para nos ajudar também. Apesar de a situação ser bem arriscada estávamos todos otimistas e contentes com a chegada do nosso filho.

Quando Alice que foi a última a nos parabenizar foi que eu me toquei disso.

— Alice você não viu nada disso?

— Não Edward. - respondeu Alice surpresa, pois ela também não havia se dando conta que não tinha visto nada.

Eu sei que Alice não vê tudo, mas sempre ver as coisas mais importantes. E isso sem dúvida é algo importante.

— Mas posso tentar ver algo agora. – diz Alice se concentrando.

— Isso não pode estar acontecendo. – falou Alice frustrada alguns segundos depois.

— O que Alice? – perguntou Carlisle.

— Edward?- ele me perguntou já que Alice não conseguiu responder de tão pasma que estava.

— Er... Alice não vê nada. – digo triste.

Todos ficaram surpresos.

— Como assim? – perguntou Jasper.

— Ela não vê mais a Bella, quando tenta fica tudo branco. – expliquei melhor.

— Como isso é possível? Já me basta ter descoberto que meu dom não funciona com a matilha de La Plush e agora do nada eu não posso ver mais a Bella isso é demais. - diz Alice indignada.

— Bom a minha teoria é que o bebê possa estar interferindo nas suas visões Alice.

— Como ele pode está fazendo isso pai?

— Ele de certa forma é como os transformos, uma mistura, só que uma mistura de vampiro e humano, mas diferente dos quileutes eu acho que você irá conseguir vê-lo com a convivência, já que ele é uma mistura de dois seres que você consegue ver, então acho que isso é só uma questão de você se familiarizar como esse novo ser.

— Eu espero que em algum momento eu consiga vê-lo mesmo pai.

— Calma Alice, isso só saberemos com o tempo. – Jasper a consola.

— Emmet e Jasper vocês podem vir comigo para me ajudar com os equipamentos que vou precisar para monitorar a gravidez de Bella, tenho certeza que no máximo três dias consigo tudo que preciso.

Eles assentiram.

— Edward me ligue se Bella sentir qualquer coisa fora do normal.

— Eu farei isso pai.

Carlisle, Jasper e Emmet se despediram de suas esposas e foram providenciar os equipamentos.

— Bom vou providenciar outra coisa para você comer Bella. - diz Esme levando à badeja.

E Alice e Rosalie saíram junto com Esme me deixando a sois com Bella.

— Um filho. – digo feliz colocando minha mão em sua barriga.

Eu estava imensamente feliz, mas ao mesmo tempo eu estava igualmente preocupado e essa preocupação só iria acabar quando meu filho nascer e Bella estiver transformada.

— Pois é, quem diria, não é? - diz Bella sorrindo - Eu só preciso viver até ele nascer, para mim é o bastante. – terminou a frase seria.

— Você vai viver muito mais do que isso meu amor, vou te transformar no segundo seguinte que ele nascer.

— Queria tanto ter a certeza de que tudo dará certo.

— E dará, eu acredito nisso Bella, a vida não pode ser tão maquiavélica assim, ao ponto de nos dar um abençoa como essa e nos tirar em algum momento depois. Tenho certeza de que teremos nosso filho.

— Lutarei por ele até o fim. – Bella fala determinada.

— Lutaremos meu amor. Nós teremos nosso bebê em nossos braços, eu realmente acredito nisso.